O deputado estadual Carlinhos Bessa (PV) voltou a denunciar, na Tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quarta-feira (17/09), a precariedade no fornecimento de energia elétrica no interior do estado. Em seu discurso, o parlamentar citou acidentes graves e as constantes interrupções de energia, que têm causado transtornos e colocado vidas em risco nos municípios.
Bessa relatou um caso recente ocorrido no Lago do Caiambé, no município de Tefé, onde um morador recebeu uma descarga elétrica em razão da má conservação da rede.
“Em alguns locais, as redes estão praticamente na mesma altura de uma pessoa, permitindo que qualquer um encoste ou até tropece nos fios, sofrendo choques que já resultaram em mortes. Isso é criminoso e precisa de providências urgentes”, alertou.
O deputado afirmou que está encaminhando o caso ao Ministério Público para que a empresa seja responsabilizada.
Além dos acidentes, o parlamentar destacou que a Amazonas Energia vem realizando uma “manutenção sem fim”, resultando em 477 interrupções no fornecimento apenas nos últimos meses.
“Houve bairros, como o Abial, no município de Tefé, que ficaram 24 horas sem energia. O Ministério Público já expediu uma recomendação, mas acredito que é preciso ir além. São necessárias punição e medidas mais rígidas contra a empresa”, afirmou.
O parlamentar também criticou a disparidade entre a postura da concessionária diante do consumidor e sua responsabilidade com o serviço.
“Quando o consumidor atrasa alguns dias, o corte é imediato. Mas quando é para garantir energia de qualidade, vemos descaso e negligência. Essa empresa vem causando verdadeiro caos na vida da nossa gente no estado do Amazonas, e não podemos mais aceitar isso”, concluiu.
Carlinhos Bessa disse, ainda, que vai apresentar requerimento para que a empresa traga informações detalhadas sobre as ações da concessionária, a fim de subsidiar a atuação dos órgãos de fiscalização. Ele também pediu apoio dos demais parlamentares para cobrar uma postura mais firme e responsável da Amazonas Energia.
Festival traz palcos grandiosos, maior tonelada de equipamentos de sonorização e iluminação. Foto: Andrezza Mariot/PMBV
O Parque do Rio Branco já está no clima do Mormaço Cultural 2025, que chegou à sua 4ª edição repleta de novidades. Os palcos Sol e Lua passam por ajustes finais para receber artistas locais e nacionais, que se apresentarão nos dias 19, 20 e 21 de setembro.
Nesta edição, o evento contará com duas entradas e saídas para facilitar o acesso: uma na rua Ajuricaba, em frente à Academia América, e outra na avenida Sebastião Diniz, ao lado do Palco Sol. O espaço vai oferecer complexo gastronômico, área de merenda e de food trucks, garantindo opções de lazer e alimentação. A estrutura inclui uma Feirinha Literária e a Arena Hip Hop.
O palco Lua ganha forma às margens do Rio Branco, pronto para receber incríveis apresentações. Foto: Andrezza Mariot/PMBV
Festival cresce em conceito, formato e programação
Segundo o presidente da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista (Fetec), Dyego Monnzaho, o Mormaço Cultural 2025, tem redimensionado seu projeto para atender melhor toda a população. Ele destaca que o evento cresceu em todas as suas áreas de trabalho, tanto conceitualmente, no número de atrações e de artistas, de profissionais envolvidos, quanto na estrutura.
“Temos palcos maiores, maior tonelada de equipamentos de sonorização e iluminação, além de um trabalho de cenografia mais aprimorado, mais áreas instragramáveis e mais intervenções artísticas. Ou seja, ao longo dos anos, o festival realmente vem crescendo e se configurando como um dos maiores do Estado, sendo único dentro do seu formato e conceito de programação e atividades artísticas”, disse o presidente da Fetec.
O espaço vai oferecer áreas de gastronomia, de merenda e food trucks, feirinha Literária e a Arena Hip Hop. Foto: Andrezza Mariot/PMBV
Sobre o Mormaço Cultural
O festival contempla uma line-up diversa, que vai desde o pagode ao rock, do reggae ao pop, passando pelo trap, eletrônico, funk e rap. Além da programação musical, o evento também contará com apresentações de teatro de rua e diversas intervenções culturais.
