À frente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDELFOR-Bio), o presidente Nilson Pinto se reuniu,no dia 14 de fevereiro, com o Secretário Interino da Embaixada da Índia, Suraj Jadhav, para discutir o estreitamento das relações entre Brasil e Índia, especialmente no campo da preservação ambiental e pesquisa científica.
Durante a conversa, Nilson Pinto fez uma breve apresentação sobre o que é o IDELFOR-Bio e destacou as unidades de conservação que o instituto administra, enfatizando a importância dessas áreas para a biodiversidade e o meio ambiente.
A reunião também marcou o início das discussões sobre uma possível cooperação técnica entre o Brasil e a Índia, com o intercâmbio de técnicos e pesquisadores de ambas as nações.
“Iniciamos uma conversa importante com a Embaixada da Índia para explorar formas de colaboração com os técnicos e pesquisadores indianos, que possuem uma vasta experiência em áreas como conservação e biodiversidade”, destacou o presidente.
Foto: Pablo Allves
A colaboração entre os dois países pode abrir portas para uma troca significativa de conhecimentos e práticas no campo ambiental, beneficiando tanto o Brasil quanto a Índia no enfrentamento dos desafios ambientais globais.
Foto: Pablo Allves
A parceria proposta é vista como um passo importante para reforçar os laços internacionais e promover ações conjuntas para a proteção ambiental. A reunião com Suraj Jadhav representa um marco inicial para o desenvolvimento dessa colaboração.
Existe um mundo distante da limitada visão humana que parece nunca decepcionar a criatividade. E nem estamos falando do inalcançável universo e suas galáxias, mas sim de algo muito mais próximo: a fauna do planeta Terra. Entre tantos bichos diferentes já mais do que conhecidos, ainda existem grupos que parecem infinitos de tantas descobertas que proporcionam, como o dos opiliões. Entre os registros mais recentes está um pequenino cuja aparência lembra um coelho ou até mesmo um cachorro.
Estamos falando do Metagryne bicolumnata, popularmente conhecido como opilião-coelho. E ele não exatamente desconhecido, pois foi descrito pela primeira vez em 1959 pelo alemão Carl Friedrich Roewer, especialista em aracnídeos.
Encontrado em um país amazônico, o Equador, esse bichinho de aparência até simpática ganhou destaque nas mídias sociais depois que o jornalista Ferris Jabr (escritor colaborador da The New York Times Magazine e autor do livro Becoming Earth) postou uma foto no X (antigo Twitter), de autoria do fotógrafo alemão Andreas Kay. A foto é de julho de 2017 e a postagem foi feita em 2018, sendo “recuperada” nas últimas semanas.
This is not a photoshopped image. This is a real photo of an actual living arachnid, a cousin of spiders, called the bunny harvestman (Metagryne bicolumnata)
But clearly it should be called THE GRIM cc @jk_rowling
Por sua aparência peculiar e com o avanço da inteligência artificial, muitas pessoas passaram a questionar a veracidade de sua existência.
Da família dos Cosmetidae, da ordem Opilião – artrópodes da classe dos aracnídeos, mas que não chegam a ser aranhas, esse bichinho também é conhecido como ‘Bunny Harvestman‘.
Os opiliões possuem o corpo e o abdômen arredondados, suas pernas podem ser muito longas e eles não possuem glândulas de veneno, não representando uma ameaça ao ser humano.
Em seu canal no Youtube, Andreas Kay disponibilizou um vídeo do opilião-coelho em 7 de novembro de 2018 e descreveu: “Ao contrário da crença comum, os Harvestman não têm glândulas de veneno e são absolutamente inofensivos. Eles existem há pelo menos 400 milhões de anos e viveram antes mesmo dos dinossauros”.
Andreas Kay morreu em 2019, por conta de um tumor no cérebro. Em seu canal no Youtube ele descreveu que seu trabalho de documentar a diversidade da vida no Equador como cientista independente começou em 2011 e mantinha o compartilhamento de cerca de 30.000 fotos na sua página ‘Equador Megadiverso‘ “na esperança de aumentar a conscientização sobre esses tesouros ameaçados”.
Parques Nacionais do Jamanxim e do Rio Novo, no Pará. Foto: Felipe Werneck/Ibama
Por Osíris M. Araújo da Silva – osirisasilva@gmail.com
O Fundo Amazônia foi criado pelo Decreto n° 6.257/2008. Uma iniciativa pioneira voltada a dar suporte a programas de redução de emissões resultantes do desmatamento e da degradação de florestas (REDD+). A plataforma foi desenvolvida no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados relacionados a atividades de: (i) redução das emissões provenientes de desmatamento; (ii) redução das emissões provenientes de degradação florestal; (iii) conservação dos estoques de carbono florestal; (iv) manejo sustentável de florestas; e (v) aumento dos estoques de carbono florestal.
