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Áreas de conservação regionais no Peru: o que são e como protegem a Amazônia?

No Peru, foram estabelecidas 32 Áreas de Conservação Regionais (RCAs) que desempenham um papel crucial na proteção da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável. Estas áreas, propostas e geridas pelos governos regionais em colaboração com as comunidades locais, são apoiadas por um regime jurídico especial para garantir a sua proteção em benefício da sociedade.

As ACRs são consideradas Áreas Naturais Protegidas (ANP) e estão classificadas dentro de áreas de uso direto, o que significa que o uso e a extração de recursos naturais são permitidos desde que estejam em consonância com os objetivos de conservação da área.
Foto: Agência Andina/Divulgação

No Peru representam uma pedra angular na estratégia nacional para a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável. Estas áreas destacam-se pelo foco na proteção de ecossistemas vitais e espécies emblemáticas, ao mesmo tempo que incentivam a participação ativa das comunidades locais na sua gestão e benefício.

Foto: Agência Andina/Divulgação

Uma característica distintiva dos ACR é a sua flexibilidade em termos de utilização dos recursos naturais. Ao contrário de algumas categorias de áreas protegidas que impõem restrições estritas às atividades humanas, os ACR permitem um certo grau de utilização dos recursos naturais, desde que seja feito de forma sustentável e compatível com os objetivos de conservação.

Esta abordagem reconhece a importância de equilibrar a conservação ambiental com as necessidades econômicas e sociais das comunidades locais que dependem dos recursos naturais para a sua subsistência.

Além disso, os ACRs funcionam como laboratórios vivos para pesquisa científica e educação ambiental. Estas áreas oferecem oportunidades únicas para estudar a dinâmica dos ecossistemas, monitorizar a biodiversidade e compreender os impactos das alterações climáticas e outras ameaças ambientais.

São também espaços ideais para a realização de programas de educação ambiental e de sensibilização comunitária , promovendo a compreensão e valorização da importância da conservação da natureza.

A criação e gestão de ACR não envolvem apenas a delimitação de limites territoriais e a implementação de medidas de proteção, mas também requerem uma abordagem abrangente que aborde os desafios socioeconómicos e culturais das comunidades locais. Isto pode incluir o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis, a promoção do ecoturismo responsável e a preservação das práticas e conhecimentos tradicionais relacionados com a utilização dos recursos naturais.

Foto: Agência Andina/Divulgação

ACR Comunal Alto Tamaya-Abujao (Ucayali)

Um exemplo representativo destas áreas é a ACR Comunal Alto Tamaya-Abujao em Ucayali. Localizada nos distritos de Callería e Masisea da província de Coronel Portillo, esta ACR abrange 150.010,82 hectares das Florestas Serranías Isoladas da Amazônia Ocidental e das Florestas de Bambu da Amazônia Sudeste do Alto Tamaya-Abujao. A sua criação tem como objetivo principal manter a provisão de recursos naturais e serviços ecossistêmicos essenciais para as comunidades locais, além de contribuir para iniciativas de mitigação das mudanças climáticas.

A importância deste ACR reflete-se no seu papel crucial na conservação das bacias hidrográficas das cabeceiras dos rios Tamaya e Abujao, afluentes vitais do rio Ucayali, beneficiando 495 famílias locais. Além disso, a sua presença reforça a proteção dos povos indígenas em situações de isolamento e contato inicial, evidenciada pela presença de um assentamento do Povo Isconahua na área.

Além disso, o ACR faz parte de um corredor de conservação biológica junto com a Reserva Nacional Matsés, o Parque Nacional Sierra del Divisor e a Área de Conservação Regional Imiria do Peru, bem como a área de conservação brasileira (Parque de Serra do Divisor).

Esta colaboração fortalece a proteção de espécies emblemáticas como o tamanduá-bandeira, a sacavaca, a maquisapa, o huapo-vermelho, o bugio, o puma e a arara, garantindo a preservação da biodiversidade da região.

Foto: Michell León/Naturaleza y Cultura Internacional

ACR Q’eros-Kosñipata (Cusco) 

A ACR Q’eros-Kosñipata, localizada nos distritos de Kosñipata e Paucartambo, na província de Paucartambo, cobre uma área de 55.319,97 hectares. Seu principal objetivo é proteger os frágeis ecossistemas de puna dos Andes Centrais e das yungas peruanas, destacando-se pela preservação das florestas relíquias de queñual e podocarpo.

Este novo espaço de conservação desempenha um papel fundamental na preservação das cabeceiras dos rios Rocomayo, Huaysampilla (afluentes do rio Pillcopata) e do rio Queros, garantindo um abastecimento de água vital para aproximadamente 90.325 residências no departamento de Cusco.

Além da sua importância para o abastecimento de água, a ACR Q’eros-Kosñipata faz parte de um corredor biológico chave juntamente com o Parque Nacional Manu , o Parque Nacional Bahuaja Sonene, a Reserva Comunal Amarakaeri e as Áreas de Conservação Privadas da Floresta Nublada, Wayqecha. e Japu – Floresta Ukumari Llaqta. Esta colaboração fortalece a proteção de espécies emblemáticas como o urso de óculos, o puma andino e o lobo do rio, garantindo a conservação da biodiversidade na região.

A criação da ACR Q’eros-Kosñipata foi realizada após um processo de socialização que envolveu a participação ativa das comunidades camponesas de Qeros, Quico e Marcachea, bem como das autoridades locais de Paucartambo e Kosñipata. Esta abordagem participativa garantiu o conhecimento e a aceitação dos benefícios derivados do seu reconhecimento como área de conservação regional.