O deputado Adjuto Afonso (União Brasil) utilizou seu tempo de fala no Pequeno Expediente desta terça-feira (16/09), no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), para destacar os resultados positivos da II Feira de Negócios e Inovação, realizada pela Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), nos dias 11 e 12 de setembro, no Centro de Convenções Vasco Vasques.
Nos dois dias de evento, foram liberados mais de R$ 9,6 milhões de crédito em mais de 600 operações realizadas, além da renegociação de 76 contratos com dívidas que somam R$ 1,52 milhão, segundo balanço da Afeam.
Ao todo, a Feira reuniu 82 estandes e atraiu mais de 5 mil visitantes, movimentando a economia local por meio da geração de negócios e oportunidades para empreendedores de diversos segmentos, que gerou aproximadamente R$ 500 mil de reais na comercialização de produtos e serviços, entre os expositores, fora a movimentação de fornecedores.
Para Adjuto Afonso, iniciativas como essa capitaneada pela Afeam são fundamentais para garantir a geração de emprego e renda e manter a população economicamente ativa presente no mercado de trabalho.
“Mais de um milhão e meio de dívidas foram renegociadas durante a Feira. Certamente essas dívidas eram de pessoas que não tinham condições de fazer essa negociação fora da Feira. São pessoas que agora estão voltando ao mercado, com suas dívidas regularizadas e podendo tomar novos créditos, não só na Afeam, mas também em outros agentes financeiros. Isso é muito importante para a saúde econômica do estado como um todo”, avalia o parlamentar.
Ele aproveitou, ainda, a oportunidade para parabenizar ao diretor-presidente, Marcos Vinícius Castro, e a toda a equipe da Agência de Fomento do Amazonas pelo sucesso da II Feira de Negócios e Inovação da Afeam.
“Parabenizo o presidente, os diretores e à toda a equipe da Afeam por mais esse brilhante evento que, sem dúvida nenhuma, foi de extrema importância para toda a população do Amazonas”, finalizou.
Teste rápido de IST no Amazonas. Foto: Divulgação/FVS-AM
Um estudo recente analisou a mortalidade por Aids no Amazonas, destacando o perfil sociodemográfico dos óbitos, a evolução temporal da mortalidade, o padrão de distribuição espacial e temporal, além dos fatores de risco e principais determinantes sociais, durante o período de 2007 a 2023.
A pesquisa foi apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), via Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), desenvolvida na Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
Intitulada ‘Análise espacial e temporal da mortalidade por Aids no Amazonas: uma abordagem sobre iniquidades’, a pesquisa foi desenvolvida pela graduanda em Medicina da Universidade Nilton Lins, Kaísa Lindomara dos Santos Figueiredo, e premiada com o 2º lugar na 10ª Jornada Científica da FVS-RCP.
O evento reconheceu os trabalhos de maior destaque acadêmico, concedendo menções honrosas aos três primeiros colocados, em celebração à excelência e relevância das pesquisas apresentadas.
Com a coordenação do doutor em Ciências Biológicas (Zoologia), Timoteo Tadashi Watanabe, da FVS-RCP, e sob a orientação do doutor em Epidemiologia em Saúde Pública, Daniel Barros de Castro, da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), o estudo investigou os padrões temporais e espaciais dos óbitos e os fatores individuais e sociais associados.
Análise dos dados sobre Aids no estado
“A pesquisa traz uma importante contribuição social ao evidenciar as desigualdades regionais e sociodemográficas que afetam a mortalidade por Aids no Amazonas. Ela mostra claramente quais populações estão mais vulneráveis e aponta caminhos para o fortalecimento das políticas públicas, como a descentralização dos serviços de saúde, a expansão da atenção básica, a ampliação da testagem precoce e o foco em populações-chave”, afirmou Kaísa Figueiredo.
Durante esse período (2007 a 2023), foram registrados 3.829 óbitos por Aids no estado. A análise revelou duas tendências: entre 2007 e 2012 houve um crescimento anual de 15,84%, seguido de uma redução média de 7,32% ao ano entre 2012 e 2023. Nesse aspecto temporal, o estudo observou um crescimento da mortalidade causada por Aids até 2012 e, a partir desse ano, uma queda sustentada.
