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Segunda edição da Glocal Experience Amazônia conta com mais de 30 atividades em Manaus

Começou, na manhã desta quinta (22), o Glocal Experience Amazônia. O evento discute os desafios e ações para a região amazônica com foco na sustentabilidade e conta com uma vasta programação: conversas, palestras, feira e shows. A ação acontece pela segunda vez em Manaus (AM) e segue até sábado (24).

A cerimônia de abertura aconteceu no Contemporâneo Eventos, no Centro da capital amazonense, e reuniu lideranças indígenas, comunitárias, empresariais e sociais, como CEO do Grupo Rede Amazônica, Phelippe Daou Júnior; a diretora-presidente da Fundação Rede Amazônica (FRAM), Claudia Paixão Daou; o diretor do Glocal, Rodrigo Baggio; o gestor do Glocal Experience, Artur Barros; o líder quilombola José Carlos Galiza; entre outros.

Glocal Amazônia 2024: confira a programação e os locais de realização do evento

Este ano, a programação do Glocal Experience Amazônia conta com mais de 53 palestrantes, atividades diversas no Palácio da Justiça, a Feira Sustentável e atividades no Largo de São Sebastião, além de 13 painéis que vão debater os grandes desafios da Amazônia.

“Mais de 20 mil pessoas participaram do Glocal Amazônia em 2023. Temos o desafio de dobrar esse número, pois a principal missão do Glocal é mostrar a realidade e os obstáculos que são enfrentados pelos amazônidas diariamente. Criamos uma programação visando gerar o debate e reflexão. Espero que o público possa vir visitar e conhecer mais sobre a região amazônica”, destacou o diretor da Glocal, Rodrigo Baggio.

Foto: Anderson Mendes/FRAM

Após a cerimônia de abertura, a diretoria do Glocal Amazônia Experience divulgou o Índice de Progresso Social da Amazônia (IPS), que mostra através de dados os grandes desafios enfrentados na região amazônica. “Inclusive, este ano, vamos ter um painel de conectividade, que vai trabalhar a conexão das aldeias indígenas, quilombolas e reservas extrativistas como forma de empoderar essa população”, contou Baggio. 

Além de palestras e oficinas, o ‘Glocal Experience Amazônia’ leva ao público o melhor da cultura regional. Para o gestor do evento, Artur Barros, a regionalidade amazônica já começa na abertura do evento com a voz inconfundível de Márcia Siqueira. “A Márcia (Siqueira) é uma cantora renomada na região amazônica e abrilhantou a cerimônia inicial. Teremos diversas palestras e workshops de música, arte e dança. O lado positivo da programação é que toda a família pode participar e conhecer mais da cultura local”, contou.

Realidades

Márcia entoou canções que mostram a garra e a cultura dos povos originários da Amazônia. Ela acredita que o seu papel é trazer a reflexão através da música. “É um evento que mostra o melhor da cultura amazônida. Eu espero que as pessoas participem e possam desfrutar de todo o conhecimento que será aplicado através do Glocal. Principalmente para quem não conhece a realidade da Região Norte”, afirmou a artista.

Quem também marcou presença na abertura do evento foi José Carlos Guerreiro Galiza, que é agricultor e líder quilombola, da comunidade quilombola de Guajará Miri – Acará/PA.

“É uma honra participar e contribuir para o debate. Por muitos anos, o povo quilombola se escondeu na mata para não ser capturado, porém, atualmente, a luta é para ganhar visibilidade para mostrar a nossa existência. Então, evento com este é importante para mostrar a nossa luta e que precisamos de políticas públicas”, disse.

Parceria

Desde a primeira edição do Glocal Experience Amazônia, o Grupo Rede Amazônica e a Fundação Rede Amazônica (FRAM) se tornaram parceiros do projeto. Para a diretora-presidente da FRAM, Claudia Paixão Daou, a confiança da diretoria do Glocal Experience no trabalho da Rede Amazônia é essencial para a parceria. “É uma programação rica e cheia de possibilidades para a região amazônica. Espero que essa parceria dure por muito tempo”, afirmou.

Já para a diretora executiva da FRAM, Mariane Cavalcante, o Glocal é um grande encontro de ideias para a sustentabilidade da Amazônia. “A FRAM tem esse compromisso do desenvolvimento sustentável da região alinhando ao crescimento econômico com a floresta em pé e a inclusão social. Para a gente é muito importante debater temas que cheguem neste lugar e são importantes para a Amazônia”, afirmou.

