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Onça-pintada é flagrada em área de restauração na Floresta Nacional do Bom Futuro, em Porto Velho

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Onça-pintada (Panthera onca). Foto: Ecoporé

Uma armadilha fotográfica instalada próxima a uma área em processo de restauração ecológica na Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia, registrou a presença de uma onça-pintada (Panthera onca). A instalação faz parte das atividades de monitoramento das áreas de restauração do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, realizadas pela Ecoporé em parceria com a Conservação Internacional do Brasil.

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A iniciativa visa acompanhar a resposta da fauna silvestre em áreas sob restauração ativa. Para isso, foi utilizado o protocolo avançado de monitoramento de mamíferos e aves, adaptado do Programa Monitora, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Onça-pintada é flagrada em área de restauração na Floresta Nacional do Bom Futuro
Onça-pintada (Panthera onca). Foto: Ecoporé

O método adota a metodologia do Protocolo Tropical Ecology Assessment & Monitoring Network (TEAM), com instalação de câmeras em pontos distribuídos a cada 2 km². Os equipamentos permanecem no campo por 30 a 40 dias, registrando automaticamente os animais que cruzam seu campo de visão.

A presença de uma onça-pintada é considerada um relevante indicador ecológico, pois se trata de um predador de topo de cadeia alimentar, que depende de áreas extensas e bem conservadas para sobreviver. o registro também contribui para compreender como espécies sensíveis respondem a recuperação de habitats degradados.

Além da onça-pintada, foram documentadas outras espécies classificadas como ameaçadas pela Lista Vermelha da IUCN, como o porco-do-mato-queixada (Tayassu pecari), macaco-aranha (Ateles chamek), anta (Tapirus terrestris), tatu-canastra (Priodontes maximus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), azulona (Tinamus tao), jacamim-de-costas-verdes (Psophia viridis), entre outros.

No Dia Nacional da Conservação da Natureza, comemorado no dia 28 de julho, o registro reforça a importância de restaurar ecossistemas e monitorar sua recuperação como parte dos esforços pela proteção da biodiversidade na Amazônia.

Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Projeto Paisagens Sustentáveis visa contribuir com a restauração e conservação. A iniciativa é implementada pelo Banco Mundial e coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente. A execução é realizada pela Conservação Internacional, Funbio e FGV, em parceria com a Sedam/RO, Emater/RO, ICMBio e outras instituições”.

*Com informações da Ecoporé

Documentários mostram como indígenas atuam na preservação ambiental da Amazônia 

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Projeto de minidocumentários destaca protagonismo indígena na preservação da região. Foto: Divulgação/Iepé

Uma série de documentários mostra como os povos indígenas da Amazônia ajudam na preservação ambiental. O trabalho foi produzido pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé) e pela União Europeia.

A ideia é mostrar que os povos tradicionais sempre atuaram na conservação desses espaços e reforçar que essas práticas devem ser adotadas por toda a sociedade. Participaram da produção dez organizações indígenas nas quais o instituto atua.

Os indígenas são parte da obra tanto como personagens quanto como narradores de parte da série. O documentário mostra que esses povos colocam em prática os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados em 2015 pela ONU

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“Elas [as comunidades] já vivem na sustentabilidade e nós podemos aprender muito com elas. Assistindo esses mini documentários, a gente entende o modo de vida que eles levam, em que tantas cidades buscam esse modo de vida e que nós temos tanto a aprender com os indígenas”, disse Maria Silveira, assessora técnica de comunicação do Iepé. O material está disponível para assistir de forma online AQUI.

Documentários

A produção é fruto do projeto ‘Nossas Terras, Nossas Aldeias: Terras Indígenas do Amapá e Norte do Pará’, iniciativa financiada pela União Europeia em parceria com o Instituto Iepé e organizações indígenas. 

A partir do material, os parceiros buscam formar uma sociedade com mais consciência ambiental. Os produtores destacam que o modo de vida dos indígenas sempre conversou com os aspectos de preservação, devendo ser seguido como uma forma de inspiração. 

A produção quer colocar os povos tradicionais no centro dos debates de políticas públicas ambientais, onde essas pessoas devem ser ouvidas para ajudar na construção dessas ideias. 

