Fotos: Divulgação/Assessorias dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido
A porta-estandarte, item 5, é a figura responsável por conduzir o estandarte do boi durante os espetáculos do Festival Folclórico de Parintins, representando a fundação do boi. Como o próprio nome diz, a porta-estandarte irá desenvolver a sua performance visando mostrar garra, desenvoltura, elegância e alegria em união com os movimentos do estandarte, que pode ser uma bandeira ou um símbolo somados a indumentária.
Olá, entusiastas da natureza! Bem-vindos à Amazônia! No Dia dos Namorados, celebramos o amor e os relacionamentos especiais que compartilhamos. Curiosamente, a floresta amazônica, com sua vasta diversidade de vida, nos oferece exemplos surpreendentes de como diferentes espécies expressam afeto e constroem vínculos.
Aqui estão cinco exemplos fascinantes de animais amazônicos e seus comportamentos curiosos em relação ao tema do amor.
Arara-vermelha
A arara-vermelha (espécie Ara macao) é um exemplo clássico de monogamia no reino animal. Esses pássaros formam casais que podem durar por toda a vida. Eles demonstram seu afeto de várias maneiras, incluindo o grooming, onde um limpa, cata e arruma as penas do outro.
Esse comportamento não apenas mantém as penas em boas condições, mas também fortalece o vínculo entre o casal. Além disso, araras-vermelhas frequentemente vocalizam juntas, ajudando a manter a conexão e a coordenação entre os parceiros.
As araras-vermelhas acariciam com seus bicos, catam e limpam as penas do parceiros e até mesmo vocalizam juntas para estabelecer laços sociais. Foto: Germano Roberto Schüür
Macaco-barrigudo
Os macacos-barrigudos (Lagothrix lagotricha) são altamente sociais e vivem em grupos grandes, onde a interação social é vital. São onívoros, alimentando-se principalmente de frutas, mas também comem sementes, gomas, flores e algumas presas animais. Eles exibem comportamentos de grooming (catam-se e limpam os pêlos um dos outros) não só entre parceiros sexuais, mas também entre amigos e familiares, fortalecendo os laços sociais dentro do grupo.
Durante o período de acasalamento, machos e fêmeas passam mais tempo juntos, interagindo de maneira afetuosa e cuidando um do outro, o que ajuda a reforçar seus vínculos.
O ato de catar o outro é uma forma de estabelecer vínculo no caso do macaco-barrigudo, além disso, no período de acasalamento, machos e fêmeas passam mais tempo juntos. Foto: Fabio Colombini
Boto cor-de-rosa
O boto cor-de-rosa (espécie Inia geoffrensis) é o maior dos botos podendo chegar até 2,55 metros de comprimento e pesar até 207 kg. Também conhecidos como golfinhos da Amazônia, possuem uma vida social rica e exibem comportamentos intrigantes durante o acasalamento.
Os machos realizam acrobacias impressionantes e muitas vezes oferecem presentes, como peixes ou plantas aquáticas, para conquistar as fêmeas. Esse comportamento de “presenteio” é uma forma de demonstrar aptidão e interesse, similar ao cortejo humano.
Os botos-cor-de-rosa machos realizam acrobacias impressionantes e muitas vezes oferecem presentes para conquistar as fêmeas. Foto: Getty images
Sapos ponta-de-flecha
Os sapos-flecha (Dendrobatídeos) da Amazônia são famosos por suas cores vibrantes e seu veneno potente, mas também têm comportamentos de acasalamento únicos. Algumas espécies exibem cuidados parentais extraordinários: após a fertilização dos ovos, o macho transporta os girinos em suas costas até um local seguro com água. Esse cuidado dedicado aumenta as chances de sobrevivência dos filhotes, refletindo um aspecto de proteção e comprometimento nos relacionamentos.
Dendrobatídeo comum na Amazônia brasileira, Ameerega trivittata. Nessa espécie, o macho cuida dos filhotes e pode transportar até 40 girinos de uma única vez. Foto: Piotr Naskrecki
Araçari
Os araçaris (Família Ramphastidae) são parentes menores dos tucanos, e algumas espécies apresentam um comportamento de cortejo interessante que envolve oferecer frutas à fêmea. Viu só rapazes, alimentem suas companheiras/os! Os machos escolhem e entregam frutas suculentas como parte do ritual de acasalamento, demonstrando sua capacidade de fornecer alimentos.
