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Obras de expansão de rede de esgoto começam na quarta-feira (26) no cruzamento entre avenidas Djalma Batista e João Valério

A partir da noite desta quarta-feira (26/06), as equipes da Águas de Manaus iniciam uma frente de obras no cruzamento entre as Avenidas Djalma Batista e João Valério, em um trabalho que seguirá até o início da semana que vem. O serviço faz parte do programa Trata Bem Manaus e tem previsão para ser finalizado na madrugada da próxima segunda-feira (01/07).

Durante a execução da implantação das tubulações, as equipes alternarão trabalho nas faixas, sempre com uma liberada para o tráfego. Agentes de trânsito e fiscais de transporte do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) farão a orientação aos motoristas.

A rede coletora, com extensão de 170 metros, que será instalada no local faz parte do sistema que abrange, também, a avenida Constantino Nery. Neste período, a obra de construção de rede de esgoto que ocorre na Constantino será interrompida para que os condutores que trafegam diariamente pela Djalma Batista tenham uma rota alternativa. Os motoristas também podem optar por fazer o trajeto pelas avenidas Maceió, Mário Ypiranga e Umberto Calderaro.

Foto: Divulgação/Águas de Manaus

Cronograma

Na quinta (27/6), as obras avançam para o sentido Centro/bairro avenida Djalma Batista, próximo à Praça Domingos Russo. Na sexta-feira (28) e sábado (29) as obras avançam pela avenida Djalma Batista, até alcançar o sentido bairro/Centro. No domingo (30) e na madrugada de segunda-feira (01/07), a concessionária fará ajustes finais para garantir a trafegabilidade da avenida.

“Esta obra irá permitir que todo esgoto coletado no bairro Nossa Senhora das Graças seja interligado no sistema que está sendo construído na avenida Constantino Nery. Ele será transportado até a Estação Elevatória no bairro São Jorge, e, posteriormente, encaminhado para a Estação de Tratamento de Esgoto do Educandos, em um processo que contribui diretamente na preservação dos recursos hídricos da cidade”, explica o gerente de Projetos da Águas de Manaus, Jean Damaceno.

Trata Bem Manaus

O trabalho integra o cronograma de expansão do esgotamento sanitário na cidade, por meio do programa Trata Bem Manaus.

O programa garante a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto da cidade em menos de dez anos. Estão previstas a implantação de mais de 2,7 milhões de metros de redes coletoras de esgoto nos próximos anos, além de obras de implantação e ampliação de pelo menos 70 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), espalhadas por todas as zonas da cidade.

*Por Águas de Manaus

MPF recomenda anulação de acordo entre Ufam e Potássio do Brasil por irregularidades em projeto no Amazonas

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O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Universidade Federal do Amazonas (UFAM) a anulação do termo de cooperação firmado com a empresa Potássio do Brasil, no contexto do Projeto Autazes Sustentável. A recomendação objetiva a adoção de medidas por parte da Ufam, após investigações de inquérito civil instaurado pelo MPF no Amazonas apontarem irregularidades relacionadas ao projeto.

O Autazes Sustentável, que inclui serviços de consultoria especializada para desenvolver o Plano Básico Ambiental do Projeto Potássio Amazonas – Autazes, prevê a colaboração de diversas instituições, incluindo Ufam, Prefeitura de Autazes, Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), entre outras entidades. As atividades concentram-se na sede do município de Autazes e em outras comunidades próximas, estendendo-se a municípios como Itacoatiara, Nova Olinda do Norte e Careiro da Várzea.

O projeto envolve um subprograma de acompanhamento da supressão vegetal e manejo da fauna na região, visando minimizar os impactos ambientais. No entanto, o MPF argumenta que o licenciamento ambiental prévio é um procedimento administrativo fundamental para prevenir degradações ambientais, como estabelecido pela Resolução nº 237/1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e pela Política Nacional do Meio Ambiente.

Outra preocupação do MPF é com a inclusão de territórios indígenas na área de atuação do projeto. A Constituição Federal e a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) garantem a proteção dessas terras, e qualquer atividade que possa afetá-las deve ser precedida de consultas prévias, livres e informadas às comunidades indígenas.

Diligências realizadas no âmbito do inquérito civil indicaram que o termo de cooperação fez menção à colaboração de pesquisadores e docentes da Universidade Federal do Amazonas que não consentiram com a participação no Projeto Autazes Sustentável. O Código Civil e a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018) exigem que os titulares de dados pessoais concordem com a divulgação do nome em publicações alheias, em respeito à privacidade e à autodeterminação informativa.

“O Autazes Sustentável apresenta diversas inconsistências e potenciais violações aos direitos territoriais dos povos indígenas e à legislação ambiental. A recomendação visa assegurar que a Ufam e outras partes envolvidas cumpram rigorosamente os princípios da prevenção e precaução ambiental, garantindo a proteção das comunidades afetadas e do meio ambiente,” afirmou o procurador da República Igor Jordão Alves, que assina a recomendação.

Medidas recomendadas

Em resposta a essas preocupações, o MPF, além de recomendar a anulação do termo de cooperação com a Potássio do Brasil, quer que a Ufam se abstenha de realizar qualquer apoio técnico especializado no desenvolvimento do Projeto Autazes Sustentável, enquanto o processo judicial nº 1014651-18.2024.4.01.3200 ainda estiver em tramitação. A ação tem como objeto a suspensão dos efeitos das licenças de instalação concedidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) à empresa Potássio do Brasil em Autazes/AM.

