Serpente suaçuboia é encontrada em trilha do Parque do Utinga em Belém; especialista dá orientações de cuidados

Animal pertence a família Boidae, com nome científico de Corallus hortulanus.

Uma serpente similar a jararaca foi encontrada e resgatada no último dia 1º, no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, em Belém. A ação foi feita pelo pesquisador botânico Arnold Patrick em companhia do gestor ambiental Augusto Jarthe.

Serpente também é conhecida como ‘Cobra Cachorro’ ou ‘Suaçuboia’. (Foto:Patrícia Madrini/Ideflor)

“A serpente estava na trilha da Mariana, foi encontrada pelo pesquisador botânico Arnold Patrick. A princípio, pensou tratar-se de uma jararaca, pois são bichos muito parecidos e me ligou para informar o registro. Fui então ao local, acompanhado do Arnold, e fizemos o resgate do animal, soltando-o nas proximidades do canal de ligação dos lagos, que é mais afastado da visitação”, contou o gestor ambiental.

De acordo com Augusto, essa é uma espécie de serpente relativamente comum no Parque do Utinga, pertence a família Boidae, com nome científico de Corallus hortulanus. Também é conhecida como ‘Cobra Cachorro’ ou ‘Suaçuboia’.

O animal tem algumas características muito semelhantes ao da serpente jararaca, como as cores marrom escuro e marrom claro, manchas em formato triangular, formato da cabeça que é absolutamente triangular e a sua pupila que normalmente não dá para ver, sendo também vertical. Se alimenta de mamíferos e aves, contribuindo com o controle dessas populações no Parque do Utinga. Por ser muito parecida com a jararaca, geralmente é morta pela confusão que os humanos fazem. Apesar de “dar o bote”, o animal é totalmente inofensivo e não tem veneno.

Na ocasião de um encontro imprevisto com um animal silvestre nas trilhas, é necessário tomar alguns cuidados e seguir regras básicas:

1) Nunca tente capturar um animal silvestre, mantendo sempre uma distância bem segura dele: isto é fundamental para a integridade física tanto do bicho como da pessoa que o observa. O contato físico com animais silvestres pode transmitir doenças específicas, conhecidas por zoonoses. Além disso, o estresse causado por um contato humano pode levar à morte espécies silvestres mais sensíveis.

2) Não impeça ou bloqueie a movimentação de um animal silvestre.

3) Não ofereça alimentos aos animais silvestres: alimentos humanos podem ser danosos aos silvestres, causando obesidade, intoxicação e outras doenças fisiológicas.

4) Caso encontre um animal silvestre aparentemente ou claramente ferido, acione a Polícia Militar Ambiental (BPA) ou o Corpo de Bombeiros Militar. Se o caso se der em uma Unidade de Conservação, pode-se entrar em contato com os servidores da instituição. Atualmente, a observação de animais silvestres é uma atividade desenvolvida em todo o planeta, porém, são nos países detentores de maior biodiversidade, como o Brasil, que esta atividade mais se manifesta. Em nosso país, algumas das áreas que se destacam neste segmento são as Unidades de Conservação da Natureza, como o Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna.

Observação

No Parque do Utinga, é possível observar uma longa e variada lista de espécies animais, como aves de todos os tamanhos, cores e cantos; primatas, como o ‘Macaco de Cheiro’ e o sagui preto; canídeos, como o cachorrinho do mato, tatús, capivaras, quatis, preguiças, tamanduás, cutias, ouriços, dentre tantos outros mamíferos. Além destes, há algumas dezenas de espécies cobrinhas e outras de sapos, rãs e pererecas, mais de uma centena de peixes, incluindo o maior das águas doces: o pirarucu. Para aqueles que curtem invertebrados, a lista é maior ainda.

A presidente do Ideflor-bio, responsável pelo Parque do Utinga, Karla Bengtson, diz que a observação de animais silvestres é considerada uma atividade de uso público, quando realizada em Unidades de Conservação. Ela objetiva garantir uma interação homem/animal de modo contemplativo, contribuindo para o desenvolvimento de uma conscientização ambiental mais ampla nas comunidades humanas afetadas.



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