Foto: Kaísa Lindomara dos Santos Figueiredo/Acervo pessoal
E sob a ótica de uma análise espacial, foi verificado inicialmente a interiorização dos óbitos para municípios, como: Tefé (distante a 523 km da capital) e os da calha do Rio Solimões e Alto Rio Negro. A partir de 2012, houve aumento em regiões do Baixo Solimões e do Baixo Amazonas. Após 2016, as taxas começaram a cair no interior, mas permaneceram elevadas em Manaus, Parintins (369 km) e Autazes (113 km).
O perfil das vítimas da Aids revelou ainda que o maior risco de óbito é em homens (73%), pessoas pretas (90%), jovens adultos (12-39 anos) e residentes da capital (82%). A transmissão sexual foi predominante (99%). Os fatores de risco identificados foram: idade avançada, sexo masculino, uso de drogas injetáveis e, principalmente, o diagnóstico já em estágio de Aids, que aumentou em 34 vezes a chance de óbito.
“É importante reforçar que a luta contra a Aids vai além do diagnóstico e do tratamento. Ela envolve também dimensões sociais, culturais e geográficas. Por isso, é essencial investir em educação, em saúde, redução do estigma e fortalecimento das comunidades mais vulneráveis, para que a resposta à epidemia seja de fato abrangente e eficaz”, observou Kaísa Figueiredo.
O estudo foi realizado a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinam) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Para a análise, foi utilizado o modelo Joinpoint na avaliação temporal, mapas temáticos no QGIS (software livre com código-fonte aberto) para a análise espacial e regressão logística multivariada para identificar fatores de risco. Além disso, foi realizado o record linkage entre as bases, o que possibilitou caracterizar melhor os óbitos.
Apoio da Fapeam
“O apoio da Fapeam foi fundamental. A bolsa de iniciação científica viabilizou a execução do projeto, garantiu acesso às bases de dados e possibilitou minha formação acadêmica e científica, fortalecendo também a pesquisa aplicada à saúde pública no Amazonas”, reforçou Kaísa sobre a importância do apoio da Fapeam.
O Paic/Fapeam contribui de forma significativa para o fortalecimento da pesquisa científica no Amazonas, oferecendo bolsas e oportunidades para que estudantes de graduação participem ativamente de projetos desenvolvidos em instituições de ensino e pesquisa, promovendo a formação de novos talentos, a geração de conhecimento e o avanço da ciência na região.
Premiação do Paic
Em 10 anos de Paic/Fapeam na FVS-RCP, 113 pesquisas foram realizadas por 105 bolsistas. A jornada científica contou com a apresentação em pôsteres das pesquisas, avaliação e premiação dos trabalhos desenvolvidos pelos 13 bolsistas da edição de 2024-2025, além da apresentação dos novos bolsistas do Paic da edição 2025-2026.
O primeiro lugar ficou com a bolsista Patrícia dos Santos Souza, pelo desenvolvimento do projeto “Vigilância Epidemiológica de espécie de cândida em efluentes clínicos: avaliação da carga fúngica em um hospital da cidade de Manaus”.
E o terceiro lugar ficou com José Victor Casas dos Santos, com o estudo “Características Sociodemográficas e Clínicas de pessoas vivendo com HIV/AIDS do Amazonas que abandonaram a terapia antirretroviral: estudo resgata Amazonas”.
População da Região Norte passará a receber alertas da Defesa Civil pelo celular. Foto: Divulgação/MIDR
Com 433 alertas enviados para as regiões Sul, Sudeste e Nordeste desde o início da operacionalização até o momento, o Defesa Civil Alerta, previsto para ser lançado nos estados no Norte no dia 20 de setembro, complementa o grupo de ferramentas da Defesa Civil Nacional para informar a população sobre os riscos de um desastre iminente e amplia a capacidade de resposta das autoridades. O Centro-Oeste receberá o sistema na próxima semana.
Além da nova tecnologia, também são utilizados outros canais de comunicação de risco, como SMS, TV por assinatura, WhatsApp, Telegram e Google Public Alerts, via Interface de Divulgação de Alertas Públicos (Idap).
A diferença das ferramentas anteriores para o Defesa Civil Alerta é que o novo sistema utiliza a rede de telefonia celular para enviar mensagens de texto e avisos sonoros para celulares em áreas de risco iminente.
Como funciona?
Os alertas aparecem de forma destacada na tela dos aparelhos e podem soar mesmo em modo silencioso. Não é necessário cadastro prévio e o serviço é gratuito.
A abrangência depende da cobertura de telefonia móvel e da compatibilidade dos dispositivos com as redes 4G ou 5G.
