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Temporada de Cruzeiros já injetou mais de R$ 4 milhões na economia do Amazonas

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A passagem de 17 navios pelo Amazonas durante a Temporada de Cruzeiros 2023/2024, gerou uma receita direta de R$ 4.053.662,00 na economia local. Ao todo, 23 mil turistas estrangeiros visitaram o estado no período. Este é o melhor indicador pós-pandemia da Covid-19. Os dados são do levantamento divulgado pelo Governo do Amazonas, por meio da Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur).

“O resultado demonstra a consolidação do Amazonas na rota turística internacional dos cruzeiros com seus atrativos naturais, culturais e históricos, além de impactar em toda a cadeia econômica, gerando emprego e renda para todo o estado”, avaliou o presidente da Amazonastur, Ian Ribeiro.

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Foto: Lucas Silva/Amazonastur

Os dados da Amazonastur mostraram que a movimentação de turistas no Amazonas totalizou 23.083 pessoas, sendo 15.093 passageiros e 7.990 tripulantes. Mais da metade dos visitantes (54,8%) são dos Estados Unidos, seguidos de 8,791% do Canadá, 4,36% da Alemanha, 3,07% do Reino Unido e 2,03% da Austrália.

Ainda segundo o levantamento, o guia de turismo, a hospitalidade e os atrativos naturais foram os itens mais destacados pelos cruzeiristas que chegaram a Manaus. Os três registraram mais de 97% no índice de satisfação dos turistas durante a temporada de 2023/2024.

Foto: Lucas Silva/Amazonastur

De acordo com o calendário dos cruzeiros 2023/2024, o navio M/S Seabourn Pursuit abriu a temporada em outubro do ano passado. Já o cruzeiro Silver Wing foi o último do período a atracar no porto de Manaus, no dia 13 de abril deste ano.

Das 17 embarcações que fizeram parte da temporada, cinco visitaram a capital amazonense pela primeira vez: Seabourn Pursuit, Zuiderdam, Silver Nova, Poesia e Hanseatic Inspiration.

Em março, o Amazonas recebeu a visita de sete navios, sendo o maior número da temporada. O maior deles foi o MS Poesia de bandeira panamenha, que trouxe 3.189 turistas interessados em conhecer as belezas do Amazonas.

*Com informações da Agência Amazonas

Acará

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Foto: Marcelo Seabra

Acará é um município do Nordeste Paraense de uma área territorial de 4.344 km², com 100 quilômetros de distância de Belém, capital do Estado do Pará. Atualmente, tem uma população de aproximadamente 59.023 habitantes.

Em 1958, erguida pelo então Governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado, foi denominada de São José de Acará. Em 1833, por ocasião da divisão do Estado em comarcas, ficou pertencendo a comarca da capital.

Na cidade um fator de bastante influência tanto na cultura quanto na economia acaraense, é uma significativa e próspera colônia de imigrantes japoneses no município, que se dedicam ao plantio de pimenta-do-reino.

Outros produtos cultivados também tem grande impacto na economia do município como: dendê, carne bovina, madeira, produtos granjeiros, açaí e frutas diversas.

Acará é servido pela Rodovia Estadual PA-252, que liga à BR 010, na cidade de Mãe do Rio, e com a cidade de Moju e se prolonga até à cidade de Abaetetuba.

*Com informações da Prefeitura de Acará

Expedição monitora teor de mercúrio na água em unidades de conservação em Roraima

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Uma equipe do Instituto Chico Mendes (ICMBio), em parceria com técnicos do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), participa desde o dia 22 de maio da expedição de monitoramento da qualidade ambiental e dos teores de mercúrio em peixes de unidades de conservação federais localizadas nos arredores das terras indígenas Yanomami, em Roraima.   

Leia também: Estudo mostra que nível de mercúrio em peixes excede os limites seguros em seis estados da Amazônia

O monitoramento é coordenado pelo Ibama e conta com financiamento do Ministério de Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) e envolve a coleta de amostras de água, de sedimentos e de diferentes espécies de peixes.

A previsão é que a ação seja concluída até o fim desta semana, após passar pela  Estação Ecológica (Esec) Maracá, Esec Niquiá, Parque Nacional do Viruá e Floresta Nacional de Roraima.   

As atividades fazem parte do Projeto Monitora Y do Cetem, que compõe a Rede de Monitoramento Ambiental em Terras Indígenas Yanomami e Alto Amazonas.

A região é amplamente atingida pela atividade de garimpo ilegal de ouro, com consequências ainda não avaliadas criteriosamente quanto aos seus potenciais impactos ao meio ambiente e efeitos à saúde das populações locais, indígenas ou não. 

*Com informações do ICMBio

Reflexões no Dia Mundial do Meio Ambiente

Por Olimpio Guarany

Era um desses dias em que a Amazônia se estendia imponente, um mar de águas cuja cor não sabemos, cobrindo a vastidão do Norte do Brasil. O mar interior amazônico se estendia por pouco mais de 2.000 milhas com uma largura de 800, publicou Alfred Wallace em Londres, 1853. Ali ele confirmava a tese de Orville Derby e Frederico Hartt (1870) que descobriram um grande fossário no rio Maicuru, que corre perto da serra do Ererê em Monte Alegre (PA), testemunho que lhes deu segurança sobre o afloramento e a evolução geográfica do vale Amazônico. Hoje a hileia de Humboldt, verde, exuberante, rica em biodiversidade, vive a expectativa de uma seca nos rios, o que nos leva a preocupação de uma possível mudança de cenário. Em vez da habitual umidade sufocante e do som dos rios caudalosos, surge um cenário árido e silencioso.

