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Saiba quais serviços de acessibilidade são oferecidos no Teatro Amazonas

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Foto: David Martins/Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas

O Teatro Amazonas, um dos aparelhos culturais mais visitados e conhecidos do Amazonas, é pioneiro na inclusão de Pessoas com Deficiência (PCD) em sua programação. Ao longo dos últimos anos, o teatro, por meio da Assessoria de Acessibilidade da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, tem se especializado em oferecer serviços que deixam as Pessoas com Deficiência confortáveis e aptas a acompanhar os espetáculos.

Serviços como audiodescrição, tradução em libras, plataforma de acessibilidade para pessoas em cadeiras de rodas são algumas das facilidades oferecidas às Pessoas com Deficiência, que já no hall do teatro são recebidas por uma equipe treinada para atendê-las.

Audiodescrição

Para as pessoas com deficiência visual, acompanhar os espetáculos por meio da audiodescrição é a solução para saber o que está se passando no palco. Ao chegar no teatro, basta se identificar para receber um fone de ouvido que vai garantir que a pessoa não perca nenhum detalhe do espetáculo.

“O estado do Amazonas possui o único teatro que, há 15 anos, oferece os recursos de audiodescrição que, na vida da pessoa com deficiência visual, é aquilo que mostra, que transforma imagens em palavras, que descreve tudo que está acontecendo”, explica Gilson Mauro, gerente da Biblioteca Braille do Amazonas e uma das pessoas que usufruem do serviço de audiodescrição quando vai ao Teatro Amazonas.

Leia também: Dia Nacional do Sistema Braille: conheça pontos turísticos inclusivos em Manaus

“Por meio da audiodescrição, a pessoa com deficiência visual pode entender exatamente o que está acontecendo no palco, numa peça, no cinema, em qualquer lugar. É isso que nós fazemos, é isso que nós realizamos aqui nesse teatro há mais de 15 anos”, afirma Gilson Mauro.

Sandra Amazonas tem mais de 300 apresentações como audiodescritora do Teatro Amazonas, que é o único teatro do Brasil a ter uma programação durante o ano inteiro com audiodescrição.

“Meu trabalho é transformar imagens em palavras, descrevendo os cenários e os figurinos que os personagens usam. É descrever com clareza aquilo que está acontecendo no palco. Há quinze anos, eu empresto a minha voz como audiodescritora”, declara Sandra, que se diz apaixonada pelo que faz.

Suporte emocional

Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que precisam estar acompanhadas de cães de apoio emocional também são muito bem-vindas no Teatro Amazonas. A presença dos animais, muito embora seja garantida por lei, nem sempre é aceita em todos os estabelecimentos

Simone Jaime e seu sobrinho José Luiz Jaime, de 10 anos, que é autista, são frequentadores do Teatro Amazonas, onde sempre vão acompanhados do cão de suporte emocional Bono, um Golden Retriever de 6 anos.

“Ele é treinado para dar todo esse amparo e suporte a esse mocinho, que o autismo dele requer em certas condições para ele se sentir mais acolhido”, relata Simone. “A gente sabe que o autismo tem as suas necessidades e as suas limitações e é muito bom quando você vai a um local onde esse animal, que é de suporte, vá e auxilie e ajude a criança no entendimento do que ele vai passar, do que ele vai ver”, declara

Simone destaca a compreensão que recebe quando leva o sobrinho ao teatro. “O Teatro Amazonas tem se mostrado um grande parceiro nisso, principalmente porque o José Luiz gosta de assistir certas atrações que tem aqui e o Bono tem servido como apoio, mas infelizmente tem muitos locais ainda aqui que mesmo tendo leis ainda não aceitam e não entendem a situação dessa inclusão que nós estamos tentando fazer”, conta.

Libras

Para as pessoas surdas ou com algum tipo de deficiência auditiva, o Teatro Amazonas oferece o serviço de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ao chegar ao teatro, a Pessoa com Deficiência se identifica e recebe um tablet, por meio do qual, com a imagem de um intérprete de Libras, acompanha tudo o que está sendo dito no espetáculo.

“É importante que o surdo receba a tradução e interpretação de espetáculos e assista no tablet simultaneamente. Isso torna o Teatro Amazonas um lugar acessível”, afirma Matheus Rochas, que é surdo e se comunica exclusivamente por meio da Libras.