*Com informações da Agência Andina

Jovens indígenas defendem legado de antepassados e proteção da floresta amazônica

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Jovens indígenas do município de Tapauá, no Amazonas, uniram-se para fortalecer e dar continuidade à luta, e legado de seus antepassados por direitos e proteção da floresta amazônica. Com este objetivo, foi criada a Associação da Juventude Indígena de Tapauá (Ojit), com jovens de diversos povos. 

O presidente da Ojit, Mário Júnior Batista de Lima, do povo Apurinã, explica que a juventude indígena do município estava desmobilizada e desmotivada, colocando em risco o futuro das lutas encampadas por seus antepassados e isso o incentivou a criar a organização.  

“Esse foi o motivo, porque percebemos que os nossos antepassados, nossos pais e tios, que estão lutando hoje, daqui um tempo vão parar. Se a gente, que é jovem, que é da juventude, não ‘pegar’ a frente, a gente não vai ter o conhecimento. Então, não vai ter como lutar pelos nossos parentes, pelos nossos povos”, explica o jovem líder indígena. 

Segundo ele, o outro motivo é que há associações de jovens em municípios próximos a Tapauá. “A gente entende que a juventude de Tapauá precisa desse incentivo. A gente vê que, hoje, em Canutama, Lábrea e Humaitá (municípios no interior do Amazonas) têm muitos jovens à frente dos movimentos. Percebemos que aqui em Tapauá não tem isso”, acrescentou Mário Júnior. 

O jovem líder também se preocupa para que as conquistas alcançadas por seus antepassados não sejam perdidas. “A ideia é colocar a juventude no centro da associação. Para que eles possam aprender a lutar pela causa indígena de Tapauá, por seus direitos e não ‘deixar morrer’ o que os nossos antepassados conquistaram. Então, seria injusto da nossa parte, da juventude, deixar isso tudo para trás, no esquecimento”, defendeu. 

Para Mirilaine da Silva Farias Apurinã, a união dos jovens numa associação garante a formação de lideranças, preparadas para assumir posição de relevância em suas aldeias e comunidades. “A gente embarcou nessa Organização da Juventude Indígena de Tapauá para levantar novos jovens e para desenvolver, junto com as pessoas que têm mais experiência do que a gente, e para formar novos caciques e cacicas nesse movimento”, declarou.  

Preservar as tradições dos povos indígenas também é um dos objetivos apontados por Mirilaine Apurinã. “Isso é importante para não perdermos a nossa cultura, né? Porque ultimamente, de uns tempos para cá, estamos perdendo muito da nossa cultura. Então, para não perder essa cultura, vamos tentar levantar os jovens para que defendam a nossa cultura”, concluiu. 

Foto: Michael Dantas

A criação da Ojit acompanha um movimento que vem ganhando força em Tapauá e tem a colaboração do projeto Governança Socioambiental Tapauá, implementado no município pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). O projeto vem fortalecendo as associações representativas de comunidades e aldeias do município. 

Sobre o projeto  

O projeto Governança Socioambiental Tapauá teve início em abril de 2022 por meio da iniciativa estratégica Governança Territorial do Idesam, com recursos da Rainforest Association e Embaixada da Nova Zelândia. O projeto tem como prioridade a realização de atividades para o fortalecimento de comunidades em Áreas Protegidas de Tapauá, como a Floresta Estadual (FES) Tapauá, uma Unidade de Conservação estadual; e as Terras Indígenas Apurinã do Igarapé São João e Apurinã do Igarapé Tawamirim. O projeto conta com a parceria da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema-AM) para avaliação e aprovação da execução por meio do Acordo de Cooperação Técnica N.º 003/2023. 

Escola no Pará ensina a elaborar vasos de cimento com toalhas reutilizadas

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O Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins (Ciebt), em Cametá (PA), ensinou em uma oficina a elaboração de vasos de cimento utilizando toalhas de banho usadas. A atividade ensina sobre educação ambiental, por meio da reutilização e reciclagem de materiais.

A oficina é promovida pela turma do curso técnico em Meio Ambiente, da modalidade subsequente, como parte das práticas de educação ambiental necessárias no cronograma de disciplinas do curso. Na ocasião, os alunos aprendem sobre os cinco “R’s” da sustentabilidade: reduzir, reutilizar ou reaproveitar, reciclar, repensar e recusar. Bem como incentiva os jovens sobre como empreender com adoção de alternativas sustentáveis de baixo custo e de grande benefício não só para o meio ambiente, mas financeiramente.  

Experiências que vão além e servem de inspiração para outras iniciativas sustentáveis, promovendo mentalidade mais consciente e sustentável, como reforça a diretora da unidade, Lidiane Gonçalves.

“Sabemos que o Meio Ambiente é assunto principal para quem vive na Amazônia. Nossa EETEPA Cametá sempre desenvolveu práticas sustentáveis e queremos agradecer o suporte que recebemos da SECTET em todas as nossas ações” ressalta a gestora. 

Escola Técnica de Cametá ensina como elaborar de vasos de cimento com toalhas reutilizadas. Foto: Divulgação

Para a coordenadora da oficina, Gilma Martins, “a atividade não só destaca a importância do reaproveitamento de resíduos como matéria-prima para novos produtos, mas também oferece uma alternativa de renda aos alunos, que podem comercializar os vasos que forem produzir”, disse.Foto: Divulgação

Para fazer as artes é necessário apenas o uso de cimento, água, quimikal e toalhas que iriam ser descartadas, e os vasos produzidos, podem ser usados como objetos decorativos para o plantio de plantas ornamentais e embelezar vários ambientes.  

Lana Carvalho dos Santos é estudante do curso e conta como a experiência é fundamental para abrir os horizontes para as diversas formas de sustentabilidade que norteiam o dia a dia. 

