Home Blog Page 119

Lideranças indígenas de Mato Grosso fazem intercâmbio no Acre para conhecer formação de Agentes Ambientais

0

Representantes da Governança Indígena do Programa REM MT realizaram um intercâmbio para conhecer o programa de formação de Agentes Ambientais Indígenas do Acre, que existe há cerca de 20 anos. O Programa REM MT subsidiou a viagem das lideranças com o intuito de trocar experiências com o Programa REM Acre, que apoia a capacitação através de programa de formação e bolsas de estudo para os agentes ambientais no Estado.

Inspirada por este modelo, uma equipe do Programa REM MT, junto com os representantes indígenas, visitaram o Acre para compreender melhor a proposta  do programa de formação e adaptar as melhores práticas à realidade de Mato Grosso. 

O Programa REM Acre atua junto com e com a Associação dos Agentes Agroflorestais do Acre (AMAAIAC). O programa inclui cursos intensivos e monitoramento contínuo das ações dos agentes em formação.

Intercâmbio foi importante para o desenvolvimento do programa de formação em Mato Grosso. Foto: Reprodução/Programa REM MT 

A cientista social e antropóloga do Programa REM MT, Paula Vanucci, explica como está sendo idealizada essa formação em Mato Grosso.

“O objetivo é que o Programa não só forneça formação técnica, mas que também seja um fomento para o reconhecimento dessa categoria, essencial para a defesa dos territórios indígenas. O enfoque principal será na segurança alimentar e na vigilância territorial. A experiência do Acre demonstra que é possível restaurar áreas degradadas e implementar Sistemas Agroflorestais (SAF) e quintais produtivos, garantindo assim a produção de alimentos para as aldeias”, explica Paula.

As lideranças indígenas e os representantes do Programa REM MT acompanharam, por dois dias, o curso de formação dos agentes agroflorestais no Centro de Formação dos Povos Indígenas da Comissão Pró-Indígenas, observando práticas como manejo de tartarugas e tracajás, implementação de SAFs e aproveitamento de águas da chuva com tecnologias sociais. Essas experiências serão fundamentais para a discussão e fechamento do desenho do curso para Mato Grosso, que deverá ocorrer no segundo semestre de 2024. 

Com os resultados promissores verificados no Acre, o Programa REM MT visa replicar esses sucessos, promovendo autossuficiência alimentar e o bem estar das comunidades indígenas, conciliando com a proteção ambiental  e o uso sustentável dos recursos naturais. Este projeto espera não só capacitar novos agentes ambientais indígenas, mas também servir como um legado duradouro para futuras políticas públicas de proteção e desenvolvimento das terras indígenas em Mato Grosso.

*Com informações do Programa REM MT

 

Fiocruz Amazônia e Ibama-AM firmam acordo de cooperação pioneiro para investigação de patógenos em animais silvestres

0

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis do Amazonas (Ibama-AM) firmaram acordo de cooperação técnico-científica para a realização de pesquisas na área de investigação de patógenos em animais silvestres na Amazônia.

O acordo é pioneiro e tem por objeto estabelecer a cooperação entre o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama (Cetas-AM) e a Fiocruz Amazônia, por meio de apoio técnico, científico e operacional, por um período de cinco anos (60 meses). O documento foi assinado pela diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Costa Pinto Lopes, e a diretora de Biodiversidade e Florestas do Ibama, Lívia Karina Passos Martins.

De acordo com Stefanie Lopes, o acordo representa um passo importante no processo de oficialização de uma parceria já existente entre as duas instituições no Amazonas, por meio do Programa Saúde Única, desenvolvido pela Fiocruz Amazônia.

O programa tem como objetivo promover um alinhamento de protocolos e informações sobre resultados de análises de amostras de material biológico coletado de espécimes da fauna amazônica, recebidos pelo Cetas, do Ibama, em Manaus. “A partir de agora, essa parceria é fortalecida”, reforça a diretora.