A Interface de Divulgação de Alertas Públicos é uma plataforma do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), operada pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), que permite o envio estruturado de mensagens de risco para a população.
A ferramenta reúne e organiza informações e permite que os alertas cheguem por diversos canais, como:
SMS: basta enviar o CEP para 40199. O serviço é gratuito.
Telegram: por meio de chatbot da Defesa Civil Nacional.
Google: alertas são exibidos ao buscar temas de desastres ou navegar em áreas de risco no Google Maps.
TV por assinatura: mensagens são exibidas diretamente na tela em situações de risco alto.
WhatsApp: para se cadastrar, basta interagir com o número (61) 2034-4611.
Defesa Civil Alerta: iminência de risco muito alto que exige preparação ou evacuação da área. Também gratuito.
Atualmente, cerca de 1.200 agentes em todo o território nacional estão cadastrados e capacitados para operar na Idap. A plataforma segue em constante evolução, com novas funcionalidades sendo integradas gradualmente para ampliar o alcance e a efetividade dos alertas.
De acordo com o coordenador-geral de Monitoramento e Alerta do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Tiago Schnorr, a Idap é um recurso complementar às ações locais, mas essencial para alcançar um público maior. “Ela não substitui as redes sociais ou mídias locais utilizadas por estados e municípios, mas é um poderoso reforço para garantir que as mensagens cheguem com agilidade e precisão”, afirma.
Balanço Defesa Civil Alerta
Foto: Luís André/Secom RS
Desde o fim do ano passado, quando começou a ser implementado, o Defesa Civil Alerta foi utilizado 433 vezes, sendo:
362 alertas severos (com tempo de preparação);
56 alertas extremos (com necessidade de ação imediata);
15 alertas de demonstração (para treinar a população).
Os estados com o maior número de alertas foram São Paulo (160), Santa Catarina: (160) e Minas Gerais (40).
Pesquisas arqueológicas ajudam a garantir preservação cultural na região. Foto: Divulgação/Governo de Rondônia
A pavimentação da RO-420, realizada pelo governo de Rondônia, por meio do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem e Transportes (DER-RO), é fundamental para o desenvolvimento regional, especialmente por ser a principal via de ligação entre os municípios de Nova Mamoré e Buritis. A rodovia representa não apenas um eixo de mobilidade para a população e órgãos municipais, estaduais e federais, mas também um canal estratégico para o escoamento da produção agropecuária, fortalecendo a malha viária do estado.
No entanto, além do avanço em infraestrutura, a obra carrega uma responsabilidade cultural: a preservação do patrimônio arqueológico existente na região.
Isso porque, de acordo com a legislação brasileira, todo empreendimento, independente do porte, precisa cumprir exigências de licenciamento ambiental que incluem estudos específicos voltados à avaliação de bens culturais. O órgão responsável por definir os critérios dessas etapas é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que tem como missão proteger e promover os bens culturais do país.
Pesquisas são essenciais para a preservação cultural
Os estudos arqueológicos são uma etapa primordial para que a obra na RO-420 continue avançando com segurança. Essas informações iniciais obtidas em campo dão o primeiro passo para etapas futuras, como a delimitação de sítios, escavações e emissão das licenças ambientais necessárias para a continuidade das obras, conciliando desenvolvimento socioeconômico com preservação cultural.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, unir progresso e preservação é essencial. “Quando levamos obras para a população, trabalhamos olhando além do presente, preservando a memória histórica e cultural do estado. A pavimentação da RO-420 vai melhorar a vida das pessoas, mas também respeita o passado daqueles que viveram nessa região”, ressaltou.
Pesquisas já revelaram vestígios de cerâmica arqueológica as margens da RO-420. Foto: Divulgação/Governo de Rondônia
Segundo o diretor-geral do DER-RO, Eder André Fernandes, as pesquisas arqueológicas são uma etapa fundamental para que a obra avance com segurança.
“Cumprimos todas as orientações do Iphan, porque entendemos que é possível trabalhar com eficiência sem deixar de respeitar o patrimônio cultural. O que está sendo feito na Rodovia-420 demonstra que a gestão estadual se preocupa não só com a qualidade das estradas, mas também com a valorização da história e da identidade regional”, afirmou.