“Nós [o Iepé] trabalhamos como os povos indígenas de diferentes regiões com várias linhas de atuação, seja na defesa territorial, cultural, pesquisa, meio ambiente e economia e queremos também a participação dos povos indígenas na construção dessas politicas públicas que é essencial”, disse Maria.

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Cada documentário faz referência a um ou mais Objetivos da ONU. Além da produção, o projeto promoveu a implementação dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) das 10 Terras Indígenas (TIs) em que o Iepé atua no Amapá, norte do Pará e divisas com Roraima e Amazonas.

A região onde o instituto atua é equivalente a 13 milhões de hectares. Os planos destacam como essas comunidades se organizam e suas atividades socioeconômicas. 

Confira os vídeos que compõem a série de documentários:

Proteção Territorial nas Terras Indígenas
ODS 15 – Vida Terrestre – Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres

Segurança Alimentar nas Terras Indígenas
ODS 1 – Erradicação da Pobreza – Erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares
ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável – Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável

Energia Solar nas Terras Indígenas da Amazônia
ODS: 7 – Energia Limpa e Acessível – Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todas e todos

A importância das organizações indígenas
ODS: 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes – Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

*Por Mariana Ferreira, da Rede Amazônica AP

Confira 4 cuidados para evitar acidentes aquáticos durante lazer

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Com as altas temperaturas registradas em Mato Grosso e o aumento do número de pessoas em rios, cachoeiras, balneários e piscinas, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) reforça as orientações de segurança para prevenir acidentes aquáticos, especialmente casos de afogamento.

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De acordo com dados da Diretoria Operacional do CBMMT, entre janeiro e junho deste ano foram registradas 49 ocorrências de afogamento no estado. O número é inferior ao registrado no mesmo período de 2024, quando houve 64 casos. A redução é atribuída, em grande parte, às ações preventivas e à intensificação das orientações repassadas à população, que têm se mostrado fundamentais para a diminuição dos índices.

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cuidados para evitar acidentes aquáticos
O número é inferior ao registrado no mesmo período de 2024, quando houve 64 casos de acidentes. Foto: CBMMT

O diretor-adjunto da Diretoria Operacional do CBMMT, major BM Felipe Mançano Saboia, destacou que a prevenção é fundamental para evitar tragédias, já que muitos desses acidentes ocorrem por imprudência, falta de atenção ou desconhecimento dos riscos envolvidos. Ele mencionou as principais orientações de segurança e prevenção, voltadas tanto para adultos quanto para crianças.

1. Fique sempre atento

Segundo o major, um dos erros mais comuns é a falta de supervisão adequada de crianças. Mesmo na presença de guarda-vidas, devem permanecer sempre a um braço de distância dos responsáveis. Isso vale para piscinas, rios e lagos.

2. Evite mergulhos em certos lugares

Outro alerta importante diz respeito ao mergulho em locais desconhecidos especialmente de cabeça, pois pode haver galhos, pedras ou mudanças abruptas de profundidade, aumentando o risco de lesões graves.

CBMMT também tem reforçado a presença de equipes nas regiões com maior fluxo de banhistas, especialmente nos fins de semana. Foto: CBMMT

3. Evite álcool

O consumo de bebidas alcoólicas também entra na lista de condutas que devem ser evitadas. “A pessoa pode subestimar os riscos, mergulhar ou nadar embriagada e acabar se afogando, mesmo que saiba nadar”, pontua o major. 

4. Cuidado com a profundidade da água

Ainda segundo ele, a profundidade da água é outro ponto crucial. Em locais com correnteza ou sem visibilidade, o ideal é permanecer em áreas rasas, com a água no máximo até a cintura. Locais sinalizados e com estrutura de segurança são os mais recomendados para o banho. Mesmo assim, todos os ambientes aquáticos oferecem riscos e exigem atenção redobrada.

O número é inferior ao registrado no mesmo período de 2024, quando houve 64 casos de acidentes. Foto: CBMMT

“Os pontos de banho mais preparados contam com informações sobre profundidade e risco, mas isso não elimina a responsabilidade de cada banhista em manter a segurança”, explica Saboia.