Não pretendo celebrar este 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, desenhando um cenário com contornos dramáticos, mas é preciso refletirmos.

A realidade é que as previsões para 2024 são sombrias. Os cientistas alertam que os rios amazônicos, veias pulsantes da maior floresta tropical do planeta, estão a caminho de secar ainda mais do que em 2023.

A mudança climática, essa inimiga invisível, tem desferido golpes cada vez mais duros na Amazônia. As chuvas, que outrora eram pontuais e abundantes, vêm sendo reduzidas. O ciclo de vida da floresta, que depende de um delicado equilíbrio entre sol e chuva, se vê ameaçado por um calor sufocante e pela ausência de umidade. O México já experimentou isso neste semestre. A evaporação das águas e a diminuição dos níveis dos rios comprometem não apenas a biodiversidade, mas também a vida das comunidades ribeirinhas que dependem desses cursos d’água para sua subsistência.

As cenas que vimos no ano passado nos entristeceram. Ribeirinhos caminhando longas distâncias com latas na cabeça para buscar água num fio que passava longe do seu lugar. Lembrei das imagens de Tumbira (AM), uma comunidade às margens do rio Negro, cujo volume de água do igarapé que banha a localidade era tão grande que ancoramos o veleiro a menos de três metros de sua margem, tanto era o volume de água naquele outubro de 2021.

Os impactos são inúmeros e profundos. Não é um cenário de fim do mundo, mas com a seca, o solo resseca, tornando-se menos fértil, e as árvores, antes robustas, ficam mais suscetíveis a queimadas. A fauna, desorientada, vê seus habitats naturais destruídos e suas fontes de alimento escassearem. Peixes morrem em rios que se transformam em meros filetes de água, e a floresta, que antes parecia indomável, mostra-se frágil diante das forças da destruição ambiental.

Este Dia Mundial do Meio Ambiente surge como um apelo urgente à humanidade. Não é apenas uma questão de conservar uma paisagem ou proteger uma coleção de espécies exóticas. A Amazônia é um baluarte crucial no combate às mudanças climáticas globais. É um regulador do clima planetário, uma gigante verde que captura carbono e produz oxigênio, essenciais para a nossa sobrevivência.

Cuidar da Amazônia é, em última análise, cuidar de nós mesmos. É garantir que as futuras e atuais gerações possam desfrutar de um planeta saudável, onde a qualidade de vida não seja um luxo, mas um direito. É indispensável que sejam adotadas políticas coerentes, de ação coletiva e de uma consciência ambiental que permeie todas as esferas da sociedade. A preservação da floresta amazônica não é apenas uma responsabilidade brasileira, mas um imperativo global.

Neste dia, mais do que nunca, somos chamados a refletir sobre nosso papel como guardiões do meio ambiente. Que possamos ouvir o clamor silencioso da floresta, perceber a urgência em suas folhas caídas e rios secos, e agir com determinação e respeito. A Amazônia, nossa majestosa floresta, depende de nós para continuar a cumprir o seu papel. E, em retribuição, garante a nossa sobrevivência e a de incontáveis formas de vida que compartilham este belo e frágil planeta.

Sobre o autor

Olimpio Guarany é jornalista, documentarista e professor universitário. Navegou o rio Amazonas desde a sua foz, alguns afluentes, subiu o rio Napo (Peru e Euqador) e chegou ao sopé da cordilheira dos Andes depois a Quito/Equador (2020-2022), refazendo os caminhos de Pedro Teixeira, o conquistador da Amazônia (1637-1638), numa jornada histórica.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Cerrado em alerta: um apelo urgente pela preservação no Dia Mundial do Meio Ambiente

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Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com

Hoje, 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Em datas assim, o foco muitas vezes se direciona para a Amazônia – o que é justo! Mas é crucial que a luz também incida sobre o Cerrado. No sul de Rondônia, a biodiversidade e os recursos hídricos são tão essenciais quanto na região amazônica. Estou no município de Vilhena, que se destaca como um berço hidrográfico, nutrindo oito rios notáveis do Norte, incluindo os rios Roosevelt, Barão de Melgaço e Pimenta Bueno. O Planalto das Parecis, onde Vilhena está localizada, é um difusor de águas para duas grandes bacias hidrográficas: a Amazônica e a Platina.

Apesar das ameaças de queimadas, ocupação do solo e poluição atmosférica pelo agronegócio, o Cerrado preserva uma rica biodiversidade, com aproximadamente 4.400 espécies animais endêmicas e 11.627 espécies vegetais catalogadas, além de uma ictiofauna diversificada.

Vilhena, geograficamente, é uma zona de transição entre o Cerrado e a Amazônia e, culturalmente, está mais alinhada ao Centro-Oeste do que ao Norte, apesar de sua localização no mapa geopolítico.