“A Libras é divulgada em inúmeros contextos aqui no Teatro Amazonas, que oferece música, dança e teatro com tradução de Libras”, relata Matheus, que também é um dos intérpretes de Libras do Teatro Amazonas.

Plataforma de acessibilidade

Para pessoas que andam em cadeiras de rodas, o acesso ao Teatro Amazonas também é facilitado, com plataformas de acessibilidade que funcionam como elevadores para as cadeiras de rodas, evitando a dificuldade de ter que subir as escadas que separam o hall do teatro da plateia.

O recurso é utilizado, por exemplo, por Andrea Wanderlei, uma jovem com deficiência intelectual que precisa andar em cadeiras de rodas. A subida da cadeira, por meio de plataformas elevadoras, passa a ser até uma diversão a mais para a jovem em suas idas ao Teatro Amazonas.

“Boa vontade”

Há 27 anos, Sheila Campos começou a trabalhar na Secretaria de Cultura e Economia Criativa, tendo sido contratada como arquiteta em uma época em que o Teatro Amazonas estava passando por um restauro. “Eu comecei a olhar e sugerir: ‘Vamos colocar uma rampinha. Como é que as pessoas vão subir?’. Assim comecei”, conta Sheila, que hoje é assessora de Acessibilidade da secretaria e é uma das coordenadoras de todos os serviços que o Teatro Amazonas oferece às Pessoas com Deficiência.

Sheila conta que, a partir das rampas, passou-se a cantar o Hino Nacional em Libras, depois veio o curso e a cabine de audiodescrição e o resto é história. “Graças a Deus, a cada dia a gente dá um passo a mais. Começamos colocando a rampinha e agora nós fazemos esse trabalho. Que eu acho maravilhoso. Eu não quero deixar de dizer algo que eu sempre digo: não precisa você estudar. Não precisa você querer ser especialista em acessibilidade. Você precisa ter boa vontade”, ensina Sheila.

*Com informações da Agência Amazonas

Chef paraense é escolhido 1º Embaixador Gastronômico da ONU Turismo

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Foto: Roberto Castro/MTur

O chef paraense Saulo Jennings é o 1º Embaixador Gastronômico da ONU Turismo no mundo. O anúncio foi feito no dia 20 de setembro pelo secretário-geral do organismo internacional, Zurab Pololikashvili, durante encontro do G20 Turismo, em Belém (PA).

A ONU Turismo inaugurou escritório regional no Rio de Janeiro em dezembro de 2023 para impulsionar o setor em todo o continente americano.

O chef de cozinha é um dos principais expoentes da culinária amazônica. Nascido em Santarém, ele representará o Brasil como referência de valorização da comida inspirada na cultura alimentar da região do Tapajós.

Saulo Jennings destacou que o título é resultado não apenas do trabalho dele, mas também do esforço coletivo de sua comunidade.

Ele lembra que a gastronomia movimenta não só o turismo, mas diversos elos produtivos da economia, beneficiando cerca de 300 famílias. “São desde os pescadores até os cozinheiros que preparam os pratos, ciclo que gera emprego e renda para população local. E é assim que conseguimos promover desenvolvimento sustentável nessa importante região do país”, explicou.

Dados do Ministério do Turismo apontam que mais de 95% dos visitantes internacionais avaliam positivamente a culinária local, reforçando o papel da gastronomia como um dos principais atrativos turísticos e contribuindo para o fortalecimento da economia e do turismo nacional.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, comemorou o título que dará visibilidade internacional à gastronomia brasileira e, principalmente, da Região Norte. “O chef Saulo está revolucionando a Amazônia e, agora, vai levar toda essa potencialidade gastronômica para o mundo. Nossa culinária é riquíssima e com alto poder de atrair turistas”, enfatizou o ministro.

O chef Saulo participou do painel “Cozinha Global e Turismo Gastronômico” nesta sexta-feira (20) durante o G20 Turismo. Moderado pela jornalista Daniela Filomeno, o encontro fomentou discussões relevantes sobre o impacto desse segmento no cenário mundial.