Além disso, a universidade deve retirar todas as menções de colaboração de pesquisadores não consultados previamente sobre a inclusão de seus nomes no referido acordo. A Ufam tem prazo de 30 dias para se manifestar sobre a recomendação, indicando as medidas adotadas ou planejadas.

O MPF considera seus destinatários cientes da situação exposta e passíveis de eventual responsabilização por quaisquer eventos futuros pela sua omissão e não observância da recomendação, o que pode levar a ações judiciais com repercussões civis, administrativas e criminais.

Recomendação nº 14/2024

*Com informações do MPF-AM

Amazônia recebe primeira recomendação de porta-enxertos de limão

Pesquisa da Embrapa recomenda a seleção precoce de porta-enxertos sob copa, para pomares de limeira-ácida tahiti, conhecida comercialmente como limão taiti ou, simplesmente, limão. O trabalho foi divulgado no periódico Acta Scientiarum Agronomy. Fruto de cinco anos de estudos, é a primeira publicação da Amazônia com recomendações da pesquisa de porta-enxertos para a cultura, com resultados concretos para o estado do Pará, terceiro lugar entre os produtores nacionais. Os estudos revelam ainda dados promissores para outros estados na Amazônia.

Durante cinco anos, pesquisadores da Embrapa investigaram o desempenho de sete genótipos de porta-enxertos da Embrapa, sendo eles: Sunki Tropical, BRS O S Passos, BRS Bravo, BRS Donadio, Citrandarin Indio, BRS Matta e LVK x LCR-038. Foram avaliadas, entre outras, características como altura de planta; volume da copa; número de frutos maduros por planta; produtividade total de frutos maduros por planta; produtividade acumulada de frutos (quilos por planta); e eficiência produtiva média.

Os resultados comprovaram elevada eficiência média produtiva, considerando produtividade, estabilidade e adaptabilidade para a seleção precoce. As recomendações ao Pará são os porta-enxertos Sunki Tropical, BRS O S Passos e Citrandarin Indio. Este último, com indicativos promissores para diversos estados da região.

Primeiro autor do artigo, o pesquisador Fábio de Lima Gurgel, da Embrapa Amazônia Oriental (PA), explica que a citricultura na Amazônia, em especial, de limão e laranja no Pará, tem alcançado relevância nacional ao se firmar no ranking dos maiores produtores do País. A vocação regional para a consolidação de uma citricultura sustentável e na produção nacional se dá pela união de condições edafoclimáticas (solo e clima) favoráveis, áreas antropizadas disponíveis e, portanto, sem pressão sobre a floresta, e a crescente adoção de boas práticas e tecnologias.

Foto: Vinícius Braga

Caminhos da sustentabilidade

Gurgel afirma que a diversificação com o uso de portas-enxertos nos pomares está entre as boas práticas que garantem mais sanidade, produtividade e sustentabilidade.

“A substituição de pomares antigos por plantas em porta-enxertos recomendados e, portanto, mais adaptadas ao estresse hídrico e às principais doenças da citricultura concede à citricultura amazônica vantagens sobre outras regiões”, argumenta, ressaltando a importância das práticas de manejo como poda, adensamento e utilização de coberturas vegetais entre linhas.

Ele relata que a Amazônia deve ser uma das raras regiões tropicais do mundo sob a qual ainda não há registros da principal doença que acomete a cultura, o greening (huanglongbing – HBL).

O cientista lembra que é importante listar a proximidade da região com a Europa, uma das principais consumidoras do limão nacional, e claro, a sustentabilidade social, econômica e ambiental. “A atividade gera empregos e atrai investimentos externos e de infraestrutura, com a instalação de agroindústrias. Utiliza-se de áreas degradadas e cobertura de solo, garantindo a regeneração e proteção do solo, e ainda concede aos trabalhadores maior segurança e bem-estar, com árvores mais baixas para a colheita e de maior produtividade.”

Pará é expoente da cultura do limão

O Pará ocupa a terceira posição no ranking nacional, com uma área colhida de 3,9 mil hectares e uma produção de cerca de 87,9 mi toneladas de frutos por ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, sistematizados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap).

De acordo com o gerente de fruticultura da Sedap, Geraldo Tavares, com condições edafoclimáticas altamente favoráveis, é nítida a expansão da cultura para o estado. “Solos profundos e com boa drenagem, aliados à alta pluviosidade durante grande parte do ano, fazem com que a necessidade de irrigação se restrinja a poucos meses durante o ano, reduzindo um dos mais altos custos da produção”, afirma Tavares.

Para o gestor estadual, a sanidade é outro fator crucial como cenário, pois o território paraense é livre das principais doenças como cancro cítrico, pinta preta e greening, moléstias que afetam as regiões sudeste e sul, resultando em custos de manutenção elevados para o controle das doenças e com alta mortandade de plantas. “Defendemos a citricultura paraense como uma atividade promissora e sustentável”, enfatiza.

Foto: Vinícius Braga

Pesquisa e adoção de boas práticas impulsionam a cadeia do limão

Localizada no município de Capitão Poço, maior produtor de citros no Pará, a Fazenda Lima atua há 36 anos no estado. Entre as suas atividades estão ações de pesquisa, com foco na adoção de tecnologias e boas práticas, visando garantir qualidade e alta produtividade.