“A oficina é muito importante, nos ensina sobre a reutilização de materiais que, muitas vezes, iriam para o lixo, e por que não reutilizar e reciclar, né? Além disso, a oficina oferece momentos de interação, reflexão e diversão com a turma, mostrando como a atividade é importante não só na sala de aula, mas também fora dela, ou seja, vendendo os vasos para conseguir uma renda extra”, disse a aluna.

Escola Técnica de Cametá ensina como elaborar de vasos de cimento com toalhas reutilizadas

Os resultados da oficina serão apresentados durante a III Semana do Meio Ambiente, que ocorrerá nos dias 5, 6 e 7 de junho de 2024 na instituição. O evento é uma oportunidade para compartilhar práticas sustentáveis e reforçar a conscientização ambiental entre a comunidade acadêmica e o público e, geral.

*Com informações da Agência Pará

Decreto protege território paraense da entrada de praga devastadora do cacau e cupuaçu

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Publicado em edição extra, o Decreto estadual nº 3.954 no Pará proíbe a entrada, o trânsito e o comércio de materiais vegetais das espécies dos gêneros Theobroma e Herrania, e outras hospedeiras do fungo Moniliophthora roreri, causador da Monilíase, provenientes dos Estados com ocorrência da praga.

Saiba mais: Conheça a monilíase, doença fúngica que atinge o cupuaçu e o cacau

Conforme o decreto, as amêndoas de cacau fermentadas e secas, provenientes de áreas de ocorrência da Monilíase, só poderão entrar no território paraense desde que classificadas na origem, como Tipo 1 ou Tipo 2, e acondicionadas em sacarias novas.

O decreto estadual acompanha as legislações vigentes que tratam sobre a Monilíase como a Instrução Normativa nº 112, de 11 de dezembro de 2020, e a Portaria SDA nº 703, de 21 de dezembro de 2022, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), além da Portaria nº 7833, de 5 de dezembro de 2022, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ)

Foto: Divulgação

“Esse decreto estadual é mais uma medida importante e necessária para fortalecer todo o trabalho de defesa vegetal que vem sendo realizado desde o surgimento da doença no Estado do Acre e do Amazonas, num esforço que reúne várias instituições parceiras do setor agrícola para evitar que essa praga chegue ao nosso território e possa comprometer a nossa produção cacaueira”, destacou Jamir Macedo, diretor-geral da Adepará. 

Trânsito agropecuário

O trânsito interestadual de semente, mudas, frutos ou qualquer parte propagativa de espécies vegetais hospedeiras do fungo da Monilíase deve comprovar a origem por meio de nota fiscal, do certificado de semente ou do termo de conformidade, conforme legislação federal vigente (Lei Federal nº 10.711/2003 e Decreto Federal nº 10.586/ 2020).

Pelo decreto, toda cadeia produtiva envolvida na colheita, beneficiamento, recepção e embalagem de amêndoas de cacau ficam obrigadas a se cadastrar na Adepará.

“A obrigatoriedade do cadastramento das áreas de cultivo de cacau e cupuaçu é uma medida que visa garantir a rastreabilidade para que assim nós possamos atestar a comprovação de origem e consolidar dados oficiais sobre as cadeias produtivas desses frutos”, ressaltou a Diretora de Defesa e Inspeção vegetal da Adepará.

Foto: Divulgação

União de esforços

O cumprimento do decreto será de responsabilidade da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP) e da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA), no limite de suas competências. Nas ações de inspeção e fiscalização sanitária vegetal, os Fiscais Estaduais Agropecuários e os Agentes Fiscais Agropecuários, devidamente identificados, terão livre acesso aos estabelecimentos públicos ou privados que contenham os produtos proibidos pelo decreto.

A Adepará alerta que as cargas oriundas de outras unidades da Federação, em que o transportador não apresente a documentação de trânsito exigida nas barreiras de fiscalização fitossanitárias do Estado, ou apresente documentação em desacordo com as exigências da legislação em vigor, terão sua carga impedida de ingressar e transitar em território paraense.

Caso as cargas sejam interceptadas em municípios do interior do Estado, sem a documentação de trânsito exigida, ou apresentem irregularidades na documentação, o vendedor, o transportador e o adquirente da carga serão autuados e a carga será apreendida e sujeita às sanções legais.

As embarcações, carretas, caminhões, ônibus e veículos de passeio também estão sujeitos à inspeção fitossanitária e aos procedimentos de fiscalização previstos em lei.

Foto: Divulgação

Fiscalização

Na madrugada do último sábado,  25, equipes da Unidade da Adepará em Almeirim, no Baixo Amazonas, apreenderam 4 toneladas de amêndoas de cacau que saíram de navio do Amazonas com destino ao Pará. A carga foi interceptada no porto hidroviário de Almeirim, apreendida e incinerada no aterro sanitário do município, em função do alto risco que apresentava para a cadeia produtiva do cacau paraense. 

Educação Fitossanitária

Para sensibilizar a população paraense, sobretudo a que vive nas regiões do baixo Amazonas, área de risco para a entrada da praga, já foram realizadas duas edições da Caravana da Monilíase no Pará. Em 2023, a caravana aconteceu em Tomé Açu e este ano, o município de Juruti recebeu as ações educativas com o treinamento do corpo técnico da Adepará, que após dias de imersão nas metodologias inovadoras de educação seguiu para as comunidades rurais do município, informando sobre a doença e orientando que os moradores evitem transportar frutos de cacau e cupuaçu.

