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FUNBIO e MPF no Amazonas debatem impactos das mudanças climáticas na Amazônia Legal

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O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e o Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) realizam, no dia 16 de maio, o primeiro evento em Manaus da iniciativa Diálogos pelo Clima, dentro do Programa COPAÍBAS. Na programação, estão temas como a COP 30 e o G20, mensuração de danos climáticos e a relação entre segurança pública e climática.

O resultado do encontro vai gerar uma lista de pontos a serem acompanhados durante as negociações do G20, que acontecem no Brasil em novembro, relacionados ao sistema jurídico e à mitigação das mudanças climáticas.

O primeiro evento do Diálogos pelo Clima em Manaus vai ajudar a dar ainda mais peso ao papel da capital do Amazonas na reunião do G20. O fórum, que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana, contará com quatro conferências em Manaus nos meses de junho e setembro, dentre as quais uma sobre Iniciativa de Bioeconomia e outra com o Grupo de Trabalho de Sustentabilidade Climática e Ambiental.

Imagem aérea de Manaus. Foto: Adneison Severiano/Arquivo/g1 Amazonas

Para a gerente de projetos do FUNBIO, Andréia Mello, esse é o momento propício para ampliar a troca de ideias dentro da Amazônia Legal. Segundo ela, a parceria com o MPF-AM ajuda a dar mais peso às ações e debates desenvolvidos dentro dessa temática. “A proximidade com a reunião do G20 e os recentes eventos climáticos extremos no país, como as fortes chuvas no Sul e a onda de calor no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil tornam esse debate cada vez mais urgente. A iniciativa Diálogos pelo Clima busca trazer diferentes olhares e novas vozes para a discussão sobre mudanças climáticas. O objetivo é encontrar caminhos para um futuro mais promissor e sustentável”, acrescentou Andréia.

O procurador da República no Amazonas, Rafael Rocha, destacou que essa é uma oportunidade única para os membros do MPF-AM refletirem e entenderem melhor o papel do sistema de justiça em relação às mudanças climáticas. “Participei do Diálogos pelo Clima em outros estados e fiquei encantado com a dinâmica do projeto. Foi muito interessante acompanhar o envolvimento dos promotores de justiça nas discussões com especialistas e representantes da sociedade civil. Por isso, fiquei muito feliz em poder proporcionar essa mesma experiência aos meus colegas aqui no Amazonas”, disse.

Além da discussão para o G20, o evento em Manaus vai reunir também especialistas nos temas da segurança climática e mensuração de dano climático. Entre os convidados, nomes como Fernanda Bortolotto (The Nature Conservancy/TNC), Adalberto Val (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA), Vivian Calderoni (Instituto Igarapé), Paulo Amaral (Imazon), Danielle Moreira (PUC-Rio) e Júlia Côrtes (Forest Trends). O MPF-AM se junta aos Ministérios Públicos estaduais do Pará e do Maranhão e ao Fórum dos Procuradores Públicos da Amazônia Legal nesta parceria com o FUNBIO. Os debates da iniciativa Diálogos pelo Clima vão acontecer na sede do MPF-AM (Avenida André Araújo, 358, Adrianópolis, Manaus).

Diálogos pelo Clima

A série Diálogos pelo Clima começou em junho de 2021, com seis encontros online e já realizou, posteriormente, três eventos presenciais em estados que integram as iniciativas do Programa COPAÍBAS — Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas e Áreas Protegidas nos Biomas Amazônia e Cerrado, que tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como gestor técnico e financeiro e a Iniciativa Internacional da Noruega pelo Clima e Florestas (NICFI), como financiadora.

Pesquisadores comprovam desaparecimento de ilha no Pará após denúncias

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Quando a Polícia Civil entrou em contato com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) o objetivo era apenas um: que os pesquisadores pudessem auxiliar em uma investigação que apurava denúncias de pescadores e ribeirinhos sobre o total desaparecimento da ilha Camará, localizada no município de Marapanim, zona costeira do Estado do Pará, nordeste paraense. 

De acordo com as denúncias, o sumiço da ilha se deu por ação humana, a partir do excessivo fluxo de lanchas de praticagem, que trazem pessoas que estão em alto mar para o continente. A ilha faria parte da Reserva Extrativista Marinha (Resex) Mestre Lucindo, uma das 23 unidades de conservação do Estado, registradas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Imagem: Divulgação

Entre os auxílios técnicos prestados pelos pequisadores à investigação está uma extensa análise cartográfica, com uso de geoprocessamento e análise de imagens de satélite, trabalho realizado com o apoio da professora Tabila Verena da Silva Leite, docente do curso de Engenharia Cartográfica e Agrimensura da universidade (icibe/Ufra). 

A professora, que há anos pesquisa dados sobre a zona costeira paraense, reuniu dados que vão de 1985, momento em que se tem as primeiras imagens de satélite da ilha, até 2021, data da solicitação da Polícia Civil. As imagens analisadas comprovam o desaparecimento total da ilha Camará, que na década de 80 possuía uma área de 13.561,998 m² e em 2016 não aparecia mais no mapa. 

“A ilha sempre aparecia nas imagens de satélite. Observou-se que havia existência vegetação e solo e a ilha fornecia vários serviços ecossistêmicos para as comunidades do entorno, que a usavam também para atividades recreativas e lazer”, diz Tabila.