Os araçari oferecem frutas à fêmea como parte do ritual de acasalamento. Foto: Dubi Shapiro
É isso pessoal! Esses exemplos mostram que o amor e o cuidado não são exclusivos dos humanos. Na verdade, a floresta amazônica está repleta de comportamentos que refletem afeição, comprometimento e cuidado, ensinando-nos que o amor pode ser encontrado em todas as formas e em todas as espécies.
Neste Dia dos Namorados, podemos nos inspirar na natureza e apreciar os diversos modos como o amor se manifesta no reino animal. Abraços de sucuri para vocês e até o próximo texto com informações sobre a nossa exuberante fauna da amazônica!
Sobre a autora
Luciana Frazão é pesquisadora na Universidade de Coimbra (Portugal), onde atua em estudos relacionados as Reservas da Biosfera da UNESCO, doutora em Biodiversidade e Conservação (Universidade Federal do Amazonas) e mestre em zoologia (Universidade Federal do Pará).
O Ministério da Saúde realizou um evento virtual com o tema ‘Medicinas Indígenas: Tecnologias de cuidados em saúde e cura nos territórios indígenas’ no dia 7 de junho e, durante o encontro, a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) explicou como esses conhecimentos têm sido aplicados nos territórios e quais são as iniciativas para ampliação de seu uso nas políticas do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS).
Ao longo das discussões, o secretário da Sesai, Weibe Tapeba, destacou a participação do Brasil durante as reuniões do G20 na última semana, que ocorreram em Salvador (BA), onde as medicinas indígenas foram amplamente debatidas nos diálogos sobre saúde.
“Estamos estabelecendo o eixo das as medicinas indígenas como um eixo fundamental, um pilar, uma diretriz importante para nossa política de saúde indígena”, disse.
Tabepa também anunciou a realização de cinco seminários regionais da saúde indígena, a partir de julho, com amplo debate e apresentação das técnicas de medicina desenvolvidas pelos povos originários.
Grupo de trabalho para criação de políticas específicas
Em janeiro deste ano, o ministério criou o Grupo de Trabalho Medicinas Indígenas, cujo objetivo é a elaboração de um programa sobre medicinas indígenas no SasiSUS, por meio da Portaria SESAI/MS nº 8, de 23 de janeiro de 2024 .
O grupo é coordenado pela assessora técnica da Sesai, Putira Sacuena. Durante o diálogo, ela ressaltou que, dada a sua relevância, o tema está inserido desde a instituição do SasiSUS, por meio da Lei 9.836 de 23 de setembro de 1999 .
“O direito dos povos indígenas à saúde está diretamente relacionado à questão do reconhecimento da existência das medicinas indígenas”, frisou.
O evento virtual também contou com participação do antropólogo social, Yupuri Tukano, do coordenador da Fórum dos Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena (FPCondisi), Celso Xukuru-Kariri, e da especialista em medicinas indígenas, Cíntia Guajajara.
O debate sobre a integração sul-americana encerrou a edição Brasília do projeto Diálogos Amazônicos, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e com apoio do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (CIEAM). O secretário de Articulação Institucional, do Ministério do Planejamento, João Victor Villaverde, foi quem apresentou o projeto do governo federal, que já traçou cinco rotas de integração do Brasil com a América do Sul. A conferência presencial aconteceu no dia 6 de junho na capital federal.
O investimento dos países sul-americanos no projeto tem previsão de US$ 10 bilhões de dólares, com 190 obras de infraestrutura somente no lado brasileiro. Segundo Villaverde, a reunião de todos os 11 presidentes da América do Sul, em maio de 2023, no Brasil – que não ocorria havia nove anos – trouxe o ‘Consenso de Brasília’ e definiu o projeto de integração de todo o território latino-americano.
