Conheça Celesty Suruí, primeira barista indígena brasileira

Aos poucos, Celesty Suruí conquistou reconhecimento do seu trabalho como barista com o café da região amazônica.

Em abril deste ano, o café produzido pelo povo indígena Paiter Suruí ganhou destaque nacional quando o presidente Lula provou a bebida feita com o grão especial do robusta amazônico. Uma das personagens centrais deste momento foi Celesty Suruí, a primeira indígena barista do Brasil.

Nascida na Aldeia Lapetanha, em Cacoal (RO), Celesty tem 22 anos e desde cedo teve envolvimento com a produção de café. Ao ver os benefícios que a produção do café gerou para a comunidade, a jovem decidiu estudar e se tornou a primeira barista indígena do país.

“Eu nunca imaginei trabalhar com café. Mas, antes de eu começar a estudar mais como barista, a minha família já trabalhava com cafeicultores. Então eu senti a falta de um representante indígena no preparo de café. Principalmente quando éramos convidados para eventos importantes dentro e fora do Brasil”, contou Celesty.

Celesty se tornou a primeira barista indígena. Foto: Pi Suruí

Educação

Em 2022, Celesty participou de um curso de barista na cidade de Cacoal, em Rondônia. Na ocasião, um profissional foi convocado para ensinar os produtores indígenas a preparar o café para os clientes.  

“Lá a gente viu que realmente estava faltando uma pessoa que pudesse representar o povo, falar sobre os produtos que desenvolvemos em nosso território de uma forma sustentável e usar o café como um porta voz dos povos indígenas”, disse.

Após o curso, Celesty quis se aprofundar na área e passou a estudar online com uma profissional de Belo Horizonte (MG). Em 2023, a então estudante fez um estágio na cafeteria Abigail em Campinas (SP).

Aos poucos, Celesty conseguiu o reconhecimento necessário e mostrou através do seu trabalho a competência de quem trabalha com o café da região amazônica.

“É satisfatório observar o crescimento dos produtores de café de Rondônia. A gente vem se esforçando muito para criar um café de qualidade e que chame a atenção dos consumidores”, disse a barista.

A natureza é o foco principal da produção de café do povo Suruí. “A gente trabalha com a agrofloresta. Sempre pensamos na natureza, porque ela é muito importante para quem trabalha com cafeicultura”, destacou a barista.

Encontro ilustre

Celesty chamou atenção quando serviu uma xícara de café robusta amazônico para o Presidente Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva durante uma exposição realizada em Brasília (DF) em comemoração ao aniversário da Embrapa. 

“Esse dia foi muito emocionante para mim, porque eu não estava só representando os povos indígenas, mas sim eu estava representando todos os cafeicultores de Rondônia, da Amazônia. Ver o presidente gostando do sabor, isso foi muito gratificante para mim”, destacou Celesty.

Café Robusta

O clima e o solo de Rondônia faz com que o café produzido no estado seja “arrobustado”, segundo a Embrapa. Os robustas amazônicos são resultado do cruzamento dos cafés Conilon e Robusta especialmente selecionados.

“Nós trabalhamos apenas com o café robusta. E as pessoas que provam gostam do sabor único”, disse Celesty.

A produção do café rendeu para Rondônia a primeira Indicação Geográfica com Denominação de Origem (DO) para café canéfora sustentável reconhecidos pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A área de produção é classificada como “Matas de Rondônia”.

Leia também: Estudo comprova sustentabilidade do café da região das Matas de Rondônia

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