A professora explica que as ilhas localizadas no município de Marapanim, assim como na zona costeira paraense, em sua maioria pertencem à tipologia de uma ilha costeira do tipo fluviomarítima, onde se destacam ilhas de sedimentação e de erosão. 

“O processo de erosão é natural e ocorre muito na Amazônia, por conta do solo arenoso e do litoral ser baixo. A erosão costeira é provocada principalmente pela ação das águas do mar, que atuam sobre os materiais do litoral, na linha de costa, modificando o solo através da sua ação química e da sua ação mecânica, como o impacto das ondas, por exemplo. Por isso, na área costeira paraense é natural que ilhas apareçam e desapareçam, devido a influência das marés, dos sedimentos e dos rios amazônicos”, diz.

Mas não foi esse o caso da ilha Camará

“Nessa ilha em específico alguma ação antrópica acelerou esse processo”, explica a pesquisadora. Como parâmetro de investigação, foi observada e comparada uma outra ilha próxima, parecida em tamanho, solo e localização geográfica, mas em outro braço de rio. Comparada a ilha Camará, a outra ilha observada sofreu pouca alteração. “Essa outra ilha não era rota das embarcações da praticagem e a ilha Camará sim. A outra ilha não sofre o impacto das ondas dos barcos”, explica. 

Segundo o parecer técnico emitido pela pesquisadora, a ilha Camará teria começado a desaparecer a partir do ano de 2003, quando já tinha somente 8.100,46 m². Esse sumiço foi ficando mais claro e intenso no ano/intervalo de 2012, quando a ilha alcançou uma área de 5.400,147 m² e 2013 com área de 5.399,79 m². Em 2015 a área chegou a 2.697,863 m², até o completo desaparecimento no ano de 2016.

O período crítico de desaparecimento da ilha coincide com as atividades de uma empresa de navegação que opera na área. O laudo técnico foi assinado pela professora Tabila Leite e pelo professor Robson Ramos e encaminhado à Polícia Civil. Em nota, a Polícia Civil do Pará informou que indiciou a empresa de navegação por crimes ambientais e por atuar sem licença, após resultados de estudos técnicos conduzidos pela Ufra apontarem que o desaparecimento da Ilha foi provocado por ação humana. A área era usada como rota da empresa investigada. O inquérito foi submetido à Justiça.

Imagem: Divulgação

A zona costeira paraense 

O Pará possui 47 municípios em sua zona costeira, normatizados a partir da Lei A LEI N° 9.064, de 25 de maio de 2020, que instituiu a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro. Os municípios são divididos em cinco setores principais: Marajó Oriental; Continental Estuarino (considerando a Região Metropolitana de Belém); Costa Atlântica Paraense e o setor Flúvio-Marítimo, composto por dez municípios, entre eles Marapanim.

Dentro desses setores existem as unidades de conservação de jurisdição estadual e federal. “Nessa região temos 10 unidades de conservação, sete delas federais, onde temos a Resex Mestre Lucindo, que precisa estar com seus serviços ecossistêmicos protegidos”, diz a pesquisadora.

Os serviços Ecossistêmicos são os benefícios que as pessoas e animais obtêm dos ecossistemas conservados, ou seja, as contribuições diretas e indiretas dos ecossistemas para o bem-estar humano. Assim como nas demais áreas da zona costeira do Pará, o extrativismo de recursos pesqueiros e a pesca artesanal, são consideradas as atividades principais das comunidades da região, cercada por áreas de mangue. Segundo Tabila Leite, há dois tipos de ameaças principais na região: as externas, que são as mudanças climáticas, erosões costeiras, aumento do nível do mar. 

E existem as internas, que ocorrem naquele local. 

“Nisso temos o turismo desordenado, excesso de lixo e atividades como pesca industrial insustentável e praticagem, realizadas de forma cada vez mais intensa e impactando muito o modo de vida das comunidades tradicionais, que dependem dos ecossistemas saudáveis. É o modo de vida deles, nunca vão conseguir disputar com a pesca industrial”, explica a pesquisadora.

Ela afirma que uma das formas de evitar que mais crimes ambientais como esse ocorram é uma gestão costeira de forma integrada, reunindo outros estados que possam controlar não só a praticagem, mas a pesca industrial e outras atividades antrópicas que prejudicam os ecossistemas e os serviços oferecidos por eles. 

“O ideal é que cada município tivesse sua própria fiscalização. É preciso que mais instrumentos sejam aplicados para que seja feita a gestão do local, como gerenciamento costeiro municipal, zoneamento estadual, Elaboração dos planos de manejo nas Reservas Extrativistas Marinhas do nosso litoral e mais pesquisas voltadas à região, que ainda são poucas”, orienta.

A Ufra é a única universidade da Região Norte que possui o curso superior de Engenharia Cartográfica e Agrimensura, avaliado com a nota 5, pontuação máxima considerada pelo Ministério da Educação. Os pesquisadores costumam auxiliar, a partir de laudos técnicos, em mapeamentos sobre estradas, desmatamentos e investigações sobre crimes ambientais na Amazônia, que também originam artigos e trabalhos de conclusão de curso dos alunos, assim como projetos de pesquisa e extensão na área de Geotecnologias (Cartografia, Sensoriamento remoto e Geoprocessamento) voltados para análise ambiental, fundiária e ordenamento territorial.