Sobre o Acelera Amazônia

Glocal Experience Amazônia faz parte do projeto Acelera Amazônia 2024 e tem o apoio da Apa Móveis, Prefeitura de Manaus, Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Amazonastur e Governo do Amazonas. Idealização e operação: Dream Factory. Realização: Fundação Rede Amazônica (FRAM).

Glocal Experience nasceu em maio de 2022 com sua primeira edição no Rio de Janeiro. O encontro busca se tornar anual e tem a intenção de ser realizado em cada Estado da Amazônia. Em 2024, Manaus (AM) recebe o evento pela segunda vez.

Peru e Equador firmam parceria para avançar na gestão ambiental

Os governos do Peru e do Equador coordenam a implementação de ações conjuntas ligadas à gestão de investimentos em infraestrutura com foco na sustentabilidade e à implementação de estratégias contra os impactos das mudanças climáticas em seus respectivos territórios, entre outros instrumentos de gestão ambiental.

Para tanto, o Vice-Ministro de Gestão Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (Minam), Edgar Romero, teve uma reunião, na sede do Minam, com seu homólogo equatoriano, Edgar Heredia. Nesse encontro trocaram experiências sobre avanços em sustentabilidade.

O vice-ministro peruano Edgar Romero destacou o trabalho conjunto dos dois Estados na conservação ambiental e em benefício da população. Durante a reunião foi também discutido o projeto ‘Mobilização do financiamento climático internacional e investimentos privados para o desenvolvimento resiliente ao clima e de baixo carbono’, promovido pelo Equador em coordenação com o Ministério da Economia e Finanças do Peru.

Da mesma forma, foram abordados temas relacionados à cooperação internacional para ações contra a crise climática, bem como o apoio do Fundo Verde para o Clima.

*Com informações da Agência Andina

Circuito Gastronômico é destaque entre rotas turísticas de Porto Velho

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Tanto os moradores da capital de Rondônia, Porto Velho, quanto aqueles que visitam a cidade têm à disposição vários pontos e passeios turísticos para desfrutar. Uma dessas rotas turísticas é o Circuito Gastronômico, no qual visitantes podem saborear pratos típicos da região, entre eles o pato no tucupi, bolo de macaxeira, tambaqui, dourado frito, pamonha de milho verde e outros destaques culinários, servidos em restaurantes localizados no Mercado Cultural, Vila Candelária e Vila do Teotônio.

São pratos da culinária local encontrados em vários restaurantes do município que atraem milhares de turistas durante o ano todo.

Mercado Cultural

Mercado Cultural conta com espaço destinado a eventos culturais
Foto: Wesley Pontes/ Felipe Ribeiro/ SMC

Localizado à avenida Presidente Dutra, no Centro da cidade, o espaço é destinado aos eventos culturais, valorização gastronômica e atividade turística. Aos domingos é servido café da manhã nordestino e todos os dias tem almoço de gastronomia variada. Funciona de segunda a domingo, das 7h à meia-noite.

Vila Candelária

 Vila Teotônio fica a 39 quilômetros de Porto Velho, com acesso pela BR-364
Foto: Wesley Pontes/ Felipe Ribeiro/ SMC

Para quem gosta de história, gastronomia regional e belas paisagens, este é o local ideal, que possui uma vista privilegiada da cidade de Porto Velho, a Vila Candelária, localizada na Estrada Santo Antônio, KM 2,5 – bairro Triângulo, é um excelente ponto turístico local.

Vila Teotônio

A 39 quilômetros de Porto Velho, com acesso pela BR-364, sentido Acre, a Vila do Teotônio agora conta com ônibus em horários exclusivos e com infraestrutura de restaurantes em pleno funcionamento. O destaque fica pela vista da praia artificial construída a partir do reservatório da Usina Hidrelétrica Santo Antônio e aos passeios de voadeira, que devido ao baixo nível de água do rio Madeira, estão temporariamente indisponíveis.

Informação aos Turistas

O Centro de Atendimento ao Turista (CAT), localizado no Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira de Oliveira, em Porto Velho, funciona de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 14h30, como mais uma ferramenta da Prefeitura de Porto Velho, por meio da Semdestur, para aproximar o turista e os porto-velhenses dos atrativos turísticos da cidade, fornecendo informações sobre os mais de 70 pontos turísticos locais divididos em 17 circuitos e quatro rotas.

Conheça todas as rotas turísticas do Melhor de PVH.

