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Hormônio de crescimento do tambaqui é produzida em laboratório pela primeira vez

Pesquisa inédita realizou pela primeira vez a clonagem do gene do hormônio do crescimento (rtGH) do tambaqui em laboratório. Embora a Amazônia possua uma vasta diversidade de espécies de peixes, esta é a primeira vez que o GH recombinante de uma espécie nativa tem seu gene traduzido e produzido em laboratório. A clonagem significa um avanço para a zootecnia devido à importância da espécie para a piscicultura brasileira e sua presença de destaque na alimentação das populações amazônicas.

O estudo intitulado ‘Expressão extracelular, purificação e produção em biorreator do hormônio de crescimento de tambaqui (Colossoma macropomum) na levedura Komagataella phaffii (anteriormente Pichia pastoris)’ conta com a participação de pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Genética Animal do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).

O hormônio do crescimento (GH) é um gene relevante na área de criação e manejo de animais domésticos. A produção aprimorada desse hormônio abre caminhos para inovações biotecnológicas na zootecnia com aplicações práticas que garantem a sustentabilidade da piscicultura, aprimorando as técnicas de manejo dos animais em viveiro.

Na piscicultura, o tambaqui se destaca como a espécie nativa mais produzida no Brasil. Ele tem grande valor comercial por sua alta adaptação ao sistema de criação de peixes em viveiros e pelo amplo mercado consumidor, sendo uma das espécies mais apreciadas e consumidas na culinária do norte do país.

Segundo o artigo publicado na revista científica do Inpa, Acta Amazonica, os resultados desta pesquisa abrem caminho para novos estudos utilizando o hormônio do crescimento, com foco na avaliação e desempenho fisiológico e zootécnico do tambaqui submetido à proteína recriada em laboratório com foco na piscicultura.

Para Jorge Porto, pesquisador do Inpa e um dos co-autores do trabalho, a pesquisa é um marco significativo para o campo da biotecnologia e da piscicultura como um todo. Porto aponta o potencial para transformar a criação de peixes e beneficiar tanto o setor produtivo quanto os consumidores, além de aumentar a oferta e a qualidade do peixe disponível para o consumo da população.

“A importância deste trabalho vai além da realização científica, ele abre portas para uma série de possibilidades na aquicultura biotecnológica amazônica. Estamos muito satisfeitos em ver como uma pesquisa que começou modestamente evoluiu para algo tão impactante e promissor. Esperamos que os resultados deste estudo possam contribuir não apenas para o avanço do conhecimento científico, mas também para o desenvolvimento da piscicultura”, declara o pesquisador.

Durante a pesquisa foi isolada a sequência de cDNA do hormônio GH que determina o crescimento do tambaqui. O GH é produzido em uma glândula localizada no cérebro do peixe, esse hormônio é responsável por regular diversos processos fisiológicos importantes para o desenvolvimento e o crescimento saudável, esse processo ocorre em todos os vertebrados, incluindo os humanos.

O estudo foi conduzido por um grupo de pesquisadores do Inpa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam).

Técnica de reprodução

Para fabricar a proteína em laboratório foi usada a técnica de inserir o gene de cDNA de tambaqui na levedura Komagataella phaffii. Essa levedura é um organismo frequentemente usado em pesquisas relacionadas a biotecnologia por sua eficiência em produzir proteínas que naturalmente não faz parte de suas funções celulares, permitindo que a proteína seja fabricada de forma mais acessível e eficaz para o estudo pretendido.

“Expressar o cDNA do hormônio de crescimento de um peixe em um sistema heterólogo, como a levedura Komagataella phaffii, significa utilizar um organismo diferente do peixe para produzir a proteína desejada. Isto é importante porque pode ser mais eficiente e economicamente viável do que extraí-la diretamente dos peixes”, explica Porto sobre a técnica utilizada na clonagem.

A técnica de isolamento do cDNA permite identificar e replicar o gene do GH, enquanto a expressão do gene na levedura permite a produção em larga escala da proteína. A combinação dessas técnicas é essencial para estudar e aplicar o hormônio de crescimento de forma prática e eficiente na piscicultura.

“Esta descoberta abre novos caminhos para a aplicação de técnicas biotecnológicas na aquicultura, permitindo avanços no entendimento dos mecanismos de crescimento dos peixes e desenvolvimento de novas estratégias para melhorar a produção de pescado”, complementa o pesquisador em Genética Animal.

Para a reprodução do hormônio de crescimento do tambaqui em laboratório, foram usados genes de cDNA do GH coletados em 12 tambaquis em fase de desenvolvimento, juvenis do tambaqui, cultivados na estação de piscicultura do Inpa.

*Com informações do Inpa

Amor restrito e amor universal

Por Julio Sampaio de Andrade – juliosampaio@consultoriaresultado.com.br

Mestre, por favor, me responda. Como sei que estou fazendo o bem, ou quando as minhas ações provocam algum tipo de mal?

O mestre Tetsuo Watanabe respira fundo e parece reflexivo, pensando enquanto fala:

“Se for algo bom para você e bom para a sua família, deve ser bem…

Se for bom para a sua família e for bom para a sua localidade, deve ser bem…

Se for bom para a sua localidade e for bom para o seu país, deve ser bem…

Se for bom para o seu país e for bom para a humanidade, então realmente é um bem.