Se mesmo com todas as orientações alguém presenciar um caso de afogamento, a recomendação é acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros Militar pelo número de emergência 193. Tentar realizar o salvamento por conta própria, sem o devido preparo ou equipamentos de segurança, pode colocar a vida do socorrista em risco e resultar em um segundo afogamento. Por isso, a atitude mais segura é acionar os bombeiros militares e, se possível, lançar um objeto flutuante à vítima, mantendo-se fora da água.

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Águas Seguras

Além da divulgação de orientações, o CBMMT também tem reforçado a presença de equipes nas regiões com maior fluxo de banhistas, especialmente nos fins de semana, por meio da operação Águas Seguras. A presença dos bombeiros militares, aliada ao comportamento consciente da população, tem sido determinante para evitar tragédias e garantir a segurança de todos.

Durante as operações, as equipes fazem orientações e permanecem de prontidão para emergências. Em casos de afogamento, as equipes atuam de forma rápida e eficiente para salvar as vítimas e dar o encaminhamento adequado à uma unidade de saúde.

*Com informações do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT)

Em Parintins, revistas em quadrinhos resgatam história do Boi Mirim Estrelinha

A segunda edição da revista traz como tema central as festividades religiosas nas quais o boi foi convidado a se apresentar desde sua criação. Foto: divulgação

Na quadra da Escola Irmã Cristine, na rua João Pessoa, 3990, bairro Itaúna II, no município de Parintins (distante 369 quilômetros de Manaus), foi lançado mais um capítulo na trajetória do Boi Bumbá Mirim Estrelinha: a apresentação das edições 2 e 3 da revista em quadrinhos Gibi Estrelinha, que narra a história e evolução dessa tradicional manifestação cultural infantil.

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Em Parintins, revistas em quadrinhos resgatam história do Boi Mirim Estrelinha
Revistas em quadrinhos resgatam história do Boi Mirim Estrelinha e celebram tradição infantil em Parintins. Foto: divulgação

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A segunda edição da revista traz como tema central as festividades religiosas nas quais o boi foi convidado a se apresentar desde sua criação, como a Festa da Catequese de São Benedito, a Festa em Honra a São José Operário e a Festa em Honra a Nossa Senhora do Carmo.

Esses eventos foram fundamentais para dar visibilidade ao grupo, especialmente nos seus primeiros anos, quando a Igreja Católica desempenhou papel crucial ao abrir espaço para a brincadeira de boi mirim nos festejos da comunidade.

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A segunda edição da revista traz como tema central as festividades religiosas nas quais o boi foi convidado a se apresentar desde sua criação. Foto: divulgação

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Além disso, a publicação homenageia as diretorias que passaram pelo boi desde a fundação da Associação Folclórica Boi Bumbá Mirim Estrelinha, reconhecendo a importância de cada gestão para a preservação da tradição e fortalecimento do grupo.

Um destaque especial é dado à gestão do professor Renner Ramos, responsável por profissionalizar a administração do Boi Estrelinha, conquistar parcerias e projetos junto à Secretaria de Estado de Cultura e outras entidades governamentais. Seu trabalho consolidou a presença do boi mirim em novos espaços e ampliou seu alcance entre as crianças da comunidade.

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Além disso, a publicação homenageia as diretorias que passaram pelo boi desde a fundação da Associação Folclórica Boi Bumbá Mirim Estrelinha. Foto: divulgação

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A terceira edição da revista tem como proposta dialogar diretamente com o público infantil. Totalmente interativa, será uma edição para colorir, com ilustrações que homenageiam os itens folclóricos e personagens que marcaram e ainda marcam presença no Boi Estrelinha.

As publicações foram produzidas com base em relatos de ex-presidentes e membros da associação, além de materiais de arquivo e documentos anteriores. A proposta segue o eixo central de manter viva a memória e dar continuidade à evolução dessa manifestação lúdica e cultural que encanta gerações.

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Projeto contemplado

O projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo (LPG) e conta com o apoio do Ministério da Cultura, e do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, além do Conselho Estadual de Cultura (Conec).