*Com informações da Prefeitura de Porto Velho

Jaider Esbell

Foto: RCCaleffi – Coordcom/UFRR

Artista, escritor e produtor cultural indígena do Povo Makuxi, Jaider Esbell, era um dos artistas mais renomados de Roraima. Representante da “arte indígena contemporânea”, Esbell é reconhecido, nacional e internacionalmente, pelo seu trabalho, que aborda questões sobre arte, ancestralidade, espiritualidade, humanidade, memória, política, ecologia e vários outros assuntos.

O artista foi vencedor do prêmio Pipa Online 2016 e, em 2020, participou da Mostra Coletiva de Arte Indígena Contemporânea “Véxoa: nós sabemos” na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Foi curador de mostras de arte, como a “Moquêm_Surarî”, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), como parte da programação paralela da 34ª Bienal de São Paulo.

Em outubro de 2021, um mês antes de falecer, Jaider teve as obras “Carta ao Velho Mundo (2018-2019) e “Na Terra Sem Males” (2021) adquiridas pelo Centre Georges Pompidou, em Paris, que possui grande acervo de arte moderna na Europa.

*Com informações da UFRR

Professor paraense conquista prêmio nacional de educação e ciência

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Um professor do Pará chamou a atenção em prêmio nacional de educação e ciência. Com experimentos científicos em sala de aula e nos ambientes escolares com uso do laboratório itinerante e imersão da comunidade escolar no clube multidisciplinar de matemática, ciência, tecnologia e linguagens, o professor Charles Ruan, da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Tereza D’Ávila, em Marituba, na Região Metropolitana de Belém (RMB), foi um dos vencedores do Prêmio Seymour Papert e Paulo Freire de Educação e Ciência, em São Paulo. O docente conquistou o 3º lugar na categoria Ennes de Sousa de experimentos científicos.

O Prêmio Seymour Papert e Paulo Freire de Educação e Ciência procura reconhecer as boas práticas em robótica educacional, pensamento computacional, inteligência artificial, experimentos científicos e humanidades implementadas por professores de escolas públicas e privadas, bem como, projetos desenvolvidos por Secretarias Estaduais e Municipais de todo o Brasil.

Segundo o professor Charles, a premiação também reforça o avanço da educação paraense nacionalmente: “Receber esse prêmio é de fundamental importância e eu vejo ele como um reconhecimento de todas as ações que venho aplicando, de todas as ações que eu venho aplicando durante anos na escola em que eu desenvolvi, e eu acho importante a educação paraense mostrar, Brasil afora, que nós temos muito a oferecer, que a educação paraense hoje, como 6º lugar no Ideb, mostra, além de tudo”.

Foto: Divulgação

“Nós temos profissionais competentes, profissionais compromissados com a educação. Esse prêmio mostra o protagonismo dos nossos alunos. Não foi só o professor que recebeu, não foi só a escola, o nosso aluno também. A gente está mais e mais focado em desenvolver um bom trabalho na nossa escola e na nossa rede estadual de ensino”, enfatizou o educador.

O Prêmio é uma iniciativa do Centro de Inovação para a Excelência das Políticas Públicas (CIEPP), em parceria com a Federation of International Robosports Association (FIRA/Capítulo Brasil), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a Fundação Sousândrade e a Robo City – Escola de Robótica. E tem o apoio da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI) e Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CONSECTI).

*Com informações da Agência Pará

Estratégia para enfrentamento à poluição do ar é discutida por ministérios da Saúde e MMA

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O Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), deu mais um passo no enfrentamento às mudanças climáticas ao realizar um evento para debater os episódios críticos de poluição do ar e sua relação com a saúde humana. O encontro ocorreu no dia 20 de agosto em Brasília.

O evento reuniu, além de representantes das duas pastas, especialistas e membros da sociedade civil para compartilhar experiências nacionais e internacionais, analisar metodologias de identificação e tratamento de episódios críticos de poluição do ar, e coletar subsídios para a revisão dos valores de referência dos níveis de atenção, alerta e emergência. Também foram discutidas diretrizes para a elaboração do guia para os Planos de Atendimento a Episódios Críticos de Poluição.

Leia também: Coberta pela fumaça produzida por queimadas em outros municípios do Amazonas, qualidade do ar em Manaus é monitorada

As duas pastas têm trabalhado em conjunto para apoiar a formulação de políticas públicas de saúde ambiental, bem como para aprimorar a qualidade das informações e fortalecer a vigilância em saúde no Brasil. Um exemplo dessa colaboração foi o lançamento, em junho deste ano, do Painel Vigiar: Poluição Atmosférica e Saúde Humana, uma ferramenta para identificar áreas com maior exposição ao material particulado fino e seus impactos.