O objetivo do Fundo é captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. Os recursos são flexibilizados destinando-se 20% de seus ativos a apoiar o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento em outros biomas brasileiros. O Fundo visa igualmente contribuir para o alcance das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, especialmente o objetivo n° 4 (redução dos índices de desmatamento em 42% em cada período de 5 anos de 2006 até 2020), conforme compromisso voluntário assumido em Copenhague, em 2009, na Conferência do Clima (COP 15).
Os números dos relatórios do BNDES, gestor do Fundo, não expressam as intervenções e os resultados dos recursos aplicados. De 2009 a 2021, o Fundo Amazônia apoiou 102 projetos, com quase R$ 1,5 bilhão beneficiando projetos sobre Gestão de florestas públicas e áreas protegidas; Controle, monitoramento e fiscalização ambiental; Manejo florestal sustentável; Atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da vegetação; Zoneamento ecológico e econômico, ordenamento territorial e regularização fundiária; Conservação e uso sustentável da biodiversidade; Recuperação das áreas desmatadas. No tocante ao programa Arco da Restauração, aponta o relatório, os recursos alocados se somarão a outras fontes de apoio para investimentos de até R$51 bilhões. O objetivo é restaurar 6 milhões de hectares de áreas prioritárias e capturar 1,65 bilhão de toneladas de carbono da atmosfera até 2030. Já a segunda etapa prevê investimentos de até R$ 153 bilhões, com participação de recursos do Fundo Clima para restaurar 18 milhões de hectares até 2050.
Em 2023 as operações do Fundo movimentaram R$ 1,3 bilhão comprometidos com o apoio de R$ 318 milhões ao Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Amas), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, voltado ao combate a crimes ambientais e correlatos na Amazônia Legal. Também foram aprovados para o programa Restaura Amazônia, que destina R$ 450 milhões para restauração florestal na região do Arco do Desmatamento, e o Amazônia na Escola: Comida Saudável e Sustentável, no valor de R$ 336 milhões.
Objetivo: levar comida saudável e segurança alimentar para crianças e jovens da rede pública e gerar emprego e renda para comunidades indígenas, quilombolas, assentados e outros grupos de agricultores familiares, com previsão de alcançar até 1 milhão de estudantes em sua primeira etapa. O Fundo Amazônia recebeu R$ 643 milhões em 2024, mas apenas 11% foram repassados para projetos. No total, desde a sua criação, já ingressaram em seus cofres mais de R$4,1 bilhões em doações.
O relatório dá ênfase a apoios a outros projetos à exemplo do Sanear Amazônia: Água Potável para Comunidades da Amazônia, com aplicação de R$ 150 milhões em 2024, compreendendo a implantação de tecnologias sociais de acesso a água limpa para o consumo humano e inclusão produtiva em unidades de conservação federal de uso sustentável, reserva extrativista (Resex) e floresta nacional (Flona), bem como em comunidades quilombolas e projetos de assentamento agroextrativistas. Saliente-se, por oportuno, que não se tem informações precisas no âmbito dos governos estaduais e prefeituras sobre o cronograma de execução desses empreendimentos e seus resultados. Os números são de certa forma ficcionais, beneficiando mais ONGs do que universidades, centros de pesquisas estaduais e federais como INPA e Embrapa. Os projetos, na verdade, para os amazônidas, não se traduzem em benefícios reais para as comunidades e o desenvolvimento regional.
Sobre o autor
Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).
Braga, em Portugal. Foto: Reprodução/Nacionalidade Portuguesa
Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br
Se a arquitetura é o símbolo mais visível de uma sociedade, a fisionomia urbana de Manaus reflete bem o espírito da sociedade que nasceu aqui em 1669. Não se trata de uma fase ou de simples generalização sociológica, posso garantir. Na verdade, a nossa arquitetura mais antiga exprime uma atitude emocional e consequentemente estética de um período muito importante da forte presença de portugueses que imigraram para Manaus em busca da economia e exportação do látex.
Manaus que há muito despertou a admiração de tantos imigrantes estrangeiros, cuja primeira década de 1900 marcou uma época. É verdade, de uma aldeota dos indígenas Manaós, o antigo Lugar da Barra transformou-se em um dos mais importantes centros de atividade comercial do mundo tropical que, por meio de seu comércio nas últimas décadas do século XIX, fez-se presente na nossa economia com a exportação de pele de animais silvestres e principalmente o látex.
Manaus daquele período veio conhecer o gosto e a experiência de países europeus especialmente Portugal, onde nossa burguesia buscava inspirações. As viagens à Europa eram ocorrência de rotina por alguns exportadores de látex que viviam aqui. Era uma sociedade buscando o conhecimento firmando-se como força civilizadora, que hoje não é diferente de Portugal e continua a fascinar como bem destaca a cidade de Braga o professor português Miguel Sopas de Melo Bandeira.