Memória de pescadores pode ajudar a ciência no manejo de pesca

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Castello e seus colegas identificaram 24 áreas de pesca artesanal e industrial ao longo do litoral brasileiro, como esta em Cananeia (SP), para as quais já existiam dados coletados por cientistas ou órgãos governamentais sobre a pesca e a atividade dos pescadores. Foto: michael_swan via Flickr (CC BY-ND 2.0)

Quando Castello se formou em Oceanografia em 1998, não conseguiu um trabalho ligado diretamente ao oceano. Em vez disso, foi para a região do Médio Solimões, na Amazônia, estudar a pesca do pirarucu (Arapaima gigas), gigante da água doce que, além de respirar debaixo d’água, também sobe à superfície para respirar. A pesca dessa espécie foi proibida em vários lugares devido à sobrepesca.

“Conheci pescadores que tinham um conhecimento incrível”, diz Castello, que hoje é biólogo conservacionista de peixes no Instituto Politécnico da Universidade Estadual da Virgínia, nos EUA.

“Testamos se esses pescadores conseguiam contar a quantidade de peixes, assim como as pessoas fazem com as baleias no oceano, e se essa contagem poderia ser usada para basear o manejo”.

O pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores peixe de água doce do mundo. Foto: Brian Gratwicke via Flickr (CC BY-NC 2.0)

Castello diz que as contagens foram “incrivelmente precisas” e “200 vezes mais baratas e mais rápidas” do que avaliar o estoque de peixes usando um método científico equivalente. Em 2004, o Ibama até mesmo aprovou uma autorização especial para pescadores capturarem o pirarucu desde que apresentassem seus dados de contagem, e várias ONGs e organizações governamentais também passaram a promover e implementar esses métodos, disse Castello.

Atualmente, mais de 400 comunidades pesqueiras no Amazonas pescam o pirarucu com base na contagem de pescadores, o que permite que eles mesmos façam o manejo sustentável da pesca, complementa. “Essa experiência me ensinou que há muito [que se pode fazer com o] conhecimento local”, conclui.

Cerca de 20 anos mais tarde, Castello iniciou outro projeto de pesquisa focado no conhecimento local, desta vez identificando como os cientistas podem traduzir as lembranças dos pescadores brasileiros sobre a pesca no passado em “dados coletados da memória”, que podem ser usados para manejar os estoques em lugares com pouco ou nenhum acesso a dados.

Muitos outros estudos já exploraram como a memória dos pescadores pode servir como fonte de dados, incluindo um anterior feito pelo próprio Castello, focado na pesca de pequena escala na Bacia do Congo. Este novo estudo, publicado recentemente na revista Frontiers in Ecology and the Environment, foi além, procurando avaliar a confiabilidade desses dados em comparação com aqueles coletados por métodos científicos tradicionais.

Este estudo é uma das iniciativas mais abrangentes sobre a confiabilidade dos dados de memória, usando uma amostra grande de pescadores e vários estoques de pesca diferentes.

Castello e seus colegas identificaram 24 áreas de pesca, tanto artesanal quanto industrial, ao longo do litoral brasileiro, para as quais havia dados sobre a pesca coletados por pesquisadores ou órgãos governamentais. Então, para testar se a memória dos pescadores poderia ser uma fonte de dados útil, eles entrevistaram cerca de 400 indivíduos envolvidos na pesca nessas áreas, a maioria deles caiçaras, populações tradicionais do Sul e Sudeste do Brasil.

Os pesquisadores elaboraram um questionário sobre o tipo de pesca que era feita, que equipamento era usado, as espécies pescadas, e qual a idade dos pescadores quando se dedicavam à atividade. Então pedia informações específicas sobre “capturas normais”, “capturas boas” e “capturas ruins”, incluindo quantos quilos pescavam em cada viagem e quanto tempo ficavam pescando. Os pesquisadores pediram essas estimativas para os primeiros anos de trabalho dos pescadores bem como para os últimos.

A equipe descobriu que a memória dos pescadores era especialmente precisa para recordar eventos extremos, como uma temporada de pesca muito farta ou muito escassa. Contudo, fatores como o tempo passado e a idade dos entrevistados tornavam algumas memórias menos precisas. No conjunto, porém, os pesquisadores descobriram que, coletivamente, a memória dos pescadores corroborava os dados científicos em 95% do tempo.

“Algumas pessoas se lembravam de uma pesca muito mais farta ou muito mais escassa do que tinha sido de fato, mas a média é consistente. Então, em média, a memória das pessoas é realmente confiável.”

diz a coautora do estudo e professora associada da Universidade do Rio Grande do Norte, Priscila Lopes.

Tanto Castello quanto Lopes dizem que os métodos para recuperar a memória descritos em seu estudo podem ser especialmente úteis em países como o Brasil, onde os dados sobre a atividade pesqueira são escassos, ou para quando é financeiramente impossível reunir os dados necessários para implementar sofisticados esquemas de manejo de pesca baseados na ciência ocidental.