Gestor da fazenda, o empresário Fábio Lima comenta que produz cerca de 8 mil toneladas de limão por ano e tem como principais destinos o estado do Maranhão e o continente europeu. Ele analisa que o mercado externo é exigente e, por isso, considera estratégica a aproximação com a pesquisa na busca por alternativas de substituição dos porta-enxertos, até então, majoritariamente, feitos com limão-cravo; estes, muito suscetíveis à gomose, um grande problema da citricultura regional.

A fazenda, parceira da Embrapa junto ao Programa de Melhoramento Genético de Citros, foi onde a pesquisa realizou os estudos que resultaram na recomendação dos primeiros porta-enxertos. Para o empresário, a região tem capacidade de liderar a citricultura nacional e, para isso, precisa estar alinhada às novas tecnologias. “No meu ponto de vista, é a região mais promissora para citricultura no Brasil, em função da disponibilidade de área, clima favorável e área livre das principais pragas e doenças da cultura”, ressalta.

Autores do artigo

O artigo ‘Early rootstock selection under ‘tahiti’ acid lime crown in Capitão Poço, Pará State, Brazil‘ é assinado pelos pesquisadores Fábio de Lima Gurgel, Embrapa Amazônia Oriental; Keny Henrique Mariguele, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri); Gilberto Ken Iti Yokomizo, Embrapa Amapá; Romeu de Carvalho Andrade Neto, Embrapa Acre; Eduardo Augusto Girardi, Orlando Sampaio Passos e Walter dos Santos Soares Filho, da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

Sustentabilidade da cultura está na diversificação

O pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) Walter dos Santos Soares Filho, líder do Programa de Melhoramento Genético de Citros da Embrapa, destaca a importância do trabalho em rede na Rregião Amazônica. “Falamos sempre em degradar o mínimo as áreas, inclusive na Amazônia. Então, o que nós oferecemos à Amazônia vai ser de grande impacto para a região e para o País de um modo geral: porta-enxertos ananicantes e semiananicantes, que vão implicar menor uso de área. Um exemplo é o BRS Bravo, que é semiananicante, com previsão de lançamento em 2025. A área plantada dele vai ser, no mínimo, dois terços de uma área plantada com porta-enxerto tradicional”, explica.

Além disso, os novos materiais indicados também facilitam a colheita de frutos. “Cerca de 40% dos custos de produção estão na colheita,; esses custos são maiores até do que os de defensivos agrícolas”, afirma o pesquisador. Soares Filho justifica a importância na diversificação de uso de variedades porta-enxerto, com suas peculiaridades e características próprias, como garantia na sustentabilidade da citricultura. “Se uma variedade, por exemplo, vai mal ou se vem alguma doença específica e liquida essa variedade, é preciso ter outras para dar sustentação aos pomares”, reforça.

Foto: Vinícius Braga

O pesquisador Orlando Sampaio Passos reitera a importância da diversificação. “Não somente na citricultura, mas em qualquer atividade, no comércio ou na indústria, é importante diversificar. Em todo o Norte, em todo o Nordeste e parte do Centro-Oeste, o porta-enxerto é único, o limoeiro cravo, que tem problema sério com as duas principais variedades no Brasil que são a laranja pera, por conta do problema do declínio, e a limeira-ácida tahiti, atacada pela gomose, causada por Phytophthora.”

Passos recorda sua impressão equivocada ao conhecer a citricultura da Amazônia. “Eu não acreditava no potencial da região por causa do elevado regime de chuvas, mas, quando visitei os pomares, verifiquei que, apesar de não haver um nível tecnológico adotado nos pomares, a produtividade era alta, com média em torno de mil frutos por planta, podendo chegar a 40 toneladas por hectare.

Limão no Acre é garantia de renda extra para os extrativistas

O Acre é o 14º produtor nacional de limão e a fruta tem sido tema de pesquisas científicas. Um estudo com diferentes porta-enxertos, realizado pela Embrapa, em parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac), confirmou que o estado apresenta condições de clima e solo favoráveis para o cultivo de limão taiti. A cultura gera renda extra também para moradores de comunidades extrativistas.

Segundo o pesquisador da Embrapa Romeu Andrade, os resultados mostraram que os porta-enxertos influenciam as características do limão. “Quando, por exemplo, no porta-enxerto Citrandarin Indio, esse tipo de limão apresentou porte mais reduzido e maior eficiência produtiva”, explica o cientista.

Na Reserva Extrativista Chico Mendes, em Epitaciolândia (AC), a citricultura faz parte das atividades produtivas. O principal produto econômico é a castanha-da-amazônia, também conhecida como castanha-do-brasil e castanha-do-pará e, em algumas propriedades, o cultivo de citros ajuda a diversificar a produção, contribuir com a alimentação e gerar renda para as famílias no período da entressafra.

O agricultor João Evangelista, morador do seringal Porvir, investe no plantio de laranja, tangerina e limão taiti, em um pomar de dois hectares. Ele conta que o limão é a fruta que proporciona maior renda. “Tenho 380 pés que produzem o ano inteiro. Já cheguei a fazer mil e duzentos reais por semana com a venda dos frutos. Esse valor é muito importante para complementar a renda da família”, comemora.