Representando a ministra da Saúde, a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, destacou que a poluição atmosférica não só afeta a saúde e a qualidade de vida, mas também aumenta os custos para o Estado devido ao maior número de atendimentos e internações hospitalares. Esses gastos poderiam ser reduzidos com a melhoria da qualidade do ar nas áreas urbanas.

A secretária ressaltou a preocupação com a saúde das populações vulneráveis e dos trabalhadores na linha de frente quando ocorrem queimadas, por exemplo. 

Qualidade do ar

O Brasil tem avançado na luta contra as mudanças climáticas, como demonstrado pela instituição da Política Nacional de Qualidade do Ar (PNQAr), em maio deste ano. A nova legislação surge em resposta a anos de debates sobre os impactos da baixa qualidade do ar na saúde, liderados principalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que em 2019 classificou a poluição atmosférica e as mudanças climáticas como temas prioritários para a saúde humana.

Com essa nova legislação, o Brasil fortalece suas normas de qualidade do ar, alinhando-se às tendências globais de descarbonização e cuidados climáticos.

Ainda como parte das ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, o Ministério da Saúde criou a Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde. O mecanismo, inédito na pasta, é uma ferramenta de gestão para planejar respostas às emergências como queimadas, escassez de água, chuvas intensas e outras ocorrências relacionadas ao clima.

*Com informações do Ministério da Saúde

Simpósio Amazônia Criativa acontece pela primeira vez em Macapá; veja a programação

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O 1º Simpósio Amazônia Criativa e Sustentável acontece nos dias 22 e 23 de agosto na sede do Centro de Cultura Negra do Amapá (Ccna). O evento debate economia criativa, inovação e sustentabilidade e é uma preparação para a COP 30 que em 2025 acontece em Belém do Pará.

São abordados ainda, temas como a economia, protagonismo cultural e emergência climática e funciona como uma estratégia para debater e incentivar a preservação do meio ambiente. Valorizando a cultura da Amazônia.

O evento destaca ainda a potencialização dos produtos produzidos em escala regional na Amazônia, que impactam diretamente o cenário global.

Os debates e palestras que serão promovidos no evento discutem os seguintes temas:

  • Empreendedorismo e protagonismo criativo;
  • Desafios para uma cidade criativa e sustentável.

Serão realizados painéis de discussão e atividades culturais, promovendo troca de ideias e experiências que possam contribuir para a construção de uma Amazônia sustentável, para que a mesma se torne uma referência a níveis mundiais.

A diretora e produtora do Simpósio Amazônia Criativa e Sustentável, Susanne Farias, contou sobre outros temas que devem ser debatidos.

“Nós queremos com esses encontros debater tema como economia da cultura, racismo ambiental, crise social, emergência climática, a partir dos territórios criativos”, disse.

A inciativa é do Instituto Amazônia Criativa em parceria com Duas Telas Produtora Cultural, Baluarte Cultural, Rede Amazônica, Fecomércio e a Prefeitura Municipal de Macapá, através da Fundação Municipal de Cultura (Fumcult) e a União dos Negros do Amapá (UNA).

Veja a programação:

Quinta-feira (22 de agosto)

Cerimônia de Abertura -14h

Eixo – Empreendedorismo e Protagonismo Criativo

Painel 1: Amazônia Criativa e Protagonista

Hora: 16h às 17h

Painel 2: Jeito Tucuju

Macapá + COP30 – Potenciais para Hub Turístico e Cultural

Hora: 17h15 às 18h15

Shows Musicais e Feira de Cultura Criativa,com Poetas Azuis, Pinducos, Grupo Marabaixo, Grupo de Toada, Zé Miguel, Manoel Cordeiro

Hora: 18h às 22h

Sexta-feira (23 de agosto)

Eixo – Desafios para uma cidade criativa e sustentável

Painel 1: Tecnologias Ancestrais e Inovação

Horário: 9h às 10h

Painel 2: Arte como instrumento de resistência territorial

Horário: 10h15 às 11h15

Painel 3: COP 30 – Futuro Sustentável em Territórios Criativos

Horário: 15h às 16h

Painel 4: Racismo Ambiental e a Crise Social

Horário: 16h30 às 17h30

Show Musical e Feira de Cultura Criativa – 17h às 22h

Luxuosos Corações, Jhimmy Feiches, CRGV, Patrícia Bastos, Felipe Cordeiro.

