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Cine ODS transforma realidade em cinema na Zona Norte de Manaus

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Grupo trabalha com ODS em curtas-metragens. Foto: Divulgação

Na comunidade São Paulo Apóstolo, localizada no bairro Monte das Oliveiras, Zona Norte de Manaus (AM), mulheres, jovens e idosos se reuniram entre os dias 14 e 19 de julho para transformar histórias da própria realidade em curtas-metragens com forte apelo social e ambiental. Foi a primeira oficina do Projeto Cine ODS, idealizado e coordenado pelo cineasta Anderson Mendes, que promove oficinas práticas de audiovisual com uso de celular, articulando a linguagem cinematográfica aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Durante 20 horas de atividades, os alunos — muitos deles estreantes no universo do cinema — participaram de aulas sobre roteiro, produção, arte, figurino, técnicas de teatro, gravação, operação de câmera e edição. O resultado desse processo foram quatro curtas-metragens inéditos, todos produzidos de forma coletiva e com base em temáticas vividas pela própria comunidade:

  • 🎬 “O Suspiro”,
  • 🎬 “ConscientizAÇÃO”,
  • 🎬 “Quando o Igarapé Chora”
  • 🎬 e “Salve o Lago”.

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A mostra de encerramento aconteceu no dia 19 de julho e reuniu moradores, familiares, alunos e cineastas convidados, como Jorgemar Monteiro e o diretor de fotografia Alexandre Pinheiro, que assistiram e avaliaram os filmes. “Fiquei muito impressionado com ‘Quando o Igarapé Chora’. É um filme que emociona porque fala com verdade. E quando a verdade vem da experiência vivida, é impossível não se conectar”, afirmou o cineasta Jorgemar Monteiro.

Já para Alexandre Pinheiro, o destaque foi o filme “O Suspiro”: “A proposta estética do curta, com um tom distópico, é muito ousada. Para um trabalho feito em oficina, com celular, e com tão pouco tempo de preparação, é surpreendente o nível de entrega”.

Uma das alunas que emocionou o público foi Ioná de Souza Lima, de 62 anos, roteirista, produtora e atriz do filme “Quando o Igarapé Chora”. “Nunca pensei que faria um filme e ainda atuaria! Estou muito orgulhosa. Contar a história do lixo no igarapé do Passarinho é importante porque isso já aconteceu comigo, já vi a rua alagar por causa de lixo. A gente vive isso aqui”.

A jovem Brenda Cristyne, que escreveu e dirigiu “O Suspiro”, também falou sobre a experiência: “Foi incrível poder escrever e dirigir um filme sobre um futuro distópico. Eu nunca tinha dirigido antes e agora já quero fazer mais”.

Sua colega de equipe, Letícia Silva de Sousa, que produziu e atuou no filme, completou: “Fiquei muito feliz com meu papel. Foi uma experiência nova, e mesmo com dificuldades, conseguimos criar algo lindo”.

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Ao final da mostra, todos os participantes receberam seus certificados em uma celebração marcada por emoção e reconhecimento. “O Cine ODS tem como missão democratizar o acesso à produção cultural e ao mesmo tempo promover uma educação ambiental transformadora. A escolha de trabalhar com os ODS e usar o celular como ferramenta principal é estratégica: aproxima, empodera e engaja a juventude e a comunidade”, destacou o coordenador Anderson Mendes.

A equipe de educadores foi formada por profissionais com décadas de experiência no audiovisual e nas artes. A psicóloga e atriz Keylla Gomes, atuante há mais de 25 anos, celebrou a potência da turma: “Foi emocionante ver como cada um encontrou sua voz criativa. Trabalhar com essa turma me lembrou do porquê escolhi ser arte educadora”.

A historiadora e produtora cultural Francy Junior, com 30 anos de trajetória, reforçou: “Eles não apenas aprenderam técnicas, mas contaram suas verdades. Isso é cinema de raiz”.

O jornalista e radialista Adailton Santos, também parte da equipe, complementou: “Essa oficina foi um sopro de esperança. A periferia tem potência criativa e precisa de oportunidades como essa”.

Agora, o Cine ODS segue sua jornada. A segunda oficina já tem data marcada e acontecerá entre os dias 21 e 26 de julho, desta vez na Paróquia da Igreja de Santo Antônio, no bairro de Santo Antônio, zona oeste da cidade. A oficina será realizada de forma presencial e online, ampliando ainda mais o acesso à formação audiovisual na capital amazonense.

Os filmes produzidos durante a primeira oficina já estão disponíveis no YouTube e podem
ser assistidos no link:

CINE ODS é um projeto contemplado através da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, por meio do Conselho Municipal de Cultura – CONCULTURA, Manauscult, Prefeitura de Manaus, Ministério da Cultura e Governo Federal. Tem o apoio institucional da comunidade São Paulo Apóstolo, Paróquia Santo Antônio Arquidiocese, Fundação Rede Amazônica, Movimento das Mulheres Negras da Floresta – Dandara, Ykamiabas Produções, Mk Produções, Branca3 Filmes e Feitoza Mídias.