*Com informações da Agência Brasil

Quando não é queimada, é seca: a Amazônia pede socorro

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Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Walace SO* – Colunista do Portal Amazônia

Queridas e queridos das beiras e beiradas dos nossos rios, do açaí com mandi, do dominó de fim de tarde e do tacacá ao anoitecer. Somos notícia no planeta terra, infelizmente a verdade é que não sabemos ou damos o devido valor a Amazônia. Depois de a floresta queimar e sua fumaça cobrir e sujar até as chuvas, agora nossos rios secam. Isolamento, angústia e descaso na maior parte de nossa região. O ribeirinho não tem mais o som da voadeira, não tem mais o canto dos pássaros, o miar da onça ou do barulho dos motores dos barcos ao longe.

Essa realidade é uma triste combinação do descaso do bicho homem, das elites que do país e da própria região que não tomam uma atitude digna da nossa terra e cultura e dos políticos daqui e dos outros estados que se juntam nessa equação devastadora. E proponho que recordemos a nossa história que, desde a colonização, império, república e todas as ditaduras relegaram a Amazônia ao esquecimento e a ser tratada somente como o inferno verde que não podiam explorar. Tendo nas imaginárias riquezas de ouro e minérios, as famosas lendas do El Dorado mais importância que a floresta com sua fauna e flora. Que até já foi contada aqui como podemos ler no link abaixo:

Paititi: ‘A cidade do ouro dos Incas’ no meio da Amazônia Peruana

Nossa importância para esse pequeno planeta azul, que chamamos de Terra, mas na verdade é feito de água, é muito maior que as elites e os políticos imaginam. Não foi por acaso que Iuri Gagarin ao ver a terra do espaço cunhou a famosa frase que ficou no imaginário popular: “A terra é azul”.

Fonte: UFMG

O Brasil não conhece a Amazônia, se conhecesse ela seria respeitada. Nosso bioma amazônico ocupa quase 50% do território nacional. Ele é a mistura da floresta com as águas em perfeita harmonia quando preservado. Não existimos sem os rios e a floresta, somos um só. Vejam abaixo o tamanho de nossa terra e sua importância:

Fonte: Agência Senado

Assim, as ditaduras de Vargas e a ditadura militar, em sua expansão ao oeste brasileiro avançaram soberbas. Porém, sem jamais compreenderem a floresta, seus rios e o ribeirinho. E em sua sede de construção por símbolos nacionais ufanistas e megalomaníacos tivemos um misto de corrupção, descaso, degradação do meio-ambiente e genocídio dos povos originários. Porém a floresta lutou e venceu implacavelmente todas as ditaduras. E apesar da censura e de se impedir investigações, temos amplas bibliografias e notícias sobre os temas. Deixo alguns links abaixo para ilustrar:

Transamazônica: 50 anos entre ufanismo e desastre ambiental

Povos afetados pela Transamazônica lutam na Justiça por reparação ao Plano de Integração da Ditadura Militar

Exposição na USP mostra os impactos de construções realizadas na ditadura militar

E o século XXI chegou, e com ele novas ambições, mas agora aproveitando o discurso anterior de uma época trágica, tivemos alianças que ainda estão obscuras. E nessa mesma toada vimos o negacionismo da ciência; desmanche da fiscalização ambiental da região (IBAMA, ICMBio e INPE); incentivo a invasão de Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Reservas da Amazônia com a certeza de que a porteira estaria aberta para “passar a boiada”.

O resultado foi o crescimento das queimadas, dos conflitos de terras, do garimpo ilegal, da floresta sangrando com o mercúrio. E a triste imagem é das vísceras da terra expostas pelas dragas, o avanço da soja onde havia a castanheira, o cupuaçu, o babaçu, o açaí e os rios que são nossas estradas. Abaixo temos dois pequenos gráficos para mostrar nossa argumentação, o primeiro por estados e o segundo o acumulado da região no período de 2007 a 2022:

Imagens: Agência Senado

A temperatura aumenta a cada ano, os rios estão secando em todos os verões, os barcos encalhando nos bancos de areia e os botos e peixes morrendo porque a floresta está deixando de existir para alimentar as chuvas. A Amazônia não é o pulmão do mundo como da ditadura acreditava, ela é a maior bacia hidrográfica que regula o clima do planeta levando as chuvas para todos.