*Com informações da Agência Pará

Estudo aponta que animais amazônicos podem utilizar adaptações genéticas para enfrentar mudanças climáticas

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Um recente estudo, publicado no jornal ‘Diversity and Distributions‘, revelou que animais da Amazônia podem possuir condições genéticas adaptáveis às mudanças climáticas. O estudo foi conduzido por uma equipe internacional liderada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) em colaboração com pesquisadores da Universidade de Gotemburgo (Suécia), Kew Botanical Gardens (Reino Unido) e Universidade de Brasília (UnB/Brasil). O artigo também aponta estratégias para a manutenção desses processos biológicos fundamentais no bioma.

Buscando entender como os animais amazônicos podem se adaptar às mudanças climáticas, o grupo de pesquisadores utilizou o calango da mata rabo-de-chicote (Kentropyx calcarata), utilizando dados genéticos amostrados em populações naturais para inferir adaptação climática, dados climáticos atuais e projeções para 2040, 2070 e 2100 com base nos cenários do Coupled Model Intercomparison Project. Além disso, foram utilizados dados de desmatamento para prever onde esses grupos poderão viver no futuro.

No total foram analisadas e coletadas amostras de 112 lagartos de várias regiões geográficas. A partir disso a equipe, utilizando análises de associação genoma-ambiente, identificou as regiões do genoma (loci ou SNPs, do inglês single nucleotide polymorphism) que indicam variação genética adaptativa ao clima, identificando diferentes grupos genéticos adaptados a climas específicos, como áreas secas e mais sazonais no sudoeste da Amazônia e ao longo da região de transição entre a Amazônia e o Cerrado e áreas úmidas e menos sazonais da Amazônia central.

Foram usados modelos de como serão as temperaturas nessas áreas até 2100. A equipe avaliou a distribuição geográfica e potencial de resgate evolutivo entre populações da espécie em dois cenários, o moderado, com mudanças climáticas moderadas em relação ao clima que temos hoje, e o extremo, para onde estamos caminhando, com mais emissão de carbono e climas mais extremos em relação ao clima atual. As comparações apontam que, no cenário extremo, existe uma grande perda da distribuição potencial indicando alto risco de extinção local da espécie. Por outro lado, o que se mostra é que se a humanidade controlar as emissões de carbono, há uma previsão melhor quanto à distribuição potencial e o resgate evolutivo da espécie.

Paralelo a isso, os cientistas analisaram um conjunto de dados sobre a cobertura vegetal e o impacto humano, em cenários moderados e extremos. Nos cenários moderados, em que a floresta permanece do jeito que está, a espécie tem um bom potencial para se adaptar às mudanças climáticas até 2070. Mas se a floresta chegar a cenários extremos, de desmatamento e mudanças climáticas severas, essa variação genética pode não ser suficiente para evitar a extinção de populações locais, reduzindo também o potencial de adaptação da espécie como um todo.

Foto: Laurie Vitt

Resgate evolutivo

O resgate evolutivo é a possibilidade das adaptações evolutivas já existentes se espalharem ao longo da distribuição da espécie, prevenindo a extinção local frente às potenciais mudanças ambientais. Parte da espécie está distribuída em regiões mais secas da Amazônia e outras em partes mais úmidas. Como o clima tende a mudar, tendendo a ser mais seco e quente, o resgate evolutivo acontecerá quando indivíduos dessas populações adaptadas a regiões mais quentes conseguirem se manter e no futuro acessar através da dispersão na paisagem aquelas populações que perderam as áreas geográficas adequadas à distribuição.

Josué Azevedo, pós-doutorando do Inpa e primeiro autor do artigo, diz que se esses indivíduos das áreas mais secas migrarem para os lugares em que os indivíduos de áreas úmidas foram extintos, evitarão que a espécie desapareça daquela região.

“Nossos resultados mostram que, em cenários de mudanças climáticas moderadas mantendo a cobertura florestal, esta espécie tem um alto potencial de se valer de suas pré-adaptações e sobreviver até 2070 por meio do processo biológico natural de resgate evolutivo”, explica

O estudo sugere que outros animais podem ter adaptações similares. Uma hipótese avaliada pelo grupo de pesquisa é que a resposta do lagarto às alterações ambientais possa ser repetida em outras espécies.

Uma chamada à ação para conservação

O estudo mostra que as populações na região de transição entre a Amazônia e o Cerrado, que estão sob forte impacto humano e desmatamento, são fontes importantes de variação genética que ajudam na adaptação da espécie. Os pesquisadores afirmam que a persistência e dispersão de indivíduos com variantes genéticas adaptativas pode ser um mecanismo essencial para a manutenção da biodiversidade, potencialmente prevenindo processos demográficos que poderiam levar à extinção local.

Fernanda Werneck, pesquisadora do Inpa e líder do estudo, diz que as descobertas mostram que diferentes populações da fauna possuem vulnerabilidades e potenciais adaptativos distintos às mudanças climáticas e que essa variação precisa ser considerada para se construir estratégias de conservação da biodiversidade mais efetivas frente às mudanças ambientais em curso. Além disso, isso poderia não apenas salvar a espécie focal do estudo, mas também preservar a rica biodiversidade da região que depende da floresta para sobreviver.

“Apesar de parecerem pessimistas em um primeiro momento, nossos resultados reforçam janelas de oportunidade de ação e a urgência de políticas eficazes de conservação que integrem a proteção da floresta Amazônica e ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas através de processos biológicos que evoluíram ao longo da história de formação das espécies e populações naturais”, frisa Werneck.

Colaboração

O estudo, uma colaboração entre pesquisadores do Inpa, Universidade de Gotemburgo (Suécia), Kew Botanical Gardens e Universidade de Brasília. Foi financiado por Agências Nacionais: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Instituições Privadas Nacionais: Instituto Serrapilheira. Agências Internacionais: Swedish Research Council, Royal Botanic Gardens, Kew, NAS/USAID PEER Program, L’Oréal-UNESCO-ABC For Women In Science.