Trecho do Rio Roosevelt em Espigão do Oeste: o Cerrado é “caixa d’água” do mundo. Foto: Júlio Olivar

O Cerrado, com seus 2,36 milhões de quilômetros quadrados, é o segundo maior bioma do Brasil e um tesouro nacional que demanda reconhecimento e proteção. Contudo, em Vilhena, as iniciativas locais parecem insuficientes e superficiais, carecendo de políticas públicas eficazes que valorizem a importância histórica e estrutural do Cerrado.

A expansão urbana descontrolada e a ausência de uma gestão ambiental apropriada colocam em risco a integridade deste bioma vital. O Fundo Amazônia, embora dotado de recursos significativos, é subaproveitado pelos municípios, frequentemente devido à falta de interesse ou competência técnica para elaborar projetos de preservação ambiental. Enquanto isso, o Cerrado enfrenta desafios ainda maiores, sem a devida priorização, apesar de ser considerado a “caixa d’água” do país.

Cena rural e sua vegetação típica do Cerrado. Foto: Júlio Olivar

No último ano, o desmatamento na região correspondeu a 1,1 milhão de campos de futebol, principalmente na fronteira agrícola entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como Matopiba.

Este dia deveria ser de clamor por socorro, especialmente diante de catástrofes ambientais como as ocorridas no Rio Grande do Sul, que exigem uma postura firme em relação ao meio ambiente.

Em Vilhena, uma cidade de 95 mil habitantes, as poucas ações observadas são meramente simbólicas. Não existem políticas nem declarações formais sobre a relevância do Cerrado na formação estrutural e histórica da cidade. Vilhena foi fundada [considerando o início da ‘Marcha para o Oeste’, com a abertura da BR-29) na década de 1960, às margens do rio Pires de Sá, hoje completamente poluído.

Cena do filme “Rio da Dúvida”, de 2018: riqueza é também histórica. Foto: Júlio Olivar

Os loteamentos urbanos avançam em todas as direções, invadindo o Cerrado. No local simbolicamente conhecido como Marco Zero, onde Cândido Rondon estabeleceu o Porto Telegráfico Vilhena em 1911, hoje se encontra uma plantação de algodão em uma área cedida pela União. Essa área, que abriga nascentes de rios e um antigo cemitério indígena, foi transformada em lavoura. O Governo Federal, por meio do Iphan, não se manifestou sobre a destruição do sítio arqueológico próximo à Casa de Rondon, um patrimônio tombado pelo próprio órgão.

Mais de 32% da área de Vilhena pertence ao Parque Aripuanã, uma reserva indígena que engloba dois biomas. É a única parte do território de Vilhena protegida da exploração predatória. O restante está sujeito à volatilidade política.

Em 2016, a aprovação de loteamentos na cidade resultou na prisão de vários vereadores por corrupção, evidenciando a expansão urbana sem critérios científicos ou consideração pelos impactos ambientais.

Vilhena possui cerca de 5 mil lotes vagos em seu perímetro urbano, o que seria suficiente para um adensamento urbano sem necessidade de avançar sobre o Cerrado e as nascentes dos rios. Qual é o plano para proteger esse bioma que compõe 22% do território brasileiro, a “caixa d’água” do país?

Sobre o autor

Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Pesquisadores descobrem no Rio Amazonas fungo capaz de combater pragas em plantações

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Pesquisadores agrônomos do Amapá descobriram e batizaram o fungo de ‘Penicilium amapaense‘, responsável pela coloração do Rio Amazonas a partir dos sedimentos, capaz de combater outros fungos que atingem plantações, além de outros organismos que podem contribuir para o desenvolvimento dos plantios.

A análise do efeito deste fungo foi feita contra outros 12 fungos que já atingiram plantios no Amapá. Na análise laboratorial, foi detectado que o material retardou a evolução das outras espécies.

Este projeto iniciou como um experimento e agora segue para uma escala comercial, em parceria com a Embrapa Amazônia Ocidental.

O fungo é rico em nutrientes, como o fósforo, sendo agora a principal matéria-prima para o desenvolvimento das plantações.

Segundo um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta, Cristóvão Lins, que é engenheiro agrônomo, a descoberta aconteceu devido à sua vivência em comunidades ribeirinhas do interior do Amapá e destacou que os benefícios das descobertas serão entregue aos moradores dessa região.

Ele explicou como é feita a coleta do silte, que são fragmentos da rocha menores que um grão de areia, que secam naturalmente com a luz do sol, sem a necessidade de um processo industrial.

“Nós temos que esperar a maré estar seca para coletarmos os sedimentos por raspagem. Ele decanta no fundo da gamela, que é um utensílio de um metro e setenta de comprimento, por trinta de largura e profundidade”, disse Cristóvão.

O engenheiro de produção Michael Carvalho, disse que a descoberta deste material, pode transformar a realidade amazônica, utilizando o sedimento como base.

“Vamos tirar o sedimento, vamos usar ele na agricultura, vamos usar ele na construção civil, vamos usar ele para mais pesquisas científicas dentro do segmento, que aí a gente consegue com os nossos cientistas locais acham mais questões do que pode ser feito a partir dele”, disse o engenheiro.

*Por Isadora Pereira, do g1 Amapá

Elas Fazem Acontecer: associação acreana reúne mais de 300 mulheres empreendedoras

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Elas Fazem Acontecer. Esta frase de empoderamento feminino vai muito além de uma simples construção sintática. Ela reflete o espírito empreendedor cultivado em cerca de 300 mulheres acreanas que veem, na sororidade e na união, uma oportunidade de prover o sustento e de mostrar a força da mulher no mundo dos negócios.