Cidade de colinas suaves, a capital do Estado do Amazonas se desdobrava em visões múltiplas para o visitante que cruza avenidas de seu lúcido urbanismo. E não deixa de impressionar a obra antes do governo de Eduardo Ribeiro, vislumbrando-se cortes hidrográficos de vários igarapés que serpenteavam a cidade, tais como: do Salgado, do Espírito Santo, de Manaus, da Cachoeirinha, do São Raimundo e Educandos. Hoje lamentavelmente alguns desapareceram.
O professor Miguel Sopas de Melo Bandeira, assim destaca na sua obra ‘O espaço urbano de Braga em meados do século XVIII’:
“O tipo de estruturas selecionadas procura, antes de tudo, refletir o plano urbano da cidade. Porém, a melhor compreensão de sua integridade e articulação exige perscrutar das dinâmicas humanas que o organizam”.
BANDEIRA, Miguel Sopas de Melo. O espaço urbano de Braga em meados do século XVIII. Edições Afrontamento. Porto, Portugal, 2000.
Os imigrantes portugueses tiveram ainda importante função da modelagem da sociedade da economia amazônica, tanto nas capitais como no interior. Naturalmente como classe política dominante e com o surgimento das atividades agrícolas e florestais extrativistas, tornaram-se agentes decisivos, suprindo essas atividades de liderança empresarial necessária, como produtores, mercadores, exportadores e comerciantes alcançando posição oligopolista, que se manteve do ápice da atividade socioeconômica baseada no látex até o advento de novas correntes e grupos culturais mais dinâmicos e inovadores.
Durante a fase áurea do látex, no fim do século XIX e a primeira década do século XX, milhares de imigrantes Lusos, atraídos pela fortuna conquistada por meio do trabalho, foram pioneiros na organização do sistema mercantilista de intercâmbio, cuja maior atuação era em Manaus e Belém. Transformaram essas cidades em entrepostos comerciais e, por algumas décadas, estabeleceram as linhas lógicas do suprimento rio acima de mercadores a base de crédito pessoal com os seringalistas recebendo em contrapartida, rio abaixo, mediante compra e venda dos gêneros e produtos extrativos destinados a exportação.
Avenida Eduardo Ribeiro, esquina da Avenida Sete de Setembro. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Na sua grande maioria os imigrantes portugueses proviam da região dos minifúndios do médio e do norte de Portugal.
Deixaram suas aldeias, freguesias, quintas ao longo do Rio Douro, Minho e Tejo: Vila Real, Povoa de Varzim, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia, Porto, Caldas da Rainha, Guarda, Albergaria – A – Velha, Alcabaça, Chaves, Soure, Viseu, Melgaço, Braga, Barcelos, Santarém, Alenquer, Bragança, Faro, Óbidos, Aveiro, Almada, Cintra, Oeiras, Setúbal, Arganil, Tabuaço, Matosinhos, Esparreja, Esposente, Coimbra, Pinheu, Mortusa, Armama, Amores, Leiria, Ovar, Vila Flor, Mirandela, Covinlhã, Conselhos de onde se originaria a maioria dos portugueses que imigraram para o Brasil e estabeleceram-se em Manaus e Belém.
BENCHIMOL, Samuel. Manaus – do – Amazonas: Memória empresarial 1994. Edição Governo do Estado do Amazonas/Universidade do Estado do Amazonas/Associação Comercial do Amazonas.
No Amazonas e Pará alguns desses nomes de cidades portuguesas se tornaram muito familiares em nossa região, pois foram adotadas por ocasião de fundação de vilas e cidades da Amazônia.
Os imigrantes portugueses na sua maioria eram jovens descendentes de famílias pobres, normalmente filhos de agricultores e proprietário de quintas e sítios, naturalmente de numerosa família patriarcal, com rígida educação doméstica e extremamente obediente à tradição, valores familiares e devotos de santa ou santo padroeiro da comunidade, em especial a Nossa Senhora de Fátima.
Portugal, no final do século passado, enfrentava uma crise econômica. As terras agrícolas dos minifúndios pertencentes a proprietários que possuíam famílias numerosas, sem terem como encaminhar seus filhos para a lavoura, uma vez que as parcelas de terra como a subdivisão da herança, tornaram-se tão pequenas que eram incapazes de sustentar uma família.
Uma das formas encontradas para sobreviver era buscar novos horizontes. O jeito encontrado fora imigrar para as colônias de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Goa, Diu, Damão, Macau, remanescentes do antigo Império.
No limiar de suas juventudes migravam para essas colônias e para o Brasil, Venezuela e Estados Unidos, em busca de trabalho e dias melhores.