*Com informações do Inpa

Boa Vista Junina 2024: programação conta com shows e tradicional paçoca de graça

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O tradicional Boa Vista Junina começou dia 1º de junho em Boa Vista (RR), com uma programação que inclui apresentação de quadrilhas, shows com artistas locais e nacionais, além da ‘maior paçoca do mundo‘ que será distribuída de graça aos visitantes da festa.

Realizada até o dia 8 de junho na praça Fábio Marques Paracat, localizada na Avenida Ene Garcez, no Centro, a festa é promovida pela prefeita da capital.

Este ano, o tema é ‘O Arraial da Nossa Gente, Festa da Tradição, é Boa Vista Pra Frente’. Veja a programação completa:

Sábado (1º)

Arena Junina (onde ocorre a apresentação das quadrilhas)

  • 19h – Guerreiros de Jorge (grupo emergente)
  • 20h – Tradição Macuxi (grupo de acesso)
  • 21h – Macedão (grupo de acesso)
  • 22h – Explosão Caipira (grupo especial)

Shows

  • 19h – Fábio Gaiato e banda
  • 19h45 – DJ Stay Box
  • 20h15 – Angélica Dutra e banda
  • 21h – DJ Stay Box
  • 21h30 – Anne Louise Sanfoneira e banda Flor do Norte
  • 22h15 – DJ Stay Box
  • 23h – Elba Ramalho e Geraldo Azevedo 

Domingo (2)

Arena Junina

  • 20h – Coração do Sertão (grupo emergente)
  • 21h – Filhos de Makunaima (grupo de acesso)
  • 22h – Coração Alegre (grupo de acesso)
  • 23h – Zé Monteirão (grupo especial)
  • 00h – Agitação (grupo especial)

Shows

  • 19h – Sabá Kateretê e banda
  • 19h45 – DJ Grazziano
  • 20h15 – Katy Morais e banda
  • 21h – DJ Grazziano
  • 21h30 – Euterpe e banda
  • 22h15 – DJ Grazziano
  • 22h45 – Edilson Marques
  • 23h30 – DJ Grazziano
  • 00h – Zerbine Araújo e Paçoquinha de Normandia

Segunda-feira (3)

Arena Junina

  • 20h – Sanfona Junina (grupo emergente)
  • 21h – Evolução Junina (grupo de acesso)
  • 22h – Matuta Encantá (grupo de acesso)
  • 23h – Furacão Caipira (grupo gspecial)
  • 00h – Eita Junino (Grupo especial)

 Shows

  • 19h – Banda Forró Glória (Gospel)
  • 19h45 – DJ Goes
  • 20h15 – Reinaldo Barroso e banda
  • 21h – DJ Goes
  • 21h30 – Forro Di Chefe
  • 22h15 – DJ Goes
  • 22h45 – Nayadi Rayssa e banda
  • 23h30 – DJ Goes
  • 00h – Forró Kangaia

Terça-feira (4)

Arena Junina

  • 20h – Luar do Sertão (grupo emergente)
  • 21h – Joaninha Caipira (grupo de acesso)
  • 22h – Espantalho Junino (grupo de acesso)
  • 23h – Xamego na Roça (grupo especial)
  • 00h – Coração Caipira (grupo especial)

Shows

  • 19h – Forró de Boa
  • 19h45 – DJ Heverton Castro
  • 20h15 – Ellô Machado e banda
  • 21h – DJ Heverton Castro
  • 21h30 – Forrozão Espoka Sapato
  • 22h15 – DJ Heverton Castro
  • 22h45 – Walker Tavares e banda
  • 23h30 – DJ Heverton Castro
  • 00h – Forró Dubai

Quarta-feira (5)

Arena Junina

  • 20h – Arrasta Pé (Grupo de Acesso)
  • 21h – São Vicente (Grupo de Acesso)
  • 22h – Sinhá Benta (Grupo Especial)
  • 23h – Escola Forrozão (Grupo Especial)
  • 00h – Garranxê (Grupo Especial)

 Shows

  • 19h – Banda Beijo de Vaqueiro
  • 19h45 – DJ Larissa Meraki
  • 20h15 – Larissa Marinho e banda
  • 21h – DJ Larissa Meraki
  • 21h30 – Banda Forró Xote Bruto
  • 22h15 – DJ Larissa Meraki
  • 22h45 – Binho e Tefinho e banda
  • 23h30 – DJ Larissa Meraki
  • 00h – Pipoquinha de Normandia e Rainha do Forró

Quinta-feira (6)

Arena Junina

  • 19h – Coração de Estudante (grupo de acesso)
  • 20h – Estrela Junina (grupo de acesso)
  • 21h – Namoro Caipira (grupo especial)
  • 22h – Amor Caipira (grupo especial)

Shows

  • 19h – Brisiane e banda
  • 19h45 – DJ Anderson Souza
  • 20h15 – Anjo do Arrocha
  • 21h – DJ Anderson Souza
  • 21h30 – Emelly Oliveira e banda
  • 22h15 – DJ Anderson Souza
  • 23h – Marília Tavares 

Sexta-feira (7)

Maior paçoca do mundo (comida tradicional local feita à base de carne seca e farinha amarela) – a partir das 19h 

Arena Junina

  • 19h – Apuração do concurso de quadrilhas
  • 21h – Apresentação da Quadrilha Junina do Projeto Crescer
  • 21h40 – Apresentação Coral do Servidor

Shows

  • 19h – Geração de Adoradores (gospel)
  • 19h45 – DJ Toniolli
  • 20h15 – Forró De Maroto
  • 21h – DJ Toniolli
  • 21h30 – Felipe Cardoso e banda
  • 22h15 – DJ Toniolli
  • 22h45 – Neto Andrade e banda
  • 23h30 – DJ Toniolli
  • 00h – Esporão de Mandi