Entender o papel da mulher empreendedora é compreender, em primeiro lugar, que há desafios que não são enfrentados por homens no geral. Segundo, o Perfil Nacional da Mulher Empreendedora, emitido pelo Projeto Desenvolve Mulher Empreendedora, que também traça a realidade acreana, pelo menos 37% são chefes de família e 68,5% realizam as tarefas de cuidado com a casa. O levantamento foi feito em parceria com a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) e Sebrae Nacional.

Além disto, o Acre ainda é o estado com a menor proporção de mulheres entre donos de negócios do país. Ao todo, 23.564 mulheres são donas do próprio negócio no estado e representam apenas 24% de líderes empresariais. Deste total, 10% dessas mulheres são empregadoras no estado.

Acre tem a menor proporção de mulheres donas dos próprios negócios no país, segundo pesquisa do Sebrae. Foi assim, com base no ativismo e na necessidade de reverter estes números, bem como empoderar e lutar pela autonomia das mulheres, que a empreendedora e educadora social Lidianne Cabral, de 44 anos, resolveu criar a associação ‘Elas Fazem Acontecer’, que já realizou mais de 20 feiras no estado do Acre.

Ela, que também é produtora cultural, contou ao a Rede Amazônica que abriu o próprio negócio em 2019, iniciando de uma forma muito promissora. Foi então que Lidianne sentiu a necessidade de falar mais sobre empreendedorismo feminino nas redes sociais, dado os desafios que surgem ao longo do caminho e, posteriormente, a dificuldade maior: a pandemia de Covid-19, que impossibilitou encontros presenciais e que ainda ocasionou a perda de um ente querido.

“Veio a depressão, muitos problemas juntou com a pandemia, muitas questões, inclusive, financeiras, e aí eu fui para a rede social, não conhecia muito bem o Instagram, principalmente. Mas eu fui pedir ajuda, justamente porque eu já tinha conexão com algumas mulheres. E aí eu pedi que cada mulher criei uma tagzinha que dizia assim: coloque aqui o seu @ [arroba] que eu vou divulgar o seu negócio. A gente foi se aproximando, justamente porque a gente estava em reclusão do Covid-19″, disse.

A partir de então, ela e outras mulheres começaram a se reunir virtualmente, a cada 15 dias, ao que ela descreve como ‘terapia coletiva’, já que elas compartilharam seus anseios, dificuldades e perspectivas para o futuro. A educadora ressalta também que a maioria dessas empreendedoras são mães solteiras com várias outras atividades para exercer e precisam se desdobrar para estar 24 horas ativa no negócio, responderem as redes sociais e conseguir um capital de giro.

Movimento de mulheres empreendedoras 'Elas Fazem Acontecer' também trabalha o empoderamento feminino nas acreanas — Foto: Arquivo pessoal
Foto: Lidianne Cabral/Arquivo pessoal

“Eram mulheres sofrendo violência psicológica, violência física, com seus agressores, com seus algozes dentro de casa, dormindo com eles, mulheres que foram deixadas pelos seus companheiros. Enfim, várias situações. Nas reuniões online, também falávamos disso. Nós éramos força umas para as outras. As nossas dores foram abraçadas, eram dores parecidas”, disse.

Movimento de mulheres empreendedoras ‘Elas Fazem Acontecer’ também trabalha o empoderamento feminino nas acreanas. Em razão de ter tido experiência com gestão pública e em movimentos de políticas para as mulheres, Lidianne conta que resolveu pedir ajuda para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que forneceu capacitações sobre marketing digital, precificação e como desenvolver o próprio negócio durante os períodos de reclusão.

Após quase um ano de ações, mais mulheres se achegaram ao movimento. Com a flexibilização das medidas de restrição social, mas mantendo uso de máscaras, os primeiros encontros sociais foram ganhando força em praças públicas. O que começou com seis, depois pulou para oito, logo se multiplicou por 10 e já na primeira feira, 80 mulheres apresentavam seus negócios na primeira edição da feira.

“Hoje ele tem 300 mulheres de pequenos negócios. Nós fomos o primeiro grupo no estado do Acre a desenvolver um trabalho de empreendedorismo feminino durante a pandemia e online, principalmente. Criamos essa rede de apoio e deu muito certo”, comemora.

Reuniões do 'Elas Fazem Acontecer' começaram em ambientes públicos, ainda na pandemia de Covid-19 — Foto: Arquivo pessoal
Foto: Lidianne Cabral/Arquivo pessoal

Protagonismo

Apesar do espírito de liderança, Lidianne faz questão de destacar que o movimento foi criado por meio da união feminina, e não somente por iniciativa dela. A união entre elas vai do presencial ao virtual, ambiente onde se mobilizaram inicialmente.

Ela comenta ainda que o Acre tem um jeito único de empreender, de uma forma mais afetiva, de pessoas que se conhecem, e que laços vão se criando por meio disto. Além dela, que idealizou o ‘Elas Fazem Acontecer’, Lidianne contou com a ajuda de Denila Soares, Ligia Martins, Jo Braga, Melissa Braga, Laina Cacela e Thayane Santos.