As numerosas famílias que sobreviveram de uma agricultura quase de sobrevivência, cuidando das vinhas, das oliveiras, do azeite, da cortiça e de outros tantos produtos, incentivaram seus filhos a imigrar para o além-mar. Em muitas ocasiões eram trazidas por parentes próximos a até amigos da família que, no Brasil, haviam conseguido um pequeno comércio e procuraram pessoas de confiança para ajudar administrar os mesmos. Normalmente a fama desses estabelecimentos era: mercearias, padarias, talhos, bares, botequins, feira, quitandas, lojas e comércio em geral.
No decorrer do tempo, esses parentes e amigos se tornaram sócios e parceiros no empreendimento comercial em que trabalhavam. Ou até se desligavam para formar novas parceiras ou começar os próprios negócios. Dessa forma começava sua ascensão socioeconômica.
No caso da Amazônia, além desses estabelecimentos varejistas, os portugueses dominavam as casas aviadoras e o comércio do látex e gêneros regionais, propiciou-se a chegada de muitos imigrantes portugueses para aprender o ofício de caixeiros, balconistas, vendedores internos e externos, viajantes e propostos dos patrões como pessoas de confiança.
Imóvel em Braga (Portugal) adquirido por Miguel José Raio, que nasceu em 1814, e faleceu em 1875, tendo imortalizado seu nome no palacete. Foto: Reprodução/Acervo/Memorial José Raio
Com o distanciamento das famílias que ficavam em Portugal eles passavam anos sem notícias dos seus descendentes, quando conseguiam amealhar recursos visitavam suas famílias em Portugal.
Vale ressaltar que muitos imigrantes portugueses que imigraram para o Brasil e especialmente para Amazônia, com destaque para as cidades de Manaus e Belém alguns retornaram para Portugal fazendo fortuna na Amazônia e construíram grandes palacetes. Entre tantos destaco o imóvel adquirido por Miguel José Raio que nasceu em 1814 e faleceu em 1875 tendo imortalizado seu nome no palacete.
Nascido na cidade de Braga fez fortuna na cidade de Belém do Pará regressando a Portugal expandiu seus negócios fundando o Banco do Minho, junto a outros sócios. Com destacada influência na sociedade local deu grandes contribuições a várias instituições de assistência, cuja, generosidade permitiu com que as autoridades locais lhe dessem o título nobre em 1870 de Visconde São Lázaro.
São esses fatos que não devem ser esquecidos nem por nós da Amazônia e principalmente pelos portugueses estudiosos do assunto de além-mar. Destaco aqui o interesse nesta investigação do professor Miguel Sopas de Melo Bandeira.
Sobre o autor
Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.
Encontro das águas do rio Amazonas com o oceano Atlântico na costa do Amapá. Foto: Marizilda Cruppe/Greenpeace
Localizada no Norte do país, entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, está a chamada ‘Margem Equatorial’, região litorânea considerada a nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas. Próxima à linha do Equador, esta região, segundo a Petrobras, possui “um potencial petrolífero relevante” por conta das “características do óleo e pela estimativa dos volumes existentes”.
As descobertas de petróleo na costa das Guianas e Suriname nos últimos anos fazem com que a região se torne ainda mais atrativa, despertando interesse da indústria nacional, mas também da internacional, focada em petróleo e gás.
Pela Amazônia, além dos países já citados, no Brasil estão os estados do Amapá, Pará e Maranhão nesta conta.
A Margem Equatorial é dividida em cinco bacias sedimentares O foco da busca por petróleo atual é na Foz do Amazonas. Imagem: Reprodução/Petrobras
Impasse:“lenga-lenga”?
O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), em conjunto om outros representantes do Amapá, como o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), defende a possibilidade de exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas.
No dia 3 de fevereiro, Alcolumbre se reuniu com o presidente Lula no Palácio do Planalto para discutir o assunto e solicitar apoio do governo na liberação. Eles defendem que a exploração do petróleo na área pode ser benéfica ao Amapá.
Alcolumbre destaca que o Amapá possui mais de 73% de seu território preservado e argumenta que a exploração de petróleo pode gerar importantes benefícios à economia local e nacional.
Desde 2020 a Petrobras tenta, sem sucesso, o aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para explorar a região. Em maio de 2023, o Instituto negou à Petrobras a licença para perfuração na Bacia da Foz do Amazonas, citando preocupações ambientais.
Em outubro de 2024, o Ibama indeferiu o pedido da Petrobras. O instituto solicitou mais informações sobre os planos elaborados para esta atividade, levando-se em consideração a sensibilidade da região de recifes de corais amazônicos.