“Entrevistas rápidas com pescadores podem produzir dados históricos sobre a pesca por um custo muito menor do que o dos dados convencionais (científicos)”, diz Castello. Além de fornecer informações sobre dados de pesca, ele conta que a memória dos pescadores pode ser usada para entender tendências históricas, tais como declínios e aumentos na captura, e períodos de estabilidade. Esses resultados podem então ser usados para tomar decisões críticas de manejo, acrescenta.

Pesca na Ilha Ancheta, em Ubatuba (SP); os pesquisadores descobriram que as memórias dos pescadores eram ainda mais precisas quando se tratava de eventos extremos, como uma temporada de pesca muito farta ou muito escassa. Foto: michael_swan via Flickr (CC BY-ND 2.0).

William Cheung, professor e diretor do Instituto para Oceanos e Estoques de Pesca da Universidade da Colômbia Britânica, no Canadá, que não esteve envolvido na pesquisa, elogiou a “robustez” da análise do novo estudo. Em sua opinião, este estudo se destaca dos demais que também avaliam a utilidade das memórias dos pescadores para coletar dados.

“Um dos motivos pelos quais eles encontraram esta alta confiabilidade [na memória dos pescadores] foi a descrição detalhada de seus métodos, e como eles tentaram desenvolver perguntas comuns que podem ajudar as pessoas a se lembrar das informações com mais precisão”, diz Cheung. “Isso [a alta precisão] é uma coisa que acho bastante promissora e que a meu ver se destaca”.

Castello diz que ele e seus colegas já tiveram problemas com autoridades governamentais para implementar esses métodos – baseados na coleta de memórias no manejo da pesca. Mas agora ele tem esperança de que a maré mude. Castello diz que seu “sonho” é que o conhecimento local seja usado para manejar a pesca tradicional, não só no Brasil, mas também em outras partes do mundo.

“Temos milhões de pescadores que vivem e pescam nesses lugares há muito tempo, e eles têm todas essas memórias que podemos usar para obter dados de forma fácil e rápida. Não é perfeito, mas de acordo com as melhores estimativas científicas, tem 95% de acurácia e confiabilidade. Isso irá produzir um manejo tão bom quanto o manejo feito na América do Norte ou na Europa? Não, definitivamente não. Mas é muito melhor do que não ter nenhum manejo, nenhum dado, nenhuma informação, nenhuma ação.”

concluiu Leandro.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Mongabay, escrito por Elizabeth Alberts e traduzido por Eloise de Vylder

Fitoterapia brasileira perde a botânica e farmacêutica Terezinha Rêgo

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A pesquisadora Terezinha Rêgo. natural de São Luís (MA), foi professora de excelência em pesquisa de extensão do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e doutora em Botânica pela Universidade de São Paulo (USP). Alcançou cargos nobres como membra fundadora da Academia Maranhense de Ciências, onde ocupava a Cadeira n° 14, além de coordenar o Polo de Biotecnologia do Maranhão.

A botânica fundou também o projeto de extensão em Fitoterapia no Herbário Ático Seabra, onde estão catalogadas quase 11 mil espécies que caracterizam a flora do Maranhão, Estado que compõe a Amazônia Legal.

Foto: Reprodução/Governo do Maranhão

Causas sociais

Desde os 8 anos de idade a botânica tinha contato direto com as ervas medicinais, muito por conta de seu avô. Após anos de estudos,  Terezinha buscava colocar em prática tudo o que era ensinado a ela em favor de comunidades periféricas.

Surgiram então projetos de fitoterapia em comunidades carentes, como as hortas medicinais que beneficiaram centenas de famílias carentes no Maranhão, e ainda apoio ao programa estadual Farmácia Viva.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a Farmácia Viva consiste em todas as etapas da produção de medicamentos a partir de produtos naturais, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de preparações magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos.

Plantas de Manaus em território internacional: revolta na Botânica

Com tamanha dedicação ao estudo das plantas e suas propriedade, Terezinha viveu um episódio em que afirma ter se sentido revoltada. E ele envolvia a Amazônia.

Em uma de suas entrevistas para a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), ela relatou com indignação o caso. Em uma de suas viagens internacionais, descobriu que um casal teria dezenas de plantas brasileiras em sua residência – ilegalmente.

“Quando eu cheguei em Córdoba, eu me assustei. Fui procurada por um casal de espanhóis que moram em Barcelona, foram me buscar, passaram doze anos aqui no Brasil, na Amazônia, em Manaus. Foram me buscar para olhar o laboratório deles, eles tinham já 105 espécies de plantas nossas. Tinha um órgão que era o defensor dos nossos produtos naturais que se chamava Central de Medicamentos, acabaram com a central que era a único órgão deste pais que fiscalizava a saída de nossas plantas. Agora pergunte, pagaram alguma coisa para poder essas plantas irem para lá? Não pagaram absolutamente nada. E esses que levam as nossas plantas para lá? Eles são ao menos autuados? Não são autuados. É uma tristeza, viu. A gente sente uma revolta muito grande”, desabafou a pesquisadora.

Confira a entrevista completa AQUI.

Reconhecimento no exterior

Referência mundial em fitoterapia, a botânica foi reconhecida internacionalmente por seu trabalho em países como Holanda, Portugal, Itália, Londres e outros países que se beneficiaram com as suas pesquisas.