Andréia Alcântara é a coordenadora do projeto, que teve na revisão Basílio Tenório, diagramação de Jucimara Ramos e quadrinista Marlon Brandão

Morango do amor de açaí: rondoniense mistura doce do momento com fruta da Amazônia; Receita

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Ingredientes do morango do amor — Foto: g1 RO

O novo doce do momento é o morango do amor, uma receita inspirada na tradicional maçã do amor que está bombando nas redes sociais e esvaziando estoques em Porto Velho. Diversos tutoriais da sobremesa tomaram conta do feed dos internautas e despertaram a curiosidade de uma rondoniense, que decidiu inovar com uma iguaria da Amazônia: o “morango do amor de açaí”.

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Morango do amor de açaí
Ingredientes do morango do amor — Foto: g1 RO

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Elaine da Silva, de 28 anos, é empreendedora há três anos em Porto Velho e trabalha com comidas típicas da região Norte e doces de aniversário por encomenda. A ideia de testar o morango do amor surgiu por acaso, quando uma amiga comentou que estava com vontade de experimentar o doce.

“Eu só via o povo falando do morango do amor na internet. Um dia mandei mensagem para minha amiga dizendo que ia comprar os ingredientes pra gente testar. Se desse certo, eu colocaria pra vender”, relembra Elaine.

O teste deu tão certo que, logo em seguida, Elaine anunciou a novidade em seu estabelecimento. O sucesso foi imediato. Com o passar dos dias, ela passou a inovar ainda mais, lançando sabores como maracujá, pistache e chocolate. Mas foi a versão regional que mais chamou atenção: o morango do amor de açaí.

“Estávamos conversando sobre sabores que combinariam com o morango e pensamos no açaí. Eu já tinha comido brigadeiro de açaí e sabia que ia dar certo”, conta.

Ingredientes do morango do amor — Foto: g1 RO

A receita é recente e segue a base tradicional: o morango é coberto por uma generosa camada de brigadeiro. O diferencial está no recheio, feito com açaí puro, o que confere um sabor único e marcante à sobremesa.

Com as novas opções no cardápio, Elaine tem recebido vários feedbacks positivos sobre suas criações. Os queridinhos do momento são o tradicional e o de doce de leite, mas ela garante que o sabor de açaí também deve conquistar o paladar dos rondonienses. A empreendedora ainda encoraja todos a testarem fazer.

“É uma combinação perfeita. Se quem testar e não conseguir, não se desespere. Basta tentar de novo que vai dá certo”

Ingredientes do brigadeiro de açaí

  • 1 lata de leite condensado
  • 1 xícara de açaí grosso
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 1 caixa de creme de leite

Em uma panela, misture todos os ingredientes. Cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre, até levantar fervura. Após ferver, cozinhe por mais 10 minutos ou até atingir ponto de brigadeiro mole. Transfira para um refratário e deixe descansar por pelo menos 4 horas até esfriar completamente.

Lave e seque bem os morangos (lembre-se de retirar e guardar os talos). Em seguida, envolva cada morango com o brigadeiro. Depois de moldá-los, espete um palito em cada um, ele servirá de base para mergulhar o doce na calda.

Morango do amor de aça — Foto: g1 RO

Ingredientes da calda

  • 2 xícaras (chá) e meia de açúcar
  • 1 xícara (chá) e meia de água
  • 2 colheres (sopa) de vinagre
  • 10 gotas de corante alimentício em gel vermelho

Misture o açúcar, a água, o vinagre e o corante vermelho em uma panela. Misture tudo antes de ligar o fogo e cozinhe sem mexer até atingir o ponto de bala dura (cerca de 20 minutos).

Com a calda pronta, mergulhe cuidadosamente cada morango revestido com brigadeiro. Escorra o excesso e coloque os doces sobre uma superfície untada ou antiaderente para secar. Quando estiverem secos, retire os palitos e recoloque os talos dos morangos.