O Cetas/Ibama AM recebe animais silvestres de diversas regiões do Amazonas e, a partir das análises realizadas, é possível mapear a ocorrência de possíveis surtos de novas doenças infectocontagiosas e o ressurgimento de outras.

A analista ambiental do Ibama, Natália de A. de Souza Lima, chefe do Núcleo de Apoio ao Cetas/Ibama AM, explica que o ACT representa um avanço na parceria existente desde 2019.

“O acordo de cooperação reflete a sinergia das duas instituições na busca por conhecimentos para promover a saúde animal, ambiental e humana. E fortalece a colaboração entre instituições que atuam em áreas aparentemente distintas, inclusive vinculadas a diferentes ministérios, mas que convergem no objetivo maior de consolidar a abordagem de Saúde Única em suas atuações”, desatacou.

A médica veterinária Alessandra Nava, pesquisadora bolsista da Fiocruz Amazônia, lembra que a iniciativa conta também com a parceria do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e o Projeto Sauim de Coleira, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). “A intenção é fortalecer a investigação de aspectos sanitários e epidemiológicos dos animais recebidos pelo Cetas. Acessamos o material biológico para poder entender a prevalência de algumas doenças virais e parasitárias que acometem a população silvestre”, explica.

Segundo a veterinária, o acordo de cooperação legitima a parceria e coloca as duas instituições em sintonia com os direcionamentos em One Health (Saúde Única) preconizados pelas organizações Mundial de Saúde (OMS), das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e Mundial de Saúde Animal (OMSA). Natália Lima observa que a parceria e o ACT levam o Cetas do Ibama-AM a um novo patamar. “Além de suas já conhecidas contribuições à reabilitação e conservação de espécies da fauna, amplia sua atuação por meio da geração de conhecimentos e informações, que tem interface com a saúde da população humana”, afirmou.

Os animais recebidos no Cetas-AM vêm de várias partes do Estado, o que permite um mapeamento das prevalências. Geralmente, são animais tanto mantidos em cativeiro quanto de vida livre que sofreram algum tipo de trauma (vítimas de atropelamento, choque elétrico, entre outros).

Biobanco

O conceito de Saúde Única é difundido hoje mundialmente, associando saúde humana, animal e ambiental, como fatores que interagem entre si de forma indissociável. A Fiocruz Amazônia possui um biobanco da vida silvestre com amostras de mais de 200 tipos de animais, entre morcegos, primatas e roedores, coletados não só no Cetas Ibama como também em áreas de floresta na área urbana e rural da Região Metropolitana de Manaus, entre elas, a área de proteção ambiental da Ufam e do assentamento Rio Pardo, onde funciona uma base de apoio a pesquisas da Fiocruz Amazônia, no município de Presidente Figueiredo-AM).

*Com informações da Fiocruz Amazônia

Festa tradicional da Bolívia resgata expressão ancestral dos povos indígenas de Beni 

O departamento de Trinidad celebrou este ano o 338º aniversário da Santíssima Trindade ‘Chope Piesta’, Patrimônio Cultural Boliviano , com diversas atividades que valorizam a identidade cultural dos Trinitários, uma festa que sincretiza a essência dos povos indígenas e da religião católica, que comemora seu dia entre as últimas datas de maio ou primeiro de junho.

“A celebração da Festa da Padroeira da cidade da Santísima Trinidad ‘Chope Piesta’ é declarada Patrimônio Cultural da Bolívia, em reconhecimento à sua indiscutível contribuição à preservação dos valores e tradições culturais e do folclore, ao incentivo à conservação e valorização da identidade nacional e da sua significativa importância social e econômica para o Departamento de Beni e para todo o país”, afirma o artigo 1º da Lei nº 2.612, de 18 de dezembro de 2003.

As atividades começam com a entrada do folclore estudantil que resgata as expressões e mantém vivas as culturas dos povos indígenas do departamento de Beni, onde participaram alunos das diferentes unidades educacionais, recuperando as danças ancestrais e novas que estão relacionadas com a produção agrícola e pecuária daquele Departamento.