Mokiti Okada nos ensina: há diferenças entre o amor restrito e o amor amplo. No amor restrito, temos a origem de muitos conflitos e até de guerras. Quanto maior o amor restrito, mais perigoso ele pode se tornar, transformando algo que seria bom em algo ruim, o bem em mal. É bom ter amor pela família, pelos amigos, pela empresa, pelo nosso time, pela nossa religião e pelo nosso país, mas este amor não pode ter como custo a ausência de um amor amplo, o amor universal.

Talvez você questione este pensamento, uma vez que a nossa cultura está fortemente baseada no amor restrito. Por amor ao filho, uma mãe pode quase tudo. Um soldado morrer pelo seu país é motivo de honra. Em nome de Deus, guerras religiosas ceifaram, ao longo da história, milhares ou milhões de vidas, cada uma das religiões na defesa de seu Deus. No jogo das empresas, pode ser um objetivo destruir o concorrente. Nossos desportistas viram heróis quando trazem medalhas e troféus, simbolizando a superioridade de uma nação sobre as outras. No caso do Brasil, somos os únicos pentacampeões no futebol. Outras nações têm os seus próprios símbolos de superioridade.

Comemoramos há não muito tempo, o avanço da globalização e da aproximação entre os povos, favorecidos pela tecnologia, pela valorização de ideais democráticos, pela ampliação de blocos econômicos e pelo respeito a instituições internacionais moderadoras.

Hoje parece que caminhamos em um sentido inverso, onde ganham força a polarização e a radicalização. Talvez sejam os tais movimentos de sístoles e diástoles citados pelo general Golbery do Couto e Silva, um dos generais mais poderosos do período da ditadura miliar no Brasil, ao explicar os ciclos da democracia no país.

A tal polarização não é um fenômeno brasileiro e nem localizada em um único setor. A mídia nos mostra o que ocorre no Oriente Médio, nos EUA, na Europa e, se aprofundarmos, em praticamente todos os países e continentes. Também está na ciência, na arte, na religião e em diversos setores. A polarização está nas empresas, nos grupos sociais e até mesmo nas famílias. Em todos os casos, a polarização está revertida por uma causa do bem. A questão é que se trata de um bem fortemente restrito. Já vimos que um bem restrito, facilmente se transforma em mal.

Esta dualidade entre amor restrito e amor amplo é tão sutil, que pode estar presente na defesa de causas indiscutíveis na sua essência. É o caso, por exemplo, das conhecidas minorias, que pela intensidade de sua defesa podem criar outros tipos de discriminações, no primeiro momento, aceitas, como se fossem “em legítima defesa”. Neste caso, o que é esquecido é que toda hegemonia é perigosa, seja ela qual for. O risco é fazer com que um grupo discriminado se transforme em discriminador, a vítima em algoz.

No fundo, há um modelo mental que precisamos transformar se quisermos ser livres e praticantes de um bem legítimo. Pessoalmente, sei que estou longe disso, mas consciente. De um amor egoísta e restrito, precisamos avançar gradualmente para um amor amplo e universal, o verdadeiro bem. Será bom para você, para mim e para todos. O mundo precisa.

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

‘Palavras de Perdão’: cantora roraimense, Marília Tavares alcança 1°lugar do YouTube Brasil

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A música ‘Palavras de Perdão‘, da cantora roraimense Marília Tavares, chegou ao primeiro lugar nas paradas do YouTube Music Brasil no dia 11 de junho. Lançada há menos de uma semana, a canção já soma 1 milhão de reproduções, sendo o destaque das músicas ‘Em alta’ na plataforma.

Com a música, Marília Tavares passou à frente de cantores como a norte-americana Ariana Grande, e os sertanejos brasileiros Ana Castela, Luan Santana, Gustavo Mioto e Murilo Huff. Nas redes sociais, a cantora agradeceu por tudo estar ‘dando certo’ e expressou o desejo de também alcançar o Top 200 no Spotify.

“Tá dando tudo certo, meu Deus, não tenho palavras para descrever esse momento. Minha música está viralizando em todos os lugares. Estamos top 1 em alta no YouTube. Continuem ouvindo, vamos rumo ao top 200 do Spotify. Gratidão, gratidão. Deus é fiel”, escreveu.

A faixa ‘Palavras de Perdão’ é parte do terceiro EP do primeiro DVD da carreira da cantora, intitulado ‘Maturidade’, e foi lançada no dia 6 de junho em todas as plataformas digitais. Ela foi cantada para mais de 100 mil pessoas durante o primeiro show nacional de Marília em Roraima, durante o arraial de Boa Vista.

Ela fala sobre uma mulher que se arrepende de erros cometido em um antigo relacionamento e decide enviar mensagem para o ex, mesmo sabendo que está bloqueada por ele. A mensagem, no entanto, é recebida e respondida.

A pessoa do outro lado reconhece a maturidade dela por pedir perdão. O drama dos versos, ou melhor, o plot twist, uma virada de roteiro, acontece no fim do refrão, quando ela descobre que a pessoa respondendo a mensagem não é o ex-namorado, mas sim de um novo dono do chip de telefone.

Música 'Palavras de Perdão', da cantora roraimense Marília Tavares, já ultrapassou 900 mil reproduções — Foto: Reprodução/YouTube
Foto: Reprodução/YouTube

A música ultrapassou as faixas Sorriso no Rosto, do Mc IG, Murillo e Lt no Beat e DJ Glenner, e The boy is mine, da cantora norte-americana Ariane Grande. As músicas de outros artistas brasileiros, como Ana Castela, Luan Santana, Gustavo Mioto e Murilo Huff também estão no Top 12.

Chamada de diamante de Roraima pelos fãs roraimenses, Marília Tavares se tornou um fenômeno nacional em outubro do ano passado, quando apresentações dela em bares de Boa Vista viralizaram nas redes sociais.