O arqueólogo, Igor Andryanws, responsável pelas pesquisas, explicou como são conduzidos os estudos na região:
“Um sítio arqueológico é um espaço em que encontramos sinais de atividades humanas, desde fragmentos cerâmicos até estruturas que revelam modos de vida antigos. Cada vestígio é uma peça fundamental para entendermos como esses povos se organizavam, quais eram seus rituais e como interagiam com o meio. Além disso, nosso trabalho também inclui ouvir as comunidades locais, porque o patrimônio cultural não é feito apenas de objetos, mas de memórias vivas que precisam ser valorizadas”.
Começou a tramitar nesta terça-feira (16/9), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o Projeto de Lei (PL) nº 803/2025, oriundo da Mensagem Governamental nº 96/2025. A proposta autoriza o Poder Executivo a conceder remissão e anistia de multas e juros do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD).
No caso do IPVA, a matéria prevê, entre outras medidas, a redução de 50% no valor do imposto a partir de 1º de janeiro de 2026. O presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (União Brasil), destacou que a tramitação envolve análise nas comissões e, cumpridos os prazos regimentais, seguirá para votação em plenário.
Além da redução do IPVA, que deve beneficiar mais de 500 mil contribuintes, o pacote tributário inclui a possibilidade de quitação de débitos com descontos de até 95% em juros e multas relacionados ao ICMS e ao ITCMD. Também prevê a isenção do ITCMD para doações de imóveis por herança de até R$ 1 milhão.
O deputado Adjuto Afonso (União Brasil) ressaltou que a redução de impostos terá impacto direto na população, destacando os benefícios do pacote, que inclui ainda o Refis 2025, mecanismo que facilita a regularização de dívidas de pessoas físicas e jurídicas.
No total, estão em análise 57 Projetos de Lei (PL) e dois Projetos de Resolução Legislativa (PRL). Entre eles, o PL nº 750/2025, do deputado Roberto Cidade, que proíbe postos de combustíveis de expor preços promocionais vinculados a programas de fidelidade em maior destaque do que os valores reais cobrados a todos os consumidores.
Também tramita o PL nº 785/2025, da deputada Mayara Pinheiro (Republicanos), que estabelece diretrizes estaduais para prevenção, diagnóstico e tratamento da rabdomiólise.
Já o PL nº 795/2025, do deputado Thiago Abrahim (União Brasil), busca estabelecer normas gerais para concursos públicos no Estado, incluindo regras sobre a apresentação de laudos médicos por candidatos com deficiência.
Consta ainda o PRL nº 62/2025, da deputada Mayra Dias (Avante), que dispõe sobre a divulgação de informações de pessoas desaparecidas nos canais de comunicação da Aleam.
Mariah Carey, cantora referência do pop mundial, desembarca em Belém (PA) para um espetáculo inédito sobre um palco flutuante em formato de vitória-régia, montado no meio do Rio Guamá. A cantora participa do Amazônia Live, festival que une música, cultura amazônica e ação climáticas, pois inicia a contagem regressiva para a COP 30.
A apresentação, nesta quarta- feira (19), conta com a participação especial de artistas paraenses: Dona Onete, Joelma, Gaby Amarantos e Zaynara.
O evento promete reunir o pop internacional com os ritmos amazônicos, em um palco natural inspirado no cartão postal da cidade.
O público poderá acompanhar ao vivo pelo Globoplay e pelo Multishow, além de uma edição especial na TV Globo, exibida após o programa Estrelas da Casa.
Confira algumas curiosidades do show:
Um palco que homenageia a Amazônia
O palco, assinado pelo arquiteto e coordenador de cenografia Diego Campos, é em formato de vitória-régia, planta típica da Amazônia. A estrutura pesa cerca de 13,2 toneladas, sendo 10 apenas da base metálica em forma de pétalas, além de muita tecnologia e sustentabilidade envolvidas em sua construção.
As pétalas são revestidas com um material ecológico de alta definição que possui selo de sustentabilidade. Além de permitir ventilação, o revestimento garante segurança ao deixar o vento passar sem comprometer a estabilidade da estrutura.
A estrutura do show de Mariah Carey também conta com uma arquibancada montada sobre uma balsa, preparada para receber cerca de 500 convidados. Além disso, uma família de ribeirinhos vai poder acompanhar o show da varanda de casa.
A vitória-régia pode atingir até três metros de diâmetro e suportar até 50 quilos sobre suas folhas. Considerada uma das maiores do mundo, a planta é símbolo de força e delicadeza, o que inspirou a construção do palco.