“Temos um duplo propósito para fazer a integração sul-americana. Primeiramente, podemos e devemos fazer mais negócios, mais turismo mais oportunidades de emprego, mais pesquisa com os nossos irmãos sul-americanos. Em segundo lugar, enquanto a gente se integra mais com os países que são banhados pelo Pacífico, a gente também se aproxima, pelo Pacífico, de quem compra o que a gente vende, a China”, argumentou.
De acordo com o secretário, os levantamentos do Ministério do Planejamento revelam que, entre os anos 2000 e 2012, o principal destino de exportação do Brasil eram os Estados Unidos. Desde, então, majoritariamente, é a China.
Em 2023, as vendas brasileiras para o país ultrapassaram, pela primeira vez, o valor de US$ 100 bilhões e a corrente do comércio bilateral entre os países chegou a US$ 157,5 bilhões. Daí o interesse do governo brasileiro nessa integração pelo oceano Pacífico.
Rotas de integração
Aos empresários do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (CIEAM) e demais participantes do Diálogos Amazônicos, João Victor Villaverde mostrou as cinco rotas de integração sul-americana projetadas pelo governo brasileiro:
Rota 1 – Ilha das Guianas: contempla fundamentalmente o Amapá e Roraima, mas também o Norte do Pará e Amazonas, com a Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela;
Rota 2 – Amazônica: integra o Amazonas à Colômbia, Equador e Peru, a chamada rota da Amazônia. Para o Amazonas, essa rota é uma das importantes porque, segundo o secretário do governo, quando estiver pronta e interligada aos modais rodoviários e hidroviários vai chegar ao porto de Chancai, no Peru, via município Tabatinga.
Rota 3 – Quadrante Rondon: é a rota do Futuro porque ela pega a potência agrícola do Mato Grosso; uma potência agrícola crescente, que é Rondônia, além do Acre, todo o Norte e Centro-Oeste do Brasil com a Bolívia, rica em fertilizantes, que tanto o país necessita para o agronegócio. E ainda o Peru e o Norte do Chile;
Rota 4 – Bioceânica de Capricórnio: de caráter bioceânico, a rota prevê saída do Atlântico, pelo porto de Santos, e chegada no porto Antofagasta, em Iquitos, Chile, no oceano Pacífico ou vice-versa.
Rota 5 – Porto Alegre-Coquimbo: essa rota passa pelo Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina que desemboca um Coquimbo no sul do Chile.
Rota Amazônica
No caso da Região Norte, a atenção se volta para a Rota Amazônica (2). Isso porque a potencialidade das exportações é promissora, de acordo com o secretário do Ministério do Planejamento, principalmente com produtos da bioeconomia, máquinas, equipamentos e bens de consumo de Manaus para o Peru, Equador e Colômbia, além da Ásia e América Central.
Pelo projeto do governo, os novos setores da economia a serem promovidos na Rota Amazônica serão: isqueiros, motocicletas, canetas, barbeadores, aparelhos de TV e som, bens de bioeconomia e indústria naval.
Recursos e obras
Para viabilizar as cinco rotas de integração da América do Sul, cerca de 190 obras estão no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dentre elas: 65 rodovias, 40 obras hidroviárias, 35 aeroportuárias, 21 portos, 15 infovias, 9 ferrovias e 5 linhas de transmissão de energia.
Já o financiamento dessas obras, pelo lado brasileiro, o governo já levantou recursos no valor de US$ 10 bilhões, sendo US$ 3,4 bilhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), US$ 3 bilhões do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), US$ 3 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e Social (BNDES) e US$ 600 milhões do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).
Um grupo de pesquisadores do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), esteve nas Terras Indígenas Yanomami, em Roraima, entre mamio e junho, para estudar o nível de exposição de mercúrio das comunidades.
Durante o trabalho, foram coletadas águas fluviais e de consumo, sedimentos e peixes em Unidades de Conservação (UCs) Federais do Estado de Roraima. Segundo o grupo, o objetivo do estudo é monitorar a qualidade ambiental e dos teores de mercúrio nos peixes.