*Por Marcos Miranda, Bruno Erpídio, g1 RO e Rede Amazônica

A relação do poeta Quintino Cunha com o encontro das águas dos rios Negro e Solimões em 1907

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Encontro das Águas em Manaus, no Amazonas. Foto: Janailton Falcão/Amazonastur

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br

Bem poucas pessoas, em Manaus, sabem a respeito da interessante figura humana e do talentoso poeta José Quintino da Cunha. Nascido em Uruburetama, no Ceará, a 24 de julho de 1875, tem-se como certo haver realizado seus estudos, inicialmente, na Escola Militar da qual se afastou. Deixando, assim, de seguir a carreira das armas, imigrou para o Amazonas no final do século passado, quando ainda vivíamos o esplendor do comércio da borracha, lá permanecendo por mais de um quinquênio, demoradamente nas terras banhadas pelo Solimões.

O poeta Quintino Cunha. Foto: Reprodução/Livro ‘Pelo Solimões/Acervo de Abrahim Baze

Homem de grande inteligência e estudioso vocacional, desenvolveu a sua cultura nas letras jurídicas. Em Manaus, uma provisão para advogar no Fórum das Comarcas do Solimões, no qual trabalhavam titulares eméritos. Tudo conseguiu, com os favores da lei.

Quintino Cunha não possuía uma formação acadêmica e um lastro de conhecimentos jurídicos sistematizados, capazes de enfrentar problemas de alta relevância, mas sobrava-lhe a acuidade com que se distinguem as mentalidades, começando por ser um orador de empolgantes recursos. O seu pequeno cabedal de jurisprudência, no tribunal e nos autos, valia-lhe na defesa das causas que patrocinava. A palavra falada, sobretudo, era a sua grande arma.

O poeta Quintino Cunha. Foto: Reprodução/Livro ‘Pelo Solimões/Acervo de Abrahim Baze

Várias vezes, em Manaus, ouvi o professor Agnello Bittencourt nos comícios cívicos arrancando aplausos das multidões. E não comparecia a uma dessas reuniões populares que não fosse imediatamente aclamado para subir a tribuna.

Poeta de inatas qualidades, escreveu um soberbo volume intitulado ‘Pelo Solimões’, que foi editado em Paris (França), pela Livraria Aillaud & Cia, no ano de 1977, tornando-se grande amigo de J. Aillaud. Fez-se também amigo de Faguet, a primeira cabeça da Academia Francesa, no seu entender. ‘Pelo Solimões’ é um escrínio de joias admiráveis.

O acadêmico Raymundo Magalhães Júnior, no seu livro ‘Antologia de Humorismo e Sátira’ (Ed. Civilização Brasileiro. Rio, 1957. Pág.: 185), escreveu a seu respeito: “Boêmio incorrigível, viveu sempre em meio das maiores dificuldades financeiras agravadas pelos encargos de sua família numerosa e sucessivos casamentos. Morreu quando beirava os oitenta anos: a 1 de junho de 1943”.

Depois que deixou o Amazonas, formou-se em Direito pela Faculdade do Ceará, a 3 de dezembro de 1909, tendo exercido a advocacia em todo o Nordeste. Segundo Eli Behar em ‘Vultos do Brasil’ (pág.: 75), é a seguinte a sua biografia:

  • ‘Os Diferentes’, (contos, de 1895);
  • ‘Cabeleira’;
  • ‘Baturité’ (de 1902);
  • ‘Pelo Solimões’ (de 1907);
  • ‘Campanha Prorabelo’;
  • ‘Fortaleza’ (1912);
  • ‘O Estilo na Jurisprudência’ (tese de concurso);
  • ‘Venceremos’ (discursos, de 1930);
  • ‘Os mártires das Selvas’ (romance amazonense);
  • ‘A Vida no Ceará’, e muitos outros.

O grande humorista e poeta foi deputado pela Assembleia Legislativa do Ceará, em 1913, e pertenceu ao Centro Literário e a Academia Cearense de Letras.

Encontro das águas (Rios Negro e Solimões)

Vê bem, Maria, aqui se cruzam: este
É o rio Negro, aquele á o Solimões.
Vê bem como este contra aquele investe,
Como as saudades com as recordações.

Vê com se separam duas águas.
Que, se querem reunir, mas visualmente;
É um coração que quer reunir as mágoas
De um passado, às venturas de um presente.