A lenda sobre a vitória-régia conta que ela era originalmente uma indígena que se afogou após tentar pegar o reflexo da lua no rio. A planta hoje é conhecida como estrela das águas, já que para os indígenas a lua era Jaci, deusa da mitologia Tupi, que transformava os indígenas em estrelas.
O Rio Guamá como destaque
O Rio Guamá tem papel central no espetáculo, pois foi escolhido para receber a estrutura do palco da Amazônia Live.
Com 700 km de extensão e largura que varia de 1.360 a 2.000 metros, o rio é afluente do Pará e já é palco de tradições como o Círio da Água, procissão fluvial que acontece desde 1986 em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré.
Em alguns trechos, o Guamá registra o fenômeno da pororoca, quando suas águas se encontram com as do mar, formando ondas que podem atingir até quatro metros. Além disso, em sua margem direita está localizado o campus principal da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Artistas paraenses
Após se apresentar em São Paulo no festival The Town, a cantora Mariah Carey agora se prepara para um encontro com a música paraense, junto com Dona Onete, Joelma, Gaby Amarantos e Zaynara. O encontro das cantoras reúne quatro gerações de cantoras paraenses, que também estiveram no festival em São Paulo.
A proposta do show com Mariah Carey vai além do entretenimento, mas também mostrar que a Amazônia é importante e deve ficar de pé.
Além disso, a iniciativa reforça a proteção dos povos originários, contribuindo para o desafio global de reduzir as emissões de carbono, a inovação, a sustentabilidade e a valorização cultural.
Você sabia que um padre que atuou na região amazônica pode ser beatificado? Em abril deste ano, o papa Francisco declarou a beatificação do padre romano Nazareno Lanciotti, missionário que dedicou três décadas ao trabalho pastoral no Brasil e foi assassinado em 2001, no interior do Mato Grosso. O religioso ficou conhecido na região por denunciar esquemas de tráfico de drogas, exploração de menores e redes de prostituição.
Lanciotti nasceu em Roma, em 3 de março de 1940, e foi ordenado sacerdote em 1966. Após atuar por alguns anos na capital italiana, se envolveu com a Operação Mato Grosso, movimento de voluntariado que oferece atividades educacionais, culturais e serviços comunitários. Chegou ao Brasil em 1971 e se estabeleceu na aldeia de Jauru, na fronteira com a Bolívia.
Durante três décadas, o padre desenvolveu intenso trabalho missionário. Fundou, em 1974, a Paróquia Nossa Senhora do Pilar, onde foi o primeiro pároco, e ajudou a criar 57 comunidades eclesiais rurais. Também construiu a casa de repouso Coração Imaculado de Maria e abriu uma escola que fornecia educação e alimentação para crianças.
Padre Nazareno era querido na comunidade. Foto: Reprodução
Em 1987, Lanciotti ingressou no Movimento Sacerdotal Mariano, se tornando presidente nacional. A partir dessa função, organizou encontros de oração em todo o país e também idealizou um projeto de ampliação para um pequeno hospital local, motivado pelo elevado número de mortes infantis na região.
Em nota, a Arquidiocese de Cuiabá afirmou que o Padre Nazareno se destacou pelo compromisso com a justiça social. Denunciou a exploração de crianças e adolescentes, os esquemas de prostituição e tráfico de drogas no oeste do Estado, confrontando interesses escusos. Por isso, tornou-se alvo de perseguições e ameaças.
Ainda de acordo com a Arquidiocese, o reconhecimento de seu martírio pelos dicastérios da Santa Sé, confirmado pelo Papa Francisco, abre caminho para sua beatificação.
Assassinato do padre e investigações inconclusivas
Na noite de 11 de fevereiro de 2001, após celebrar uma missa, Lanciotti jantava com colaboradores quando foi surpreendido por dois homens encapuzados. Segundo a polícia, eles exigiram dinheiro.
O sacerdote teria respondido que poderia conseguir o valor no dia seguinte, quando os bancos abririam. Um dos criminosos disparou contra o padre, atingindo sua quarta vértebra, e teria cochichado que ele “incomodava gente poderosa”.
Nazareno foi levado de avião para um hospital em Cuiabá, mas morreu em 22 de fevereiro de 2001, aos 61 anos. As investigações nunca chegaram a uma conclusão definitiva sobre os mandantes do crime.