Em seguida é realizada na cidade de Trinidad a uma noite cultural com exibições de dança, música, tecelagem, gastronomia e outros elementos que caracterizam os diferentes povos indígenas.

Brasil terá Política Nacional de Fronteiras pela primeira vez na história

0

Os 16,9 mil quilômetros de fronteiras terrestres no Brasil em 867 municípios passam a contar com uma atuação maior e mais integrada com estados e municípios, além de maior cooperação internacional, com a publicação, no Diário Oficial da União, do Decreto Nº 12.038, que institui a Política Nacional de Fronteiras (PNFron) e seu Comitê Nacional. A promoção da segurança, desenvolvimento sustentável, integração regional, direitos humanos, cidadania e proteção social são os principais objetivos para a criação da política.

Um comitê formado por representantes de órgãos do governo será responsável pela articulação com a sociedade civil, além da elaboração de estratégia para toda a extensão territorial vizinha a dez países e à fronteira marítima.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

A iniciativa se propõe a contribuir para um Brasil mais próspero, inclusivo e soberano, além de reforçar as fronteiras de aproximação, cooperação e integração, dar respostas à sociedade em questões de fronteiras que se refletem em todo o país e permitir a abrangência de espaços seguros, integrados, desenvolvidos e sustentáveis. Além disso, contribuir para a integração de uma governança de políticas transversais relativas às fronteiras; e aprimorar a integração regional e a cooperação internacional.

A secretária Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Adriana Melo, afirma que o órgão atua na faixa de fronteira há bastante tempo. “A Política Nacional de Fronteiras, que foi instituída hoje, vem corroborar a atuação do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional com vistas ao desenvolvimento dessa região que é tão peculiar. A política tem um foco muito grande nas questões de segurança e é estritamente necessária, porque um território inseguro é um território que tem dificuldade de se desenvolver e, para isso, ela está diretamente associada à nossa atuação”, disse.

Segundo a secretária, o ministro do MIDR, Waldez Góes, subscreve também esse decreto, que tem uma participação intensiva do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. “A governança da Política de Fronteiras é multissetorial e dialoga com diversas frentes, como os setores de educação, saúde e economia. Os esforços são complementares e se somam em um propósito maior, que é desenvolver as fronteiras do Brasil, especialmente a fronteira oeste”, explicou Adriana Melo.

Leia também: Saiba quais Estados da Amazônia brasileira fazem fronteira com a Amazônia Internacional

Mecanismos de cooperação

Para acompanhar a implementação e a evolução da PNFron, representantes de 25 ministérios e agências irão compor o Comitê Nacional, que terá, entre outras atribuições, coordenar a elaboração da Estratégia Nacional de Fronteiras e propor mecanismos de cooperação entre órgãos e entidades governamentais, o setor privado e a sociedade civil.

O Comitê também irá promover a articulação e a cooperação com foco em áreas como justiça e segurança pública; defesa, inteligência e combate aos ilícitos transnacionais; preservação do meio ambiente e mitigação das mudanças climáticas; desenvolvimento sustentável; turismo, esporte e cultura; e proteção aos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais nas fronteiras.

*Com informações do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR)

Bruno e Dom: dois anos após o crime, MPF atua para punir responsáveis e melhorar a segurança no Vale do Javari 

0

Um indigenista e um jornalista britânico em missão à segunda maior terra indígena do país, uma emboscada e dois assassinatos cometidos por motivo torpe e de forma cruel, sem chance de defesa para as vítimas. Há exatos dois anos, Bruno Pereira e Dom Phillips eram mortos no Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas, num crime que chocou o mundo. Eles foram dados como desaparecidos no dia 5 de junho de 2022, e as buscas mobilizaram autoridades brasileiras, indígenas, populações locais e a imprensa internacional.

Dez dias depois, os corpos foram localizados enterrados numa área de mata fechada, após a confissão de um dos envolvidos no crime. O Ministério Público Federal (MPF) atua no caso desde o primeiro dia e, dois anos depois dos assassinatos, segue trabalhando de forma ativa para obter a condenação de todos os envolvidos e melhores condições de vida e de segurança para as populações que habitam a região.