Devemos ser duro com aqueles que estão colocando fogo no país. Todos devem ser investigados pela justiça, comprovada sua culpa deve cumprir a pena. Não há perdão para tal crime, chegou a hora do basta à barbárie e agirmos para que nossa Amazônia não se torne uma grande terra arrasada.

Bora refletir e agir!

Sobre o autor

Walace Soares de Oliveira é cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor de sociologia do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Forças Armadas darão apoio ao combate a incêndios e estiagem na Amazônia Legal

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Foto: Divulgação

O Ministério da Defesa publicou, nesta sexta-feira (20), a Diretriz Ministerial que regula o emprego temporário das Forças Armadas em atividades de apoio às ações de combate aos incêndios e estiagem na Amazônia Legal. Com a ativação do Comando Conjunto Tucumã, os militares poderão intensificar o suporte logístico e operacional para as ações coordenadas com as agências governamentais na região.

Inicialmente, a pasta já disponibilizou três helicópteros para o transporte de brigadistas e equipamentos. As diretrizes da ação foram publicadas na Portaria nº 4.454, de 17 de setembro, assinada pelo Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro.

O Centro Gestor Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), órgão vinculado ao Ministério da Defesa, também apoiará a operação, fornecendo imagens de sensoriamento remoto, dados de interesse e equipamentos de comunicações e o uso do painel do fogo com pessoal especializado e treinamento.

Além das operações conjuntas, as Forças Armadas também atuam de forma singular nos estados do Pará, Rondônia, Tocantins e no Distrito Federal.

*Com informações do Ministério da Defesa

Ministério da Saúde anuncia que vai ampliar número de médicos no Território Yanomami

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Foto: Matheus Brasil/MS

O Ministério da Saúde (MS) planeja terminar 2024 com ao menos 80 médicos atuando no território Yanomami, em Roraima. A medida faz parte do fortalecimento da saúde indígena no país. Atualmente, 1,5 mil profissionais atuam na região. No início de 2023, eram 690.

O mais recente investimento na força de trabalho ocorre por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS). Um edital de processo seletivo simplificado prevê a contratação de 400 profissionais de saúde para o território Yanomami. Em agosto, 129 assinaram contrato. Até o fim deste mês, mais 200 serão contratados.

O reforço contará com 15 médicos especialistas. Com os avanços no último um ano e meio de governo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, determinou que a nova fase de atuação deve focar na assistência especializada.

O processo seletivo visa contratar ginecologistas, obstetras, médicos da família, pediatras, infectologistas, socorristas, sanitaristas, entre outros.

O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, ressalta que no início da emergência em saúde pública no território, apenas quatro médicos atuavam na região. Atualmente, 39 trabalham na terra indígena.

Weibe Tapeba frisa que o Ministério da Saúde está, de forma ininterrupta, investindo na estruturação das unidades de saúde e na capacidade de ampliação de atendimentos. Com a abertura de sete polos que estavam desativados, 5,2 mil indígenas voltaram a receber assistência. “Estamos executando um conjunto de ações e medidas para fortalecer a saúde do povo Yanomami”, salienta.

Boletim

O Ministério da Saúde divulgou, no início de agosto, um novo informe do Comitê de Operações Emergenciais (COE) Yanomami. No primeiro trimestre deste ano, foram notificados 74 óbitos no território. Na comparação com igual período do ano passado, houve uma queda de 33%. Nos três primeiros meses de 2023, foram registradas 111 mortes. O documento ressalta que os principais agravos tiveram queda como, óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves. 

O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro do ano passado, a pasta investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal. 

O ministério aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater doenças como a malária e a desnutrição no território. 

*Com informações do Ministério da Saúde

Rio Negro registra descidas de 24 cm por dia em Manaus e atinge níveis abaixo das mínimas para o período

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Foto: Divulgação/SGB

Com descidas diárias de 24 centímetros (cm), o Rio Negro chegou à marca de 15,08 m nesta sexta-feira (20), em Manaus (AM). As informações estão disponíveis no 38º Boletim de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) e disponível na plataforma SACE. Devido ao cenário de seca extrema, foi decretada a interdição de banho na Praia da Ponta Negra, ponto turístico da região.