Sábado (8)

 Arena Junina

  • 19h – Quadrilha Junina do Projeto Social Conviver
  • 19h40 – Quadrilha Junina do Projeto Social Cabelos de Prata
  • 20h20 – Quadrilha Junina Infantil Coraçãozinho (convidada)
  • 20h50 – Quadrilha Junina Infantil Criança Caipira (convidada)
  • 21h20 – Quadrilha Caipira na Roça (Manaus/AM Convidada)
  • 22h – Apresentação da quadrilha campeã do grupo Emergente
  • 22h30 – Apresentação da quadrilha campeã do grupo de Acesso
  • 23h – Apresentação da quadrilha campeã do grupo Especial

 Shows

  • 19h – Trio Unidos do Norte
  • 19h45 – DJ Andrezinho
  • 20h15 – Jhon Mayson e banda
  • 21h – DJ Andrezinho
  • 21h30 – Dennis Martins Príncipe das Toadas
  • 22h15 – DJ Andrezinho
  • 22h45 – Forrozão Bixo de Pé
  • 23h30 – DJ Andrezinho
  • 00h – Nadynne Leal e Banda

Ao todo, 45 artistas locais se apresentam no palco do Boa Vista Junina. O tradicional concurso de quadrilhas juninas reúne 28 grupos durante as oito noites do arraial em 2024.

A ‘maior paçoca do mundo’ deve superar a última edição, em 2023, e bater o próprio recorde 1.264 kg – como ocorre em todos os ano desde 2015, quando a iguaria foi servida pela primeira vez no evento e pesou meia tonelada.

*Com Informações g1 Roraima

Iniciativa no Pará forma professores para propagação da cultura dos povos originários 

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Propagar entre professores e alunos a cultura dos povos originários. Este é o principal objetivo do Permear, projeto piloto da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, com a Prefeitura de Altamira, que visa formar docentes com ensinamentos e conhecimento que vão além do conteúdo dos livros didáticos tradicionais, valorizando, sobretudo, a essência das culturas indígena e negra e como elas devem ser percebidas e inseridas na sociedade. 

Os conceitos e primeiros resultados do Permear foram apresentados dia 23 de maio, durante o X Seminário Brasileiro de Meio Ambiente e Responsabilidade Social do Setor Elétrico, no Rio de Janeiro. Além de ajudar a combater a discriminação e o preconceito, o projeto tem como objetivo também atender a Lei Federal 11.645/2008, que determina as escolas a incluírem “no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

No entanto, a maior parte dos municípios do país têm dificuldades de executar o que manda a lei, sendo um dos gargalos o fato dos professores não terem a formação sobre a cultura dos povos originários. 

Em dezembro passado, após quatro meses de imersão, 37 professores não indígenas da rede pública de Altamira se formaram no conteúdo Histórias e Culturas Indígenas. Com foco no combate à discriminação étnico-racial, dez professores indígenas deram aulas a não indígenas sobre quem são, como e onde vivem, e o que desejam para seu futuro.

O projeto tem o potencial de multiplicar o conhecimento sobre os povos originários para 5.400 alunos da rede de ensino do Fundamental Maior (6º a 9º ano). O programa prevê ainda a elaboração de um livro direcionado aos professores e a criação de material didático para ser usado pelos alunos. 

O projeto foi idealizado pela antropóloga da Norte Energia, Vanessa Caldeira, e contou com apoio do consultor linguista Nelivaldo Santana, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutorando da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Esse é um projeto da agenda de Sustentabilidade da Companhia para trazer mais informação sobre os povos originários. A ideia é replicar o projeto para outros municípios, para o Estado do Pará e para todas as esferas de governo que tiverem interesse no programa”, afirmou Vanessa Caldeira, que apresentou o projeto no seminário.

O ideal do Permear é aderente à realidade daquela região. Somente no Médio Xingu, onde estão Altamira e nove municípios, de acordo com o Censo do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), em maio de 2023 a população indígena do Médio Xingu somava 8.584 indígenas de nove etnias, sendo 5.112 em terras indígenas e 3.472 em contexto urbano e áreas ribeirinhas de Altamira e outros sete municípios da região. 

O professor indígena Kwazady Xipaya Mendes, que foi um dos ministrantes da formação, defendeu a relação de pertencimento dos indígenas e não indígenas com o seu território.

“Agora a gente quer fazer o inverso. Há a necessidade de formar a sociedade não indígena, para que ela entenda o nosso mundo também. A forma de educação que a gente está propondo é para quebrar um preconceito que existe da sociedade não indígena, a partir do respeito e de um olhar sem discriminação”, explicou. 

Foto: Divulgação

Através do Permear, o professor Everaldo Oliveira viu a oportunidade de compartilhar um projeto que desenvolve há dez anos na Escola Otacílio Lima, da qual é diretor: o Coisa de Pretos.

“É preciso enfrentar o racismo produzido e fomentado dentro da escola pública, e para isso é fundamental a execução da lei que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história da cultura afro-brasileira e das pautas indígenas na educação básica. O Coisa de Pretos e o Permear devem ser comemorados e celebrados dentro dessa iniciativa de subsidiar pedagogicamente a construção e a afirmação identitária de crianças pretas e indígenas, através de práticas pedagógicas e artes educativas que favoreçam o enfrentamento ao racismo e também o combate à prática de reproduções racistas no ambiente escolar e fora dele”, considerou.

