A Polícia Civil do Pará deflagrou, nesta quinta-feira (20) a operação Virtualis, com objetivo de desarticular um esquema de fraudes ambientais que envolvia representantes de empresas madeireiras no Estado e servidores públicos da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa-PA). Ao todo, 14 pessoas foram presas, entre elas, sete servidores da secretaria, no Pará, e nos Estados do Maranhão e Bahia.
As investigações mostraram que o esquema envolvia inicialmente a obtenção de créditos virtuais, de forma irregular, por meio do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais do Estado do Pará (Sisflora), administrado pela Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Aliado a isso, as investigações apontam que havia pagamento de propina para fiscais da Sefa, que faziam “vista grossa” quanto ao deslocamento de caminhões com cargas de madeira. As empresas envolvidas teriam recebido no esquema 600 mil metros cúbicos de madeira serrada em créditos florestais entre 1º de março e 30 de setembro de 2013.
Nos locais de cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os policiais civis apreenderam anotações, documentos de movimentação financeira, computadores, entre outros objetos de interesse da investigação. Tudo vai passar por perícia.Somente uma das empresas do ramo de comércio e transportes de madeira recebeu, nesse período, 30.581,20 metros cúbicos, o que representa mais de R$ 14,5 milhões em créditos florestais. Durante as investigações, foi detectado o envolvimento no esquema de madeireiros, empresários e servidores públicos da Sefa.
Os levantamentos mostram que eles agiam em um esquema que também envolvia o pagamento de propina na Coordenação Executiva Regional de Administração (Cerat) da Sefa em Altamira, com participação de auditores fiscais e quatro funcionários do grupo de carreira da administração tributária. Os presos irão permanecer recolhidos à disposição da Justiça. As investigações continuam.