O som que não pode silenciar: a luta pela memória da batucada no Maranhão

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Foto: arquivo pessoal

Nas ruas de terra batida, nos terreiros das comunidades quilombolas, nas vielas das cidades do interior e nos centros culturais urbanos, ecoa o som da batucada: ritmo que embala, há gerações, o carnaval do Maranhão.

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Para registrar essa herança vibrante e garantir sua memória para as próximas gerações, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), deu início a uma pesquisa inédita para realizar um levantamento das brincadeiras tradicionais do Carnaval, especificamente focado na batucada.

O som do batuque, com sua característica marcante, é o elemento que une os três principais tipos de brincadeiras carnavalescas: as turmas de samba, os blocos tradicionais e as escolas de samba. A pesquisa identificou uma correlação no processo de evolução histórica, em que algumas turmas deram origem a escolas de samba, que, posteriormente, transformaram-se em blocos tradicionais.

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O som da batucada é o ritmo que embala, há gerações, o carnaval do Maranhão.
O som da batucada é o ritmo que embala, há gerações, o carnaval do Maranhão. Foto: arquivo pessoal

Desde 2023, o projeto, coordenado pela professora do Grupo de Pesquisa Religião e Cultura Popular (GP Mina), Marilande Abreu, já percorreu 44 municípios do Maranhão, alcançando mais de  cem comunidades, produzindo um levantamento etnográfico que integra um novo modelo digital do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC). 

No processo, a equipe ouviu as histórias dos detentores de saberes tradicionais. Em cada cidade visitada, várias entrevistas foram realizadas, principalmente, em comunidades rurais e quilombolas, com mestres da cultura popular, familiares de fundadores, gestores culturais e lideranças comunitárias para entender melhor sobre o histórico das brincadeiras. Para Marilande, ouvir a emoção dos brincantes, ao falarem sobre suas experiências, foi uma vivência profundamente marcante.

“A emoção que suscita às pessoas mais idosas que nós entrevistamos, que estavam à frente dessas brincadeiras, há cinquenta anos, sessenta anos, quando iam nos relatar na entrevista, eles choravam, se emocionavam. E essa emoção, esses afetos acionados ali têm a ver com a memória e história do grupo ali colocada. Esse foi um dos elementos que me marcaram bastante”, relatou a professora.  

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Memória e significação  

O som da batucada é o ritmo que embala, há gerações, o carnaval do Maranhão. Foto: arquivo pessoal

Muito além da mera diversão, as brincadeiras se integram a festividades que resultam de um longo processo histórico de formação da sociedade brasileira. Envolvem, com alegria, a tradição do catolicismo popular e expressões afro-indígenas, compondo um amplo e vibrante ciclo de festas populares que marcam o calendário cultural de comunidades rurais e urbanas no Maranhão. Assim como o bumba meu boi, o tambor de crioula, a Festa do Divino Espírito Santo e o Baile de São Gonçalo, o carnaval assume um caráter ritualístico, sendo um momento de celebração coletiva imerso em devoção.  

O elemento principal que inspira as festividades, como explica Marilande, é o próprio cotidiano. “A história da comunidade está diretamente ligada à história dessas brincadeiras. Está relacionado com o trabalho deles como pescadores, como trabalhadores rurais. Geralmente, são grupos mantidos por eles próprios. Por exemplo, nas cidades de médio ou pequeno porte, essas brincadeiras vão ter temas, enredos que vão contar a história da cidade, muitas vezes, homenagear as pessoas que foram importantes”, explicou.  

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Em busca da valorização 

Apesar da grande importância sociocultural, as brincadeiras carnavalescas tradicionais, por décadas, existiram de forma quase solitária, sustentadas pelo esforço coletivo das comunidades, mesmo diante da falta de políticas públicas de incentivo. Em meio a essas dificuldades, as pessoas ainda se alegram em torno do batuque dos tambores. 

“Eles resistem a todas as dificuldades que existem. Por exemplo, os conflitos de terra, quando se trata de algumas comunidades que vivem conflitos de terra, desamparo de políticas públicas de cultura quando chega o período do carnaval”, pontuou Marilande. 

Nas ruas de terra batida, nos terreiros das comunidades quilombolas, nas vielas das cidades do interior e nos centros culturais urbanos, ecoa o som da batucada. Foto: arquivo pessoal

Nesse contexto, iniciativas como a da UFMA e IPHAN dão novo fôlego para o processo de valorização dessas tradições, sendo uma retomada importante para a conservação da cultura popular. Mais do que um levantamento técnico, a pesquisa  tornou-se um gesto de reconhecimento e escuta. Ao mapear essas brincadeiras, o projeto também ilumina as histórias de luta e pertencimento do povo maranhense. 