No âmbito criminal, são três frentes principais de atuação. A primeira delas é a ação penal contra os executores dos crimes. Amarildo da Costa Oliveira (conhecido pelo “Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) foram denunciados pelo MPF cerca de um mês e meio depois dos assassinatos, em julho de 2023, por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em outubro de 2023, após a análise das alegações finais, a Justiça Federal em Tabatinga pronunciou os réus nos exatos termos da denúncia do MPF. Isso significa dizer que o juiz concordou com as alegações do Ministério Público Federal e enviou o processo para julgamento pelo Tribunal do Júri.

Foto: Reprodução/CNS

O procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal, atual responsável pelo caso, explica que o processo do júri tem duas etapas. “Na primeira fase ocorre o juízo de formação de culpa perante um juiz federal e, na segunda, ocorre o julgamento da causa pelo conselho de sentença, que são os jurados. Na primeira fase, o juiz não diz se o réu é culpado ou inocente, mas julga se existem elementos mínimos para que o caso seja submetido ao Tribunal do Júri. No caso concreto, houve a decisão de pronúncia, que marca o final da primeira fase. Então, o processo já está rumo à segunda fase”, diz ele.

Amarildo e Jefferson serão julgados por homicídio por motivo torpe e mediante emboscada no caso de Bruno e por homicídio mediante emboscada e para assegurar a impunidade do crime anterior no caso de Dom, bem como pela ocultação dos cadáveres das vítimas. Já Oseney irá a júri popular apenas pelos homicídios. Os réus recorreram ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região e, se a pronúncia for confirmada, o processo irá a julgamento pelo plenário do Tribunal do Júri.

Em abril de 2024, em outro inquérito, o MPF denunciou cinco pessoas por ocultação de cadáver, crime previsto no art. 211 do Código Penal. Segundo a acusação, Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira, Edivaldo da Costa de Oliveira (parentes dos réus Amarildo e Oseney) e Francisco Conceição de Freitas ajudaram os executores a esconderem os corpos de Bruno e Dom na mata, na tentativa de livrá-los do crime. Quatro desses denunciados, além de Amarildo e Jefferson, ainda convenceram um jovem com menos de 18 anos de idade a participar do crime e vão responder por corrupção de menor, previsto no art. 244-B da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). O MPF aguarda que a denúncia seja recebida pela Justiça.

Há ainda um terceiro inquérito em andamento, que busca apurar a existência de possíveis mandantes dos assassinatos. A investigação tramita sob sigilo e está em fase de diligências finais. Além disso, em inquérito que é desdobramento do caso, o MPF denunciou Ruben Dário da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, por organização criminosa para a pesca predatória no Vale do Javari (AM).

Segurança no Vale do Javari – Localizado nos municípios de Atalaia do Norte e Guajará, no oeste do Amazonas, o Vale do Javari tem cerca de 8,5 milhões de hectares. Habitado por 26 povos originários (Kanamari, Kulina Pano, Matis, Matsés, Korubo, Tsohom Djapá, Marubo, entre outros), o território ainda concentra o maior número de indígenas em isolamento voluntário do planeta. A área protegida sofre pressões e ameaças constantes de madeireiros, garimpeiros, da pesca e da caça ilegais, além de outras atividades criminosas, cenário que ficou ainda mais evidente com a morte de Bruno e Dom.

“Há diversos procedimentos relacionados ao Vale do Javari, não apenas sob a ótica criminal, mas também sob a ótica de garantia de direitos individuais e da qualidade de vida da população residente no local”, explica Guilherme Leal.