Empreendimentos expostos nas feiras do 'Elas Fazem Acontecer' vão desde peças artesanais a alimentos, roupas e demais utensílios — Foto: Arquivo pessoal
Foto: Lidianne Cabral/Arquivo pessoal

“Eu não inventei a roda, não foi algo que criei da minha cabeça, mas foram as experiências que a gente acumula na vida da gente, com o trabalho que vamos vendo acontecer nesse Acre tão sofrido, tão violento para nós. Hoje nós somos mais ou menos 300 mulheres de pequenos negócios. Nós temos um canal de comunicação poderoso que é o WhatsApp, temos um grupo que é uma ferramenta de comunicação para que a gente destaque as feiras, as ações educativas que nós fazemos”, frisa.

O uso das ferramentas tecnológicas ainda continuam com mais força, já que elas, agora em maior quantidade, permanecem trazendo os anseios e dificuldades. Com isto, vem-se a ferramenta que pode solucionar estes problemas: o estudo, que traz o desenvolvimento pessoal e, consequentemente, o profissional. Para isto, ela acredita que a capacitação vem como ferramenta-chave para que as mulheres se empoderem, já que trabalham com o autoconhecimento e, ao mesmo tempo, ter uma rede de apoio sólida entre pessoas que compartilham problemas semelhantes e sonhos convergentes.

“Não é só vender, mas saber como vender, saber por que o dinheiro, durante tanto tempo, foi uma ferramenta de manipulação, de opressão, para que as mulheres não tivessem autonomia. Então, a gente trabalha o machismo, a rodada de chave para que essa mulher tenha autoestima, tenha possibilidade. Não é um grupo assistencialista, não é um grupo de formação assistencial, mas é um grupo educacional, transformador”, lembra.

Resultados

Desde a germinação do Elas Fazem Acontecer até o nascimento dos galhos que compõem esta árvore de mulheres empreendedoras, mais de 20 feiras foram desenvolvidas no Acre, que contribuem também para a movimentação da economia local. Apesar de não mensurarem valores, Lidianne acredita que o giro do capital é estimado entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, números estes obtidos por meio de relatórios somados de cada empreendedora.

É importante ressaltar que estas feiras não surgem ‘do nada’. Antes, há uma reunião entre as colaboradoras para que sejam afinados detalhes como: preços, produtos a serem apresentados e demais detalhes, a depender do tema da edição. Ela destaca ainda o apoio do governo do Acre, da prefeitura de Rio Branco, do Sebrae, da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa), e do Conselho da Mulher Empreendedora (CMEC), na construção e ocupação de espaços públicos que também são de pertencimento das mulheres.

'Elas Fazem Acontecer' surgiu de forma virtual na pandemia de Covid-19 e, desde então, mais de 20 edições já foram realizadas no Acre — Foto: Arquivo pessoal
Foto: Lidianne Cabral/Arquivo pessoal

“As nossas feiras acontecem em espaços públicos porque nós entendemos que nós mulheres temos a responsabilidade de dar visibilidade a espaços públicos que não têm acessibilidade a mulheres, que não têm um banheiro público adequado para a mulher, para aquela mãe que precisa trocar a fralda do seu bebê, para aquela mãe que precisa estar ali, para uma mulher que é PCD, uma mulher que tem problema de visão… enfim, a gente faz esse relatório também para a gestão, entregamos o nosso feedback, e deixando claro que nós estamos ali para ocupar o espaço que também é nosso”, complementa.

Mulheres de Negócios

A história do coletivo, que posteriormente se tornou uma associação no final de 2023, foi destaque no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2023, iniciativa esta que valoriza e incentiva o empreendedorismo feminino no Brasil. O ‘Elas Fazem Acontecer’ levou o 1º lugar e veio a condecorar o sucesso de um grupo de mulheres empoderadas que viram no mundo dos negócios a chance de reforçar o protagonismo e a força feminina.

“A união de propósitos fez com que a gente chegasse ao prêmio, fôssemos reconhecidas, porque esse prêmio, na verdade, é o reconhecimento de um trabalho que não começou comigo, mas que vem de outras gerações de mulheres no Acre, que fazem acontecer mulheres de pequenos negócios, agricultoras rurais, mulheres soldadas da que estiveram por aqui, mulheres de outros estados, professoras, educadoras, advogadas, que também estão no coletivo”, comemora Lidianne.

'Elas Fazem Acontecer' conta com mais de 300 mulheres que são protagonistas do próprio negócio — Foto: Arquivo pessoal
Foto: Lidianne Cabral/Arquivo pessoal

Agora a luta, segundo a empreendedora, é de conseguir uma estrutura própria. Com isto, estão em busca da captação de recursos para aquisição de mais itens como barracas e tendas. A associação não tem fins lucrativos, há muitos voluntários, mas para fazer acontecer, é preciso pagar serviços de eletricista, logística, aluguel de mesas e cadeiras e até segurança, já que os serviços são feitos por mulheres em um estado que ainda detém o 2º maior índice de feminicídios do país, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

“Isto é para que a gente possa caminhar com as nossas próprias pernas e depender muito menos de gestão pública para fazer. Que a gente possa, na verdade, pressionar a gestão pública para que elas compreendam o papel da mulher no Acre, para que eles incentivem mais cada mulher que está num bairro vendendo seu produto e que precisa de um apoio. Então, a gente é essa força que faz acontecer no nosso Acre”, pontua.