Com voz marcante e uma performance em que parecia viver as letras das músicas, ela acumulou, em poucos meses, 150 milhões de visualizações na redes sociais. À época, a cantora tinha apenas 17 anos.

O alcance foi tanto que o empresário e cantor “rei da sofrência”, Pablo do Arrocha, por meio do escritórios AD Produções, assinou contrato e agora cuida da carreira dela. Agora, ela faz shows em todo o país.

A cantora tem três EPs lançados, que fazem parte do ‘Maturidade’. Lançado em abril deste ano, o trabalho celebrava não somente a nova fase, mas também a vida adulta: a gravação foi no dia em que ela completou 18 anos.

Além do sucesso na internet, a artista também já participou do The Voice Kids, onde cantou ‘Águas de Março’ de Elis Regina e foi escolhida pelo time Brown, na edição de 2020.

O primeiro show dela como artista nacional em Roraima ocorreu na última quinta 6 de junho, sexta noite do arraial Boa Vista Junina 2024, e coincidiu com o lançamento da terceira parte do DVD.

*Com informações do g1 Roraima

Sala de Situação monitora nível dos rios no Acre em 25 pontos estratégicos

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A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) monitora o nível dos rios do Acre, com 25 estações hidrometeorológicas, com o objetivo de mensurar o impacto das mudanças climáticas, suas consequências, e subsidiar ações governamentais. O levantamento é realizado pela Sala de Situação, que faz parte do Centro Integrado de Geoprocessamento Ambiental (Cigma).

O objetivo principal é utilizar dados precisos para subsidiar as políticas públicas e a tomada de decisão em situações de emergência ambiental. As informações são coletadas a partir da rede de estações e os dados armazenados para manter uma série histórica atualizada.

“A Sala de Situação tem papel central nas ações do governo do Acre para a mitigação dos impactos de eventos extremos. Entendemos que dados confiáveis e atualizados são essenciais para que possamos ter uma resposta rápida e eficiente nas emergências ambientais. Em especial neste período de estiagem, o seguimos com as operações integradas para combater às queimadas”, destaca a secretária de Estado do Meio Ambiente, Julie Messias.

Com a chegada do período de estiagem no Acre e em todos os estados da Amazônia Legal, a Sema está monitorando o nível dos rios junto à Rede Hidrometeorológica, e com o apoio das Defesas Civis, que fazem a medição por meio das réguas linimétricas. A partir de um prognóstico de seca, o governo está mobilizado para uma atuação conjunta entre as diversas secretarias e autarquias.

No período da seca, a Sala de Situação funciona como um centro operacional de monitoramento com a finalidade de identificar possíveis ocorrências de eventos críticos em todo o território do Acre. A rotina diária do setor inclui monitorar a precipitação e o nível dos rios, a partir dos dados das plataformas, gerenciadas em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA) em tempo real. As informações são analisadas e geram relatórios e boletins que possibilitam identificar possível comportamento e tendência dos rios.

Acre enfrenta um período de estiagem. Foto: Alexandre Cruz Noronha/Sema AC

São monitorados os principais rios do estado: Juruá, Tarauacá, Envira, Purus, Iaco, Acre, Abunã, Xapuri e igarapés prioritários. Para uma avaliação mais precisa, a análise realizada pela equipe técnica associa os níveis dos rios a informações meteorológicas, como, por exemplo, o volume da chuva instantânea e acumulada, temperatura, umidade relativa do ar, focos de calor, fenômenos climáticos como o El Niño, dentre outros.

Este trabalho revela com uma certa antecedência o que pode ser esperado do período de estiagem, explica o coordenador do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental do Estado do Acre (Cigma), Cláudio Cavalcante.

Período de estiagem

A Sema, em acompanhamento da 12ª Reunião da Sala de Crise da Região Norte, realizada pela ANA, percebeu que os efeitos do fenômeno El Niño devem perdurar além da sua ocorrência, com um período de seca prolongado após junho. Com isso, a incidência de chuvas na Região Norte está abaixo do esperado para o período.

A grande cheia que ocorreu neste ano no Acre não anula o quadro de seca hidrológica que ocorre na região, afetando as Bacias Amazônicas, e microbacias na região, sendo elas o Rio Acre, Rio Juruá, Rio Purus, Rio Iaco e Rio Envira. Ainda de acordo com o que foi mapeado pelo Cigma, as chuvas que ocorreram nos últimos dias na região se mostraram abaixo do esperado para o mês de maio.

O governo do Estado, a exemplo do trabalho que foi realizado no ano passado pelo Comitê de Crise, está reunindo esforços com todas as instituições para minimizar os impactos da cheia na região. “Visto o prognóstico de seca, há necessidade do processo de sensibilização e atuação eficiente na implementação das políticas públicas que possam mitigar os impactos da seca no estado”, acrescentou a secretária.

São parceiros no monitoramento oportunizado pelo Cigma os seguintes órgãos: Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Rio Branco registra a segunda maior enchente da história. Foto: Pedro Devani/Secom AC

Segunda maior cheia histórica em 2024

No dia 6 de março deste ano, o Rio Acre, na capital acreana, atingiu a segunda maior cota histórica (17,91 m), ficando a apenas 51 centímetros da maior cota já registrada pelo manancial (18,40 m), em 4 de março de 2015. A cheia deste ano chegou a afetar diretamente 19 dos 22 municípios acreanos.