“O inventário é uma primeira etapa, que é o reconhecimento da importância dessas brincadeiras para os grupos que realizam. […]. Eles podem, se organizar, se fortalecer como grupos tradicionais e buscar resistir […]. Pode ser o início do resgate dessa manifestação tradicional”, ressaltou a professora.  

A expectativa é que, a partir desse trabalho, os resultados sirvam de base para políticas públicas mais sensíveis às realidades locais e garantam que as futuras gerações não apenas herdem o som da batucada, mas também entendam seu significado e importância histórica.  

Para Marilande Abreu, as universidades desempenham um papel também de reconhecer a cultura e o conhecimento produzido pelas comunidades tradicionais.   

“Então, eu acho que um dos papéis da Universidade é exatamente esse de levar essas outras formas de saber e de existência para dentro da própria Universidade, tornando-se um lugar de troca, não somente o conhecimento acadêmico, científico, como a gente tradicionalmente pensa a Universidade, mas ela também, como um lugar plural de conhecimento”. 

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Mais do que preservar o passado, é construir o futuro

Ao longo do trabalho de campo, uma percepção tem sido constante entre os pesquisadores: a importância de sensibilizar as novas gerações para que reconheçam o valor dessas manifestações culturais. Como ressalta a professora, um dos objetivos da pesquisa também é o de  estimular o olhar da juventude para a própria história. 

“Eu acho que uma das perspectivas importantes que o inventário aponta é que já existem jovens à frente. E esses jovens podem se tornar referência para a brincadeira, para as batucadas, para que eles possam chamar, sensibilizar a juventude das comunidades de uma forma mais ampla”.  

Para além do registro, o estudo se transforma em um elo entre passado, presente e futuro, garantindo que o som da batucada continue nas ruas, nas praças e nas memórias de quem ainda está por vir.

*Com informações da Universidade Federal do Maranhão

Defensoria tenta evitar remoção e garantir futuro de flutuantes no Tarumã, em Manaus

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Foto: Rede Amazônica AM

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) tenta garantir a permanência de flutuantes nas calhas dos rios Tarumã e Tarumã-Açu, em Manaus. A atuação ocorre após uma decisão judicial determinar a remoção dessas estruturas da área.

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Conforme a DPE-AM, os flutuantes são utilizados tanto para moradia quanto para atividades econômicas, e a retirada pode causar impactos sociais e econômicos às famílias e empreendimentos que atuam na região. O órgão informou que solicitou a suspensão da decisão judicial.

Defensoria tenta evitar remoção e garantir futuro de flutuantes no Tarumã
Flutuantes no Tarumã, em Manaus. Foto: Rede Amazônica AM

A Justiça atendeu a uma ação do Ministério Público Federal (MPF) e determinou a remoção de flutuantes construídos sem autorização ambiental. A decisão levou em conta o risco de poluição e ocupação desordenada nas margens dos rios.

Ainda não há prazo definido para a retirada. A Defensoria informou que acompanha o caso e busca alternativas que preservem os direitos das comunidades afetadas.

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Situação atual da retirada dos flutuantes do Tarumã

Comércio sobre as águas. Foto: Divulgação
  • O Ministério Público do Amazonas (MPAM) pediu que a verba para retirar os flutuantes da orla do Tarumã-Açu seja incluída no orçamento da prefeitura. O pedido foi feito em janeiro de 2025 pela promotora Lilian Stone.
  • Em março de 2023, a Justiça suspendeu a ordem de remoção dos flutuantes.
  • Em maio de 2023, o juiz autorizou a retomada do plano de remoção.
  • Em junho de 2023, a prefeitura solicitou ajuda financeira para continuar as remoções.
  • A ação foi suspensa novamente pela vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Joana Meireles.
  • O procurador do município explicou que a prefeitura arcaria com todos os custos da operação, incluindo equipamentos, transporte e alimentação.
  • A promotora Lilian Stone reforça que os recursos para a retirada devem estar previstos no orçamento municipal.
  • Ela também exige que a prefeitura cumpra a decisão judicial e comece a retirada dos flutuantes, apresentando provas do andamento do trabalho.
  • Caso isso não aconteça, a promotora pede cronogramas e relatórios periódicos para acompanhar o cumprimento da medida.

A bacia do tarumã vem sofrendo com a urbanização desenfreada e a falta de conscientização da população. Conheça a trajetória do projeto Tarumã Alive com a cantora Marcia Novo:

*Por g1 AM

Porto de Manaus: a história das negociações antes da criação do Roadway

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Rampa da Imperatriz. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br

A falta de um porto amplo e moderno na capital do Amazonas, Manaus, comprometeu por muitos anos a economia da região. Dentre as constantes lamentações governamentais, repetiu-se, por muitos anos, a falta de condições de serviços de embarque e desembarque de mercadorias em Manaus, cujo sistema era rudimentar e muito deficiente, pois a cidade não dispunha de um porto devidamente equipado, recorrendo-se com frequência ao porto de Belém, no Pará, para escoar grande parte da produção extrativa que era exportada.