Terezinha recebeu uma homenagem pelos chineses, por meio de um certificado que foi entregue pelo Conselho Superior de Cultura da Câmara de Comércio Brasil-China, pelas pesquisas e descobertas que auxiliaram no tratamento da pneumonia asiática (SARS), em 2003, no período do surto da doença.

A professora de farmácia tinha mais de 48 produtos criados, além de livros e artigos com o tema de medicamentos naturais. Por isso, também era uma voz ativa na preservação e sustentabilidade da Amazônia.

Rêgo estava hospitalizada em estado grave após uma queda, e na última sexta-feira (3), morreu, deixando um legado de mais de 50 anos de trabalho em prol a fitoterapia no Brasil.

Autoridades como Governador do Estado do Maranhão, Carlos Brandão; o prefeito de São Luís, Eduardo Braide; vereadores e órgãos como o Conselho Federal de Farmácia (CFF), a Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT) e a UFMA, lamentaram a perda da pesquisadora.

Leia a nota de pesar da UFMA

É com profundo pesar que a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) comunica o falecimento de Terezinha de Jesus Almeida Silva Rêgo, aos 91 anos.

Farmacêutica por formação e professora do Departamento de Farmácia da UFMA, Terezinha Rêgo era apaixonada pela flora medicinal desde a infância. Dedicou mais de cinco décadas de sua vida ao estudo e à valorização das plantas medicinais como ferramentas para a promoção da saúde e do bem-estar.

Um Legado Inspirador

Natural de São Luís, Maranhão, Terezinha Rêgo foi professora titular do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) desde 1977, onde também foi assessora da instituição. Era doutora em Botânica pela Universidade de São Paulo (USP); membra fundadora da Academia Maranhense de Ciências, onde ocupava a Cadeira n° 14; coordenou o Polo de Biotecnologia do Maranhão – MAR-BIO; fundou também o projeto de extensão em Fitoterapia no Herbário Ático Seabra, onde estão catalogadas quase 11 mil espécies que caracterizam a flora do Estado do Maranhão.

Foi eleita, em Cuba, representante de Etnobotânica junto à América Latina, de 1990 a 1994, e representou o Maranhão na Sociedade Botânica do Brasil. Além disso, coordenou projetos de fitoterapia em comunidades carentes do Maranhão por meio do programa estadual Farmácia Viva.

Terezinha dedicou sua vida à Pesquisa Científica, no estudo da Fitoterapia, Hortas Medicinais, Medicina Popular, Pré-Amazônica, Etnobotânica e Espécies Medicinais. Foi uma das pioneiras na pesquisa de plantas com potencial terapêutico no país, e suas pesquisas com ervas medicinais foram responsáveis, por exemplo, pela produção de três medicamentos que combatem a pneumonia asiática na China.

Durante sua vida, recebeu várias premiações e homenagens por suas descobertas científicas. Em 2000, foi agraciada com as Palmas Universitárias concedidas pela Universidade Federal do Maranhão. Recebeu menção honrosa por ser uma das dez finalistas do Prêmio Darcy Ribeiro, um dos mais importantes prêmios da educação brasileira, por seu trabalho em prol da saúde da população e da formação de novos farmacêuticos, em 2018. Recebeu o título de Acadêmica Emérita da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil, uma honraria concedida a personalidades que se destacaram por suas contribuições à área da Farmácia.

Em uma sessão especial do Senado Federal, em 2019, Terezinha também foi reconhecida por seus 55 anos de dedicação à flora medicinal, além de ter recebido o Prêmio Fapema no mesmo ano.

Entre tantas outras premiações, com base em seus estudos, a pesquisadora contribuiu para que a UFMA alcançasse destaque no cenário internacional.

A Universidade se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor e consternação.

Organizações indígenas lançam protocolos de consulta do Acampamento Terra Livre 2024

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O ATL chegou a sua 20ª edição este ano. Lideranças indígenas e extrativistas da área de influência da BR-319 apresentaram os protocolos de consulta dos seus territórios na tenda da Coiab durante o evento.

Lideranças indígenas e extrativistas da área de influência da BR-319 apresentaram os protocolos de consulta dos seus territórios, no dia 24 de abril, na tenda da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) durante a 20ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília (DF).

Foram lançados nove protocolos de consulta dos povos Tenharin, Parintintin, Jiahui, Juma, Kagwahiva do sul do Amazonas, Mura de Manicoré e Apurinã das Terras Indígenas Igarapé São João e Igarapé Tawamirin de Tapauá. No dia 26, uma comitiva da Rede SulAM Indígena entregou à Subsecretaria de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes na pessoa do subsecretário e coordenador do GT BR-319, Cloves Benevides, os protocolos dos seus territórios.

Os protocolos de consulta são uma construção coletiva das populações envolvidas. Na área de influência da BR-319, as organizações que representam comunidades impactada pela rodovia constroem os documentos em parceria com os programas de Povos Indígenas e Ordenamento Territorial do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).

Foto: Thiago Castelano/Coiab

Ainda este ano, estão previstos os lançamentos dos protocolos de consulta do Território de Uso Comum (TUC) do Rio Manicoré, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Amapá, do Lago do Capanã Grande e do Projeto de Assentamento Agroextrativista Jenipapo, todos de Manicoré.