Segundo a pesquisadora do CETEM, Zuleica Castilhos, esta é a terceira visita para coleta de amostras. A primeira foi em novembro de 2023 e a segunda em março deste ano. Nas duas primeiras, foram coletadas amostras de águas de consumo, águas fluviais e sedimentos de rio dentro do território.
“Nos estudos nós estamos analisando diversas amostras que contêm metais (incluindo mercúrio), agrotóxicos, HPAs, BTEX, entre outros, dependendo da matriz, águas de consumo, águas fluviais e sedimentos”, explica a pesquisadora do CETEM que é responsável pela expedição.
As atividades fazem parte do Projeto Monitora Y, que compõe a Rede de Monitoramento Ambiental em Terras Indígenas Yanomami e Alto Amazonas. “A região é amplamente atingida pela atividade de garimpo de ouro ilegal com consequências ainda não avaliadas criteriosamente quanto aos seus potenciais impactos ao meio ambiente e efeitos à saúde das populações locais, indígenas ou não”, diz Castilhos.
Além dos pesquisadores do CETEM, o trabalho também contou com a colaboração de pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
De acordo com o Censo Demográfico de 2023 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a etnia Yanomami é a maior do país e conta mais de 27 mil indígenas vivendo principalmente em Roraima e Amazonas.
*Com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação(MCTI)
Em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o governador do Acre, Gladson Cameli assinou um pacto com o governo federal que dispõe sobre o controle e prevenção de incêndios na Amazônia. O ato ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra do Meio Ambiente, a acreana Marina Silva.
O pacto com o governo federal também inclui regiões como o Pantanal, que é impactado com queimadas e desmatamentos. Além disto, segundo o documento, o objetivo principal é de implementar “ações colaborativas e integradas de prevenção, preparação e combate aos incêndios florestais e demais formas de vegetação nativa”, uma vez que as mudanças climáticas estão impactando diretamente e, principalmente, nas regiões amazônicas.
Inclusive, no Acre, pouco mais de dois meses após o principal afluente do estado alcançar a segunda maior cota histórica e atingir mais de 70 mil pessoas com uma enchente devastadora, o manancial chegou a marca de 2,52 metros em maio, menor marca para o mês nos últimos cinco anos. A situação alerta para a possibilidade de um período de seca que, segundo especialistas, pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo.
De acordo com Cameli, o Acre está preparado para contribuir na redução destes impactos e diz que “reafirma o compromisso do Acre com a agenda ambiental do governo federal, uma vez que temos a consciência da necessidade urgente de integrar nossas políticas públicas, garantindo, assim, a conservação da biodiversidade e a manutenção dos serviços dos ecossistemas”.
“Diante das crises climáticas já apresentadas na região amazônica e lamentavelmente vivenciadas pela população acreana, consideramos que a união entre todos nós é fundamental para prevenir e controlar o sistema ecológico da Amazônia e do Pantanal”, complementou.
Assinatura do pacto pela Amazônia contou com a presença dos governadores, da ministra Marina Silva e do presidente Lula. Foto: Pedro Devani/Secom AC
O governador destacou também a elaboração e implementação do Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas no Acre (PPCDQ-AC), que está na terceira fase de publicação, aprovada pelo Decreto nº 11.372/23, bem como a assinatura do contrato de colaboração no âmbito do Fundo Amazônia, envolvendo o BNDES e o Ministério do Meio Ambiente, e que visa o desmatamento ilegal zero no estado.
Desmatamentos
Em 5 de julho do ano passado, considerando os dados de desmatamento ilegal, queimadas, incêndios florestais e degradação florestal nos últimos anos, o governo do Acre declarou situação de emergência ambiental em dez cidades do estado.
Naquele período, conforme o decreto publicado, a emergência declarada ficou em vigor entre os meses de julho a dezembro de 2023. Para a medida, o governo considerou os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que, segundo a publicação, apontam um aumento de 127% no desmatamento no Acre entre os anos 2018 e 2021, comparado com o quadriênio anterior.
O governo também levou em consideração as condições climáticas adversas, tais como estiagens prolongadas, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar e intensos ventos, que favorecem as ocorrências de incêndios florestais.