*Com informações da Agência Acre

Trecho que prejudicava Zona Franca de Manaus é retirado de texto aprovado no Congresso

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O risco que pairava sobre o segmento de bicicletas na Zona Franca de Manaus foi definitivamente afastado em votação, no plenário da câmara. Os deputados concordaram em retirar artigos prejudiciais ao Amazonas do programa mobilidade verde e inovação.

Ao longo dos próximos 5 anos, o governo pretende conceder R$ 19,3 bilhões em créditos financeiros para estimular a produção de veículos menos poluentes no Brasil. Mas o programa, que é bom para o meio ambiente, chegou a ameaçar a Zona Franca.

Durante a primeira votação na câmara, deputados incluíram artigos para estender para fora do polo industrial de Manaus os incentivos de IPI para a produção de bicicletas.

Os artigos foram derrubados no senado e nesta semana, em nova análise na câmara, os deputados concordaram com a derrubada dos trechos prejudiciais, encerrando de vez os riscos que o projeto representava para o Amazonas.

A extensão do incentivo de IPI a fabricantes de bicicletas de outros estados poderia não só provocar a saída de empresas do setor instaladas no Amazonas para outras regiões como dificultar a entrada de novas indústrias do segmento no Polo Industrial.

O deputado Pauderney Avelino alertou para as ameaças constantes que a zona franca sofre no congresso nacional.

*Com informações de G1 Amazonas

Visões interdisciplinares sobre ayahuasca são exploradas em coletânea

No Brasil, a visão cristalizada sobre a ayahuasca contrasta com o crescente interesse que a bebida de ação psicodélica tem despertado no meio científico. Recém-lançado pela Editora da Unicamp, o livro ‘Visões Multidisciplinares da Ayahuasca’ evidencia o olhar plural dessa produção, que se debruça sobre os componentes, os usos e os potenciais terapêuticos do chá milenar. A coletânea não se restringe à botânica ou à antropologia, áreas que renderam os primeiros estudos sobre a beberagem. Compreende campos tão distintos quanto a psiquiatria, a ecologia, a química e a bioética, atravessando ainda a psicanálise e a comunicação, entre outras disciplinas.

A palavra ayahuasca, originária da língua quechua, é apenas um dos nomes populares dessa decocção desenvolvida por povos amazônicos. Entre seus nomes conhecidos no Brasil, estão nixi pãe, hoasca, santo daime e vegetal. Por aqui, seu preparo mais difundido leva dois ingredientes obrigatórios: as folhas da árvore Psychotria viridis (a chacrona ou rainha) e o lenho do cipó Banisteriopsis caapi (conhecido por mariri, jagube e caapi).

“As folhas possuem dimetiltriptamina, ou DMT, um psicodélico clássico. Já o cipó, de ação mais sedativa, tem alcaloides que permitem a absorção da DMT, para que reaja no cérebro”, explica o médico psiquiatra Luis Fernando Tófoli, professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

O professor Luis Fernando Tófoli: “A ayahuasca não é uma panaceia”.

Visões Multidisciplinares da Ayahuasca deriva de um projeto encampado pela Cooperação Interdisciplinar para Pesquisa e Divulgação da Ayahuasca (Icaro, na sigla em inglês), coletivo fundado por Tófoli e sediado no Departamento de Psiquiatria da FCM. O grupo agrega também cientistas de outras instituições do Brasil e do exterior. “Contamos com pesquisadores de lugares como Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Nova Zelândia”, cita o docente.

A iniciativa pretende, diz o médico, conectar pessoas que compartilhem o mesmo entendimento multidisciplinar e que possuam interesses científicos comuns. “Essa diversidade envolve várias áreas do conhecimento, abrangendo desde as ciências humanas até quem queira trabalhar laboratorialmente”.

Essa visão fez do coletivo um dos principais expoentes brasileiros da chamada Renascença Psicodélica, movimento global que teve seu ápice na década passada e que pôs fim a um longo embargo às pesquisas com substâncias alucinógenas – como a DMT. “Fomos um dos agentes [dessa transformação]. Já estávamos discutindo e elaborando nossa produção científica quando as coisas começaram a acontecer”, pontua o professor. Exemplo desse pioneirismo: a criação, em 2017, do curso Perspectivas Interdisciplinares da Ayahuasca, voltado sobretudo para estudantes estrangeiros.

Desenvolvido a partir de um processo coletivo, o curso contou com três edições na FCM, entre 2017 e 2019, e outra na Universidade de Tartu, na Estônia (em formato reduzido), no ano de 2022. Antes, porém, serviu de inspiração para um curso de extensão universitária, que recebeu o mesmo nome. Agora em parceria com a Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp), essa iniciativa regressou em 2021, portanto durante a pandemia, em versão remota. “Para o Icaro, essa foi uma oportunidade de expandir visões e conhecimentos”, observa o biólogo Luis Valêncio, doutorando do programa de pós-graduação em saúde coletiva da Unicamp.