Padre Nazareno morreu em 22 de fevereiro de 2001. Foto: Reprodução
Como funciona o processo de beatificação?
No Vaticano, o processo de reconhecimento da santidade segue etapas rigorosas. Primeiro, o candidato é declarado servo de Deus. Após investigações mais profundas sobre sua vida e virtudes cristãs, pode receber o título de venerável.
Se comprovada a fama de santidade, o caso é encaminhado ao papa com pedido de beatificação. Dois teólogos, que não se conhecem e juram sigilo, analisam todo o dossiê. Se houver divergência, um terceiro parecerista é convocado.
A beatificação exige a comprovação de um milagre atribuído à intercessão do candidato. A canonização, quando a pessoa é declarada santa, requer a confirmação de dois milagres por meio de rigorosa análise científica e teológica.
Com a proclamação feita por Francisco, padre Nazareno Lanciotti passa a ser oficialmente beato, podendo ser cultuado pelos fiéis, sobretudo nas comunidades onde atuou e deixou marcas profundas de fé, solidariedade e defesa dos mais pobres.
Pesquisa também resultará na produção de um documentário. Foto: Rosana Cavalcante
Uma pesquisa realizada na Rodovia Transacreana tem envolvido mais de 300 mulheres do Movimento de Mulheres Camponesas da Transacreana com o foco de compreender de que forma essas mulheres mantêm práticas agrícolas, o saber sobre plantas medicinais e fortalecem a segurança alimentar de suas comunidades.
O trabalho de pesquisa de pós-doutorado ‘O papel das mulheres na conservação da agrobiodiversidade ao longo da Rodovia Transacreana em Rio Branco’ é da professora e ex-reitora do Instituto Federal do Acre (Ifac), Rosana Cavalcante, sob a supervisão da pesquisadora Dra. Viviane Kruel (Jardim Botânico do RJ), por intermédio da Escola Nacional de Botânica Tropical do Rio de Janeiro.
A pesquisa também resultará na produção de um documentário intitulado ‘Sementes de Resistência’, previsto para ser lançado em março de 2026.
“Elas são verdadeiras guardiãs da agrobiodiversidade. É conhecer as mulheres lá da Transacreana, mas saber o que elas plantam, de onde elas vêm, se o que elas plantam nos seus quintais veio transmitido da mãe, da avó, ou seja, qual o papel da mulher, a importância da mulher na preservação da agrobiodiversidade. E também a gente vai gravar um documentário com as mulheres da Transacreana, que se chama Sementes de Resistência. Vim convidar a vice-governadora, para que ela conheça esse trabalho com essas mulheres e visitar esse projeto,” disse Rosana.
A pesquisadora apresentou o trabalho para a vice-governadora do Acre, Mailza Assis, no dia 16 de setembro.
Foto: Rosana Cavalcante
Visibilidade paras as mulheres
Segundo Rosana, a proposta é dar visibilidade às mulheres que, apesar de serem responsáveis por grande parte da produção de alimentos, enfrentam desafios como falta de acesso à terra em seus nomes, crédito rural limitado e ausência de assistência técnica adequada.
“O que eu percebo? Invisibilidade. O que eu tenho que fazer? Estudar e mostrar para o mundo quem são essas pessoas pra gente tomar alguma providência. Não tem como, o documento da terra, ou seja, a mulher está na terra, mas o documento está no nome do marido dela, existe uma política do governo federal que vê isso. Mas o que mais a gente pode fazer para ajudar essas mulheres? Só 5% delas têm acesso ao crédito. Como a gente vai botar essas mulheres para ter mais acesso e assistência técnica rural?”, destacou.
Para Rosana, é fundamental que o poder público reconheça esse universo de mais de 10 mil famílias que vivem na Transacreana e inclua suas demandas em programas de governo. “É uma pesquisa científica, mas ao mesmo tempo é uma forma da gente conhecer aquela região, que não tem nada publicado”, pontuou.
A vice-governadora Mailza Assis parabenizou a iniciativa, ressaltando a importância de pesquisas que valorizem a participação feminina no desenvolvimento do estado. “É um trabalho inspirador, que mostra a força e a resistência das mulheres camponesas do Acre. Quero conhecer de perto esse projeto e contribuir para que ele se transforme em políticas públicas que ajudem essas mulheres a terem mais dignidade e oportunidades”, afirmou.