*Com informações da Embrapa Amazônia Ocidental

Trabalhadores de Rondônia se concentram em comércio, administração pública e agropecuária

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou que 61,2% dos trabalhadores rondonienses estavam no comércio, na agropecuária e em atividades típicas da administração pública em 2023.

O relatório de Características do Mercado de Trabalho da PNAD Contínua mostra que, no último ano, das 824 mil pessoas ocupadas em Rondônia, a maioria estava em um dos três segmentos, que também foram os mais importantes no ano de 2013.

  • 187 mil trabalhavam no comércio;
  • 161 mil eram ocupadas com atividades da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais;
  • 156 mil eram trabalhadores da agropecuária.

A pesquisa indicou ainda que a participação de mão de obra com ensino superior e com ensino médio tem aumentado ao longo dos anos, representando um aumento de 8% respectivamente entre 2013 e 2023.

Ao longo dos 10 anos, a participação das pessoas ocupadas sem instrução ou com nível fundamental incompleto diminuiu, assim como o número de trabalhadores com fundamental completo ou médio incompleto.

Excluindo os trabalhadores domésticos e do serviço público, 70,9% das pessoas ocupadas no estado trabalhavam em empreendimentos com até cinco pessoas.

Outra informação obtida pela pesquisa é sobre a informalidade entre os empregadores e trabalhadores por conta própria. Em Rondônia, em 2023, 80,7% das 311 mil pessoas ocupadas na informalidade não trabalhavam em estabelecimentos com registro no CNPJ. O índice foi um pouco inferior ao registrado em 2013.

O estado também aparece como o terceiro em número de profissionais que não estavam associados a sindicato, ficando atrás do Amapá (96,9%) e Amazonas (96%). Em 2013, no estado de Rondônia, 15,4% eram sindicalizados, passando para 4,1% em 2023.

*Com informações g1 Rondônia

Governo do Amazonas adota plano de eficiência para economia de energia

Por Osíris M. Araújo da Silva

O crescente desafio global de enfrentar a escassez de recursos energéticos e mitigar os impactos ambientais decorrentes do consumo desenfreado de energia impõe uma urgente necessidade de ações concretas e eficazes em todas as esferas da sociedade. Neste contexto, o Governo do Amazonas, em sintonia com seu compromisso de promover o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental, reconhece a importância estratégica da gestão e eficiência energética em suas atividades e instalações públicas. Simplificadamente, eficiência energética pode ser entendida como resultado da diminuição de gastos com o insumo para produzir a mesma quantidade de produtos.

Ao encontro desse desafio, o Governo amazonense determinou, por meio da Lei n° 5.350/2020, a adoção de técnicas de gestão de tecnologias de fontes renováveis de energia e eficiência energética em todos os órgãos da administração direta e indireta do Estado visando à diminuição, por parte do poder público, dos gastos com a utilização de energia convencional. Para alcançar o objetivo foi elaborado um Plano de Gestão de Eficiência Energética para os órgãos estaduais que tem por finalidade última coexistir com as medidas adotadas por meio do Decreto estadual n° 47.925/2023, que dispõe sobre a redução de despesas de custeio.

Ao estabelecer metas ambiciosas e estratégias práticas para a eficiência energética em instalações públicas, o governador Wilson Lima determinou à Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama) a criação do Plano em referência, implementado, inicialmente, na própria companhia, dando início à adoção de práticas sustentáveis de consumo de energia, de modo a contribuir ativamente para a construção de um futuro mais verde e próspero. Dentre os pressupostos do Plano destacam-se a redução da demanda; a redução de custos; a economia financeira; a redução de volume de emissões de gases de efeito estufa (GEE); e a promoção e solidificação de consciência ambiental por parte do funcionalismo e da própria sociedade, enfim.

O passo seguinte, de acordo com a Ciama configurou-se por meio da elaboração do Plano de Gestão e Eficiência Energética para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), observando toda uma metodologia que envolveu uma série de ações como: reunião de kick-off; análise de contratos de demanda firmados com a concessionária de energia; visitas técnicas acompanhados por representantes do órgão aos compartimentos internos e áreas externas; levantamento de dados do consumo de energia; levantamento de cargas, com inventário de equipamentos eletroeletrônicos, parque de informática, iluminação e climatização; levantamento da situação dos quadros de distribuição de energia; análise de dados de consumo de energia do órgão; elaboração do relatório de análise de demanda; e elaboração de uma Cartilha de Eficiência Energética.

Segundo o presidente da Ciama, Aluizio Barbosa, os estudos realizados já permitiram uma redução inicial da ordem de 34% no consumo de energia da Sedecti que, em continuidade às recomendações do Plano de Gestão e Eficiência Energética, vem promovendo ações de sensibilização junto ao seu corpo técnico de sorte a alcançar novos patamares de redução de custos do insumo. A Ciama está replicando o “caso de sucesso” da Sedecti junto à Secretaria de Administração e Gestão (Sead), ora em fase de implementação; ao Sistema Encontro das Águas (Rádio e Televisão) e nas unidades de responsabilidade da Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel), como Arena da Amazônia, Ginásio Amadeu Teixeira e Vila Olímpica de Manaus.