Segundo Tófoli, a experiência do coletivo no curso de extensão serviu como base para a construção dessa que é a primeira coletânea em livro do grupo. Um projeto capitaneado pela mestre em ciências farmacêuticas Camila Dias, o doutor em saúde mental Lucas Maia, Valêncio e o próprio Tófoli. A esse quarteto coube a organização da coletânea, um total de 13 textos assinados por 18 pesquisadores. Trata-se do primeiro volume acadêmico de fôlego lançado em 22 anos no país sobre a bebida. Mais do que atualizar a bibliografia científica, o conjunto de artigos expõe a complexidade do tema, traçando um panorama amplo a respeito dele, mas sem a pretensão de esgotá-lo. Para a próxima edição, o objetivo é incluir a perspectiva dos povos originários. “Algo a ser contado pelos próprios pesquisadores indígenas que estão estudando a temática”, sublinha Tófoli.
Leitura acessível

O professor da FCM revela a preocupação do grupo com elaborar um livro didático, que pudesse ser utilizado como bibliografia para cursos dedicados às áreas exploradas pelos autores. “Temos material para quem quiser trabalhar o tema a partir das perspectivas da botânica, da antropologia ou da psicanálise. Se alguém fizer um curso sobre medicina psicodélica, temos uma parte específica sobre o chá no campo da saúde.” Embora seja uma obra acadêmica, sua escrita visa não apenas aos pesquisadores, estudantes e profissionais técnicos, mas também ao leitor comum. A fim de ser compreensível para esse público heterogêneo, o livro combinou densidade científica e linguagem acessível.

“Muitas pessoas que participam de rituais religiosos com a ayahuasca querem conhecer e entender melhor [sua ação]. Por isso, houve o cuidado de contextualizar as técnicas e os métodos de análise utilizados em um experimento relatado, por exemplo”, esclarece Dias.

Camila Dias, mestre em ciências farmacêuticas e uma das organizadoras da coletânea.

“Esse cuidado permite, ainda, que um psicanalista seja capaz de entender a parte bioquímica do livro ou que um químico familiarizado com experimentos consiga compreender aspectos abordados na seção de saúde”, complementa o médico.

O livro se divide em três seções temáticas, integrando conteúdos que dialogam entre si. “É preciso entender, primeiro, que a ayahuasca é uma prática social e não seria estudada se não fosse conhecido seu uso humano. Por isso, partimos de um contexto mais amplo, tratando-a como um fenômeno, e vamos afunilando até chegar ao micro, ou seja, ao nível molecular”, sintetiza Maia.

Portanto, o leitor é apresentado à bebida e aos ingredientes utilizados para o seu preparo, conhecendo sua origem, além de seus diferentes usos. Em um capítulo assinado pela antropóloga Sandra Goulart – uma das pioneiras no estudo desse tema no campo das ciências sociais –, o livro trata da criação e da disseminação das religiões ayahuasqueiras (como Santo Daime, União do Vegetal e Barquinha).

O doutor em saúde mental destaca a importância da atuação de Goulart e da antropóloga Beatriz Caiuby Labate, que deu início aos estudos sobre a beberagem nas ciências sociais, como influência e inspiração para a elaboração da coletânea. “Nosso livro é resultado da busca de trazer algo complementar ao que elas fizeram. O livro O Uso Ritual da Ayahuasca, lançado pela Bia Labate em 2002, é referência até hoje no Brasil. Nossa contribuição é atualizar a literatura, pois a situação [do chá] mudou no país”, reconhece o pesquisador. “O objetivo é complementar. Apesar de já ter 20 anos, o livro escrito pela Bia, que fez doutorado na Unicamp, tem leituras que são contemporâneas”, conclui o docente.

Ameaça ecológica e tensão ética

Os impactos do aumento do consumo da bebida no Brasil é um assunto discutido, na obra, por Dias e pelo professor Ricardo Monteles, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Um texto fala sobre as ameaças à diversidade das duas plantas mais utilizadas para a preparação do líquido. “Muitos grupos, religiosos e não religiosos, estão se comprometendo com a ideia de ter uma sustentabilidade na sua matéria-prima. Porém ainda não há conversas muito claras sobre a melhor forma para cultivar a planta. Essa articulação é necessária porque a qualidade da matéria-prima depende da diversidade e da variabilidade genética. Já o cipó tem sofrido uma pressão de extração predatória muito grande. Como as pessoas estão pagando pela bebida, sua extração se tornou o ganha-pão de muitas famílias que vivem nas bordas das matas e conhecem a planta”, afirma a pesquisadora.

O biólogo Luis Valêncio estuda as tensões éticas relativas ao uso da bebida.

Nos centros urbanos, o problema é de outra ordem, descreve Dias. “É possível que estejam consumindo ayahuasca sem o devido rastreamento das matérias-primas”, alerta a bióloga. A falta de informação não se restringe à procedência dos seus ingredientes, como mostra a análise do jornalista Nathan Fernandes sobre o tratamento reservado à beberagem por alguns dos principais veículos de comunicação do país – como a Folha de S.Paulo e o portal G1. Resgatando a construção do discurso da imprensa norte-americana contra as drogas, Fernandes aponta o papel da mídia para sedimentar o estereótipo associado ao chá. “Além de ser um contraponto interessante aos textos mais acadêmicos, esse capítulo importa por mostrar o sensacionalismo e o quanto isso modela a forma como o público vê o assunto”, observa Tófoli.

O uso da bebida em contextos tão variados – como o científico, o religioso e o terapêutico – produz tensões éticas que estão sendo investigadas por Valêncio. No livro, o mestre em psicologia e saúde examina diferentes concepções de bioética para articular um uso seguro da substância. “Antes da Renascença Psicodélica, episódios graves de abuso foram relatados em estudos com prisioneiros de guerra e [em terapias] de ‘cura gay’. Mesmo atualmente há casos do tipo, seja no contexto terapêutico, seja no religioso”, lembra.