O protocolo de consulta é um instrumento de diálogo de populações indígenas, tradicionais e quilombolas com a sociedade envolvente por meio de instâncias como o governo e empresas privadas. O documento é legítimo e assegurado por meio da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), normal supralegal da qual o Brasil é signatário. O protocolo descreve regras e informações sobre a organização social e o processo de tomada de decisão coletiva destas populações.

Com o tema “Nosso Marco é Ancestral: Sempre Estivemos Aqui!”, o ATL reuniu milhares de indígenas e aliados na edição que comemorou 20 anos de realização do evento. As organizações membro do Observatório BR-319 como, Coiab, Apiam, Focimp, WWF – Brasil, WCS Brasil, IEB, CNS, Greenpeace Brasil e Opan estiveram presentes. As organizações de base do sul do Amazonas OPIAM, APIJ, APITEM, Jawara Pina, OPIAJBAM, OPIPAM, APILCAMM e OJIL também enviaram delegações.

*Texto produzido com informações do coletivo Vozes da Mata, IEB, Coiab e Jawara Pina. O conteúdo foi publicado pelo Observatório BR-319.

Cidadão 5: Mais de 2,4 mil pessoas são contempladas para receber estrutura do sistema de esgotamento sanitário

O conjunto Cidadão 05, no bairro Cidade Nova, zona Norte da cidade, começou a receber obras de implantação de mais de três mil metros de rede coletora de esgoto. O serviço faz parte do programa Trata Bem Manaus, e irá contemplar mais de 2,4 mil pessoas que vivem no local.

As obras iniciaram em abril e devem se estender por três meses. Estão previstas implantações de rede coletora em todas as ruas do conjunto. Os serviços ocorrem de segunda-feira à sexta-feira, das 8h às 17h.

O local também recebe a atuação de conscientizadores que atuam de porta em porta para esclarecer os moradores sobre o serviço que está sendo implantado, os benefícios que chegam com o esgotamento sanitário e para tirar dúvidas.

“Temos um time que faz o trabalho de relacionamento com nossos clientes, explicando sobre a obra, tirando dúvidas dos moradores e, principalmente, esclarecendo sobre a importância de cada morador se conectar à rede que estamos implantando. Somente desta forma conseguiremos usufruir dos benefícios que chegam junto com o esgotamento sanitário”, destaca o gerente de projetos da Águas de Manaus, Jean Damaceno.

Foto: Divulgação/Águas de Manaus

A implantação de rede coletora do conjunto Cidadão faz parte de um conjunto de obras que irão contemplar ainda as áreas do Riacho Doce e Osvaldo Frota. Ao todo, serão construídos mais de 18,2 mil metros de rede, além de uma Estação Elevatória de Esgoto (EEE). A previsão é que o complexo seja concluído até o final deste ano.

“Quando lançamos o programa Trata Bem Manaus, explicamos sobre as soluções para chegarmos à universalização do esgoto em Manaus, por meio das microbacias. Esta área da Cidade Nova contempla uma destas microbacias. Todo esgoto coletado desta área será transportado para ETE Timbiras, que fica no mesmo bairro”, ressalta o gerente.

Hoje, Manaus tem mais de 30% de cobertura de esgoto. Com isto, diariamente são tratados 62 milhões de litros de esgoto por dia. Todo este efluente passa por um minucioso processo de tratamento que garante que retorno à natureza livre de contaminações e dentro dos padrões estabelecidos pelos órgãos ambientais.

Para os próximos anos a concessionária irá implantar mais de 2,7 milhões de metros de rede coletoras de esgoto, além de construir mais de 70 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) espalhadas por toda cidade. A meta é que em 2033 o serviço esteja universalizado.

Especialista diz que ‘La Niña’ pode manter estiagem dentro do normal no Acre

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Com maior incidência de eventos climáticos extremos na região, professor da Ufac ressalta que anos de ‘La Niña’ costumam não apresentar secas intensas.

Após a segunda maior cheia já registrada em Rio Branco, ocorrida em março deste ano, o nível do rio Acre segue reduzindo na capital acreana. Em todo o mês de abril, o manancial ficou abaixo dos sete metros, sendo que o maior índice foi marcado no dia 14, quando marcou 6,42 metros.

A marca representa um contraste com o mês de março, quando o rio chegou à marca de 17,89 metros no dia 6. Somente no dia 11 daquele mês, ou seja, cinco dias depois, o rio Acre saiu da cota de transbordo, de 14 metros.

O Acre enfrentou cheias que atingiram 100 mil pessoas, com 19 das 22 cidades do estado (86%) em situação de emergência, áreas sem energia elétrica, aulas suspensas, plantações perdidas e o registro de quatro mortes. Um mês depois, o rio Acre, principal afluente do estado, registrou níveis baixos em Rio Branco em comparação com o mesmo período no ano passado.

Foto: Ila Verus/

No mês de maio, o manancial começou medindo 4,89 metros. No último sábado (4), às 6h, o Rio Acre marcou 4,50 metros, sete centímetros a menos em comparação com a medição do dia anterior.

