Conheça 10 deuses que representam a mitologia indígena

Através da representação da natureza, povos indígenas de diversas etnias possuem forte ligação com o Sol e a Lua.

Tanto a mitologia grega quanto a nórdica sempre tiveram grande presença cultural mundo a fora, seja representada nas produções de filmes ou livros. Porém, o que poucos sabem, é que dentro da cultura brasileira estão presentes lendas amazônicas de deuses indígenas, que representam as tradições e costumes de diversas tribos.

Os ‘Tupis Guaranis’, ‘Ianomâmis’ e ‘Araras’ são alguns desses povos que acreditam na força da natureza, que está diretamente ligada às suas crenças por meio de divindades retratadas desde as origens desses povos.

Pensando nessas lendas amazônicas, o Portal Amazônia reuniu dez deuses que representam a mitologia indígena:

Arte: Bianca Duarte/Cedida

Tupã

Considerado o deus criador do universo, pela tribo tupi-guarani, Tupã é o “Senhor do Trovão”. É visto como o criador do céu, da terra e da humanidade. Alguns historiadores acreditam que Tupã foi criado pelos jesuítas durante o período de catequização dos povos indígenas.

Estudiosos afirmam que Tupã era na realidade a manifestação do Deus criador na forma do trovão. Ele também seria o responsável por ensinar aos homens sobre o artesanato, caça e plantas medicinais. 

Jaci

Guardiã da noite, a deusa Jaci é considerada a personificação da Lua. Ela é responsável por proteger as plantas e cuidar da noite. Jaci é considerada filha de Tupã. Ela teria o hábito de plantar a saudade no coração dos caçadores para que eles voltassem para suas esposas e famílias.

A deusa é esposa de Guaraci, o deus Sol. Em algumas versões da mitologia tupi-guarani há uma história atrelada à Jaci que explica a criação da planta vitória régia. Segundo a lenda, Jaci se sentia solitária no céu e por isso descia à Terra para levar índias para o céu e transformá-las em estrelas.

Uma das índias, Naiá, desejava muito se tornar uma estrela e toda noite fugia em busca da Lua. Enquanto observava o reflexo da Lua nas águas de um lago, Naiá acabou se afogando. Jaci presenciou o acontecimento e a transformou em uma vitória régia, para viver para sempre entre a Lua e os lagos. 

Arte: Bianca Duarte/Cedida

Guaraci

Um dos filhos de Tupã, Guaraci auxiliou o pai durante a criação da Terra. Guaraci é considerado o deus do Sol e do fogo. Conforme a lenda, Guaraci e Jaci eram apaixonados e só se encontravam durante a aurora e ao pôr do Sol. As índias costumam fazer orações para Guaraci cuidar dos seus maridos que estão caçando. 

Arte: Bianca Duarte/Cedida

Anhangá

Conhecido como deus do submundo ou territórios infernais, Anhangá é um dos deuses presentes na mitologia da tribo tupi guarani. É um espírito andarilho que pode tomar forma de vários animais. Também é considerado inimigo de Tupã. Apesar de ser considerado um protetor dos animais e caçadores, Anhangá é associado ao mal.

Arte: Bianca Duarte/Cedida

Ceuci

Ceuci é conhecida por ser a protetora das moradias e lavouras indígenas. A deusa foi comparada pelos católicos à Virgem Maria porque, segundo a lenda, teria dado a luz ao seu filho de forma milagrosa. Ela passa a imagem de mãe protetora e o seu filho, Jurupari, nasceu do fruto cucura-purumã, árvore que simboliza o bem e o mal na mitologia ‘tupi guarani’. 

Sumé 

Os indígenas acreditam que Sumé é um guardião da agricultura e também é o responsável pela disciplina e organização social dos povos indígenas. Ele também foi o responsável por ensinar o cozimento e preparação da macaxeira.

Algumas lendas contam que durante o período de catequização, os católicos associaram a figura de Sumé ao apóstolo São Tomé.

Arte: Bianca Duarte/Cedida

Akuanduba 

Representando a harmonia divina, Akuanduba é o deus da paz para a tribo dos Araras, localizada na Bacia do Xingu, no Pará. É famoso por tocar uma flauta capaz de trazer ordem ao mundo.

Segundo a mitologia, o Akuanduba lançou uma tribo inteira dentro do Rio Amazonas por causa da desobediência dos homens. Os poucos sobreviventes tiveram que aprender uma nova forma de viver. 

Yorixiriamori 

Yorixiriamori tem grande presença na crença da tribo ianomâmi e era um deus que, através do seu canto, conquistava as mulheres. A lenda conta que ele era perseguido por homens que o enxergavam como uma ameaça e para fugir, transformou-se em um pássaro.

Arte: Bianca Duarte/Cedida

Iara 

Conhecida pela sua estética encantadora, Iara, no indígena Iuara, é a sereia que mora nas águas dos rios. Com seus cabelos longos e pretos, ela possui o dom de atrair os pescadores com sua cantoria.

Com ciúmes da beleza de Iara, seus irmãos decidiram matá-la, mas a tentativa foi frustrada. Iara se defendeu e acabou os matando. Com medo de punições, ela se lança ao rio, onde é resgatada por peixes.

Iara se tornou a deusa das águas e os homens que eram atraídos por ela acabavam morrendo afogados nos rios ou enlouqueciam a ponto de precisarem de ajuda.

Wanadi

Na mitologia dos iecuanas, indígenas habitantes do noroeste de Roraima, existe a crença que o Sol teria criado três seres vivos para habitar a Terra. Os dois primeiros nasceram com alguma má formação e passaram a representar todos os males presentes na terra, desde a fome até doenças. Nascendo perfeitamente, o terceiro ser vivo, Wanadi passou a representar a bondade na terra.

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