Antes da realização das feiras em Rio Branco, mulheres recebem capacitação e participam de reuniões de alinhamento — Foto: Arquivo pessoal
Foto: Lidianne Cabral/Arquivo pessoal

A próxima feira, inclusive, já tem data: 8 e 9 de junho, das 16h às 22h, no Lago do Amor, que fica Rodovia BR-364, bairro Jardim Primavera, em Rio Branco. O tema é voltado às festas juninas, sendo este o primeiro ‘arraiá’ delas. Além da exposição dos pequenos negócios, ainda vai ter música ao vivo, brincadeiras, comidas típicas, bingo, pescaria e a apresentação da primeira quadrilha junina de empreendedorismo feminino.Como retorno, para além do financeiro, ela destaca que o desenvolvimento pessoal é o que as movem, que consequentemente gera conhecimento, oportunidades e expansão dos próprios negócios.

“Muitas já viajaram para outros estados para poder expor seus negócios. Elas participam de entrevistas, divulgam o seu negócio em outras feiras e eventos e participam de muitos cursos de formação. Então o retorno delas, também para as nossas feiras, é uma empreendedora mais segura, uma mulher que entende que nós não somos rivais. Na nossa feira, é proibida a palavra competição e concorrência. Nós não concorremos com ninguém. É tanto que tem empreendedoras que vão com o mesmo empreendimento, assim, com o mesmo nicho de negócio, e elas se ajudam, se conectam, fazem o networking delas e também indicamos para os outros. Então, o retorno vem para a sociedade. É a mudança que essa mulher tem na vida dela e que a gente sabe que vai mudar a vida de outras pessoas. É imensurável”, finaliza.

*Por Renato Menezes, do g1 Acre

Pesquisas na Floresta Amazônica, muito além das flores

Levantamento florístico em uma floresta de terra firme em Bragança, nordeste do Pará, Brasil. Equipe composta por (esquerda para direita) Fernando Elias, Ednaldo Nascimento, Lorrayne Gonçalves, Thiago Borges, Adimilson Brito e Samuel Pinheiro. Fotos: Fernando Elias

*Por Conexões Amazônicas – contato@conexoesamazonicas.org

Coletar dados em campo é um dos grandes prazeres do biólogo e ao mesmo tempo envolve uma série de situações adversas que podem ser um tanto quanto imprevisíveis e perigosas. Sou biólogo de campo e trabalho com levantamentos florísticos periódicos desde 2009. Isso significa dizer que meu trabalho em campo consiste em identificar as espécies de plantas que habitam um dado local. Meu objetivo é analisar alguns padrões de ocorrência de plantas especialmente em áreas de savanas e florestas de terra firme nos Biomas Amazônia e Cerrado. Embora eu tenha muita experiência e esteja sempre atento em prever essas situações adversas que podem gerar transtorno na equipe, um imprevisto ou outro sempre acaba acontecendo.

Minha equipe é composta por cinco pessoas, geralmente estudantes de graduação e pós-graduação, e assistentes de campo (também chamados de “mateiros”). Durante as etapas de campo, a equipe passa por muitos perrengues associados à hospedagem, deslocamento (por exemplo: atoleiros) e do contato com diferentes paisagens florestais e savânicas.

Das muitas situações perigosas que nos deparamos normalmente nas savanas e florestas, considero que o ataque ou avistamento de cobras e abelhas são mais comuns e os que mais temo. Já tive contato com onças, catetos, antas, e outros bichos durante os inventários, que em sua maioria fogem da presença humana. O meu receio com abelhas e cobras relaciona-se com a capacidade furtiva das cobras e com a persistência no ataque de abelhas. Mesmo utilizando perneiras, equipamento de proteção individual que protege as pernas contra cobras, normalmente não tem como se desvencilhar de um ataque de abelhas (mesmo o uso de bonés com telas de proteção tem pouca eficácia). Redobrar a atenção e cuidado durante o trabalho de campo, portanto, são as únicas saídas para reduzir os danos dos potenciais ataques.

Aqui, vou relatar um ataque de abelhas durante o inventário em uma floresta no sudeste do Pará, município de Marabá. A equipe era composta por mim, um aluno de pós-graduação e três mateiros. Esse campo era para registrar dados de árvores já catalogadas dois anos antes, para conseguir estabelecer taxas de dinâmica da vegetação, por exemplo, verificando quantas nasceram, morreram e sobreviveram. A dinâmica de campo é a seguinte: o anotador transfere para uma planilha as informações ‘cantadas’ pela equipe sobre as medidas de
diâmetro (‘grossura’) do tronco, altura total e outras condições estruturais das plantas (quebrada, inclinada, dentre outras), coletadas simultaneamente. Essa dinâmica quebra o silêncio natural da área, ou melhor, é muito diferente dos sons naturais presentes, como cantos de pássaros.