Apesar das tensões provocadas quando o uso científico se choca com a medicina tradicional indígena, por exemplo, o pesquisador aponta a existência de diálogos para a construção de uma conduta ética. “Em um dos casos, integrantes de um grupo de pesquisa sobre a ayahuasca foram buscar informações sobre a aparência do chá e qual a dose certa a ser tomada”, relata. Sem se limitar a protocolos e guias, Valêncio busca conceitos éticos diversos, pautados mais no cuidado e nas relações e menos nas regras e normas. O pesquisador reflete ainda sobre a criação de espaços de consumo da beberagem que sejam mais protegidos, nos quais as pessoas possam transitar e refletir a respeito de sua experiência espiritual. “Não podemos ser guiados apenas por essa noção da regra, porque ela falha em muitos sentidos e deixa de fora uma série de valores”.

Autoconhecimento e descobertas

A segunda seção do livro se concentra em pesquisas que tratam dos potenciais da substância para a psiquiatria e a psicanálise. Um campo em que a produção científica brasileira desponta como protagonista.

“A regulamentação do uso da ayahuasca no Brasil para fins religiosos facilita a realização de pesquisas no país. E, embora não seja possível seu uso terapêutico, seu potencial para esse fim despontou no contexto da pesquisa, especialmente quando se trata da depressão”, destaca Maia.

Fora do Brasil, a medicina e a psicologia também têm se mostrado campos efervescentes para os pesquisadores interessados em explorar a ayahuasca, sobretudo na Espanha, na Austrália, na Holanda, na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Para além das provas sobre a eficácia da bebida ao mitigar sintomas depressivos em pacientes resistentes a outras formas de tratamento, a coletânea destaca estudos que sugerem benefícios da ayahuasca quando se trata da dependência de substâncias e do transtorno de estresse pós-traumático. Há, ainda, resultados indicando uma ação benéfica para pacientes com doenças graves ou terminais. Esses efeitos relacionam-se ao processo de autoanálise (ou autoterapia) propiciado pela ação de psicodélicos. “Pesquisas mostram que muitos se referem à experiência psicodélica como uma terapia de muitos anos dentro de poucas horas”, esclarece o doutor em saúde mental.

Sob a ação dos compostos psicodélicos da decocção, a pessoa consegue observar seus próprios pensamentos e emoções, além de lembrar fatos que aconteceram, encontrando novas explicações para tais eventos. “O potencial transformador dessa ação é muito grande, pois, quando memórias ou traumas reprimidos vêm à tona, existe a oportunidade de ressignificá-los. Trata-se de uma catarse”, resume o pesquisador. Segundo Tófoli, esse efeito pode encontrar aplicações diversas, como ajudar na busca por autoconhecimento.

“A psicoterapia assistida pela ayahuasca ainda é um campo muito pouco explorado e que poderia ser mais estudado”, avalia. A esse potencial de autotransformação, soma-se um efeito classificado como transpessoal, em que pode ocorrer a dissolução do ego. Nesse estágio, a pessoa tem uma experiência de transcendência, na qual se expande para além do seu corpo e do seu ser, passando a se sentir parte do universo.

Corte transversal de um cipó de ayahuasca.

Para além de seus efeitos sobre a psique, são comuns reações somáticas como náusea, vômito, tontura e diarreia. Nas tradições religiosas, a ocorrência desses eventos costuma ser encarada como parte da ação terapêutica da bebida e não puramente como um efeito colateral de seu consumo. “Muitas vezes, esses episódios estão conectados a conteúdos mentais. A pessoa pode visitar conteúdos desagradáveis, emoções e pensamentos negativos e, por meio desse processo de limpeza, estaria realmente limpando e purificando esses conteúdos”, descreve o doutor em saúde mental.

Embora os estudos sejam promissores, Tófoli adverte que a ayahuasca não deve ser consumida por qualquer um. Seu uso não é indicado para quem teve um ou mais episódios psicóticos ao longo da vida e por pessoas que apresentem histórico pessoal ou familiar de transtornos psicóticos, como a esquizofrenia e o transtorno afetivo bipolar. “Lembrando que a ayahuasca não é uma panaceia. Ela não funciona para todo mundo e não resolve todos os problemas”, conclui.

Nível molecular

Se inicialmente o interesse pela beberagem na academia brasileira centrou-se na área das ciências sociais – e se voltou principalmente para o estudo das religiões ayahuasqueiras –, nos últimos 15 anos as áreas da saúde tomaram a dianteira. Esse movimento engloba a química e a biomedicina, além da medicina. “O foco passou a ser aspectos bioquímicos moleculares, processos celulares e o potencial terapêutico para transtornos psiquiátricos”, sintetiza Maia. Essas pesquisas experimentais são tratadas na terceira (e última) seção do livro, que incorpora uma nova área de investigação científica, a metabolômica – dedicada ao estudo do conjunto dos metabólitos, ou moléculas.

Na obra, a neurocientista alemã Isabel Wießner analisa estudos recentes sobre a ação no cérebro das substâncias psicoativas da decocção, destacando a importância dos avanços nas pesquisas e na captura de imagens por meio de aparelhos de ressonância magnética. Seu texto ressalta a ação da DMT e das betacarbolinas em diferentes regiões cerebrais, com destaque para seus efeitos sobre o funcionamento e a produção de neurônios, sua atuação em diferentes pontos da massa encefálica e sua interação com receptores, proteínas e hormônios.

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal da Unicamp, edição 704, com texto de Mariana Garcia

Rede de esgoto começa a ser implantada no bairro Petrópolis e irá beneficiar mais de 8,4 mil pessoas

Nesta semana, o programa Trata Bem Manaus chegou no bairro Petrópolis, zona Sul da cidade. O local já começa a receber obras de implantação de rede coletora de esgoto. Ao todo, serão construídos mais de 8,8 mil metros de rede que irão coletar e transportar o esgoto produzido nas residências até uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Mais de 8,4 mil pessoas serão beneficiadas com a estrutura.