É um simulador só, que as águas donas
Desta terra não seguem curso adverso,
Todas convergem para o Amazonas,
O real rei dos rios do Universo;

Para o velho Amazonas, Soberano
Que, no solo brasílio, tem o Paço;
Para o Amazonas, que nasceu humano,
Porque afinal é filho de um abraço!

Olha esta água, que é negra como tinta,
Posta nas mãos, é alva que faz gosto;
Dá por visto o nanquim com que se pinta,
Nos olhos, a paisagem de um desgosto.

Aquela outra parece amarelaça,
Muito, no entanto, é também limpa, engana;
É direito a virtude quando passa
Pela flexível virtude quando passa

Que profundeza extraordinária, imensa,
Que profundeza ais que desconforme!
Este navio é uma estrela, suspensa
Neste céu d’água, brutalmente enorme.

Se estes dois rios fôssemos, Maria,
Todas as vezes que nos encontramos,
Que Amazonas de amor não sairia
De mim, de ti, de nós que nos amamos!…

(do livro ‘Pelo Solimões’)

Foto: Reprodução/Livro ‘Pelo Solimões/Acervo de Abrahim Baze
Foto: Reprodução/Livro ‘Pelo Solimões/Acervo de Abrahim Baze

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Museu do Parque Natural encanta visitantes com mais de 150 espécies da fauna amazônica

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Com acervo de animais taxidermizados, fósseis, fotografias e peças da flora regional, espaço se consolida como destino educativo e turístico em Porto Velho. Foto: Jhon Silva

Em meio à natureza preservada do Parque Natural Raimundo Paraguassu de Oliveira, em Porto Velho, o museu do espaço guarda uma riqueza que surpreende os visitantes: mais de 150 itens, entre animais taxidermizados, espécies conservadas em álcool ou formol, fósseis e elementos da flora amazônica. O acervo é resultado de anos de catalogação e parcerias institucionais, que ampliou ainda mais a diversidade do espaço.

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Museu do Parque Natural encanta visitantes com mais de 150 espécies da fauna amazônica
Acervo é resultado de anos de catalogação e parcerias institucionais. Foto: Jhon Silva

Peças como um impressionante couro de sucuri e exemplares raros de aves e mamíferos, além de peixes, artrópodes, répteis e até animais peçonhentos, fazem parte da exposição. Há também quadros fotográficos com as árvores do parque, frutos como a castanha, e informações sobre o ecossistema da região.

De acordo com o secretário da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), Vinícius Miguel, o museu cumpre uma função essencial na valorização do conhecimento ambiental e cultural da cidade. “Nosso objetivo é fazer com que a população de Porto Velho, especialmente as crianças e os jovens, compreenda a riqueza da nossa biodiversidade. O museu é uma ferramenta poderosa de educação ambiental, e esse acervo é um patrimônio coletivo”, ressaltou.

Jéssica Ribeiro, acompanhada da filha Ana Cecília, se encantou com a diversidade do local. Foto: Jhon Silva

As curiosidades do que é exposto no acervo despertam o fascínio do público, especialmente de quem está visitando o espaço pela primeira vez ou após muitos anos. É o caso da dona de casa Cris Almeida, que retornou ao parque depois de uma década, acompanhada do marido, o servidor público Manoel Amorim. “Mudou muito. Para chegar aqui está bem mais acessível, e o museu tem a nossa história, nossos animais, a fauna, a flora… Estou amando!”, afirmou.

Já a estudante Jéssica Ribeiro, acompanhada da filha Ana Cecília, de 7 anos, se encantou com a diversidade do local. “É a nossa primeira vez no museu. Me encantei com tudo. Os bichos, a diversidade… É um aprendizado que a gente leva para a vida toda”, disse.

Cris Almeida retornou ao parque depois de uma década. Foto: Jhon Silva

O espaço é frequentemente visitado por escolas públicas, que encontram no local um ambiente propício para o ensino de ciências naturais. O museu conta com educadores ambientais treinados para receber estudantes e visitantes, oferecendo informações didáticas sobre os animais e plantas da região.