A mínima histórica registrada em Manaus foi de 12,7 m em outubro de 2023.

Níveis baixos e mínimas históricas na Bacia do Amazonas

Os níveis estão abaixo das mínimas em outros trechos da Bacia do Amazonas. Em Tabatinga (AM), o Rio Solimões registrou, nesta sexta (20), a mínima histórica (desde 1983): -2,06 m.

Na estação de Itapéua (AM), a cota atual é de 1,27 m – menor da história desde 1971. Em Fonte Boa (AM) está na marca de 7,72 m – a mais baixa da série de 1978.

O Rio Madeira chegou, no sábado (14), a 41 cm em Porto Velho (RO), a menor cota da série histórica, desde 1967.

Segundo o boletim, a última cota observada foi de 45 cm. Já o Rio Acre, na cidade de Rio Branco (AC), está na cota de 1,27 m – a segunda mínima histórica, atrás da marca de 1,24 m, registrada em 2022.

Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações da RHN, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas.

As informações – coletadas por equipamentos automáticos ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros – são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.

*Com informações do SGB

MPF recomenda medidas de proteção ao Parque Nacional dos Campos Amazônicos

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Foto: Divulgação/MPF

Em Rondônia, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou à União e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), uma série de medidas com o objetivo de proteger o Parque Nacional dos Campos Amazônicos (Parna Campos Amazônicos). O parque abrange parte dos estados de Rondônia, Amazonas e Mato Grosso, ao sul da Rodovia Transamazônica.

Em recente visita conjunta do MPF e do ICMBio ao parque, constatou-se a existência de intensa exploração de madeira no interior da Unidade de Conservação (UC). De acordo com o procurador da República Gabriel Amorim, autor da recomendação, já há degradação de parte da área do parque, com evidências de atividade de garimpo ilegal e com a presença de diversas pistas de pouso clandestinas, possivelmente utilizadas para o tráfico de drogas e para auxiliar no próprio garimpo clandestino.

Ele lembra que, há cerca de um ano, uma operação da Polícia Federal (PF) descobriu 118 hectares de área desmatada no Parna Campos Amazônicos e na Terra Indígena Tenharim Marmelos, vizinha ao parque. Em um levantamento recente do Greenpeace, o local já aparece na 11ª posição no ranking das Unidades de Conservação com maior área ocupada pelo garimpo.

Atualmente, a gestão do Parna Campos Amazônicos é exercida pelo ICMBio mas, segundo o MPF, o instituto não consegue manter a posse mansa e pacífica do local e não possui estrutura para manter agentes de fiscalização em tempo integral na UC. Durante a visita, foi observado que a construção de uma base policial permanente na região chamada “Bodocó”, no interior do parque, com a presença de agentes, por pelo menos dois anos, poderia interromper a prática de garimpo ilegal no interior do parque.

Na recomendação, o MPF orienta que a União libere recursos para a construção de uma base de apoio fixo e permanente de fiscalização na referida região do parque viabilizando, mediante convênio com governos estaduais, o plantão da equipe de policiais militares. Além disso, enquanto a base for construída, que a União envie recursos ao ICMBio para que se erga um acampamento provisório que funcionará como barreira ao garimpo ilegal e auxílio na fiscalização do trânsito de veículos e pessoas. Por fim, recomenda que a União reforce a segurança e dê apoio logístico no local com o uso do Exército, Força Nacional ou Polícia Rodoviária Federal.

Já ao ICMBio, o MPF recomendou que destrua pontes improvisadas por toreiros ilegais, inutilize as pistas de pouso clandestinas e realize o patrulhamento ininterrupto no interior e no entorno do Parna Campos Amazônicos.

Foi dado o prazo de 30 dias para que a União e o ICMBio se manifestem quanto ao acatamento, ou não, da recomendação. Em caso de acolhimento da recomendação, foi estabelecido o prazo de 30 dias para que comprovem a construção do acampamento provisório e apresente documentos que ratifiquem a adoção de medidas para a construção da base permanente, bem como da inutilização das pontes e pistas de pouso clandestinas.