Inventário em uma savana no nordeste de Mato Grosso e em uma floresta de terra firme na Floresta Nacional dos Carajás, no sudeste do Pará, Brasil. Fotos: Fernando Elias

Nós iniciamos o inventário às 7 horas da manhã e tudo corria maravilhosamente bem até por volta das 11 horas da manhã, quando nos aproximamos inconvenientemente de uma colmeia de abelhas Apis (popularmente conhecida como abelha-italiana ou abelha-europeia) que estava hospedada em um oco de uma árvore caída. Com o alvoroço natural do inventário (durante a ‘cantada’ de informações), essas abelhas se assanharam e começaram a nos atacar massivamente. O jeito foi correr! Estávamos a aproximadamente um quilômetro e meio da caminhonete de apoio e as abelhas nos perseguiram por mais ou menos 300 metros.

Um dos membros da equipe, um aluno de pós-graduação inexperiente em campo, se assustou e correu para longe do ‘ramal ou trilheiro’ de acesso. Como a área era grande, fiquei bastante preocupado de ele se perder na
direção contrária ao acesso. Ficamos por cerca de trinta minutos ou mais procurando por ele nas redondezas de onde estávamos trabalhando, mas não tivemos sucesso. Como não obtivemos resposta aos nossos chamados,
deduzimos, corretamente, que ele tinha voltado para o carro.

Voltamos para a base de apoio, e no outro dia retornamos à área, mas as abelhas novamente nos atacaram e não nos deixaram concluir o inventário. Por fim, nós adiamos o trabalho e buscamos resolver essa situação com a ajuda de um apicultor local. O saldo desse episódio foi várias picadas de abelhas que eu e minha equipe sofremos, que se resolveu com analgésicos e antialérgicos, e muitas risadas após o acontecido.

Esta situação é apenas mais uma lembrança de campo, onde presenciei uma situação perigosa de ataque com abelhas e que traz duas mensagens importantes. A primeira é que fazer ciência na Floresta Amazônia, assim como em muitas outras áreas de floresta, é muitas vezes desafiador, devido a intempéries e situações adversas que diversos pesquisadores enfrentam diariamente. A segunda é que traz um alerta sobre os perigos associados ao trabalho de campo, destacando a importância da experiência na previsão de riscos e na abordagem adaptativa diante deles, como o simples adiamento da etapa de campo ou mesmo a busca por soluções e contornos imediatos.

*Autor:

Fernando Elias é biólogo, Mestre em Ecologia e Conservação e Doutor em Ecologia. Atualmente é pesquisador de Pós-doutorado do CNPq na Embrapa Amazônia Oriental e membro da Rede Amazônia Sustentável. Possui
experiência com monitoramentos da biodiversidade em diferentes formações florestais e savânicas dos Biomas Cerrado e Amazônia, e interesse em avaliações da recuperação de processos e funções ecológicas após distúrbios antrópicos e naturais.

Sobre o Conexões Amazônicas

O coordenador da ONG Rede Conexões Amazônicas, Ayan Fleischmann, é pesquisador titular do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, sendo mestre e doutor em recursos hídricos. Em sua trajetória tem pesquisado as águas e várzeas amazônicas em suas múltiplas dimensões. É representante da ONG na coluna no Portal Amazônia, onde recebe pesquisadores convidados que contam os bastidores de suas experiências de pesquisa na Amazônia.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Projetos científicos de estudantes amapaenses são selecionados para evento nos EUA

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O macapaense Miguel Moreira, de 16 anos, e a santanense Ana Beatriz Benjamin, de 15 anos, tiveram os projetos científicos selecionados para representar o Brasil em um evento internacional, a ‘Genius Olympiad‘. A programação internacional vai acontecer 10 a 14 de junho em Rochester (Nova Iorque), nos Estados Unidos.

Os projetos são desenvolvidos sob orientação do professor Aldeni Melo no laboratório científico da Escola Estadual Irmã Santina Rioli, em Macapá.

Aldeni esteve monitorando e aprimorando as pesquisas com os estudantes há cerca de 3 anos com os alunos ainda no fundamental dois. Hoje, ambos já estão no ensino médio na rede estadual e federal.

O professor contou que entre os 7 mil projetos apresentados, apenas 700 de 50 países foram selecionados, dois deles sendo de seus orientandos amapaenses.

“Temos o prazer de representar o Amapá e o Brasil em uma feira mundial, é um reflexo de um trabalho do aluno, do professor, da família, tem pessoas que acreditam na gente, isso significa que estamos no caminho certo”, disse Melo.

Foto: Isadora Pereira/g1 Amapá

Fundamento dos projetos

O projeto da santanense Ana Beatriz busca ajudar em casos de escassez de água em comunidades que necessitam no Amapá.

“Trago como proposta de projeto que possa levar uma água 100% potável para comunidades que não possuem esse acesso como Sucuriju e Bailique, que são duas comunidades daqui do estado que a gente pesquisou e elas não possuem um acesso a uma água potável”, disse a estudante.

Foto: Isadora Pereira/g1 Amapá

Ela destacou que a oportunidade de apresentar este projeto nos Estados Unidos pode contribuir não somente em seu estado, mas em maiores escalas.

“Não é só uma necessidade para comunidades pequenas, mas sim para o Brasil em geral daqui com os anos. Como alguns autores afirmam, que até 2050 a gente pode viver em um país que não tenha água. É muito gratificante levar isso de Santana para o resto do Brasil”, finalizou a jovem.