As conquistas alcançadas com o Plano nessa fase inicial está entusiasmando outros órgãos a se voltarem para a elaboração dos seus respectivos Planos de Gestão de Eficiência Energética, em observância às determinações emanadas das medidas preconizadas pelo Executivo amazonense para o setor.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Presidente de Portugal Dr. Francisco Higino Craveiro Lopes visita a Beneficente Portuguesa

Jantar oferecido pela Colônia Portuguesa e Governo do Estado do Amazonas no Atlético Rio Negro Club, em 1957. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br

Data importante para quantos que viviam em Manaus, entregues aos labores de todos os dias foi a 22 de junho de 1957, quando o Excelentíssimo Senhor General Francisco Higino Craveiro Lopes, acompanhado de uma importante comitiva e de altas autoridades brasileiras, transpôs os umbrais da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa Beneficente do Amazonas em uma visita que se tornou histórica.

Ao alvorecer deste dia inesquecível para os portugueses aqui residentes, acordou o hospital com o vistoso tapete de flores, que tornava ainda mais suntuosa a frontaria do edifício, cujas janelas ostentavam gralhadamente as bandeiras das duas pátrias.

Formaram em derredor da custosa e florida passarela, em uniformes de gala, como guardas de honra, praças dos bombeiros voluntários de Manaus e da Polícia Militas do Estado. No portão principal além do Excelentíssimo Governador do Estado, Secretários, o Ministro das Relações Exteriores e o Embaixador de Portugal, aguardavam o ilustre visitante, encontravam-se os Corpos Dirigentes da Comunidade das Filhas de Sant’Anna, o corpo clínico do hospital e os escalões de enfermeiras e demais auxiliares.

O senhor Presidente da Assembleia Geral da Beneficente, Comendador Agesilau de Araújo entrega uma lembrança ao General Craveiro Lopes em nome da Diretoria, em 1957. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Após os cumprimentos de estilo, liderados pelo Comendador Agesilau de Araújo Presidente da Assembleia Geral e pelo Senhor Antônio Páscoa Presidente da Diretoria, foram as insignes autoridades conduzidas até o salão nobre onde teve início a sessão solene.

Ata da sessão solene

Estava a mesa a diretoria assim constituída: Presidente Comendador Agesilau de Araújo, 1.º Secretário Aristides Teixeira Pinto, 2.º Secretário Bernardo Adão Henrique. Em lugares especiais tomaram assento o Excelentíssimo Senhor Presidente de Portugal General Francisco Higino Craveiro Lopes e sua digníssima esposa Berta Caveiro Lopes, Professor Paulo Cunha Ministro dos Negócios Estrangeiro de Portugal e sua Excelentíssima Esposa, Dr. Antônio de Faria Embaixador de Portugal no Brasil, Dr. Plínio Ramos Coelho Governador do Estado do Amazonas, Dom Alberto Gaudêncio Ramos Arcebispo Metropolitano, Secretários de Estado e outras autoridades.

Aberta a sessão, o senhor Presidente da Assembleia Geral Extraordinária comunicou aos presentes sobre a proposta da diretoria de conceder títulos de Presidente Honorário da Beneficente Portuguesa ao Preclaro Presidente de Portugal General Francisco Higino Craveiro Lopes e de Sócio Honorário ao Presidente do Brasil Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, demoradas salvas de palmas reboaram no recinto.

Em seguida, usando da palavra o Comendador Agesilau de Araújo aludiu a presença do mais mandatário da nação portuguesa, numa evidente demonstração de estima a todos quantos aqui vivem, portugueses e brasileiros ligados pelos mesmos interesses e pelos mesmos ideais.

Sua Exa. o senhor Presidente da República Portuguesa recebe das mãos do Presidente da Diretoria da Beneficente, senhor Antônio Reis Páscoa, o diploma de Presidente Honorário. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Vive hoje a nossa Sociedade Portuguesa Beneficente do Amazonas ponderou o eminente orador – íntima consolação. Dissemos nossa porque é também de V. Excelência a Casa que jubilosamente o acolhe. É que, afora lhe pertencer por direito, já que nela algo se respira do perfume místico da ditosa pátria amada. Abrindo então um parêntese em sua ordem de considerações, declarou que ia decidir sobre as propostas já citadas, isto é, sobre os diplomas. Vibrantes e prolongadas salvas de palmas abafaram as suas últimas palavras. Cessadas as palmas o Presidente da Diretoria senhor Antônio Páscoa, fez a entrega do diploma que cabia ao Presidente de Portugal Francisco Higino Craveiro Lopes.

Ao encerrar sua oração, repassada de elogiosas referências a Portugal e ao Brasil, as duas pátrias que se completam, prestou impressionante homenagem aos fundadores do Hospital Portuguesa:

[…] Injusto quão ingrato seria não nos referirmos, posto que de relance, empreito de referente saudade, aos setenta obstinados apóstolos do altruísmo lusitano que em 1873, lançaram a dadivosa terra da Manaus, a semente abençoada que brotou, não sem múltiplos escolhos à contornar na penosa jornada até aqueles dias, a monumental obra de caridade cristã, orgulho de qualquer raça, em qualquer dos rincões do globo”.

Ato contínuo conforme havia sido anunciado pelo intérprete dos portugueses vinculados ao Amazonas, foi procedido ao descerramento da placa comemorativa de tão honrosa visita.