Essa situação, além de produzir grandes prejuízos ao comércio local, afetava também, a receita do cofre estadual. Durante o período provincial, e mesmo nos dez primeiros anos da República, os administradores mencionavam obras e reparos de rampas e trapiches no litoral da cidade, no entanto, essas obras não superavam definitivamente os velhos problemas, principalmente no período de seca, quando o Rio Negro baixava o seu nível sensivelmente, impedindo que os barcos aportassem nas rampas. As obras executadas naquela época não tinham estrutura nem porte para solucionar os problemas de embarques e armazenamento de mercadoria com segurança e eficiência.

Dentre as obras construídas nesse período, destaca-se o trapiche 15 de novembro, concluído em 4 de janeiro de 1890, durante a administração do capitão Augusto Ximeno de Villeroy (SOUZA, 1966, Pág.: 71). Provavelmente essa obra seja a mesma que os últimos relatórios da província se referem como trapiche Princesa Isabel e que, durante a presidência de Joaquim de Oliveira Machado (1889, pág.: 41), tinha sua fiscalização a cargo do engenheiro Eduardo Ribeiro, chefe da 1.ª seção da Repartição de Obras Públicas.

Leia também: Manaus em 1900: uma cidade que não existe mais

Trapiche da Recebedoria. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

No primeiro ano da República, durante o governo de Gregório Thaumaturgo de Azevedo, foi firmado um contrato com o engenheiro civil João Martins da Silva para realizar trabalhos de melhoramentos do ponto de Manaus e, esse contrato foi renovado durante a administração de Eduardo Ribeiro (1893, pág.: 7) alegando que tal procedimento traria grandes vantagens para o estado. Com a inovação do contrato, seria possível atender a uma necessidade palpitante para a cidade, considerando o modo lastimável com que faziam os trabalhos de cargas e descargas do porto.

O governo dizia que o serviço público e particular sofre sempre, além de grandes vexames, atropelos e graves prejuízos. A questão dos melhoramentos do porto de Manaus só foi retomada na administração de Fileto Pires Ferreira (1900, pág.: 85), o qual informava que, após a revisão do contrato, o contratante havia se retirado do Amazonas e que só regressara em junho de 1897, trazendo em sua companhia um representante de uma das principais casas da Inglaterra, como é a de Punchard, Mc, Taggat, Lowther & C.

Naquela oportunidade, o engenheiro Martins apresentou os planos e o orçamento para a execução das obras que foram aprovadas depois de ouvidas as autoridades competentes e com as modificações aconselhadas pela comissão de saneamento de Manaós, conforme os pareceres de 17 de junho e de 7 de julho de 1897.

No entanto, o governador confessou que, vendo porém, que o sr. Martins não levava as obras do porto e que o representante inglês estava próximo de retirar-se sem nada resolver, tratou de negociar diretamente com o senhor D. Weir, que era o representante da casa inglesa, no intuito de levar adiante as referidas obras.

As negociações para executar os melhoramentos do porto continuaram a ser feitas de maneira lenta até janeiro de 1898, quando o governador Fileto Ferreira (1898 pág.: 36) comunicava ter o comissário do Governo Federal, Alexandre Sattamini, questionado a competência do estado em contratar melhoramento do porto. Rapidamente a questão tomou grandes proporções e, em 5 de fevereiro do mesmo ano, foi aprovada a Lei n.° 198 (coleção de leis, 1897 – 1899, 1902, pág.: 30) autorizando o governo do estado a entrar em acordo com o Governo Federal e o contraste das obras do porto.

Praça da Matriz e parte do Ancoradouro do Rio Negro. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

No entanto, em abril daquele ano, Fileto Ferreira retirou-se para Europa, sendo substituído por seu vice, José Cardoso Ramalho Júnior (1898, pág.: 5), que em junho de 1898, informava que em consequência do questionamento feito pelo comissário Santtamini, o governo do estado foi convidado pelo Ministério da Fazenda a rescindir o contrato com o engenheiro Martins, por ter sido considerado atentatório dos direitos da união e caso a recomendação não fosse atendida, ameaçava com uma ação de inutilidade.

Ainda em julho daquele ano, o Decreto n.° 257 (Ferreira, 1900, pág.: 106), autorizava a abertura do crédito necessário para indenizar o engenheiro João Martins da Silva pela rescisão do contrato. Em junho de 1899, o governador Ramalho Júnior (1899, pág.: 24) comunica que a questão já se debatia há muito tempo, sem ainda haver tido a sua necessária solução, enquanto isso, Manaus continuava sofrendo as deficiências do serviço do porto. Em setembro do mesmo ano, a lei n.° 218 (coleção de leis do Amazonas, 1897-1899, 1902, pág.:88) autorizava o Poder Executivo a entrar em acordo com o Governo Federal no intuito de levar a efeito as projetadas obras de melhoramentos do porto de Manaus.