O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, afirmou em entrevista à Rede Amazônica que o nível do rio está abaixo do mesmo período em 2023, o que pode ser indicativo de seca intensa em 2024.

“No ano passado, o Rio Acre, no dia 1º de maio, ele se encontrava em uma cota de 6,33 metros. Este ano, no mesmo dia 1º de maio, está em uma cota de 4,89 metros. Portanto, é 1,44 metro a menos na cota do que no 1º de maio do ano passado”, 

ressaltou o coronel Carlos Batista.

Foto: Richard Lauriano/Rede Amazônica AC

Ainda segundo Batista, a Defesa Civil do Acre espera um volume de chuva dentro da média. Porém, em meio ao cenário atual, o estado está se preparando e produzindo planos de contingência para amenizar os impactos de uma possível estiagem prolongada.

“A gente tem sempre que se preparar para uma situação mais grave, semelhante ou pior do que aconteceu o ano passado com todo o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil. Este ano, já solicitamos de todas as coordenadorias municipais os seus planos de contingência voltados para os incêndios florestais, voltados para essa seca mais prolongada de se ocorrer, para que a gente entenda quais são as ações que os municípios estão fazendo e vão fazer durante esse período”, ressaltou.

No entanto, segundo o doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Universidade Federal do Acre (Ufac), José Genivaldo do Vale Moreira, ainda não há elementos que indiquem risco de seca intensa em 2024. 

La Niña

Apesar da maior incidência de eventos climáticos extremos, o especialista afirma que o fenômeno La Niña pode manter as temperaturas e os volumes de chuvas em níveis considerados normais para cada época.

Projeções indicam que as anomalias de temperatura da superfície do mar irão atingir a neutralidade até junho de 2024, com possibilidade do La Niña no segundo semestre. Em geral, os anos em que se registram este fenômeno tendem a não apresentar secas tão intensas.

“Se isso se confirmar, nós vamos ter um período de estiagem normal para a região, como todos os anos, porque nos anos de La Niña, em geral, não há essa seca tão intensa. Mas é preciso ver também que por volta de julho e agosto ainda vamos ter resquícios do El Niño, então a gente pode registrar picos de seca. Porém, a expectativa é de que esse ano não tenhamos eventos extremos muito grandes”, 

explicou Moreira.

Avanço em sistemas de alerta e contingenciamento

Historicamente, eventos extremos, em especial os de natureza hidrológica, têm impacto inversamente proporcional à sua frequência. Ou seja, os eventos com potencial de impactos mais severos ocorrem mais raramente dos que aqueles com menor potencial danoso. Porém isso tem mudado, segundo a avaliação de Moreira.

Ele também aponta para a redução do intervalo entre essas ocorrências de eventos naturais extremos. O professor ressalta que esses fenômenos dependem de diversos fatores, o que os tornam imprevisíveis. 

“Apesar de estarmos atravessando o período conhecido como ‘ inverno amazônico’, quando se registra maior volume de chuvas e de vazões, os eventos registrados recentemente no Rio Acre estão associados a baixas possibilidades de acontecer. Ou seja, estão ocorrendo em ciclos cada vez menores e com maior intensidade. E com isso, há possibilidade maior de causar danos mais severos à população vulnerável. E não somente o impacto social, mas também econômico, uma vez que altera a rotina no ciclo produtivo da região”, 

explicou José Moreira.

Ocupação urbana

O professor também destaca que não se deve descartar fatores resultantes da ação humana, como ocupação urbana em áreas suscetíveis aos impactos dos fenômenos naturais.

Na avaliação de Moreira, Rio Branco está inserida em um contexto geográfico típico que sofre consequências da variabilidade acentuada nos processos hidrológicos. Com isso, é comum a ocorrência de extremos, tanto de cheias quanto de estiagem, cujos impactos são acentuados, sobretudo à população de menor renda.

Em 2023, Moreira ressaltou que os eventos naturais só oferecem riscos se houver bem exposto, a exemplo da capital acreana, onde os impactos são sentidos com maior intensidade pois há maior ocupação e exposição de bens vulneráveis.

À época, o professor criticou a falta de maior planejamento com ações de longo prazo para atenuar os impactos.

A partir de 2024, segundo ele, a situação começou a mudar na capital. Foi criado um grupo para liderar pesquisas e monitoramento de secas e estiagens. Iniciado pela Defesa Civil Estadual, o Grupo de Estudo de Eventos Extremos da Amazônia conta com pesquisadores da Ufac, incluindo o professor, além de representantes Defesa Civil Estadual.

“Nós estamos partindo do zero, mas a ideia é que no futuro a gente tenha um centro de monitoramento gerido pela pela Defesa Civil em haja projeções. Esse ano a perspectiva é disso. Então, a gente tem cenários assim para atenuar os impactos”, 

acrescentou.

*Por Victor Lebre, do g1 Acre

Informações sobre unidades de saúde no Amapá serão atualizada por meio de parceria com Google e MS

‘Busca’ e ‘Google Maps’ fornecerão localização, horário de funcionamento e UBSs mais próximas para quem acessar. Um dos objetivos da parceria é reforçar as campanhas de vacinação.