Desenvolvimento Sustentável da ONU

O projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), um apelo global ao enfrentamento da pobreza, proteção do meio ambiente e do clima, garantia de paz e de prosperidade a todas as pessoas, em todos os lugares, como parte da Agenda 2030. A iniciativa segue as diretrizes, principalmente, dos ODS 4 e 17, que estabelecem, respectivamente, ações que assegurem educação de qualidade e a busca de parcerias e meios de implementação de ações que contribuam com o desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Além disso, o PERMEAR pretende contribuir com a Década Internacional das Línguas Indígenas 2022-2032 (DILI), instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas, como resultado do Ano Internacional das Línguas Indígenas, proclamado pela UNESCO em 2019. Ele segue a linha do Plano de Ação Global para a DILI, tendo como princípio norteador a participação efetiva dos povos indígenas na tomada de decisão, consulta, planejamento e implementação, com o lema “Nada para nós sem nós”.

Vai fazer churrasco? Aprenda a fazer um vinagrete de banana pacovã

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Você gosta de churrasco? O vinagrete é um dos acompanhamentos mais pedidos quando o assunto é churrasco ou, para quem vive na Amazônia, uma banda de tambaqui assada.

O chef Pedro Bagattoli ensina uma releitura do clássico molho de acompanhamento com um toque amazônico: a banana pacovã como ingrediente especial. Confira:

Ingredientes

2 bananas pacovã 550g aproximadamente
3 tomates aproximadamente 270g
1 cebola roxa pequena aproximadamente 70g
2 pimenta de cheiro aproximadamente 15g
1 pimenta dedo de moça 5g
4 colheres cebolinha picada
20ml azeite
Suco de 1 limão
2 colheres de chicória ou coentro

Modo de preparo

Corte as fatias de banana na espessura de 3 cm;

Com um fio de azeite grelhe em uma frigideira dos dois lados e deixe dourar;

Assim que estiver gelado corte em cubos bem pequenos;

Em seguida, corte o tomate em cubos e cebola roxa em cubos, pimenta dedo de moça, pimenta de cheiro, cebolinha e coentro;

Misture tudo e tempere com sal, suco de limão e o restante do azeite;

Sirva com os nachos.

*Com informações do G1 Rondônia

Conheça a macaúba, ‘ouro’ da Amazônia que pode gerar seis vezes mais óleo que a soja

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A macaúba é conhecida por seus espinhos, pela copa volumosa que parece uma cabeleira e pode passar dos 15 metros de altura. Segundo especialistas, a planta tem grande potencial econômico, ambiental e pode se tornar uma fonte de energia renovável através do biodiesel, sendo até intitulada como “ouro amarelo“.

Pesquisas com a planta já são feitas há mais de 18 anos no Brasil e a primeira amostra foi encontrada em Santarém (PA). Registros apontam o uso da palmeira há milhares de anos no México, Colômbia e em outros Países.

O professor e pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Carlos Colombo, descobriu as utilidades da matéria prima retirada da planta. Segundo Colombo, o fruto da palmeira pode atender vários setores, como o da indústria alimentícia, energética e a de desenvolvimento agrícola com a recuperação do solo.

Produtos

Os dois óleos retirados da polpa e da amêndoa são as matérias primas principais do fruto, e podem ser usados na indústria cosmética e de energia renovável através do refinamento para a produção de biodiesel.

A casca pode ser misturada e adicionada na ração de animais de corte, como bovinos. Após a retirada do óleo da polpa em uma prensa extratora, o que sobrou é chamado de ‘torta da polpa’ sendo uma fonte alternativa proteica. Além de ser rica em fibra podendo ser inserida na dieta animal e humana.

Foto: Pedro Nascimento

Da amêndoa, após a retirada do óleo na prensa, o que sobrou é chamada de ‘torta’ que contém cerca de 38% de proteína e pode ser consumida.

O que sobra do fruto é utilizado para adubar o solo e aumentar a produtividade. A madeira da planta é uma boa opção para revestimento e pode durar mais de 100 anos. Até as folhas são aproveitadas para artesanato e fibra de tecido.

Energia renovável

O óleo apresenta grande potencial de fonte alternativa para energia renovável, através do biodiesel. Para Carlos, governos mundiais vêm adotando políticas que visam substituir fontes de energias de origem do petróleo. A emissão destes combustíveis geram grande impacto ao meio ambiente, por esse motivo o biodiesel que resulta do refino do óleo da macaúba é uma solução de fonte de energia renovável, causando menos impactos ambientais com a emissão na atmosfera .

De acordo com pesquisas elaboradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a macaúba é capaz de produzir cerca de cinco toneladas de óleo por hectare. A agroindústria busca gerar empregos em Rondônia, até mais que a produção de soja.

O pesquisador explicou que o óleo de soja, junto com o de dendê, corresponde a 70% do óleo vegetal usado no mundo. Cenário que deve mudar, já que a macaúba tem potencial de produzir por hectares seis vezes mais que a soja.

“Nós estamos engatinhando na pesquisa da macaúba. A vantagem é que hoje tem muito mais capacidade de gerar dados do que no passado. Então, para estruturar a cadeia de produção da macaúba, você precisa entender um pouco de tudo, desde a semente até a indústria tem que fechar tudo”, explica o cientista.

Foto: Reprodução/Embrapa

Produção sustentável

A macaúba pode ser produzida em cinco Biomas brasileiros se adaptando aos diferentes climas do país. Outro diferencial é que ela não precisa ser cultivada sozinha e pode ser plantada junto com a soja, algodão, milho e outros, além de pasto para bovinos.

O plantio da macaúba é uma alternativa sustentável para Rondônia e foi isso que motivou o empresário Maurício Conte a trazer produção de Macaúba para o estado.

O empresário contou que Rondônia é conhecida no exterior pelo desmatamento ilegal, por esse motivo viu na produção de macaúba uma maneira de diminuir o desmatamento e aumentar a geração de renda através da planta.