O presidente Lula criticou o Ibama, sugerindo que o órgão parece estar em oposição ao governo. Em uma entrevista no dia 12 de fevereiro para uma rádio no Amapá, afirmou querer que a exploração seja feita na região, mas também destacou: “antes de explorar, nós temos que pesquisar”.
A fase atual, como enfatizou, é a de autorização para realizar pesquisas na região, para saber se há petróleo e se tem possibilidade, a longo prazo, de produção, beneficiando o país energeticamente e economicamente. Se comprovada a viabilidade da exploração, aí sim será necessária uma licença ambiental voltada à isso.
“O que não dá é para a gente ficar nesse ‘lenga-lenga’. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo. […] A Petrobras é uma empresa responsável, tem a maior experiência de exploração em águas profundas, vamos cumprir todos os ritos necessários para que não cause nenhum estrago na natureza”, prosseguiu Lula em sua declaração.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O impasse tem destaque por estar ganhando força justamente no ano em que Belém (PA) será a sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro.
O presidente informou que há previsão de uma reunião, entre a Casa Civil e o Ibama, nos próximos dias para analisar a situação.
Em visita ao Amapá em 13 de fevereiro, o presidente da república “reforçou o interesse do Governo Federal em permitir que a Petrobras realize pesquisas na região da chamada Margem Equatorial para avaliar as riquezas em petróleo potencialmente existentes na região”, informou em nota o Planalto.
De acordo com o Planalto, para o presidente, “é plenamente possível fazer a prospecção sem que isso implique em dano ambiental, e os combustíveis fósseis ainda terão importância para o país, inclusive para ajudar a financiar a transição energética”.
“Eu sonho que um dia a gente não precise de combustível fóssil, mas esse dia está longe ainda. A gente não vai fazer loucura. A Petrobras é a empresa que tem mais tecnologia no mundo de prospecção de petróleo em águas profundas. Ninguém pode proibir a gente de pesquisar para saber o tamanho da riqueza que a gente tem”, afirmou Lula durante a visita ao estado.
Ambientalistas e organizações, como o Greenpeace, também tem se manifestado sobre o assunto, apontando os riscos de explorar a região em busca de petróleo. Por conta do sistema de recifes amazônicos ainda não possuir estudos aprofundados, trata-se de uma área delicada e que exige um trabalho rigoroso para sua proteção e conservação.
Em casos de acidentes com o óleo, por exemplo, ele poderia se espalhar rapidamente pelos manguezais e até mesmo em águas internacionais. Além de se levar em consideração as populações que vivem na área de abrangência da Margem Equatorial.
O Greenpeace informou que um estudo do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), com apoio do Greenpeace Brasil, mapeou as correntes marinhas da Bacia da Foz do Amazonas e apontam os riscos associados a essa atividade.
A organização inclusive lançou um abaixo-assinado, ‘Petróleo na Amazônia, não!’, pedindo que a região amazônica não se torne alvo desse tipo de exploração.
Além disso, as comunidades locais (indígenas, ribeirinhas, etc) já expressaram temer os impactos da exploração em seus modos de vida e de sobrevivência.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura no Senado, ressaltou que os estudos são de extrema importância para a proteção ambiental da região, mas reconheceu o potencial econômico da possibilidade de exploração:
A proposta da Petrobras
Com tudo isso, em dezembro do ano passado, a Petrobras apresentou um novo plano de emergências, que segue em análise pelo Ibama, ainda sem data para resposta.
Segundo a empresa, serão seis embarcações equipadas para contenção e recolhimento de óleo e três aeronaves para monitoramento e resgates.
Mapa da estrutura de resposta a emergências da Petrobras para a Bacia da Foz do Amazonas, no Amapá. Foto: Divulgação/Petrobras
No dia 29 de janeiro, representantes da empresa apresentaram ao governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), um plano para eventuais acidentes durante as pesquisas. O Centro de Despetrolização e Reabilitação de Fauna é uma das medidas, com base no município de Oiapoque.
A previsão é de serem perfurados 16 poços na Margem Equatorial até 2028, com um investimento de US$ 3,1 bilhões.
*Esta matéria segue em atualização conforme avançarem as negociações e resoluções sobre o assunto
Estudantes do 7º ao 9º ano do ensino fundamental e do 1º e 2º ano do ensino médio de escolas públicas e privadas de todo o Brasil já podem se inscrever na 3ª edição da Restaura Natureza, uma olimpíada que alia teoria e prática em ações climáticas para trazer de volta equilíbrio ao planeta.
O desafio promovido pela organização sem fins lucrativos WWF-Brasil, insere crianças e jovens no contexto dos debates que ocorrerão na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) e na 6ª Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), a serem realizadas este ano em Belém (PA).
“A nova geração vai herdar um mundo mais quente, com mais eventos extremos e por tanto é essencial fomentar o maior engajamento dos jovens com a agenda ambiental, especialmente no ano da COP 30 no Brasil”, diz Veronica Maioli, especialista de conservação do WWF-Brasil.