Sua Exa. o senhor Presidente da República Portuguesa, General Francisco Higino Craveiro Lopes, visita o hospital em 1957. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Levantando-se então, para agradecer as inconcusas provas de apreço, que lhe estavam sendo tributadas, o Excelentíssimo Senhor General Francisco Higino Craveiros Lopes afirmou:

[…] Tenho verificado com grande satisfação que os portugueses, em toda parte em que vivem, não deixam de vincular uma parte de seu caráter e o desejo de fazer o bem. Os portugueses são conscientes das suas responsabilidades”.

Ao concluir o seu breve improviso, desejou ainda as maiores prosperidades a Beneficente Portuguesa e aos portugueses residentes em Manaus, tão pródigos em gentileza, em suas manifestações. Por entre vivas aclamações ao ínclito visitante General Francisco Higino Craveiro Lopes e ao Presidente do Brasil Juscelino Kubitschek de Oliveira e demais autoridades presentes tendo assim, o senhor Presidente da Assembleia Geral deu por encerrada a sessão.

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

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Abertas inscrições para II Semana da Memória em Rondônia

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O Centro Cultural e de Documentação do TJ. Foto: Assessoria

Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com

De 1º a 5 de julho (segunda a sexta-feira), Porto Velho sediara a II Semana da Memória do Poder Judiciário, promovida pelo Centro Cultural e de Documentação Histórica (CCDH) do TJ/RO, vinculado à Escola da Magistratura do Estado (Emeron). O evento será aberto ao público, mediante inscrição, e acontecerá diariamente, das 15h às 18h, no auditório do CCDH, à rua Rogério Weber, 2396, bairro Caiari, ao lado da Praça das Caixas d’Água, centro histórico da capital.

Segundo o desembargador Alexandre Miguel, diretor da Emeron, o evento é uma celebração da memória do Judiciário conectada à história da formação do Estado de Rondônia.

Na agenda, constam uma série de palestras. À abertura, entre 15h20 e 15h150, quem fará a apresentação será o jornalista e escritor Júlio Olivar, pesquisador de história regional que abordará o tema “A história a partir dos processos judiciais”. No mesmo dia 1º segue, das 15h50 às 16h10, a palestra “Memória, história e cidadania” pelo olhar do escritor, médico e ativista Viriato Moura.

Na sequência, entre 16h10 e 16h30, um ‘quis’ via Kahoot sobre a palestra de Olivar, com premiações, coordenado por Almício Fernandes. Ainda no primeiro dia, haverá a apresentação do espetáculo ‘Carimbó Pau e Corda’ e será aberta a exposição ‘A história pela lente’, de Rosinaldo Machado, fotógrafo consagrado que atua há cerca de 45 anos em Rondônia.

A vasta programação prossegue por mais quatro dias. Constando de mais palestras, mesas redondas, ‘quiz’. No encerramento, dia 5, serão a mesa-redonda ‘Memorias Institucionais do Judiciário”, o lançamento do livro ‘Mitos e Identidade de Nazaré -RO’ da jornalista Simone Norberto e o show com o grupo ‘Minhas Raízes’.

Para mais detalhes de toda a programação, acesse o site emeron.tjro.jus.br.

Como se inscrever

A Semana da Memória dispõe de 70 vagas por dia. Os interessados em participar deverão realizar sua pré-inscrição nos formulários de cada data disponibilizados no site da Emeron (menu inscrições). A confirmação da inscrição será feita por ordem de chegada no evento.

Sobre o autor

Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.

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Garimpo ilegal provoca aumento nos casos de malária na Amazônia em quatro anos, afirma estudo

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A malária avança na região amazônica principalmente devido ao garimpo ilegal associado ao desmatamento. Um estudo da Universidade de Brasília (UnB) reúne constatações científicas anteriores e aponta que a área de garimpo em terras indígenas aumentou 102% entre 2018 e 2021. Esse fato impactou, possivelmente, no aumento de casos de malária nas terras indígenas Yanomami, em Roraima, e Munduruku, e no Pará, de acordo com a análise publicada na segunda (24) na “Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical”.

O trabalho traça o cenário epidemiológico da malária em áreas de garimpo no Norte do país em um período maior de tempo, de 2011 a 2023, e propõe estratégias para o controle da incidência da doença na região, a partir da revisão da literatura dos principais estudos sobre o tema. Foram usados dados de casos da doença registrados nestes 13 anos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica (Sivep-Malária) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

Segundo o pesquisador Pablo Sebastian Tavares Amaral, de 2018 a 2021, foi registrado um aumento de 108% nos casos de malária em pacientes das áreas de garimpo da região Amazônica. “Esses números podem ser subestimados, uma vez que, devido à atividade do garimpo ser ilegal, muitos omitem a informação de que são garimpeiros”, salienta Amaral, que é coautor do estudo e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da UnB.

Em 13 anos, mais de 253 mil casos de malária foram registrados em áreas de garimpo. Os registros começam a subir, principalmente, a partir de 2020. Dentre as regiões mais afetadas, estão os estados do Mato Grosso e de Roraima, com aumento de casos entre 2017 e 2022, principalmente em áreas de garimpo ilegal. Em 2020, 59% dos garimpos brasileiros eram ilegais, segundo dados da pesquisa.