“A macaúba é um verdadeiro ‘ouro amarelo’, porque eu tiro o óleo da polpa e da amêndoa. Eu tiro a torta da amêndoa e da polpa para o gado para a ração de peixe; pode ser plantada consorciada com a soja, com o milho, com a pecuária e ele vai conseguir aumentar a renda ”, ressalta o empresário.

Geração de emprego

Em Rondônia a produção teve início com o plantio de cerca de mais de 15 hectares em Pimenta Bueno, de forma experimental. O avanço da indústria da macaúba em Rondônia visa beneficiar desde desde o pequeno ao grande produtor.

Maurício, explicou ainda que a macaúba gera quatro empregos a cada 10 hectares e a soja gera quatro empregos a cada 200 hectares. Isso mostra que a palmeira pode gerar 20 vezes mais empregos que a soja.

Um dos objetivos é triplicar a renda dos produtores que na maioria ainda estão no extrativismo. A renda pode ser aumentada sem retirar outras culturas do plantio de Macaúba. O empresário diz que a palmeira gera empregos desde o viveiro, onde é necessário ter cuidados específicos, até no refino do óleo para biodiesel.

*Por Mateus Santos e Pedro Nascimento, da Rede Amazônica RO

Festa Junina na Amazônia: veja onde curtir um bom “arraiá” na região amazônica

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Para a alegria de muitos, as festas juninas estão chegando! O mês de junho começou e trouxe com ele a temporada de festas juninas em todo o país. Na Amazônia, a programação dos “arraiás” se espalha pelas ruas, parques e espaços culturais das cidades, que oferecem comidas típicas da época, shows de artistas e brincadeiras tradicionais.

O Portal Amazônia encontrou algumas opções para quem quer entrar no clima das festas. Confira:

Terceira edição do Arraiá du Mercado Centrá (Amapá)

Isso mesmo. Uma das festas mais populares de Macapá já está confirmada. Entre os dias 13 a 16 de junho, a população pode conferir a programação junina no Mercado de Central de Macapá. A abertura do evento fica por conta do grupo de pagode nacional ‘Menos é Mais’.

Durante a programação, os grupos juninos serão avaliados e vão concorrer a prêmios de R$ 1 mil a R$ 4 mil, de acordo com a colocação e categoria.

 Festividades contam com comidas típicas. Foto: Rafael Aleixo/Rede Amazônica

São João da Thay (Maranhão)

Há seis anos, a influenciadora maranhense Thaynara OG realiza a festa ‘São João da Thay’. Este ano, o evento vai acontecer em formato de festival nos dias 7 e 8 de junho.

Com dois dias de muita música e cultura, todo lucro arrecadado durante o evento será revertido para entidades maranhenses.

Leia também: Caprichoso e Garantido participam pela primeira vez do ‘São João da Thay’, no Maranhão

Festival Folclórico do Amazonas (Amazonas)

Em Manaus, uma das principais festas é o Festival Folclórico do Amazonas. Em 2024, a programação vai acorrer entre os dias 8 a 23 de junho no Centro Cultural Povos da Amazônia, zona Sul de Manaus.

O evento conta com a disputa dos grupos juninos nas categorias: ouro, prata e bronze. Os bumbás de Manaus também participam das festividades.

Boa Vista Junina (Roraima)

Com o tema ‘O Arraial da Nossa Gente, Festa da Tradição, é Boa Vista Pra Frente’, a 24ª edição do Boa Vista Junina acontecerá entre 1 a 8 de junho, na Praça Fábio Marques Paracat.

Além das comidas tipicas e shows, a festa também contará com o concurso de 28 quadrilhas juninas que, pela primeira vez, se apresentarão no tablado da Arena Junina 100% coberto. A estrutura já está sendo montada.

Arraial Flor do Maracujá (Rondônia)

Se tem uma festa junina que os porto-velhense gosta é Arraial Flor do Maracujá. A festança acontecerá do dia 21 a 30 de junho, no Parque dos Tanques, localizado na Avenida Lauro Sodré, n ° 3102, bairro Nacional.

Segundo a administração estadual, durante a festa, haverá apresentações tradicionais de grupos folclóricos, atrações musicais e apresentações artísticas. Além da venda de comidas típicas de comerciantes locais.

Foto: Divulgação/Governo do Amazonas

Arraial de Santo Antônio de Lisboa (Pará)

Belém também se prepara para receber as festividades juninas. Um dos grandes eventos é o ‘Arraial de Santo Antônio de Lisboa’. Este ano, o evento segue até o dia 13 de junho na R. São Miguel, 943 – Jurunas.

Entre as atrações confirmadas do evento estão Pinduca, Mayara Cavalcante, Balada Kids, Diego Xavier, Carol Diva, além das apresentações de quadrilhas juninas.

Festa Junina – Cosplay Cuiabá (Mato Grosso)

E quem disse que o universo nerd não pode se chocar com a celebração junina? Em Cuiabá, o público pode acompanhar a ‘Festa Junina – Cosplay Cuiabá’ no dia 22 de junho, a partir das 19h, no Espaço Moriá, localizado na Rua 07, quadra 07 – lote 08, São Tomé 02.

Os ingressos custam R$ 25 (primeiro lote), R$ 30 (segundo lote) e R$ 35 (terceiro lote). Além da habitual programação junina, o evento vai ter Just Dance, Karaokê e competição de cosplay.

Arraiá da Capital (Tocantins)

Em Palmas, a produção do Arraiá da Capital está de vento em popa. A festa está marcada para acontecer de 18 a 24 de junho no estacionamento do Estádio Nilton Santos.

A cada ano, grupos de diversas partes da cidade, compostos por jovens de todas as idades, se unem para celebrar e fortalecer essa manifestação popular.