Você sabia que os bumbás de Parintins são inspirados em raças reais de bois?

A rivalidade vai além da arena em Parintins: está no chifre, no porte, na história e até na genética. Sim, os bois são inspirados em raças reais, que ajudam a compor sua estética e fortalecer sua identidade.

No coração da Ilha Tupinambarana, como é conhecida a cidade de Parintins (AM), se transforma a cada ano no palco de uma das mais intensas manifestações culturais do Brasil: O Festival Folclórico, que não é só rivalidade, mas é arte em forma de boi-bumbá. Caprichoso e Garantido protagonizam esse espetáculo que mistura tradição, emoção e uma dose generosa de criatividade.

Porém, se engana quem pensa que a diferença entre eles se resume ao azul e ao vermelho, à estrela e ao coração. A rivalidade vai além da arena em Parintins: está no chifre, no porte, na história e até na genética. Sim, os bois são inspirados em raças bovinas reais, que ajudam a compor sua estética e fortalecer sua identidade.

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O ‘item 10’, carregado pelo ‘tripa’ (pessoa que conduz os movimentos do boi no bumbódromo), é um dos mais aguardados e razão pela qual o festival, hoje, é reconhecido mundialmente, inclusive como Patrimônio Cultural.

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Na arena parintinense, os bumbás são feitos de fibra, espuma, pano e diversos recursos especiais que os fazem lembrar os bois reais. Confira algumas dessas características marcantes das raças nas quais são inspirados:

Caprichoso como o próprio nome diz

Elegante, enigmático e sofisticado. Assim é descrito o boi Caprichoso. Com sua pelagem preta e brilho hipnotizante, ele representa “inovação e espiritualidade”. Seus chifres voltados para trás e a estrela na testa evocam o céu, um símbolo constante nas apresentações azuis.

A inspiração vem da raça Guzerá, um zebu indiano conhecido pelos chifres em formato de lira, pela força e pela imponência. Além do Guzerá, o Caprichoso também carrega traços do Indubrasil e do Zebu, formando um visual imponente.

De acordo com informações do Centro de Produções Técnica (CPT), o Guzerá é o exemplo de uma raça completa e versátil. “Também é provido de extrema beleza, além de ser considerado o mais pesado, o de maior porte e o de maior produtividade leiteira. Essa excelência garantiu o uso contínuo da raça em cruzamentos bem sucedidos não só no Brasil como também no mundo inteiro, o que sempre lhe garante novos criadores”, informa.

Nos bastidores, artistas se debruçam sobre cada detalhe: a postura altiva, os traços estilizados, a presença cênica. Tudo no Caprichoso é pensado para representar transformação e resistência, o “touro negro das Américas” que encanta e impõe respeito.

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Fotos: Fernando Frazão/Agência Brasil e Reprodução/CRV Brasil

Garantido em emoção e resistência

Do outro lado da arena, está o coração vermelho do Festival. Garantido, segundo seus torcedores, é visceral, apaixonado e popular. Seu chifre curvado para frente transmite bravura, representando o povo, a terra, a raiz.

Por isso, sua estrutura se inspira na raça Indubrasil, resultado do cruzamento entre Gir, Guzerá e Nelore, raças zebuínas adaptadas ao Brasil, conhecidas pela rusticidade e resistência. É forte e dócil, mas também imponente, chamando a atenção para si.

Segundo O CPT, o Indubrasil é “um gado mais alto, mais courudo, mais pesado, mais comprido e de maiores orelhas, quando comparado com outras raças. Por isso é chamado de ‘Gigante dos zebuínos'”.

Assim, a estética do boi vermelho valoriza os traços rústicos e expressivos: focinho mais robusto, cauda volumosa, testa larga. Cada traço é pensado para reforçar sua imagem como o “boi do povão”: simples, vibrante e emocionante.

Fotos: Lucas Silva/Secom AM e Jadir Bison/Reprodução

E aí? Já conhecia as raças bovinas que inspiram os bumbás do Festival Folclórico de Parintins?

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