Com os fóruns de negociações globais acontecendo no país, a organização da Restaura Natureza espera um número crescente de inscrições, como já ocorreu nos anos anteriores.
Enquanto na primeira edição participaram 7.424 estudantes e professores, com a apresentação de 208 projetos, o segundo desafio teve 8.437, com 275 projetos.
Como participar?
Para se inscrever é necessário formar uma equipe que tenha a participação de um professor responsável e acessar a página restauranatureza.org.br para preencher um cadastro. A inscrição é gratuita e poderá ser feita até o dia 5 de maio.
Depois dessa etapa, cada estudante já estará habilitado a participar da fase online, na qual responderá a quizzes sobre dez temas que reforçam a urgência da restauração da natureza, como escassez hídrica e segurança alimentar, por exemplo. Os pontos acumulados individualmente online somarão para a fase prática, que será executada em equipe.
“As crianças e adolescentes irão desenvolver, acompanhados de um professor responsável, os seus projetos relacionados ao uso de tecnologia, plantio, incidência política, campanhas de engajamento ou qualquer ação que promova a restauração dos ecossistemas”, explica Verônica.
De acordo com a especialista, os projetos concorrerão nas categorias comissão julgadora e voto popular e os vencedores serão premiados com brindes e viagens para conhecerem projetos e ações que ampliem suas percepções sobre restauração. Verônica destaca ainda que a olimpíada é uma das ferramentas de educação ambiental capaz de gerar transformações para um futuro melhor e saudável para todos.
“Ela permite uma maior participação, integração e discussão, estimulando um novo olhar sobre as emergências climáticas com inovação e com transformações sociais, incentivando novos comportamentos que nos permitam enfrentar, minimizar ou nos adaptar melhor com um novo futuro”, conclui.
O número de desmatamentos no Amazonas registrou uma queda de 82,91%, entre 1º de janeiro e 10 de fevereiro de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Durante os primeiros 41 dias deste ano, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) contabilizou 475 ocorrências, resultando em 11,95 km² de área destruída. No mesmo intervalo de 2024, o estado registrou 2.780 eventos, totalizando 52,98 quilômetros quadrados (km²) de vegetação derrubada.
Além disso, os focos de calor também apresentaram uma redução expressiva. Entre 1º de janeiro e 10 de fevereiro de 2025, foram registrados 67 focos de calor no Amazonas, o que representa uma queda de 65,54% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram identificados 194 focos de calor.
Os dados são fruto do monitoramento realizado pelo Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), que utiliza tecnologias de imagens de satélite para detectar alterações na cobertura florestal. Com o uso de satélites de alta resolução, o Ipaam consegue identificar com precisão os desmatamentos ilegais, em tempo real, permitindo uma ação mais rápida e eficaz das equipes de fiscalização.
O diretor-presidente do Ipaam, o engenheiro ambiental Gustavo Picanço, fez uma análise técnica sobre os números, destacando a importância do uso de tecnologias no monitoramento e fiscalização. E explicou que o Ipaam é responsável pela fiscalização das áreas desmatadas, e o uso de imagens de satélite de alta resolução nos permite detectar alterações na cobertura florestal em tempo real, permitindo uma atuação mais rápida e precisa.
“Embora o combate ao fogo seja responsabilidade do Corpo de Bombeiros, nosso trabalho de monitoramento é essencial para fornecer dados atualizados que ajudam na tomada de decisões e na atuação das equipes. A integração entre nosso monitoramento e a atuação dos bombeiros torna o processo mais eficiente e garante uma resposta mais eficaz aos problemas ambientais”, explicou o gestor.
Foto: José Narbaes/Ipaam
A coordenadora do CMAAP, Priscila Carvalho, também destacou a redução significativa nos números de desmatamento e focos de calor, mas ressaltou que a fiscalização deve ser contínua, especialmente nos períodos de maior risco, quando a incidência de focos de calor tende a aumentar.
“Embora os índices mostrem uma queda significativa, o trabalho de monitoramento e fiscalização precisa ser constante. O aumento no número de alertas de desmatamento e focos de calor em algumas regiões exige que nossas equipes permaneçam atentas”, afirmou a coordenadora.
E acrescentou que o Ipaam não só monitora as áreas desmatadas, mas também acompanha os focos de calor, colaborando com os bombeiros na atuação e prevenção. A integração entre os órgãos ambientais e as autoridades competentes é fundamental para garantir a proteção da nossa floresta e a redução desses índices.