As obras iniciaram nas ruas Francisco Couto Vale e João Mendonça, simultaneamente. Equipes de conscientização acompanham os trabalhos para informar e tirar dúvidas dos moradores em relação à obra. “Antes de iniciarmos fizemos uma reunião com a comunidade. Na ocasião explicamos sobre como vamos atuar no bairro, os benefícios que chegam junto com o serviço e como as pessoas podem fazer para se conectar ao sistema. Durante a execução da obra, também disponibilizamos os colaboradores para atender aos moradores”, destaca o gerente de Projetos, Jean Damaceno.

A previsão é que o serviço de implantação da rede seja concluído no início de agosto. Ao final, mais de 1,6 mil imóveis estarão prontos para a conexão ao sistema de esgotamento sanitário. “Após a conclusão da obra, alguns imóveis precisam realizar adequações internas para se interligarem à rede coletora. Nosso time também atua explicando como os moradores podem fazer para aderirem ao sistema e contribuírem para recuperação dos nossos igarapés”, ressalta.

Todo esgoto coletado será transportado para ETE Raiz. A estação está sendo construída às margens do igarapé do 40.

ETE Raiz

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Raiz começou a ser construída em abril deste ano. A primeira etapa do empreendimento será entregue no segundo semestre deste ano e já vai ter capacidade para tratar mais de 7 milhões de litros de esgoto por dia.

“Quando finalizarmos esta etapa, já vamos poder tratar todo esgoto coletado desta área que está recebendo a rede coletora. Por ser uma das maiores estações da cidade, ela será executada em quatro etapas. Ao final – em 2027 -, vai ter capacidade para tratar mais de 31 milhões de litros de esgoto por dia, ou seja, todo este volume que antes era despejado diretamente na natureza passará por tratamento e será devolvido ao meio ambiente livre de contaminações”, ressalta Damaceno.

Além do esgoto coletado no bairro Petrópolis, a ETE também vai receber esgoto de bairros como Raiz, Japiim, Praça 14 de Janeiro, Cachoeirinha, São Francisco e Armando Mendes.

*Por Águas de Manaus

Implantação de redes de esgoto: Obras na Constantino Nery avançam para novo trecho

As obras de implantação de rede de esgoto em Manaus avançam em mais um trecho da Avenida Constantino Nery. Na noite desta terça-feira (11/06), as equipes da Águas de Manaus iniciam uma interligação que vai da margem direita à esquerda da via, na altura do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Amazonas (Sinetram).

O trabalho será realizado das 22h às 4h nas vias exclusivas de acesso do transporte coletivo. Nas demais faixas, as equipes atuam no período diurno e noturno, com interdição parcial, em cada um dos sentidos. Agentes de trânsito e fiscais de transporte do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) farão a orientação aos motoristas e também, caso necessário, sinalizarão áreas de desvio para os ônibus que passam pelo local.

“Nossas equipes realizam a interligação de um novo sistema de esgoto ao que já existe, e que já é enviado para a Estação de Tratamento (ETE) Educandos. Reforçamos que, em nenhum momento, a via ficará 100% interditada”, destaca o gerente de Projetos da concessionária, Jean Damaceno.

Trata Bem Manaus

As obras da Constantino Nery fazem parte do cronograma de expansão do esgotamento sanitário na cidade, por meio do programa Trata Bem Manaus. O objetivo é garantir a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto da cidade em menos de dez anos. Estão previstas a implantação de mais de 2,7 milhões de metros de redes coletoras de esgoto nos próximos anos, além de obras de implantação e ampliação de pelo menos 70 Estações de Tratamento de Esgoto (ETE’s), espalhadas por todas as zonas da cidade.

*Por Águas de Manaus

Escolas bilíngues e fortalecimento de pesquisas são foco de ação conjunta entre Amapá e Guiana Francesa

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O Governo do Amapá e a representação francesa apresentaram os resultados das primeiras ações conjuntas de fortalecimento da educação e projetos para desenvolvimento da pesquisa, em ambos os lados da fronteira, durante o segundo dia da 13ª reunião da Comissão Mista Transfronteiriça (CMT) Brasil-França, em Macapá.

O encontro, que ocorreu dia 12 de junho, na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), teve foco no compartilhamento de conhecimentos e internacionalização da educação básica. Representantes de ambos os lados anunciaram a ampliação e a criação de escolas bilíngues para o ensino do francês e do português, em unidades educacionais do Amapá e da Guiana Francesa.

Leia também: Portal Amazônia responde: a maior fronteira da França é com o Brasil?

No Amapá, 100 escolas da rede estadual ofertam a língua francesa como componente curricular, uma delas é a Escola Estadual Marly Maria, no Conjunto Habitacional Macapaba, na Zona Norte de Macapá, que desenvolve essa modalidade com iniciativas pedagógicas durante o ano, como no mês de abril, quando foi realizado o Festival da Cultura Francesa, com apresentação dos alunos de trabalhos sobre os costumes de 14 países que possuem o francês como língua oficial.

Seguindo na estratégia de cooperação, o Governo do Estado anunciou que em 2025, no ano do Brasil-França, a Escola Estadual Joaquim Nabuco, no município de Oiapoque, será transformada em bilíngue. Foi anunciado, ainda, a realização da 3ª edição do Estágio Amazônico Português Língua Estrangeira (PLE), em novembro deste ano, e a retomada do Salão do Livro em parceria com a Academia da Guiana.