Um dos procedimentos instaurados como desdobramento dos crimes tem o objetivo de fiscalizar, de forma contínua, a adoção de providências pelas autoridades responsáveis para viabilizar a melhoria de condições das Bases de Proteção Etnoambiental (Bape) localizadas na terra indígena. Em recomendação enviada à Funai e ao Ministério da Justiça em julho de 2022, logo após os crimes, o MPF pediu a estruturação e modernização das bases, além de equipamentos, equipe e segurança necessários para o adequado funcionamento. O órgão atua, ainda, para garantir saneamento básico ao povo indígena Kanamari. “O MPF tem feito um acompanhamento periódico, com visitas regulares ao Vale do Javari, com objetivo não só apuratório para o caso Bruno e Dom, mas também para coibir, verificar e investigar outras eventuais situações e irregularidades que ocorram na região”, conclui o procurador.

Quem eram Bruno e Dom?

Servidor de carreira da Funai e um dos maiores especialistas em indígenas em isolamento voluntário do Brasil, Bruno Pereira estava licenciado do órgão desde 2019 e trabalhava como consultor para a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Segundo a organização, ele recebia constantes ameaças de garimpeiros, madeireiros e pescadores ilegais por sua atuação em defesa dos povos tradicionais e do meio ambiente da região.

Já Dom Phillips era um veterano na cobertura internacional e colaborava com o jornal inglês The Guardian, um dos mais respeitados órgãos de imprensa do mundo. Também trabalhou para veículos como Washington Post, The New York Times e Financial Times. Escreveu inúmeras reportagens denunciando atividades criminosas na região amazônica e desmatamento. Com mais de 15 anos de Brasil e ampla experiência na área, ele estava no Vale do Javari entrevistando indígenas e ribeirinhos para um livro sobre a Amazônia.

*Com informações do MPF

Advogada indígena denuncia impactos das mudanças climáticas em audiência da CIDH

0

Em articulação com a Amazon Watch, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) apresentou uma carta durante o 167º Período Ordinário de Sessões da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), realizado em Manaus (AM) no final de maio. O documento, lido pela assessora jurídica da Coiab, Carla Baré, denuncia os impactos das mudanças climáticas e ressalta a importância do papel dos povos indígenas na proteção do meio ambiente e da biodiversidade.

A Corte Interamericana é um Tribunal Internacional dedicado a conhecer casos de violações de direitos humanos reconhecidos na Convenção Americana sobre Direitos Humanos e em outros tratados relacionados. Este ano, a Corte traz a temática ‘Emergência Climática e Direitos Humanos’. A programação inclui audiências públicas e seminários relacionados ao tema, com a participação de organizações da sociedade civil nacionais e internacionais.

É a primeira vez que a Corte IDH vêm até um estado da Amazônia brasileira, com uma participação importante de povos indígenas das Américas. O parecer consultivo do tribunal vai estabelecer precedentes importantes para o mundo inteiro sobre as obrigações dos Estados em face à emergência climática. Em sua fala, Carla Baré destacou o papel dos povos indígenas na proteção e conservação do meio ambiente.

“Nossa conexão profunda com o território não é apenas um legado cultural, mas sim um pilar essencial para a estabilidade climática global. No entanto, apesar de contribuirmos minimamente para o aquecimento global, somos os primeiros a sofrer seus impactos devastadores. Os incêndios que assolam a Amazônia brasileira, exacerbados pelas mudanças climáticas, são uma dolorosa manifestação dessa ameaça”, declarou a advogada.

O documento ressalta que apenas 0,6% das terras protegidas por comunidades indígenas foram desmatadas entre 2000 e 2012, enquanto as terra não indígenas da Amazônia tiveram 7% de seus territórios desmatados no mesmo período. Isso evidencia a importância dos povos originários para a conservação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas, estabelecidos pelos modos de vida e conhecimento ancestral intrínsecos desses povos.

“Não somos defensores do meio ambiente por escolha, mas sim por nossa relação com a mãe terra, nosso território e nossa conexão sagrada com a natureza”, afirmou Carla.

A advogada fez um apelo à Corte e aos Estados para que os povos indígenas tenham seus direitos protegidos, enquanto defensores do meio ambiente, de ameaças como o Marco Temporal.