Mais dados
Em 2025, de 1º de janeiro a 10 de fevereiro, os dados de desmatamento do Ipaam indicam que, por quantidade de alertas de desmatamento, os municípios de Japurá, São Gabriel da Cachoeira e Novo Aripuanã (respectivamente, a 744, 852 e 227 quilômetros de Manaus) apresentaram os maiores números. Japurá lidera com 77 alertas, resultando em 43,04 km² de área desmatada, seguido por São Gabriel da Cachoeira com 59 alertas e 58,37 km², e Novo Aripuanã com 57 alertas e 50,02 km².
Quanto à área desmatada, os municípios de Humaitá, Boca do Acre e Apuí (respectivamente, a 590, 1.028 e 453 quilômetros de Manaus) mostraram os maiores impactos. Humaitá, por exemplo, registrou 35 alertas, resultando em 189,423 km² de área desmatada, seguido por Boca do Acre com 29 alertas e 137,960 km², e Apuí com 15 alertas e 132,375 km² de área perdida.
Em relação aos focos de calor, entre 1º de janeiro e 10 de fevereiro de 2025, os municípios com maior número de focos foram São Gabriel da Cachoeira (com 16 focos de calor), Guajará (com 8 focos) e Barcelos (com 6 focos). No mesmo período de 2024, os dados mostraram uma diferença significativa, com Barcelos registrando 38 focos de calor, São Gabriel da Cachoeira com 27 focos e Apuí com 20 focos.
Foto: José Narbaes/Ipaam
De acordo com a coordenadora do CMAAP, é importante destacar que focos de calor não necessariamente indicam queimadas. Eles podem estar relacionados a áreas de vegetação seca ou queimadas controladas, mas também podem ser originados por outros fatores, como atividade humana ou fenômenos naturais.
“O monitoramento desses focos é essencial para a tomada de decisões rápidas, especialmente nos períodos críticos, como a seca, quando os riscos de incêndios aumentam”, disse.
Aplicação de multas
O gerente de Fiscalização Ambiental do Ipaam, Rodrigo Tacioli, destaca que as infrações de desmatamento, conforme o Decreto Federal nº 6.514/2008, implicam em multas mínimas de R$ 5 mil por hectare ou fração. Esse valor pode ser dobrado em casos de desmatamento consumado com o uso de fogo ou provocação de incêndio.
Além da aplicação de autos de infração, o órgão realiza o embargo administrativo das áreas desmatadas e das atividades nelas realizadas. Quando encontrados equipamentos ou apetrechos utilizados na prática ilegal do desmatamento, esses itens também são apreendidos.
Tacioli explica que a exploração ilegal de madeira e a derrubada de florestas nativas, registradas principalmente no início do ano, geralmente antecedem as queimadas, estando intimamente associadas a elas. Por isso, ele enfatiza que o combate às queimadas precisa passar, necessariamente, pela fiscalização do desmatamento ilegal e, ainda antes, pela repressão à exploração ilegal de madeira.
As queimadas também podem ser feitas em áreas agropastoris, visando à renovação de pastagens ou culturas agrícolas. Quando essa prática não é autorizada pelo órgão ambiental competente ou é realizada em desacordo com a autorização concedida, é passível de autuação, com multas de R$ 3 mil por hectare ou fração, conforme o Decreto Federal 6.514/2008, artigo 58, além de outras sanções administrativas cabíveis.
A Fundação Rede Amazônica (FRAM), em correalização com o Grupo Rede Amazônica e com o apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Estado (SEC-AM), anuncia o Carnaval Amazônico 2025. O projeto tem como objetivo resgatar a tradição das bandas e blocos de Carnaval, além de fortalecer o Carnaboi, destacando a cultura regional e promovendo ações socioambientais e educativas.
“Com os ajustes na empresa e mais profissionais dedicados ao projeto, a edição deste ano será ainda mais grandiosa e efetiva. A cobertura será regional, com destaque para os estados com maior manifestação carnavalesca. Com o apoio da Globo, na TV aberta e nos meios digitais, a programação será mais sólida e atraente, envolvendo e movimentando ainda mais pessoas na região”, explica o CEO do Grupo Rede Amazônica, Phelippe Daou Júnior.
Confira as ações programadas para este ano:
Ações ambientais
Plantio de mudas em áreas pré-selecionadas, utilizando tecnologia de geolocalização para monitoramento e preservação das espécies. A iniciativa busca não apenas a recuperação ambiental, mas também a promoção da sustentabilidade econômica, gerando oportunidades de renda para as comunidades locais envolvidas no processo de cultivo e manutenção das árvores.
Compensação da emissão de carbono, por meio de ações estratégicas que minimizem os impactos ambientais das atividades realizadas durante o Carnaval Amazônico. Essa iniciativa reforça o compromisso do projeto com a responsabilidade ambiental, alinhando-se às melhores práticas de preservação e mitigação das mudanças climáticas.