Foto: Isadora Pereira/g1 Amapá

Já o projeto do macapaense Miguel consiste em um sistema flutuabilidade aquática para a limpeza dos rios e lagos com barcos e de forma 100% sustentável utilizando elementos da própria região amazônica.

“O projeto se trata de um sistema aquático em formato de embarcação, onde por meio dele podemos limpar e coagular água usando agentes orgânicos da moringa oleifera, que é uma semente natural e que pode fazer a limpeza e coagulação das águas de forma eficiente e também que não prejudique o meio ambiente”, explicou Miguel.

Foto: Isadora Pereira/g1 Amapá

O jovem destacou ainda, que apresentação deste projeto em escala mundial é um sonho que está se tornando realidade.

“Significa algo muito grande, um sonho realizado. Porque além de eu estar levando meu projeto para fora, como é o sonho de todo cientista, mas também está representando minha cidade, meu estado e até o meu país fora, uma feira de ciências internacionais, uma das maiores do mundo”, concluiu.

Foto: Isadora Pereira/g1 Amapá

Genius Olympiad

A ‘Genius Olympiad‘ ou olimpíada de gênios no português, é uma competição em escala internacional que reúne e seleciona os melhores projetos desenvolvidos pelo nível médio sobre questões ambientais.

Este evento é fundado e organizado através da Terra Science and Education e apresentado pelo Rochester Institue of Technology com o foco em meio ambiente em cinco modalidades, os amapaenses concorrem na categoria ciência.

*Por Isadora Pereira, do g1 Amapá

Diálogos Amazônicos de Brasília analisará Reforma Tributária e dificuldades logísticas da Amazônia 

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A Fundação Getúlio Vargas, por meio da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), promoverá em Brasília a segunda edição presencial do projeto ‘Diálogos Amazônicos‘, webinar que debate temas sobre a preservação, o desenvolvimento e a bioeconomia da floresta Amazônica. A entrada será gratuita e os interessados em participar poderão fazer sua inscrição por meio deste link

Com a participação de parlamentares, executivos e especialistas, a conferência conta com o apoio do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) e tem como objetivo fazer um levantamento da Reforma Tributária e dos seus impactos na atração de investimentos para a região Amazônica. Além disso, por meio de painéis, palestras e debates, o encontro se propõe a analisar as estratégias de desenvolvimento para a região e discutir sobre a infraestrutura e os desafios logísticos que a Amazônia enfrenta hoje.

Para Márcio Holland, coordenador do programa de pós-graduação em Finanças da FGV e idealizador do projeto, esse encontro é uma oportunidade valiosa para o público interagir com especialistas da região. “É um momento para compartilhar experiências e adquirir conhecimentos sobre o bioma que possui a maior biodiversidade do mundo”, reforça ele.

O modelo tributário atual transforma a Amazônia em um dos maiores contribuintes de tributos federais do país. Em 2023, por exemplo, foram arrecadados cerca de R$ 21,5 bilhões em impostos. Os investimentos da região em desenvolvimento, inovação e pesquisa chegaram a R$ 1,5 bilhão também em 2023, com a geração de mais de 500 mil empregos diretos e indiretos. 

“A Reforma Tributária e o desenvolvimento regional do Amazonas são assuntos que estão ganhando cada vez mais força entre os principais especialistas e formadores de opinião, pois a região precisa de um sistema tributário mais simples, justo e transparente”, enfatiza J. Portela, diretor do conselho do CIEAM e advogado tributarista. 

Em relação à infraestrutura e aos contratempos logísticos do Amazonas, os gastos atuais com transportes hidroviários no Amazonas são estimados entre 3% e 7% do PIB, o que representa algo entre R$ 4,8 e R$ 11,2 bilhões por ano.

“O ideal é que o custo com a logística seja a metade do valor praticado hoje para recuperar a competitividade da Zona Franca de Manaus”, explica Augusto Rocha, coordenador da comissão CIEAM de Logística. Durante a Grande Seca de 2023, a indústria do Amazonas teve um sobrecusto de R$ 1,4 bilhão em sua operação logística, devido aos problemas causados pelas dificuldades no transporte de insumos. 

Painéis e palestras

O painel ‘Desafios da Amazônia’ contará com o senador da República e ex-governador do estado do Amazonas, Eduardo Braga, junto com Rebecca Garcia, diretora de desenvolvimento de negócios da GBR Componentes da Amazônia e coordenadora da comissão CIEAM de Assuntos Legislativos. Eles farão uma reflexão sobre os desafios enfrentados pela Amazônia. 

Mesas e debates 

Após o painel, serão realizadas duas mesas de debates. Luiz Frederico Oliveira de Aguiar, superintendente-adjunto executivo da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), e Erick Moura de Medeiros, diretor de infraestrutura aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), vão comandar uma discussão sobre infraestrutura e logística na Amazônia. O encontro será mediado por Augusto Rocha, coordenador da comissão CIEAM de Logística. 

‘Os rumos da Amazônia com a reforma tributária’ será o tema da segunda mesa de debates, que será mediada por J. Portela, com a participação do deputado federal e presidente da comissão de reforma tributária, Reginaldo Lopes, do diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), Nelson Machado, e do ex-ministro da Previdência Social e secretário da Fazenda do Estado do Amazonas, Alex Del Giglio. 

*Com informações do Cieam