Ao mapear as áreas de garimpo impactadas pela malária, a pesquisa traz resultados que podem orientar ações de vigilância e de controle da doença na Amazônia. “Conhecer as áreas prioritárias e a dinâmica da doença é essencial para direcionar melhor as ações”, explica Amaral. Ele ressalta que, por serem ilegais, as áreas de garimpo têm pouca estrutura de saúde, o que dificulta o tratamento para a doença.

O grande número de garimpos ilegais impõe desafios para o seu monitoramento, segundo o trabalho. Essas áreas acabam virando criadouros de mosquitos que transmitem a malária. Por isso, como estratégia, o estudo identifica a necessidade de revisar a legislação para aumentar o controle sobre o desmatamento e as atividades de garimpo, principalmente em terras indígenas.

Além dela, outras estratégias citadas são expandir a vigilância da malária, por meio da ação de agentes comunitários, e de ações multissetoriais para fornecer assistência imediata às populações indígenas. Outra proposição do estudo é de conectar dados de desmatamento e malária, inserindo alertas sobre desmatamento no Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária. Essas ações podem ter impacto na melhoria do diagnóstico e do tratamento da malária nas terras indígenas e outras regiões mais afetadas pela doença.

O grupo de pesquisa continua a fazer estudos sobre malária na Amazônia, procurando entender o impacto das grandes obras hidrelétricas na dispersão da doença. “Esses empreendimentos passam por um processo de licenciamento ambiental que insere a malária em um plano específico, diferente dos garimpos ilegais”, explica Amaral. O pesquisador procura entender se essas ações direcionadas podem ter efeito no controle da doença na região.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Bori

Conservação da floresta e sociobioeconomia: fortalecimento da vocação firmada em práticas ancestrais

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O modo de vida baseado na agricultura familiar e no extrativismo sustentável, pode se constituir em uma sólida fonte de renda para as populações indígenas e ribeirinhas que vivem em territórios abrangidos por áreas protegidas no município de Tapauá (a 448 quilômetros de Manaus), no Amazonas.

Um diagnóstico participativo realizado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) por meio do projeto Governança Socioambiental Tapauá, aponta que a pesca, a produção agrícola familiar e o extrativismo são importantes fontes de sustento e economia local para estas comunidades.

O diagnóstico mostrou, entre outras coisas, que as comunidades produzem, por meio da agricultura familiar: banana, macaxeira, farinha e pupunha. Já o extrativismo se dá na produção de açaí, castanha-da-amazônia e copaíba. As informações foram apresentadas durante o 1º Seminário de Sociobioeconomia de Tapauá, realizado pelo Idesam entre 27 e 29 de maio, na unidade da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) do município.

O evento mostrou, ainda, que as comunidades têm potencial de exploração sustentável da cadeia de valor do breu, do cumaru e até meliponicultura (criação de espécies de nativas abelhas sem ferrão).

O diagnóstico também apresentou às lideranças indígenas e comunitárias, que o fortalecimento e promoção das cadeias de valor já existentes reduzem a vulnerabilidade financeira, e promovem a conservação ambiental nas áreas protegidas de Tapauá.

Conservação da floresta

Indígena do povo Paumari, residente da Aldeia Sabazinho, Maria Helena Silva Soares afirma que a conservação da floresta é prioridade para seu povo. “Nós somos indígenas, nós preservamos a nossa terra. Quando as pessoas vêm de fora, que são os grileiros, que são os fazendeiros, eles desmatam a nossa terra, a nossa floresta. E nós, que ficamos protegendo, ficamos com pena daquela floresta, porque é de lá que recebemos o ar. É de lá que comemos as nossas frutas que são diferenciadas”, afirmou.

Maria Helena cita como “frutas do mato” o açaí, o cacau e o uchi. “Vocês nunca viram cacau da beira do igarapé”, disse.

“O uchi, tem uns compridos, tem uns redondos, que a gente toma com café pela manhã. Então, quando vem esse desmatamento, já é uma tristeza para nós indígenas”, declarou.

Participante do 1º Seminário de Sociobioeconomia de Tapauá, a líder indígena se diz agradecida pelas informações divulgadas durante o evento. “É muito bom para conseguir um benefício para nós, porque a mãe natureza deixou muito açaí para fazermos, mas precisamos de informação”, afirmou.

Venda da produção

O vice-presidente da Associação Agroextrativista dos Moradores da Floresta Estadual de Tapauá (Aamfet), Raimundo Firmeano, ficou otimista com as possibilidades de comercialização da produção das comunidades.

“Tudo que a gente quer é que tenha um comprador, porque nós temos uma floresta rica de produtos, mas o mercado para nós não tem. Isso aí eu gostei muito e sempre me interessa algo nessa área aí para que venha um mercado para cá, para que compre os produtos que temos na floresta”, disse.

Altanário Ferreira Pires, mais conhecido como Tana, mora na comunidade Itaparanã e é membro associado da Aamfet. Tana gostou da possibilidade anunciada durante o Seminário pelo representante do Idam sobre a realização de um curso de boas práticas na produção de castanha. “O curso de capacitação da castanha é um negócio que a gente já tem prática e aprendemos muito mais. Isso aí vai ajudar muito, porque muitas coisas que não sabíamos, a gente vai levar para a comunidade”, avaliou.