Serviço

Localizado ao final da avenida Rio Madeira, dentro do Parque Natural, o museu funciona de terça a domingo, das 8h às 17h. Além de ser uma atração gratuita, o acesso ao parque é facilitado por transporte coletivo com frequência de uma em uma hora.

*Com informações da Prefeitura de Porto Velho

Inpa realiza em Manaus 2° ETS-Amazônia e celebra 71 anos no Largo de São Sebastião

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Exposição Mundo dos Insetos é um dos atrativos proporcionados por pesquisadores do Inpa. Foto Cimone Barros/Ascom Inpa

Por Osíris M. Araújo da Silva – osirisasilva@gmail.com

Durante o 2º Encontro de Tecnologia Social da Amazônia (2º ETS-Amazônia), realizado no período de 24 a 27 de junho no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a programação do evento elegeu como centro temático o emprego de tecnologias sociais, além de ferramentas de trabalho, como estratégias de transformação social, valorização cultural e de desenvolvimento sustentável na Amazônia, soluções simples, de baixo custo e desenvolvidas ou aprimoradas por equipes das instituições científicas com a participação de comunidades e grupos vulnerabilizados”. Tecnologias sociais, além de ferramentas de trabalho, são estratégias de transformação social, valorização cultural e de desenvolvimento sustentável na Amazônia.

De acordo com informes da Assessoria de Comunicação do Inpa, cerca de 200 cientistas, professores, desenvolvedores de tecnologia social, estudantes e representantes governamentais participaram do evento. Múltiplas atividades foram realizadas, como mesas temáticas, oficinas, apresentação oral de mais de 70 trabalhos, lançamento de livros, visitas técnicas, além da Feira de Economia Popular e Solidária e Mostra de Tecnologia Social. Os debates nas mesas trataram sobre mudança climática, empreendimentos solidários, saberes tradicionais e estratégias de fomento e crescimento econômico e social.

O ETS-Amazônia foi organizado pelo Inpa e a Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (Abepets), em parceria com quase 15 instituições de ensino e pesquisa amazônicos, como Universidade Federal do Amazonas (Ufam), UEA, IFPA, o ILMD-Fiocruz Amazônia, o Museu Emílio Goeldi. Seus objetivos focaram no estabelecimento de um fórum regional de discussões sobre tecnologia social da região. Destaque à Fundação Banco do Brasil, que possui 40 anos de trajetória, dos quais 24 anos fomentando a temática da tecnologia social no País. A Fundação promove a cada dois anos o Prêmio de Tecnologia Social, no qual identifica, certifica e premia tecnologias sociais.

Em outro evento de grande repercussão, o INPA transformou o Largo de São Sebastião, no Centro de Manaus, no palco do “Ciência na Praça”. A ação, aberta ao público, foi realizada neste domingo, 27, das 16h às 20h, e visou aproximar ciência e tecnologia da população, por meio de exposições, vivências interativas e contato direto com pesquisadores, técnicos e estudantes de mestrado e doutorado do Instituto. A inédita atividade fez parte da celebração dos 71 anos do início de funcionamento do Instituto, no dia 27 de julho de 1954, quase dois anos após sua criação, em 29 de outubro de 1952. O evento também se dedicou à comemorar os 30 anos do Bosque da Ciência, primeiro parque verde urbano de Manaus, um espaço dedicado ao lazer, educação ambiental e popularização da ciência que muito orgulha a instituição e o povo amazonense.

Saliente-se, por oportuno, que o Inpa é um dos principais centros de pesquisas científicas sobre a Amazônia, referência mundial nos estudos sobre a biodiversidade amazônica, ecossistemas, mudança climática, a geração de tecnologias sustentáveis e a capacitação de pessoas e instituições para o desenvolvimento regional. Tem estabelecidas parcerias com comunidades tradicionais, estudando seus sistemas de produção e procurando encontrar mecanismos que possam fortalecer a economia dessas populações, ao mesmo tempo em que preserva o ambiente do entorno”.