Em 1904, o ex-senador Lopes Gonçalves (1904, pág.: 60) afirmou que o contrato para a construção do porto da cidade de Manaus foi celebrado em 1.° de agosto de 1900, com Bromistau Rymkliewicz, que organizara uma campanha, na Inglaterra e no Brasil, denominando-a Manáos Harbour Limited. Os trabalhos de construção foram iniciados em julho de 1902 e, em maio de 1903, já haviam construído um cais com quatro trapiches e estava concluída a colocação de um grande flutuante com três torres movidas por eletricidade.

Panorama geral da cidade. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

No mesmo ano da publicação de Gonçalves, passaram por Manaus os sanitaristas Gordinho e Lindenberg (1906, PÁG.: 54), que ao discorrer sobre o porto da cidade, afirmavam que a obra fora contratada com o barão Rienckievicz, engenheiro construtor das obras da Serra do Cubatão, auxiliado pelo Dr. Álvaro de Carvalho que, supunham serem sócios, no entanto, a americana Marie Wright (1907, pág.:394) informava, em 1907 que o contrato para o melhoramento do porto fora feito com a firma inglesa Manáos Harbour Company Limited e as docas foram planejadas e praticamente construídas sob a direção do engenheiro cubano Antônio de Lavandeyra, sendo os trabalhos iniciados em 1902, Luiz de Miranda Correa (1965, pág.:45), acrescenta pr sua vez a esta informação que Antônio Lavandeyra projetara o porto, junto a Dr. Cavalcanti de Albuquerque, sobre as ideias deste último.

Em 22 de agosto de 1902 foi sancionada a lei n.° 384 (Coleção de leis do Amazonas 1903, pág.: 16) aprovado o contrato de 25 de março do mesmo ano, ampliado para sessenta anos o prazo de concessão dos serviços do trapiche XV de novembro para a empresa de melhoramentos do porto de Manaus. A construção do porto de Manaus, no início do século XX, era composta por uma ponte flutuante em forma de T e grande parte desta estrutura, assim como os armazéns, guindastes e outros elementos eram de ferro. Esse material já era usado em obras do trapiche Princesa Isabel e, segundo informação de Eduardo Ribeiro era de origem europeia (MACHADO, 1889, pág.: 41). Provavelmente é desse material que Geraldo Gomes da Silva (1987, pág.: 201) afirma não ter encontrado nenhum documento comprovado que seja o sistema Dany, de origem belga.

Notando, ainda, que os armazéns construídos pela Manáos Harbour Limited são todos de ferro corrugado e tanto as paredes quanto as coberturas foram produzidas pela P & W Mac Leilan Ltd. Clutha Works, de Glasgow, de acordo com o registro gravado em algumas estruturas da construção. O porto de Manaus, com sua ponte flutuante em forma de T, é conhecido como Roadway, denominação deixada pelos ingleses. Essa ponte tem aproximadamente duzentos metros de comprimento e perto de vinte de largura.

Apresenta passeios laterais para uso de pedestre e uma pista central para veículos. Durante a década de 70 do século XX, essa ponte foi avariada por uma grande embarcação, mas ao ser recuperada perdeu sua característica original, tornando-se fixa sobre pilares de concreto. Nas proximidades dessa ponte, além de outras menores, esse conjunto flutuante, assim como os prédios onde funcionava a administração do porto, foi tombado como patrimônio histórico nacional.

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Ministério do Turismo aposta na pesca esportiva para turismo sustentável na Amazônia Legal

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Foto: Divulgação/Amazonastur

O turismo de pesca esportiva no Brasil avança como um dos pilares do turismo de natureza, consolidando uma atividade econômica de alto potencial e, também, um importante instrumento de inclusão produtiva e conservação ambiental. Um dos marcos mais recentes deste movimento é a criação da Federação Norte de Pesca Esportiva (FNPE), oficializada no último dia 15 de julho com apoio estratégico do Ministério do Turismo (MTur).

A nova entidade engloba os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e integra a estrutura da Confederação Brasileira de Pesca Esportiva (CBPE). O objetivo da FNPE é promover, organizar, proteger e desenvolver a pesca esportiva na região Norte do país, aliando o crescimento do segmento à sustentabilidade e à valorização das comunidades ribeirinhas.

Leia também: Entenda como funciona a pesca esportiva e como deixar o peixe menos ‘estressado’ durante a pescaria

“A atuação estratégica do Ministério do Turismo no fomento à pesca esportiva é a materialização de uma visão abrangente: construir um segmento que, além de oferecer experiências inesquecíveis, seja um catalisador de desenvolvimento sustentável para as comunidades e um guardião incansável do nosso valioso patrimônio ambiental”, aponta Joarez Moreira, assessor especial da Secretaria Nacional de Políticas de Turismo do MTur.