“Precisamos de uma resposta integral dos Estados que garanta a segurança jurídica de nossos territórios, como a demarcação da totalidade dos territórios, que rejeite leis que nos colocam em perigo, como o marco temporal, e que crie e implemente mecanismos de proteção dos defensores em colaboração conosco”, disse a advogada.

Leia a carta na íntegra

Além da Coiab, representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo (Apoinme) participam do evento. Nesta terça-feira (28), o assessor jurídico da Coiab, Ednaldo Tukano, fará uma manifestação diante da Corte, representando a Apib, sobre o direito à terra e a ameaça do Marco Temporal. O 167º Período Ordinário de Sessões da Corte Interamericana de Direitos Humanos ocorre em Manaus e Brasília até a quarta-feira (29).

*Com informações da Coiab

6 atrativos turísticos para conhecer Mâncio Lima

0

Distante a 670 quilômetros de Rio Branco, o município de Mâncio Lima, no Acre, é conhecido como a cidade mais ocidental do Brasil, abrigando o ponto extremo oeste do território brasileiro na nascente do rio Moa, situado na fronteira com o Peru. São as águas desse rio de águas pretas que levam até um dos santuários de maior diversidade do país: o Parque Nacional da Serra do Divisor.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

Por ser a localidade de acesso ao Parque, Mâncio Lima recebe muitos turistas. Conheça seis locais para visitar na cidade:

Parque Nacional da Serra do Divisor

O principal atrativo turístico de Mâncio Lima é o Parque Nacional da Serra do Divisor. Com uma área de mais de 800 mil hectares, o parque abrange uma parte da Floresta Amazônica e é considerado um dos lugares mais preservados e intocados do Brasil. Com trilhas e cachoeiras deslumbrantes, o parque oferece aos visitantes a oportunidade de entrar em contato direto com a natureza e desfrutar de paisagens incríveis.

Leia também: Confira um guia com as principais dicas para curtir a Serra do Divisor

Atrativos naturais do Parque Nacional da Serra do Divisor chamam a atenção dos visitantes. Foto: Marcos Vicentti/Secom AC

Praia do Amor

Localizada às margens do Rio Juruá, a Praia do Amor é um dos destinos mais procurados pelos turistas que visitam Mâncio Lima. Com suas águas cristalinas e areias brancas, a praia oferece um ambiente tranquilo e relaxante para os visitantes. Além disso, é possível praticar esportes aquáticos, como caiaque e stand-up paddle, e desfrutar de um belo pôr do sol.

Museu Municipal

O Museu Municipal de Mâncio Lima é um local que preserva a história e a cultura da cidade. Com um acervo rico em artefatos indígenas, peças históricas e fotografias antigas, o museu oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer mais sobre a história da região e suas tradições. Além disso, o museu promove exposições temporárias e eventos culturais ao longo do ano.

Igreja Matriz de São Sebastião

A Igreja Matriz de São Sebastião é um dos principais pontos de referência de Mâncio Lima. Com sua arquitetura imponente e belos vitrais, a igreja encanta os visitantes com sua beleza e história. Além disso, é possível participar de missas e eventos religiosos que acontecem ao longo do ano.

Balneário do Juruá

O Balneário do Juruá é um local perfeito para quem busca diversão e lazer. Com piscinas naturais e áreas de lazer, o balneário oferece aos visitantes a oportunidade de relaxar e se refrescar em meio à natureza. Além disso, é possível praticar esportes aquáticos, como jet ski e banana boat, e desfrutar de restaurantes e quiosques que oferecem comidas típicas da região.

Mirante do Juruá

O Mirante do Juruá é um ponto turístico que oferece uma vista panorâmica da cidade de Mâncio Lima e do Rio Juruá. Com sua localização privilegiada, o mirante proporciona aos visitantes um momento de contemplação e admiração pela beleza da região. É um lugar perfeito para tirar fotos e apreciar o pôr do sol.