*Com informações da Rede Amazônica AP

Ciência já sabe como tornar as cidades sustentáveis, mas iniciativas esbarram em questões políticas

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As cidades têm um papel central no combate às mudanças climáticas globais. Além de serem grandes emissoras de gases de efeitos estufa, é no contexto urbano que eventos climáticos extremos – como inundações, estiagens ou calor excessivo – tendem a impactar um maior número de pessoas. Porém, embora os desafios da sustentabilidade urbana envolvam ciência, tecnologia e inovação, é na implementação política onde se encontra o maior obstáculo.

Foi o que mostraram especialistas em sustentabilidade urbana durante debate realizado em 5 de agosto, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), no âmbito do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação. O evento foi transmitido on-line pela Agência FAPESP.

Segundo Abrahão, as grandes cidades pretendem se tornar lugares em que os cidadãos consigam se deslocar até o trabalho ou para algum serviço em no máximo 15 ou 30 minutos. E que tenham oferta de saúde, segurança, educação, mobilidade e habitação de forma descentralizada. “A ciência nos mostra e sabemos o que é melhor para cada um desses itens, pelo menos para iniciar processos, mas não temos feito essa mudança estruturante”, completou.

Foto: Reprodução/Alesp

A partir de dados do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e da metodologia do Sustainable Development Solutions Network (SDSN), o Instituto Cidades Sustentáveis desenvolveu o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR), ferramenta que busca identificar os desafios e os avanços das cidades brasileiras a partir de cem indicadores de bases públicas.

Além da pontuação e da classificação de cada cidade, o índice também apresenta os Painéis ODS, que fornecem uma representação visual do desempenho – o nível de desenvolvimento – dos municípios nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) que compõem a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Com isso, o Brasil é o único país do mundo a acompanhar a evolução de todas as suas cidades nos 17 ODS”, destacou.

Destaque negativo para a Amazônia

Abrahão afirma, no entanto, que um levantamento recente, realizado com os cerca de 200 países que se comprometeram com essa agenda, mostrou que o avanço foi de apenas 20%, se tanto. No Brasil o avanço também está baixo do desejado, de acordo com o IDSC-BR. “Sete em cada dez cidades brasileiras têm nível de desenvolvimento sustentável baixo ou muito baixo”, disse. Das cem piores cidades, 83 estão na Amazônia.

A partir desse índice, afirmou Abrahão, é possível fazer análises interessantes sobre a situação das cidades brasileiras e a dificuldade de avançar em sustentabilidade por causa de questões políticas.

É o caso das cidades gaúchas, que sofreram grandes inundações em maio deste ano, com mais de 2 milhões de pessoas afetadas e quase 80 mil desabrigadas. A partir dos mapas do IDSC-BR, é possível observar, por exemplo, uma relação entre os municípios afetados e o não cumprimento da gestão e prevenção de risco climático. “Entre as 497 cidades gaúchas, 476 não tinham implementado nem a metade de um conjunto de 20 ações e planos de prevenção que poderiam amenizar os impactos provocados pelas chuvas”, relatou.

Abordagem sistêmica

Professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Karin Regina de Castro Marins defendeu que o planejamento na gestão urbana necessita de instrumentos e processos adequados a diferentes escalas, não enfocando apenas a cidade como um todo, mas bairros, ruas e lotes.

Entre os exemplos apresentados por Marins está a variedade térmica provocada pelo adensamento no bairro Belenzinho, na zona leste da capital paulista. “O adensamento tem acontecido em vários bairros com estação de metrô. As áreas são ocupadas e ocorre a verticalização perto de edifícios baixos, formando diferenças de temperatura superficial de até 13°C. Em vários casos, uma quadra fica na sombra o tempo todo, enquanto a outra toma sol. O resultado são cidades com gradientes térmicos associados à ocupação e não só ao clima, o que impacta a percepção de clima do cidadão”, explicou.

Para Marins, além de levar em conta escalas menores como bairros e lotes, o planejamento urbano precisa de uma abordagem sistêmica.

“Mais de 80% das emissões da cidade de São Paulo estão associadas ao transporte. Por isso, estimular o transporte público é tão importante, mas não há uma integração entre políticas de segurança e mobilidade urbana, por exemplo. Precisamos lembrar que as pessoas caminham até o transporte público e, se não há segurança para isso, não vamos conseguir atingir a meta da Agenda 2030”, disse.