Segundo um levantamento do MapBiomas Amazônia, apresentado na COP 28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em dezembro do ano passado, o Acre é um dos locais que compreendem o “Arco do Desmatamento”, que se estende, além do estado, entre Pará, Mato Grosso e Rondônia, apontada como região de maior desmatamento na Amazônia Legal, e que teve avanço na conversão de florestas em pasto. O território compreende cerca de 14% do território explorado pela pecuária.
Conforme o mapeamento, a pecuária é o principal vetor do desmatamento em metade da América do Sul nos últimos 37 anos.
Uso da terra para pecuária cresceu em 442% entre 1985 e 2022 no Acre — Foto: Reprodução
Rondônia é o segundo Estado do Brasil com o maior número de casos de febre oropouche em 2024. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), já foram mais de 1,7 mil notificações da doença no Estado.
A febre oropouche é transmitida por um mosquito quase imperceptível a olho nu, chamado de maruim ou meruim. Ossintomas da febre são parecidos com arboviroses, como a dengue e a chikungunya.
Em 2024, o Brasil já registrou 6.637 casos confirmados: o Amazonas lidera o ranking, com 3.564 notificações. Em seguida, está Rondônia, com 1.748 confirmações da doença, segundo o MS.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho (Semusa) até o mês de maio de 2024 foram notificados 287 casos de febre oropouche na capital; 200 notificações ocorreram apenas no primeiro mês do ano.
A arbovirose acontece principalmente na região Amazônica e é transmitida pela picada do Culicoides paraensis, mais conhecido como maruim ou meruim. O mosquito é 20 vezes menor que o Aedes aegypti.
A oropouche também pode ser transmitida por outros mosquitos. O vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) é mantido no sangue desses animais após eles picarem uma pessoa ou outro animal infectado.
De acordo com o MS, na região urbana, o ser humano é o principal hospedeiro do vírus. Não há evidência de transmissão direta de pessoa para pessoa.
Até o momento, ainda não há informações se o Aedes aegypti (mosquito da dengue) também pode ser um vetor para essa doença.
Conheça os sintomas
Os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya:
febre;
dor de cabeça;
dor muscular;
dor nas articulações;
náusea e vômito;
tontura;
dor atrás do olho;
e diarreia.
Os sintomas geralmente duram de 2 a 7 dias e não costumam deixar sequelas. Mesmo nos casos mais sérios, as pessoas se recuperam bem. A doença não possui tratamento específico.
Como procurar ajuda?
Ao apresentar os sintomas, o paciente precisa procurar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima de sua casa para que sejam feito exames laboratoriais e clínicos para detectar a doença.
No primeiro momento, a pessoa com sintomas de Febre Oropouche realizará o teste para a dengue e outras arboviroses.
Em Rondônia, a coleta dos testes são feitas na rede municipal de saúde e é encaminhada para o laboratório do Estado, conforme critérios definidos pelo Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
Prevenção
As medidas de prevenção contra a Febre do Oropouche envolvem evitar a picada do mosquito infectado.
O órgão recomenda que ao entrar em locais de mata e beira de rios, a população deve fazer uso de repelentes e roupas compridas, além de usar cortina e mosquiteiros em áreas rural e silvestre.
O manto para o Círio de Nazaré 2024 começou a ser pensado desde novembro de 2023, quando a estilista Letícia Nassar recebeu o convite por meio do casal coordenador do Círio 2024, Antônio e Silvia Salame. Este ano a confecção e o desenho são criação de Letícia, com bordados de Antônio José de Souza e Rosa Brito, e metais de Marcelo Monteiro, da Ourogema.
A estilista Letícia Nassar sempre teve o desejo de trabalhar com a produção do manto de Nossa Senhora de Nazaré. Ainda em outubro de 2023 ela foi convidada pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) para confeccionar o manto de uma imagem de Nossa Senhora que estaria no Círio de Nazaré em Miami, nos Estados Unidos, realizado de 16 a 20 de novembro.
“No dia da apresentação do manto de Miami eu fui convidada para fazer o manto do Círio de Nazaré daqui e, desde então, estou vivendo o meu milagre do Círio, porque foi o meu pedido a Ela”, conta Letícia.