Belo e Thiaguinho serão atrações da Festa dos Visitantes 2024 em Parintins

0

A Festa dos Visitantes edição 2024 em Parintins (AM), que acontecerá no dia 27 de junho, terá os cantores Belo e Thiaguinho. O acesso ao evento será feito com a troca do ingresso por alimentos não perecíveis. Assim como em 2023, a festa é patrocinada pela empresa Eneva, responsável por trazer as atrações principais, e acontecerá novamente no Bumbódromo, com início previsto para às 17h.

O evento antecede o 57º Festival de Parintins e o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, será responsável pela operacionalização da festa.

Foto: Divulgação/Secom AM

Para o diretor-executivo de Relações Externas e Comunicação da Eneva, Aurélio Amaral, o evento é uma oportunidade de promover a cultura local e movimentar a economia no município no período do Festival.

“A Eneva está no Amazonas fomentando o desenvolvimento e trazendo oportunidades econômicas importantes para a região, como a construção do Complexo Termelétrico Azulão 950. Ao mesmo tempo, reconhecemos e apoiamos mais uma edição do Festival de Parintins por entender que a cultura é essencial para valorizar o povo e gerar renda por meio do turismo”, destacou o diretor.

Leia também: Com investimento de R$ 5,8 bilhões, Complexo Azulão 950 deve gerar cerca de 5 mil empregos no Amazonas

Belo é uma das atrações nacionais. Foto: Divulgação

Será montado um palco 360º, onde as atrações locais e nacionais vão se revezar em oito horas de música, das 17h à 1h da manhã. Entre as atrações locais, estão o DJ Rafa Militão, Paula Gomes, Márcia Siqueira, Márcia Novo, Rebecca Grana, Leonardo Castelo, Jr Paulain e Uendel Pinheiro.

“A Festa dos Visitantes 2024 dá sequência ao sucesso do ano passado, quando pela primeira vez, foi realizada com todo aparato técnico e estrutura para receber o público. Uma experiência única, onde os visitantes têm a oportunidade de assistir aos shows no palco 360º, em um evento empenhado na valorização da cultura e na geração de postos de trabalho”, disse o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz.

Troca de ingressos

Para acessar o local do evento e curtir cerca de oito horas de shows de artistas de diversos segmentos, será preciso realizar a troca do ingresso por alimentos não perecíveis.

Será permitida a troca de um ingresso por CPF, que será feita em pontos na cidade de Parintins. A divulgação dos locais de troca será feita em breve.

Thiaguinho também é atração nacional que cantará na festa. Foto: Divulgação

Os alimentos arrecadados serão entregues pela Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e Defesa Civil do Amazonas para famílias de comunidades locais mais afetadas no período da estiagem.

Realização

A Eneva, patrocinadora do evento, é a principal operadora privada de gás natural onshore no Brasil, atuando desde a exploração e produção até o fornecimento de soluções de energia. Com ativos em diversos estados brasileiros, a empresa opera 14 campos de gás natural nas Bacias do Parnaíba (MA) e Amazonas (AM), totalizando uma área de concessão superior a 63 mil km², a maior do Brasil. Mantém um parque de geração com 5,95 GW de capacidade contratada, incluindo termelétricas nos estados do Maranhão, Ceará, Sergipe, Roraima, e o Complexo Solar Futura na Bahia, que iniciou a operação em 2023.

A festa realizada pelo Governo do Amazonas conta ainda com o apoio das empresas O Boticário e Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas(CIESA).

*Com informações da Agência Amazonas

Pesquisadores analisam fibras vegetais amazônicas como alternativa sustentável na construção civil

Fibras vegetais amazônicas podem se tornar uma alternativa sustentável para a incorporação de argamassas e revestimentos na construção civil, de acordo com uma pesquisa realizada por estudantes de Engenharia Civil do Instituto Federal de Rondônia (Ifro).