Íntegra da recomendação

*Com informações do MPF

Terra Indígena Kayapó tem mais de 17% de área tomada pelo fogo

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Foto: Reprodução/Polícia Federal

Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (20) pelo Greenpeace Brasil mostra que o mês de setembro concentrou 61,25% dos focos de calor registrados durante todo este ano nas comunidades que compõem a Terra Indígena (TI) Kayapó, que se estende pelos estados de Mato Grosso e do Pará. A porcentagem corresponde a 1.799 de um total de 2.937 focos identificados no período pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ao todo, 571.750 hectares (17,41%) do território já foram consumidos pelo fogo. É o pior índice desde 2012, quando o monitoramento foi iniciado. 

De acordo com a organização não governamental (ONG) Greenpeace Brasil, houve um pico de focos no dia 4 de setembro, véspera da Operação Xapiri Tuíre, de caráter interinstitucional, que teve como meta coibir crimes relacionados ao garimpo no território. Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Polícia Federal (PF) participaram da ação, inutilizando combustível e maquinário dos invasores. As equipes se depararam com a estruturação de cinco vilas de garimpeiros.

Segundo o relatório, em alguns casos, os incêndios florestais se sobrepõem ou estão perto das novas áreas de garimpo encontradas em 2024.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Jorge Dantas, disse que já é possível bater o martelo quanto à severidade das queimadas em solo kayapó, inclusive pela velocidade e dimensão das chamas. “Já dá para dizer com clareza que a TI é o território mais impactado por incêndio florestal”, afirmou Dantas. 

A TI Kayapó lidera a lista de territórios com maior presença de garimpeiros, algo que marca a trajetória deste povo, assim como sua capacidade de organização coletiva na garantia de direitos. Ao lado desta TI, aparecem na relação as TIs Yanomami e Munduruku.

“O que a gente viu, basicamente, na semana passada, em um sobrevoo, foi que o mundo kayapó, as terras indígenas desse povo, todas estão queimando. Essa terra, em específico, está em uma situação muito dramática, mas não é a única”, destacou comenta. 

“O único levantamento que nosso time de pesquisa fez aqui, e isso tem uns 20 dias, está meio desatualizado, já dava conta de que mais de 300 terras indígenas de todo o país estavam sofrendo com as queimadas”, acrescentou. 

Como enfatiza Dantas, os povos indígenas são, comprovadamente, os que mais preservam a biodiversidade, o que os caracteriza como os guardiões dos diversos biomas. “A conservação, a proteção dos territórios indígenas não é algo benéfico só para os povos indígenas. A gente está em um momento de crise climática, em que precisa defender as florestas, a saúde dos indígenas”, argumenta.

Ele enfatizou que, pelo menos no contexto brasileiro, as terras indígenas são as que melhor cumprem essa função e exercem esse trabalho, que contribui para mitigar os efeitos da crise climática. “Então, é de interesse de todo brasileiro preocupado com o futuro deste país, deste planeta, que a gente defenda os territórios indígenas e que o governo federal acelere os processos demarcatórios”.

*Com informações da Agência Brasil

Lideranças indígenas e especialistas em clima e educação dialogam sobre soluções para a Amazônia em evento internacional

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Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará

Especialistas em educação e clima, lideranças indígenas e representantes de organizações que investem em educação na Amazônia dialogarão sobre o papel da educação como elemento transformador nas discussões climáticas e na promoção do respeito e da valorização da cultura e das tradições dos povos amazônidas no próximo dia 23.

As discussões farão parte do painel ‘Diálogo Clima, Educação e Equidade na Amazônia’, na Climate Week, em Nova Iorque (EUA), na Casa Amazônia, espaço dedicado à arte, imersão e aos aprendizados voltados para os saberes da floresta e das pessoas que nela habitam. A realização é da Casa Amazônia, em parceria com três organizações brasileiras: Centro Lemann de Liderança para Equidade na Educação, MegaEdu e Motriz – organizações associadas da Fundação Lemann. As inscrições podem ser feitas neste link.

O painel terá mediação de Anna Penido, diretora-executiva do Centro Lemann de Liderança para Equidade na Educação, que receberá Daniel Nardin, fundador do Amazônia Vox; Rossieli Soares, ex-ministro da educação e atual secretário de educação do Pará; Adriana Guimas, pesquisadora e consultora em educação amazônica no programa Plantar, da Motriz; e Cristieni Castilhos, especialista em projetos educacionais e CEO da MegaEdu.