Ainda no campo da abordagem sistêmica, José Antônio Puppim de Oliveira, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Eaesp-FGV), ressaltou que várias políticas de saúde são políticas de sustentabilidade. “Como, por exemplo, fazer as pessoas andarem [a pé]. A ciência já mostrou que trabalhar a intersetorialidade traz cobenefícios”, apontou.

“Por isso é importante trabalhar com as secretarias que têm os maiores orçamentos, como saúde e educação. Mas é preciso fazer uma análise do que chamamos de capacity and capability, ou seja, uma secretaria pode ser capaz, mas não ter recursos suficientes para a realização de uma ação ou projeto. No caso do Brasil, muitas vezes, é o contrário: há o recurso, mas falta capacidade”, afirmou Puppim.

O grupo coordenado por Puppim lançou recentemente o Guia de Infraestrutura Verde e Azul, com o passo a passo para tornar cidades sustentáveis.

A publicação segue uma abordagem conhecida como nexo água-energia-alimentos. De acordo com essa lógica, o crescimento desordenado das cidades, as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade podem gerar insegurança alimentar e escassez de água e energia, uma vez que o consumo desses três elementos vai aumentar nas próximas décadas, principalmente em cidades.

O trabalho teve como ponto de partida a curiosidade sobre como as cidades inovam e aprendem. Nesse sentido, o grupo trabalhou com 82 cidades, numa espécie de varredura global, para entender como está sendo dada a transformação nos diferentes locais.

“Atualmente, existe uma abundância de dados que são fundamentais para a formulação de políticas públicas e para que a população cobre por mais ações. No entanto, é preciso melhorar a gestão. Porque o que vemos hoje é que ter as informações não necessariamente garante que as decisões políticas sejam tomadas”, disse Puppim.

O evento teve ainda a presença de Natacha Jones, diretora-executiva do Instituto do Legislativo Paulista (ILP), e de Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.

O debate na íntegra pode ser conferido em: www.youtube.com/watch?v=3Jfx21ytXTg.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência FAPESP, escrito por Maria Fernanda Ziegler
 

Manaus recebe primeira edição da Expo Favela Innovation em outubro

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Manaus vai receber a primeira edição da Expo Favela Innovation no Amazonas. O evento, que acontece nos dias 3 e 4 de outubro no Centro de Convenções Vasco Vasquez, vai conectar empreendedores das favelas com investidores, promovendo inclusão social e desenvolvimento econômico.

O espaço vai mostrar o potencial criativo e empreendedor das comunidades e favelas do estado. Inscrições já abertas pelo site oficial do evento e seguem até o dia 30 de agosto.

A programação tem palestras, workshops, rodadas de negócios e atividades culturais para fortalecer o empreendedorismo nas comunidades. A Rede Amazônica é parceira do evento.

*Com informações da Rede Amazônica AM

Aplicativo de mensagens é usado por projeto no Amazonas para trocar informações sobre condições climáticas

O Grupo de Pesquisa em Geociências do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, unidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mantém há cerca de um ano, uma comunidade no aplicativo de mensagens WhatsApp na qual divulga informações sobre os níveis dos rios na região do Amazonas. Inicialmente focado na região do Médio Solimões, o grupo atualmente possui mais de 700 membros e reúne também dados sobre o Alto Solimões e afluentes, como os rios Japurá e Negro.

O Grupo repassa diariamente os números sobre o nível da água dos rios, assim como informações sobre o nível do rio em Tabatinga, visto que a dinâmica das águas nesta região tem correlação direta com a região do Médio Solimões.

Anteriormente, os dados eram repassados de maneira quinzenal, mostrando o aumento ou diminuição do nível dos rios de acordo com réguas instaladas e monitoradas pelo Instituto Mamirauá e outras instituições como a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Mais recentemente, o grupo passou a noticiar sobre o nível dos rios a partir de áudios semanais. Este meio alternativo de divulgação tem por objetivo aumentar a acessibilidade das informações, garantindo acesso a todos os entes envolvidos.

Diversas lideranças de comunidades indígenas e ribeirinhas integram o grupo, além de pesquisadores e representantes de instituições públicas, como a Defesa Civil e o Serviço Geológico do Brasil. Portanto, o espaço serve também para troca de conhecimentos e informações entre estes atores, que discutem sobre o clima, a dinâmica das chuvas, a temperatura e o nível dos rios, enriquecendo o debate sobre o impacto das mudanças climáticas na região. 

*Com informações do MCTI