A Pasta tem priorizado ações voltadas ao turismo de natureza, especialmente em regiões consolidadas a exemplo da Amazônia Legal – um dos principais destinos brasileiros de pesca esportiva. A iniciativa também segue as diretrizes do MTur de promover o turismo como ferramenta de transformação social, com foco em geração de renda, capacitação e pertencimento.

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Sediada no Amapá, a FNPE será presidida por William Rocha, reforçando o papel de destaque do estado no cenário nacional da pesca esportiva. A diretoria vai ter representantes de todos os estados da região, assegurando capilaridade e articulação em nível local. “Estamos prontos para esse novo ciclo! Unidos pela pesca, pela natureza e pelo desenvolvimento sustentável, que é o futuro da nossa região”, afirma William Rocha.

Para o gerente de Novos Negócios da Embratur, Caio Motta, a criação da FNPE e a união dos estados do Norte em torno da pauta mostram que desenvolvimento e conservação podem e devem caminhar juntos.

“Com essa iniciativa, vamos fortalecer o turismo de base comunitária, gerar emprego e renda para as populações ribeirinhas, promover capacitação nas regiões e posicionar a Amazônia como referência mundial em sustentabilidade”, destaca Motta.

Leia também: Portal Amazônia responde: o que é turismo de base comunitária?

“O segmento da pesca amadora e esportiva, alicerçado nos pilares da sustentabilidade, vem se consolidando com o engajamento de toda a cadeia produtiva. A criação da FNPE representa um marco importante ao unir esforços em torno de um propósito comum: proporcionar aos praticantes experiências únicas, autênticas e inesquecíveis”, observa Humberto Pires, coordenador-geral de Produtos e Experiências Turísticas do MTur.

*Com informações do Ministério do Turismo

Causos amazônicos: um caos completo!

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Foto: Adriano Gambarini/WWF-Brasil

Por Dudu Monteiro de Paula

Um dia, em missão para a Rede Amazônica, no Amazonas, estava em viagem de motor (tipo de embarcação da região) – Plácido de Castro – pelos rios da Amazônia. Estava indo em direção à Manicoré, para os Jogos do Campeonato Amazonense de Futebol entre CDC Manicoré e São Raimundo.

Era a reinauguração do estádio de futebol, popularmente conhecido como Bacurauzão, época em que o município era invadido pelos reconhecidos pássaros bacuraus.

Chiquinho, Manoel e eu estávamos na embarcação, quando às 19 horas eu já estava deitado na rede, no terceiro andar, o Chiquinho me chama e fala para eu ir à casa de máquinas, pois a bucha do eixo da hélice havia rompido e a água entrava no motor.

Leia também: “Afogados” no rio Tarumã Açu

Corri para lá imediatamente. Como eu tenho uma formação de mecânico de motor a diesel, ao lá chegar descobri que a bomba d’água havia quebrado. Quatro pessoas tiravam a água com baldes. Felizmente, 30 minutos depois, a bomba voltou a funcionar e tudo se regularizou.

Mas então eu resolvi assustar meu parceiro Chiquinho. Vesti o colete salva-vidas, subi para o primeiro piso e assim que lá cheguei, as pessoas me viram de colete e tudo se transformou no verdadeiro caos. Um caos completo. Grito, choro, correria. Isso é que eu chamo de brincadeira de mal gosto.

Finalmente, depois de muita desculpa, tudo voltou à normalidade. Nunca mais brinco dessa maneira!

Por hoje é só. Semana que vem tem mais! Fuiii!!!

Sobre o autor

Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Projeto busca alternativas para conservação de peixes-boi no Pará

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Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará foi lançado dia 18 de julho. Foto: Reprodução/MPEG

O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém, sediou o evento de lançamento do Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará na última semana. A iniciativa é executada pelo Instituto Bicho D’água (IBD), com recursos da empresa TGS, e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), com apoio do Museu Goeldi.

A partir da constatação de que o peixe-boi está vulnerável à extinção, o projeto busca alternativas para garantir a sobrevivência de indivíduos resgatados, principalmente filhotes órfãos, por meio da reabilitação, aclimatação e reintegração desses animais à natureza.

Leia também: Pesquisadora descobre novo papel do peixe-boi: o de “jardineiro da Amazônia”

Mais de 50 indivíduos em reabilitação

Foto: Reprodução/MPEG

A presidente do IBD, Renata Emin, bióloga e pesquisadora colaboradora do Museu Goeldi, explicou que o projeto surgiu a partir do conhecimento da situação crítica que se encontram esses mamíferos aquáticos no Estado.