Os convidados refletirão sobre os temas “desafios e possibilidades da educação na Amazônia”, “conexão entre clima e educação” e “educação, cultura e natureza: a perspectiva dos povos originários”, sempre com ênfase na equidade e conectando às realidades dos povos amazônidas.

Para Adriana Guimas, pesquisadora e consultora em educação amazônica do programa Plantar, da Motriz, o evento é um espaço necessário de trocas.

“O mundo já sente na pele, e tende a ser cada vez mais frequente, o impacto das mudanças climáticas. Ter esse espaço de discussão em um evento tão importante como o Climate Week, marca um avanço significativo nas discussões sobre a sustentabilidade. Como manauara, fico muito contente em participar de uma iniciativa que reúne diversas lideranças indígenas, especialistas em clima e educação, e foca em compartilhar conhecimentos, ideias e soluções, que impulsionam mudanças”, afirma.

A região amazônica está entre as prioridades da MegaEdu, organização sem fins lucrativos que promove a conectividade com internet rápida nas escolas públicas, e acredita na capacidade dos indivíduos locais de usarem a internet como instrumento de defesa.

“É fundamental investir nas pessoas dessa região e a inclusão digital é capaz de proporcionar acesso a conhecimentos científicos, técnicos e contribuir na formação cidadã com respeito aos direitos dos povos originários, assim também como dá a oportunidade de compartilharem suas vivências e ampliar suas vozes. Estamos avançando, mas os números mostram a necessidade urgente de reforçar as ações estratégicas para reduzir o abismo digital, pensando também nas áreas remotas e comunidades indígenas, afinal a internet deveria ser o que une as pessoas, não parte do abismo que as separa”, conclui Cristieni Castilhos, especialista em projetos educacionais e CEO da MegaEdu.

Durante o encontro, representantes de organizações internacionais que investem em educação na Amazônia também serão convidados a participar da roda de conversa para compartilhar suas reflexões a respeito dos desafios e das experiências na região. O público em geral tem participação gratuita, mas limitada.

No material de divulgação, as organizações responsáveis pelo painel ressaltam que, “embora ainda muito ausente nessas discussões, a educação é crucial para enfrentar desafios ambientais, especialmente na Amazônia. Ela é capaz de integrar cultura local e questões ambientais, além de alavancar a formação de cidadãos e lideranças para que promovam mudanças significativas na região”.

Ação conjunta retira criação de gado ilegal em terra indígena no Pará

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A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Funai, Ibama, Força Nacional e Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará), retirou nesta quinta-feira (19), rebanho que permanecia na Terra Indígena Apyterewa, mesmo após a operação de desintrusão, iniciada em 2023.

A operação resultou na retirada de aproximadamente 158 bovinos e 25 equinos e foi a segunda remoção nesta fase de consolidação da desintrusão. No total, já foram retirados cerca de 530 animais. A ação ocorre em cumprimento a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) no curso da ADPF 709.

As ações de retirada dos animais têm enfrentado retaliações por parte de invasores da terra indígena, que boicotam a atuação dos órgãos, com furto de gado apreendido, danificação de pontes para impedir o acesso dos caminhões e incêndio dos pastos onde o gado aguarda a retirada.

Ainda estão em curso investigações para identificação e responsabilização das pessoas que criavam gado ilegalmente na terra indígena, bem como os autores das reiteradas subtrações dos animais apreendidos e dos responsáveis pelos incêndios criminosos na região.

Os animais retirados desta vez foram enviados para uma fazenda quarentenária e, após avaliação técnica da Adepará, o gado de corte será encaminhado para o frigorífico. Parte do valor arrecadado com o abate é destinado ao custeio operacional, enquanto a carne remanescente é distribuída à comunidade indígena ou à Secretaria de Assistência Social do Estado do Pará.

As ações de desintrusão e proteção territorial da Terra Indígena Apyterewa fizeram com que o desmatamento ilegal caísse 97% no primeiro semestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado.

*Com informações da Polícia Federal