Os materiais são estudados como alternativa sustentável e renovável para o reaproveitamento de resíduos do fruto, como as fibras. Estão sendo analisadas as fibras do coco, açaí, tucumã e curauá em argamassas, concretos e forros de gesso.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

O objetivo central da pesquisa foi apresentar metodologias técnicas e científicas para caracterizar o desempenho das fibras nas propriedades das argamassas de revestimento e no reforço de solos amazônicos.

Os resultados da pesquisa foram apresentados em 2023 na 10ª edição da Rondônia Rural Show. Este ano, durante a feira, foram demonstradas as técnicas desenvolvidas para a caracterização das fibras quando já inseridas nos materiais à base de cimento e no reforço de solos.

De acordo com a coordenação do estudo, as fibras inicialmente são tratadas para auxiliar na durabilidade desses materiais e, dependendo da origem, precisa ser avaliado o comprimento ideal da fibra para garantir o desempenho.

Mistura solo, fibra e água utilizada na montagem do corpo de prova. Foto: Reprodução/Ifro

A escolha do comprimento certo das fibras e de onde elas vêm é importante para garantir que as propriedades mecânicas e a absorção de água sejam adequadas. Nas argamassas de revestimento, as fibras são misturadas com outros materiais e são testadas quando estão frescas para verificar como podem ser manipuladas e também quando estão secas para avaliar sua resistência e aderência a diferentes superfícies.

Entre as vantagens identificadas com o reforço do solo com fibra vegetal, está a redução do uso de fontes de energia e materiais não renováveis, além de baixas emissões de poluentes.

*Por Mylla Pereira, do g1 Rondônia

Documento mostra diagnóstico da Bacia do Araguaia

0

 ‍   ‌
O Ministério Público Federal promoveu um debate com o objetivo de garantir medidas para a preservação da biodiversidade em torno da Bacia do Araguaia, um dos poucos rios com fluxo livre e um importante território hídrico de conexão entre os biomas do Cerrado e da Amazônia. O seminário ‘Araguaia: um rio de oportunidades’, contou com o apoio da The Nature Conservancy (TNC) Brasil e palco do lançamento do ‘Resumo Executivo Blueprint Araguaia, realizado pela instituição. O estudo analisou os desafios e prospectou estratégias nos quatro estados que cruzam a bacia: Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins, considerando a principal área de drenagem com 2.110 quilômetros.
 ‍   ‌
O documento busca contribuir com a atuação do Grupo de Trabalho da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (4CCR) do MPF, que estuda a criação de um corredor ecológico às margens do rio Araguaia e seus afluentes, para a proteção da biodiversidade local, além da sociedade civil e incentivar a atuação de iniciativas privadas no combate a degradação florestal e social das comunidades tradicionais e indígenas, que vivem em seu entorno.

Com o objetivo de identificar o conjunto de rios, riachos e suas bacias hidrográficas que serviram como base para o desenvolvimento de ações de conservação e manejo, o estudo inédito apresenta o mapeamento mais atual e completo sobre os mais de 100 municípios que a Bacia do Araguaia atravessa em seus três mil quilômetros de extensão, além de apoiar no desenvolvimento de iniciativas voltadas para a sociobiodiversidade.

Para isso, o método de planejamento para conservação ambiental utilizado no documento foi o Conservation Blueprint, responsável por identificar as áreas mais relevantes, ecologicamente íntegras e funcionalmente conectadas, para garantir a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas aquáticos fundamentais relacionados ao rio Araguaia. O processo contou com o apoio de uma consultoria externa e o envolvimento de diferentes atores sociais atuantes na região, que levou a definição de áreas prioritárias para conservação e/ou melhores práticas a fim de manter a conectividade e funcionalidades dos rios na Bacia do Araguaia, assim como, a biodiversidade aquática e vidas que dependem desse ecossistema.

A bacia hidrográfica do Tocantins-Araguaia composta pelos dois grandes rios Araguaia e Tocantins possuem uma função importantíssima para biodiversidade aquática que utiliza seus trechos principais para migração entre o Cerrado e a Amazônia. Apesar do rio Tocantins não apresentar mais a conectividade de seu fluxo natural pela presença de barragens.