Exemplos de resistência, o Portal Amazônia listou a história de lideranças políticas e culturais de comunidades indígenas da Amazônia
Herança de uma outra visão de mundo, as mulheres desempenham papéis de destaque na cultura indígena. Prova disso, o Portal Amazônia listou a história de quatro mulheres inspiradoras que lideram, seja política ou culturalmente, comunidades indígenas da Amazônia. Confira abaixo:
Djuena Tikuna
Cantora do povo Tikuna, a maior nação indígena do país, Djuena é uma artista da região do Alto Solimões, no Amazonas. Nasceu na Terra Indígena Umariaçu, em Tabatinga, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.
Desde muito nova, Djuena Tikuna tem aprofundado não só as técnicas de canto, como o acompanhamento das manifestações culturais nos rituais de luta do movimento indígena da Amazônia.
Enquanto morava em Manaus, conheceu o teatro através da peça “Antes quando o mundo não existia”, um mito indígena adaptado para o teatro. Após essa primeira aparição nos palcos, participou de outras montagens, inclusive no cinema, interpretando e compondo trilhas sonoras.
Djuena é a primeira mulher indígena formada em jornalismo no Amazonas. Com a música, tem se apresentado em diversos eventos em todo o país e no exterior.
Joenia Wapichana
Primeira mulher indígena eleita deputada federal em 190 anos de Parlamento, Joenia Wapichana é da comunidade indígena Truaru da Cabeceira, em Boa Vista, pertence o povo indígena Wapichana, o segundo maior povo do estado de Roraima.
Formada em Direito pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), passou a atuar em defesa das comunidades indígenas por meio da assessoria jurídica do Conselho Indígena de Roraima (CIR). A sua formação lhe concedeu o reconhecimento de primeira advogada indígena no Brasil a atuar pelos direitos dos povos indígenas.
Depois da graduação, em 2011, Joenia Wapichana buscou aprofundar a formação na área e encarou o mestrado na Universidade do Arizona, Estados Unidos, onde cursou através de uma bolsa da Fundação Fullbright.
Nara Baré
Francinara Soares Baré, mais conhecida como Nara Baré, é a primeira mulher a assumir a liderança da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), a maior organização indígena do Brasil.
Nascida em São Gabriel da Cachoeira, município considerado o mais indígena do país, Nara é filha de mãe indígena e pai paraibano. Antes de ser eleita para a coordenação-geral, Nara atuou como tesoureira da Coiab.
Ela também cursou Administração na Universidade Estadual do Amazonas (UEA), mas não concluiu por já estar dedicando o seu tempo ao movimento indígena. Durante a graduação, ingressou no Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam).
Em 2020, recebeu o Prêmio Franco-Alemão de Direitos Humanos e do Estado de Direito em reconhecimento ao seu compromisso com a proteção do meio ambiente e a defesa dos direitos indígenas.
Vanda Witoto
Primeira vacinada contra a Covid-19 no Amazonas, a técnica de enfermagem Vanda Ortega Witoto ficou famosa por liderar um movimento de atenção à saúde no Parque das Tribos, bairro indígena de Manaus, durante a pandemia.
Vanda, de 33 anos, nasceu na comunidade ribeirinha de Amaturá e se mudou há 11 anos para Manaus, onde se tornou técnica em enfermagem. Ela trabalha tratando pacientes de câncer de pele em um hospital da cidade.
Além disso, Vanda é finalista do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e uma das mais importantes vozes indígenas dentro da universidade, integrando e fortalecendo os direitos dos povos na educação pública estadual.