Foto: Divulgação
Foi neste momento, em Miami, que ela começou a desenhar as primeiras ideias para o manto. “Todos os detalhes e a essência do manto foram feitos ali. Em Belém fiz alguns ajustes. Vestir Nossa Senhora de Nazaré é algo inexplicável. O Espírito Santo me guiou para fazer algo tão belo como este manto”, relata Letícia.
Segundo ela, o Manto foi inspirado na imagem de Maria, que mesmo com toda a sua força, se mantém sempre simples, singela, suave, ao mesmo tempo soberana e mulher. “Eu já desenhei o manto pensando na técnica de bordado que usaria, e isso facilitou muito o trabalho. Começamos a trabalhar na confecção dele em fevereiro e estamos nos preparativos finais, faltando cerca de 30% para finalizar e os acabamentos”.
Foto: Divulgação
Já o bordador e membro da Guarda de Nazaré, Antônio José de Souza, está bordando o manto de Nossa Senhora de Nazaré pela décima quarta vez. O primeiro convite veio em 2003, além de ter trabalhado no manto para o Círio de Miami, junto com Letícia Nassar.
”A nossa inspiração maior para este manto é na pureza de Maria, na sua simplicidade, e fomos guiados por Ela em todos os momentos da confecção”, conta Antônio.
Apresentação
A cerimônia de apresentação do manto ocorre no dia 10 de outubro, durante missa na Basílica Santuário, a partir das 18h. O manto não tem apenas a atribuição de cobrir a imagem da padroeira dos paraenses. Várias exigências precisam ser cumpridas, como a sua ornamentação, que precisa estar de acordo com o tema do Círio de cada ano, assim como as cores, os adereços e os desenhos, que precisam passar uma mensagem ao público. Além disso, ele também deve transmitir uma mensagem evangelizadora aos devotos, como todos os símbolos do Círio de Nazaré.
Foto: Divulgação
História
Um dos símbolos da procissão, a tradição do manto foi mantida desde que o caboclo Plácido encontrou a santinha às margens do igarapé Murucutu.
Ao sair nas procissões, o manto da Virgem de Nazaré seguia um formato retangular e, nos anos seguintes, foi confeccionado pela Irmã Alexandra, da Congregação Filhas de Sant’Ana, que confeccionava os mantos com material doado por promesseiros, até sua morte em 1973.
O Círio 2024
O Círio de Nazaré é uma realização da Arquidiocese de Belém, Basílica Santuário de Nazaré, Diretoria da Festa de Nazaré, Governo do Estado do Pará e Prefeitura de Belém.
Foto: Divulgação
Até o momento, a Festa de Nazaré tem como patrocinador master o Banpará e patrocínio de Alubar, Belágua, Belém Bioenergia Brasil, Cresol, Econômico Comércio de Alimentos, Equatorial Energia, GAV Resorts, Gráfica Miriti, Grupo Mônaco, Guamá Resíduos, Hospital Porto Dias, ITA Center Park, Hydro, Reinafarma, Uniesamaz, Unimed e Tramontina. Como apoiadores master Alucar, Bagliolli Dammski Bulhões e Costa Advogados, CN Produções e Jefferson. E mais 61 apoiadores.
Fotos: Reprodução/Acervo Boi Caprichoso – site oficial e Acervo Boi Garantido – Facebook oficial
Recriação de ritmo xamanístico, fundamentado através de pesquisa dentro do contexto folclórico. A encenação ou recriação de rituais indígenas é o quarto item dos bois-bumbás no Festival Folclórico de Parintins. Como quadro apoteótico, reúne elementos alegóricos, coreográficos e teatrais, em uma soma dramática capaz de revelar cenicamente o universo indígena e suas cosmogonias, apanhados nas toadas de diversas etnias.
A ‘Revoada de Pássaros Juninos’ abriu oficialmente o ‘Arraial de Todos os Santos: o maior arraial da Amazônia’, no último sábado (8), com o encontro de grupos de Pássaros de vários bairros de Belém. O encontro lúdico dos Pássaros Juninos é uma realização do Governo do Pará, por meio da Fundação Cultural do Estado do Pará(FCP).