O governo francês anunciou, também, que com o início do semestre letivo em setembro de 2024, mais duas escolas da Guiana ofertarão o ensino da língua portuguesa aos guianenses. O desenvolvimento educacional na região da fronteira enriquece a cooperação entre o Brasil e a França, com estreitamento de laços através de projetos estruturantes, de acordo com Michèle Ramis, chefe do Departamento das Américas e do Caribe.

“Esperamos desenvolver cada vez mais a cooperação linguística rica, que tem inúmeros atores envolvidos. Estamos felizes por essas iniciativas a favor do ensino do francês em Oiapoque, as escolas bilíngues ilustram a riqueza e a dinâmica dessa cooperação que aprofundam nossos laços”, discursou a representante francesa.

Pesquisa

Neste ano, o Governo do Amapá renovou a cooperação com o Ministério da Educação da França para pesquisa e intercâmbios, como iniciativa proposta pela gestão na 12ª CMT, realizada em 2023, em Caiena, na Guiana Francesa. O acordo assinado permite que todas as escolas do Amapá e da Guiana sejam contempladas com intercâmbio, formações e pesquisas.

“Mostramos o quanto o conceito de internacionalização tem sido eficaz para os dois lados. Compreendemos aqui com os resultados que nós apresentamos que isso significa o bem comum dentro de um processo de horizontalidade e isso nos proporciona maior segurança para avançar nas agendas. Isso tudo aproxima mais o Amapá da Guiana”, destacou Antônia Andrade, secretária adjunta de Política Educacional do Amapá.

Em maio, também foi assinado um termo de cooperação com a escola franco-guianense Liceu Polivalente Balata. A parceria internacional beneficiará estudantes guianenses no segundo semestre deste ano, e marca o primeiro projeto de intercâmbio da rede pública de ensino.

Em 2023, a parceria educacional também foi expandida para o ensino superior, quando o Governo do Amapá integrou uma parceria que abriu vagas para projetos de estudo com foco no desenvolvimento da região de fronteira. A iniciativa foi destinada à acadêmicos da Universidade Federal do Amapá (Unifap), nas áreas de Ciências Sociais, História, Geografia, Relações Internacionais, Ciências Ambientais e Sociologia.

A reunião também apresentou os intercâmbios e colaborações em pesquisa e extensão acadêmica entre a Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Instituto Federal do Amapá (Ifap), Unifap e a Universidade da Guiana, para promover a cooperação na Amazônia, desenvolver parcerias com o Platô das Guianas e realizar uma chamada conjunta à pesquisadores junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap).

“Existem diversos suportes de ambos os lados para que cada pauta, cada tema, avance em termos concretos naquilo que se espera. Um desses caminhos é a pesquisa aplicada. Nosso objetivo é incentivar a informação e fomentar o desenvolvimento sustentável e garantir a construção colaborativa que tragam benefícios concretos para a formação por meio de suporte a políticas públicas mais aderentes à solidariedade social”, reforçou o professor Gutemberg Vilhena Silva, presidente da Fapeap.

*Com informações do Governo do Amapá

Abelha rondoniense recém-descoberta é de um dos maiores grupos sem ferrão

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Uma nova espécie de abelha foi descoberta em Rondônia por pesquisadores da Amazônia. Além de receber o nome do Estado onde foi encontrada, ela possui uma característica comum entre as espécies brasileiras que vivem em colônias: não possui ferrão.

A descoberta da Trigona rondoniensis aconteceu durante uma pesquisa de mestrado de Ciências Biológicas do rondoniense, Cristiano Feitosa Ribeiro, realizada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e contou com o apoio de outros pesquisadores da área.

“Durante a pesquisa, nossos objetivos foram a redescrição das espécies que possuíam dados insuficientes para sua identificação correta, assim como a descrição de novas espécies que foram encontradas, como a Trigona rondoniensis”, conta Cristiano.

Mais de 8 mil abelhas “trigona” foram examinadas durante o estudo, com exemplares depositados principalmente na Coleção de Invertebrados do INPA.

Com essa análise, além da abelha rondoniense encontrada em um fragmento florestal no município de Ouro Preto do Oeste (RO) outras quatro espécies do gênero também foram descobertas.

Para Cristiano Feitosa, é muito importante ampliar o conhecimento sobre esses insetos essenciais para a natureza, já que muitos alimentos cultivados dependem da polinização realizada pelas abelhas.

A polinização nada mais é do que a transferência de pólen da estrutura masculina da flor para a estrutura feminina de outra flor ou da mesma.

Abelha ‘sem-ferrão’

O pesquisador explica que, ao longo da evolução desse grupo, as estruturas que formam o ferrão atrofiaram, ou seja, elas possuem o membro, mas não conseguem usá-lo para ferroar.

Essa é uma característica que facilita a criação desses insetos, isso porque os criadores não precisam usar os famosos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), já que não apresentam risco de ferroadas.

“É claro que existem algumas espécies classificadas como ‘sem-ferrão’ e que podem apresentar comportamentos defensivos. Por exemplo, elas podem enrolar-se no cabelo ou mordiscar com suas mandíbulas fortes para defender seus ninhos”, explica o pesquisador.

As abelhas, como os principais agentes polinizadores, exercem impacto direto na quantidade e na qualidade da produção agrícola. Muitas das espécies “sem ferrão” são especificamente criadas para atuar como “polinizadoras profissionais” na agricultura ou para a produção de mel.

*Por Emily Costa, do g1 Rondônia