Já o secretário-geral da Associação da União das Comunidades Indígenas do Trevo de Tapauá (Aucitt), Dieno Fonseca Braga, participou do seminário e se identificou com o conteúdo sobre as associações. “O que mais gostei foi a parte que falaram sobre a associação. Da importância de a gente ter uma associação. É muito bom a gente ter esse conhecimento, ter esse aprendizado. Eu fico muito alegre e feliz por isso”, disse.

Morador da Aldeia Trevo e do povo Apurinã, Dieno quer levar conhecimento para sua comunidade. “Nesse seminário, aprendemos de que maneira vamos melhorar nossa vida e a vida do pessoal que está lá na comunidade. A maneira que eu vou melhorar, através desse seminário, desse conhecimento que estou tendo hoje, eu vou repassar para a comunidade, paraa aldeia que moro”, afirmou.

O evento

A realização do 1º Seminário de Sociobioeconomia de Tapauá é uma construção coletiva articulada pelo Idesam, por meio do projeto Governança Socioambiental Tapauá, em parceria com a Prefeitura Municipal de Tapauá; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Sedecti-AM); Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-AM); Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam); e Universidade do Estado do Amazonas (UEA); além disso, conta com o apoio da AAMFET, Associação das Mulheres Indígenas Artesãs de Tapauá (Amiata), Associação da União das Comunidades Indígenas do Trevo de Tapauá (Aucitt) e Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (Focimp).

Sobre o projeto

O projeto Governança Socioambiental Tapauá teve início em abril de 2022 por meio da iniciativa estratégica Governança Territorial do Idesam, com recursos da Rainforest Association e Embaixada da Nova Zelândia. O projeto tem como prioridade a realização de atividades para o fortalecimento de comunidades em Áreas Protegidas de Tapauá, como a Floresta Estadual (FES) Tapauá, uma Unidade de Conservação estadual; e as Terras Indígenas Apurinã do Igarapé São João e Apurinã do Igarapé Tawamirim. O projeto conta com a parceria da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema-AM) para avaliação e aprovação da execução por meio do Acordo de Cooperação Técnica N.º 003/2023.

Polo Industrial de Manaus apresenta crescimento de faturamento entre janeiro e abril: 10,46%

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No período de janeiro a abril deste ano, o Polo Industrial de Manaus (PIM) faturou o montante de R$ 63,86 bilhões, o que representa crescimento de 10,46% em relação ao mesmo intervalo do ano passado (R$ 57,81 bilhões). Em dólar, o resultado de faturamento no primeiro quadrimestre atingiu US$ 12.7 bilhões, indicando aumento de 12,01% em relação ao mesmo intervalo de 2023 (US$ 11.34 bilhões).

“Os números refletem aquilo que já prevíamos no início do ano, quando falávamos na tendência de redução da taxa básica de juros por parte do Copom (Comitê de Política Monetária), além da estabilização dos níveis dos rios no período. São fatores que contribuíram positivamente com a normalização da produção no PIM e, consequentemente, com o crescimento no faturamento de 10,46% em relação ao mesmo intervalo de 2023”, avaliou o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva.

As exportações do PIM totalizaram US$ 227.46 milhões até abril, o que indica crescimento de 16,47% na comparação com o mesmo período de 2023 (US$ 195.29 milhões).

No tocante à mão de obra, o Polo Industrial de Manaus empregou, no mês de abril, o quantitativo de 116.450 trabalhadores, entre temporários, terceirizados e efetivos. Com os resultados apurados até abril, a média mensal de mão de obra do PIM, em 2024, está estabelecida em 116.966 trabalhadores – crescimento de 4,6% em relação à média mensal de igual período de 2023 (111.818 trabalhadores).

Bens de Informática (23,37%), Eletroeletrônico (17,37%), Duas Rodas (19,25%), Químico (10%) e Termoplástico (8,53%) foram, até abril, os segmentos com maior participação no faturamento global do PIM. Destes, Duas Rodas, com faturamento de R$ 12,29 bilhões e crescimento de 22,65%, e Termoplástico, com faturamento de R$ 5,44 bilhões e crescimento de 10,55%, representaram os subsetores mais aquecidos no período.

Receptores de sinal de televisão, com 2.284.338 unidades fabricadas e crescimento de 106,58%, e condicionadores de ar do tipo janela ou de parede, com 152.957 unidades e aumento de 197,86%, estão entre os principais produtos fabricados pelo PIM com maior aumento de produção no período de janeiro a abril deste ano.

Outros produtos de destaque incluem:

  • condicionadores de ar do tipo split system, com 1.875.633 unidades e aumento de 84,41%;
  • rádios aparelhos reprodutores e gravadores de áudio (não portáteis), inclusive, toca discos digitais a laser, com 298.803 unidades e aumento de 43,52%;
  • monitores com tela de LCD (para uso em informática), com 954.869 unidades e aumento de 20,62%;
  • fornos microondas, com 1.802.247 unidades e aumento de 59,09%;
  • motocicletas, motonetas e ciclomotos, com 625.294 unidades e aumento de 17,84%;
  • televisores com tela de LCD e OLED, com 4.462.591 unidades e aumento de 4,31%;
  • e microcomputadores portáteis, com 197.189 unidades e aumento de 34,78%.
Quadro com números desde 2019 também mostra evolução nas Exportações do PIM, que totalizaram US$ 227.46 milhões entre janeiro e abril de 2024, um incremento de 16,47% em relação ao mesmo período de 2023. Arte: Fábio Alencar/Suframa