Ações sociais
Campanhas de conscientização sobre saúde pública, com foco na prevenção ao HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A iniciativa inclui ações educativas na programação da Rede Amazônica e em suas plataformas digitais, incentivando práticas seguras entre os foliões.
Orientação sobre consumo responsável de bebidas alcoólicas e segurança no trânsito, promovendo a conscientização sobre os riscos da combinação de álcool e direção. A campanha contará com mensagens educativas nos meios de comunicação para sensibilizar os participantes sobre a importância de um Carnaval seguro e responsável.
Cobertura
Clipes musicais: Produção de oito clipes exclusivos, além de dois clipes especiais dedicados aos bois-bumbás, destacando a riqueza cultural do Carnaval de Manaus. Os vídeos serão exibidos ao longo da programação para valorizar os ritmos e artistas regionais, fortalecendo a identidade amazônica dentro do Carnaval.
Entradas ao vivo: Durante toda a programação, haverá transmissões diretas dos principais blocos e festas, trazendo a energia e a animação dos foliões em tempo real. Além da cobertura das ruas de Manaus, também serão exibidas imagens de eventos carnavalescos em cidades do interior, ampliando o alcance da festa.
Giro pelos blocos: Quatro edições especiais, nos dias 28/02, 01/03, 03/03 e 04/03, que apresentarão um panorama completo do Carnaval de Manaus e das festividades em diversas cidades do interior. A programação trará entrevistas, bastidores, curiosidades e momentos marcantes das celebrações.
Transmissão do Carnaboi: Um dos eventos mais tradicionais e aguardados do Carnaval da região Norte, o Carnaboi será transmitido ao vivo nos dias 07/03 e 08/03. A festa, que une a energia do Carnaval com as toadas dos bois-bumbás, será destaque na programação, logo após o Big Brother Brasil, reforçando a cultura popular e o regionalismo.
O Carnaval Amazônico 2025 reforça o compromisso da Fundação Rede Amazônica com a cultura, a sustentabilidade e a responsabilidade social, conectando o público com a essência do Carnaval da região Norte.
A coruja-de-crista (Lophostrix cristata) é uma ave conhecida por possuir penas na cabeça que muitas pessoas associam à orelhas ou até mesmo chifres. Ela faz parte da família Strigidae, composta por 22 espécies de corujas que se diferem pelo tamanho, cor da plumagem e áreas de ocorrência. No Brasil, a espécie ocorre na região amazônica, mas também pode ser vista até o sul do México.
A plumagem da coruja-de-crista é marrom, mas o que chama atenção mesmo é sua característica mais peculiar: o ‘V’ composto por penas brancas que se forma em sua face. O formato é o que leva muitas pessoas à pensarem se tratar de orelhas ou chifres.
Além disso, apresentam manchas brancas arredondadas nas asas e discretas estrias no ventre. De hábito noturno, é sorrateira e caça grandes insetos, como gafanhotos e baratas.
Tem o hábito de vocalizar a partir de poleiros abaixo do dossel ou à média altura na mata. Prefere áreas de mata com maior densidade de árvores maduras, plantas epífitas, emaranhados de cipó, troncos de árvores mortas e galhos caídos.
A coruja-de-crista pode pesar mais de meio quilo o macho e mais de 600g a fêmea, que são maiores que os machos.
Possui três subespécies:
Lophostrix cristata cristata (Daudin, 1800): Guianas, Colômbia, Bolívia, Peru, Equador e na Amazônia brasileira;
Lophostrix cristata wedeli (Griscom, 1932): Panamá, Colômbia, Venezuela e Equador;
Lophostrix cristata stricklandi (P. L. Sclater & Salvin, 1859): do México ao Panamá.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou no dia 14 de fevereiro a minuta de proposta de alteração legislativa que será avaliada na próxima audiência de conciliação sobre a Lei do Marco Temporal (Lei 14.701/2023) para demarcação de terras indígenas.
O texto não é final e servirá de base para a análise pelos integrantes da comissão especial. Todos poderão fazer modificações e aprimoramentos no texto ao longo dos debates. A audiência está marcada para o dia 17, às 9h, na sala de sessões da Segunda Turma do STF.
A minuta foi construída a partir das sete sugestões recebidas pelo gabinete do ministro por diferentes integrantes da comissão especial na última segunda-feira (10) e busca racionalizar os trabalhos de deliberação, compatibilizando as diferentes posições e preocupações externadas durante as reuniões promovidas nos últimos seis meses.
A audiência de segunda-feira (17) será destinada à análise e debate da minuta. O principal objetivo será a busca de consenso entre os membros da comissão em torno de uma proposta.
A depender da evolução do debate, será realizada votação em relação aos pontos em que houver divergência entre os integrantes. Será observada a regra da maioria com o registro pormenorizado de cada posição adotada.