“Mais de 50 peixes-boi estão em reabilitação no Estado do Pará e precisam, o quanto antes, retornar à natureza. Muitos são filhotes resgatados órfãos, cujas mães foram caçadas. Infelizmente, ainda que existam leis de proteção à fauna, essa prática ocorre no estado e na Amazônia como um todo. Muitos animais eram enviados para o ZooUnama, em Santarém, onde está a maior parte dos indivíduos em reabilitação no Pará. Faltavam iniciativas e outros locais para a reabilitação e recintos de aclimatação”, disse.

Nessa perspectiva, o Instituto Bicho D’água construiu, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Centro de Reabilitação de Fauna Aquática, no município de Castanhal, para a recepção de cetáceos e tartarugas marinhas.

De acordo com Renata Emin, este ano, o centro recebeu filhotes que encalharam na região do baixo Amazonas e que vão passar pelo processo de reabilitação e, posteriormente, ser encaminhados para um recinto de aclimatação para a soltura, que será construído em Soure, na Ilha do Marajó. Reintegrados à natureza, esses indivíduos ainda serão monitorados por cerca de dois anos para que seja garantido o sucesso da operação.

Leia também: Pesquisa analisa hibridização de peixes-boi na costa amazônica

Parceria

O Museu Paraense Emílio Goeldi é um antigo parceiro na preservação de espécies, segundo a bióloga. “O Museu foi o local onde criamos o Grupo de Estudos Mamíferos Aquáticos da Amazônia (Gemam), que deu origem ao Instituto Bicho D’água, em 2013”, lembrou.

Há uma intenção, segundo Renata Emin, de estreitar ainda mais essa relação com a formalização de um termo de cooperação técnica entre as duas instituições. Mas, na prática, essa atuação conjunta já vem existindo há mais de uma década.

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“Recentemente, também iniciamos uma parte muito importante do Projeto de Conservação de Peixes-boi: a sensibilização das comunidades para as solturas de peixes-boi resgatados. E o Museu Goeldi é protagonista nessa atividade.  Nas Olimpíadas de Caxiuanã (uma iniciativa focada na divulgação científica e na inclusão social), [que acontece anualmente na Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), que fica na Floresta Nacional de Caxiuanã, localizada nos municípios paraenses de Melgaço e Portel], fizemos visitas guiadas ao Bacuri (o peixe-boi mantido em reabilitação no local), para poder, enfim, trazer a comunidade para perto, sensibilizá-la, porque a gente sabe que, infelizmente, na região do entorno, ainda há relatos de caça. Por conta disso, é muito importante que a comunidade esteja engajada, sensibilizada e que seja parceira nesse projeto”, destacou Renata Emin.

*Com informações do Museu Paraense Emílio Goeldi

Pesquisa sobre conservação da mandioca no Peru aborda uso sustentável e conservação

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Foto: Divulgação/MINAM

O Ministério do Meio Ambiente (MINAM) do Peru apresentou a pesquisa ‘Linha de base da diversidade da mandioca peruana para fins de biossegurança’, que aborda seu uso sustentável e a importância de sua conservação no país amazônico.

O estudo foi realizado entre 2019 e 2021 em 15 regiões do país e permitiu conhecer suas condições ambientais, a partir da análise de diferentes variedades domesticadas (plantadas pelo homem) e quatro espécies silvestres (sem intervenção humana) da referida planta (Manihot esculenta).

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Segundo especialistas do MINAM, variedades selvagens podem crescer em vários tipos de solo sem intervenção humana, e algumas comunidades atribuem propriedades terapêuticas a elas.

Nesse sentido, Marco Arenas, diretor-geral de Diversidade Biológica do MINAM, afirmou que a pesquisa realizada representa um marco significativo, pois fortalecerá a conservação e o uso responsável dos recursos genéticos do país.

Foto: Divulgação/MINAM

Ele explicou que a mandioca é uma cultura antiga, “que acompanha as comunidades indígenas há quase 9.000 anos”.

Ele acrescentou que essas informações são essenciais para a tomada de decisões sobre a conservação dessa raiz pelos atores sociais envolvidos. Isso está alinhado com a moratória sobre a entrada e produção de organismos vivos modificados no país até 2035. “O objetivo é salvaguardar e valorizar nossos recursos naturais”, acrescentou Arenas.

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Investigação

Os departamentos envolvidos neste estudo são: 

  • Amazonas,
  • Ayacucho,
  • Cajamarca,
  • Cusco,
  • Huánuco,
  • Junín,
  • La Libertad,
  • Loreto,
  • Madre de Dios,
  • Pasco,
  • Piura,
  • Puno,
  • San Martín,
  • Tumbes
  • e Ucayali.

Um total de  188 amostras de folhas e flores foram coletadas e armazenadas nos bancos de germoplasma do país para conservação, estudo e proteção a longo prazo.