Foto: Jesiel Braga/PMM

Uma parceria entre o Ministério da Saúde (MS) e o Google vai permitir a atualização de informações sobre estabelecimentos de saúde no Amapá, que somam 171 espalhados pelos 16 municípios. Entre as informações estão: localização, contato, horário de funcionamento e calendário de vacinação.

A atualização dos dados será possível acessar através da ‘Busca’ e do ‘Google Maps’, a partir das informações fornecidas pelo ministério. Na opção, será possível acessar o link direto para o calendário de vacinação e postos de saúde próximos.

Segundo o anúncio feito pelo MS, a parceria busca contribuir com a conscientização para adesão da população às campanhas de vacinação.

De acordo com o ‘Google Trends’, o país é o terceiro mais ativo em buscas sobre saúde e ocupa a 7ª colocação em interesse por vacinação globalmente.

*Por Rafael Aleixo, do g1 Amapá

Força Nacional mantem vigilância na Terra Pirititi, onde indígenas vivem isolados em Roraima, por mais 90 dias

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Terra Indígena tem cerca de 40 mil hectares e fica em Rorainópolis, no Sul do Estado, onde também há presença de garimpeiros.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) prorrogou por mais 90 dias a atuação de agentes da Força Nacional de Segurança Pública na Terra Indígena Pirititi, localizada no município de Rorainópolis, ao Sul de Roraima, onde há indígenas isolados e presença de madeireiros. A informação foi divulgada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 6 de maio.

O documento, assinado pelo ministro Ricardo Lewandowski, autoriza o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) “nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, em caráter episódico e planejado”.

A Força Nacional atua no território de Pirititi desde novembro de 2022, a decisão é válida até o dia 4 de agosto. Esta é a segunda vez que a decisão é prorrogada pelo ministério, a primeira vez foi em dezembro de 2023. Com presença de indígenas isolados, a Terra Indígena Pirititi tem cerca de 40 mil hectares e perímetro aproximado de 192 km.

Foto: Divulgação/Ibama

A área fica imediatamente acima da Reserva Indígena Waimiri Atroari, uma das maiores de Roraima, e é apontada como uma das mais vulneráveis ao desmatamento, com forte presença de madeireiros.

A operação terá o apoio logístico do órgão demandante, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública. A Força Nacional foi enviada para o território pela primeira vez em 2022. Desde então, o governo federal tem prorrogado a atuação dos agentes na terra indígena.

Terra Indígena Pirititi e isolados

A Terra Indígena Pirititi está localizada no município de Rorainópolis, na região Sul de Roraima. Conforme a Fundação Nacional do Índio (Funai), o grupo é chamado de Piruichichi (Pirititi) ou Tiquiriá, parentes dos Waimiri-Atroari, na divisa com o Amazonas.

Durante a demarcação da TI Waimiri-Atroari, entre Roraima e o Amazonas, acreditava-se que esses indígenas estariam protegidos dentro da área demarcada. No entanto, estudos posteriores confirmaram sua presença fora da reserva.

Em 2011, foram avistadas maloca e roçado do grupo, durante sobrevoo da equipe da Funai. Não há informações sobre quantidade de indígenas que vivem na área.

Em maio de 2022, o Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça com um pedido de tutela provisória de urgência para garantir a proteção da reserva. A ação foi movida porque a região sofre graves ameaças de invasão e degradação por grileiros, colonos e madeireiros que vivem nos limites da área.

Cerca de 20 dias depois, a Funai prorrogou a portaria que restringe a entrada de pessoas não autorizadas na Terra Indígena Pirititi. Com a medida, apenas os funcionários do quadro da Funai podem ingressar, locomover-se e permanecer na região.

Defesa Civil de Porto Velho informa que nível do Rio Madeira é de 9,12 metros e a tendência é diminuir ainda mais

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O nível do rio Madeira chegou a 9,12 metros na terça-feira (7), conforme foi informado pela Defesa Civil Municipal. O órgão, inclusive, já tinha alertado que em virtude da redução das chuvas na cabeceira, a tendência seria de recuo das águas, também devido ao início do período conhecido como ‘verão amazônico’.

Conforme a Defesa Civil, a bacia do rio Madeira, no município de Porto Velho, sofre influência em 74% das chuvas que caem na Bolívia, 12% pelas chuvas do Peru e apenas 14% das águas pluviais que chegam ao solo brasileiro.

O coordenador da Defesa Civil Municipal, Elias Ribeiro, disse que a tendência para os próximos dias é de que o nível do rio diminua ainda mais, caso seja mantida a previsão dos institutos meteorológicos e da Agência Nacional de Águas (ANA).

“A Defesa Civil segue realizando monitoramento constante. Inclusive, instituímos um gabinete para agirmos de forma antecipada, buscando apoio e estrutura para enfrentamento de escassez hídrica, caso se consolide o que está previsto”,

comentou Ribeiro.

Disse ainda que a Prefeitura de Porto Velho, através da Defesa Civil Municipal, aguarda o agendamento de uma nova reunião com as instituições que tratam das questões climáticas, o que deve acontecer até o final de maio, para mais informações e orientações.

Com base no que for informado, estratégias serão adotadas pelo município, visando enfrentar a estiagem e uma possível escassez de água, se for necessário.

*Com informações da Prefeitura de Porto Velho