A cultura de Pássaros, ou teatro popular, como também é chamado, é uma das mais importantes e genuínas expressões paraenses. A ‘Revoada de Pássaros’ se reuniu no primeiro dia, em cortejo, no entorno da Casa das Artes, prédio da FCP; e da Praça Santuário, grupos que retratam as encantarias e personagens da identidade cabocla, indígena, ribeirinha, urbano-periférica, colorida e criativa.
“A Cultura Popular é fundamental para perpetuar a história de resistência e identidade, de maneira lúdica, do nosso povo, por isso para a Fundação Cultural do Pará esse momento simbólico da Revoada de Pássaros Juninos, além de ser uma grande confraternização de fazedores de cultura, fortalece os laços e mostra a diversidade cultural paraense e amazônica. Nesse momento, é, também, o Estado cumprindo com sua função importante de fomento de políticas públicas para preservar a riqueza das manifestações culturais”, disse Thiago Miranda, presidente da Fundação Cultural do Estado do Pará (FCP).
Foto: Reprodução/Agência Pará
Crianças vestidas de pássaros, fadas da floresta, indígenas, caçadores, ribeirinhos e a realeza se misturam em uma apoteose que chamou a atenção por onde o cortejo passou. Depois os grupos voltaram para a Casa das Artes, onde foi feita uma simbólica apresentação de cada ícone que compõe o teatro de pássaros juninos. A tradição é uma herança ancestral dos fazedores de cultura.
Rosa Oliveira, do grupo Ararajuba, do bairro da Sacramenta, começou aos 7 anos. Hoje acompanha a filha como um dos ‘porta pássaros’.
“Ela começou aos 3 anos e hoje está com 8 anos e a foi assim como eu. Eu já cresci nesse meio, vai passando de geração em geração. Então meu avô passou isso para minha mãe, para as minhas tias, e nós crescemos então no Pássaro. E a gente continua passando esse legado para os nossos filhos, sobrinhos”, explicou a fazedora de cultura popular.
Mestra em Cultura Popular, Iracema Oliveira é a mais antiga guardiã de Pássaro Junino do Estado. A frente do Pássaro Tucanos conduziu a apresentação dos grupos.
“Essa programação da Fundação Cultural, do Governo do Estado, é um incentivo muito gratificante, porque essa revoada nos dá uma alegria muito grande, da gente rever companheiros e guardiões antigos e ver que as crianças, nesse encontro de diferentes gerações de fazedores de cultura. É importante passar essa tradição, para perpetuar. Digo sempre que é da criança que se faz o adulto. Então, a gente tem que começar com eles, e é para poder insistir no coração deles, o amor por essa cultura tão rica, a qual é a cultura popular”, explica a mestra.
A noite que simbolizou a liberdade dos ícones do imaginário popular para iniciar as festividades da cultura popular contou ainda com a apresentação musical do grupo ‘Sentinelas do Norte’, dos artistas Allan Carvalho e Luis Girard.
Foto: Reprodução/Agência Pará
Arraial de Todos os Santos
De 18 a 23 de junho, o teatro Waldemar Henrique, prédio da Fundação Cultural do Estado do Pará, vai receber a programação do teatro de Pássaros Juninos, sempre às 19h. Dia 13 de junho, no prédio da Fundação, no Centur, é a abertura da 20ª edição do Concurso Estadual de Quadrilhas, a partir das 18h. As apresentações ocorrerão todos os dias até 30 de junho. No mesmo período, tem também as apresentações de grupos de Folguedos e shows com artistas da terra, no Centur.
No mesmo local, no dia 28 de junho, será o concurso de Miss Caipira da Diversidade. Na Casa da Linguagem, dia 21, será realizado o Arraial das Letrinhas em homenagens aos escritores João de Jesus Paes Loureiro, Max Martins e Ruy Barata. De 28 a 30 de junho, o Curro Velho, núcleo da FCP, realiza o Auto Junino, às 18h. E no dia 30 de junho, encerrado a programação, será a noite de premiação das quadrilhas.