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Símbolo da diversidade

A mandioca é muito mais do que um alimento, é um símbolo da diversidade peruana. A publicação do MINAM compila o conhecimento ancestral de conservação de mais de 500 agricultores. É uma cultura ancestral essencial para a segurança alimentar, pois pode crescer em condições climáticas adversas e possui uma riqueza genética, ecológica e cultural.

Seu preparo na culinária peruana é muito diversificado. É frequentemente servido à mesa em caldo, frito e recheado com queijo, como petisco ou bebida refrescante, entre muitas outras formas.

*Com informações da Agência Andina

Assembleia Legislativa do Amazonas celebrou 35 anos do ECA com palestra reflexiva sobre o Estatuto

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Palestra promovida pela Aleam celebrou os 35 anos do ECA. Foto: Alberto César Araújo/Aleam

Na última sexta-feira (18/7), a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por meio da Escola do Legislativo Senador José Lindoso, promoveu a palestra “Uma reflexão sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente – um importante instrumento de garantias de direitos e deveres dos jovens cidadãos”.

O evento, realizado em comemoração aos 35 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), celebrado no dia 13 de julho, aconteceu às 9h, no auditório Sônia Barreto.

O diretor da Escola do Legislativo, Jander Lasmar, destacou a importância da atividade.

“O tema da nossa palestra propôs uma reflexão sobre o ECA, que é um instrumento fundamental de garantia de direitos e deveres dos jovens cidadãos. Nada melhor do que trazê-los à sede do Poder Legislativo Estadual para apresentar essa ferramenta de proteção e ressaltar sua relevância”, afirmou.

A coordenadora do programa Educando pela Cultura, pedagoga Jacy Braga, também comentou os objetivos da ação.

“O evento abordou os principais direitos das crianças e adolescentes, além de esclarecer aspectos importantes sobre a prática de atos infracionais por adolescentes. Também discutimos temas e propostas de novas posturas diante da recorrência de casos de violência que presenciamos, quase diariamente, durante o ano letivo”, explicou.

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Palestrante

A palestra foi conduzida pelo professor Ademir Junior, graduado em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutor pela UFPE.

Sua área de interesse inclui temas como trabalho e infância, políticas sociais voltadas à criança e ao adolescente e protagonismo juvenil. Atualmente, é professor adjunto e coordenador do curso noturno de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Participaram do evento alunos com idades entre 14 e 15 anos da Escola Waldemiro Peres Lustosa, localizada no bairro Compensa, zona Oeste de Manaus.

Assembleia Legislativa do Amazonas celebra o Dia Nacional do Homem com ações de conscientização e cuidados com a saúde masculina

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Aleam promove conscientização sobre a saúde do homem. Foto: Hudson Fonseca/Aleam

O Dia Nacional do Homem, celebrado em 15 de julho, tem como objetivo conscientizar sobre a importância dos cuidados com a saúde masculina. A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) tem desempenhado um papel fundamental nessa conscientização, promovendo ações e aprovando leis que garantem a proteção da saúde do homem, respeitando suas peculiaridades socioculturais.

O presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (UB), destacou a relevância da data e reforçou o compromisso com a saúde do público masculino.

“Neste Dia do Homem, faço um chamado à reflexão sobre a importância do cuidado contínuo com a saúde masculina. Mais do que uma data simbólica, hoje é um lembrete de que cuidar da saúde deve ser um compromisso diário. Precisamos romper tabus, buscar informação, realizar exames preventivos e, principalmente, valorizar a vida. Incentivar esse cuidado é também uma forma de proteger nossas famílias e construir uma sociedade mais saudável. Como parlamentar, sigo firme no propósito de apoiar políticas públicas que promovam a saúde integral do homem amazonense durante todo o ano”, declarou.

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Ainda sobre o tema, Roberto Cidade afirmou que, durante sua gestão, foram intensificadas as iniciativas relacionadas ao Novembro Azul, campanha de conscientização sobre o câncer de próstata. Além da sensibilização, houve ampliação na oferta de exames laboratoriais.

Lei de Atenção Integral à Saúde do Homem

Em 2013, foi sancionada no Amazonas uma lei de autoria da ex-deputada Conceição Sampaio que institui a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde do Homem. Trata-se da Lei nº 3.934, de 26 de setembro de 2013, que assegura a promoção e a proteção da saúde masculina, levando em consideração suas especificidades culturais e sociais.

Segundo a legislação, essa política é orientada por diretrizes que buscam integrar o homem à rede de serviços de saúde, com prioridade para a atenção básica, conforme o Programa de Saúde da Família, e alinhando-se às demais políticas do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além disso, seus objetivos incluem a organização e implantação da atenção integral à saúde masculina no Estado, contribuindo para a mudança de percepção dos homens em relação à saúde e às suas famílias.

Também busca estimular a participação masculina nas atividades preventivas de doenças comuns, implementar a atenção à saúde sexual e reprodutiva, ampliar o acesso às informações preventivas e fomentar o autocuidado entre os homens.