O “Ciência na Praça” exibiu mais de 20 obras científicas e tecnológicas saídas dos laboratórios do Instituto, que foram muito bem recebidas pela população. Segundo o diretor do Inpa, Henrique Pereira, “a ideia é termos uma maior visibilidade e um contato direto com o público manauara, uma oportunidade, também, para os visitantes da nossa cidade conhecerem o que fazemos no Inpa buscando gerar e socializar conhecimento científico e tecnológico e contribuir para o desenvolvimento sustentável da região”.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Deputado Carlinhos Bessa pede agilidade da Defesa Civil na entrega de ajuda humanitária ao Médio Solimões

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A operação já vinha antecipando a logística de envio de mantimentos, kits de higiene e itens de assistência social às regiões mais afetadas. Foto: Divulgação/Secom AM

Em meio aos impactos provocados pela cheia dos rios no Amazonas, o deputado estadual Carlinhos Bessa (PV) solicitou ao secretário da Defesa Civil do Amazonas, Cel. Francisco Máximo Filho, celeridade na entrega da ajuda humanitária aos municípios de Tefé, Alvarães, Uarini e Juruá, localizados na região do Médio Solimões.

A solicitação foi feita após a divulgação da intensificação da Operação Cheia 2025, lançada pelo Governo do Amazonas para atender municípios atingidos pela elevação dos níveis dos rios. A operação já vinha antecipando a logística de envio de mantimentos, kits de higiene e itens de assistência social às regiões mais afetadas, mas o parlamentar destacou que os municípios do Médio Solimões também enfrentam situação emergencial e exigem atenção imediata.

“Essas cidades estão entre as mais afetadas e já sofrem com desabastecimento, alagamentos em áreas residenciais e prejuízos às famílias. Por isso, pedi ao secretário que a Defesa Civil atue com máxima urgência na distribuição da ajuda para nossa população do interior”, declarou Bessa.

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Em resposta ao apelo do deputado, o Governo do Estado, por meio da Defesa Civil, garantiu que atenderá à solicitação com prioridade máxima, comprometendo-se a despachar com urgência os suprimentos para a região do Médio Solimões.

O deputado Carlinhos Bessa agradeceu ao governador Wilson Lima e ao secretário da Defesa Civil, coronel Francisco Máximo, pela pronta resposta.

“Agradeço ao governador e ao secretário por entenderem a gravidade da situação e garantirem que a ajuda chegue com urgência. O povo do Médio Solimões precisa dessa resposta rápida, e continuarei acompanhando de perto para que ninguém fique desamparado”, afirmou o parlamentar.

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Cheia dos rios no Amazonas deixa comunidade em baixo d’água e produtores rurais acumulam prejuízos. Foto: Michel Castro/Rede Amazônica AM

A expectativa é de que nos próximos dias as famílias residentes nos municípios citados comecem a receber cestas básicas, kits de higiene, redes, mantas e água potável, como parte do plano de atendimento emergencial previsto na Operação.

A cheia dos rios amazônicos em 2025 já levou mais de 20 municípios a decretarem situação de emergência, com milhares de pessoas desalojadas ou desabrigadas. No Médio Solimões, as condições de acesso dificultam o socorro imediato, o que reforça a necessidade de articulação política para garantir que a ajuda chegue em tempo hábil.

Mais de 1 tonelada: distribuição de pamonha bate recorde no São João do Parque Anauá

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Foto: Divulgação/Secom-RR

Um novo recorde foi estabelecido durante o São João no Parque Anauá! Todos os anos, o Governo de Roraima oferece a maior quantidade de pamonha do Norte do País para os visitantes do arraial e este ano o “pamonhaço” mostrou que veio para ficar somando uma tonelada e trezentos quilos do alimento.

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O peso foi aferido por uma balança da Polícia Rodoviária Federal e certificado pelo Inmetro e Instituto de Pesos e Medidas de Roraima (Ipem-RR). No total, 5 mil pamonhas foram distribuídas.

Arraial do Anauá 2025

O projeto Arraial do Anauá 2025, realizado pela Rede Amazônica Roraima, com apoio do Governo do Estado de Roraima, tem como objetivo promover a cultura e tradição junina da região com diversas ações pensadas em todos os públicos.