Pirarucu manejado será vendido a preço popular em Feira da UFAM

Já tradicional no calendário da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a Feira da Agricultura Familiar na Ufam (Agroufam) realiza a sua 52º edição nos dias 4 e 5 de outubro de 2018, na Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), setor Sul do Campus Universitário de Manaus. A novidade da edição é a venda de pirarucu manejado por comunidades ribeirinhas de Carauari – localizadas em duas unidades de conservação de uso sustentável do Médio Rio Juruá, somente no primeiro dia e a preços populares.

Na primeira semana da cada mês, sempre das 8 às 18h da quinta-feira e até às 16h da sexta-feira, é possível encontrar produtos regionais provenientes da agricultura familiar amazonense na Agroufam. Atualmente são 120 barracas, 17 mesas expositoras e 110 produtores oriundos de 12 municípios do Amazonas. A iniciativa também facilita a articulação entre os setores sociais, as comunidades rurais e urbanas, os órgãos do setor primário e a própria Instituição.

Além da diversidade de produtos, que inclui maracujá, jerimum, melancia, melão, cará, banana, mamão, graviola, cupuaçu, goiaba, abacate, cacau, açaí, macaxeira e outros, a Feira tem espaço para a venda de artesanatos e plantas medicinais e ornamentais. Segundo as coordenadoras, professoras Therezinha Fraxe e Jozane Lima Santiago, a Feira contribui para o incremento de renda dos agricultores familiares, pelo escoamento da produção, permitindo a venda direta (do produtor ao consumidor) a preço justo.

Foto: Divulgação/UFAM

Manejo sustentável

O processo de manejo contribui com o crescimento e o controle do pirarucu nos lagos de conservação e é resultado da organização das famílias ribeirinhas, por meio de estratégias participativas organizadas pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc). Na Feira, a manta inteira será comercializada por R$16 o quilo, o filé sairá a R$18, a ventrecha será vendida por R$15 e a carcaça por apenas R$5 o quilo.

As comunidades extrativistas locais têm permissão para morar e utilizar os recursos naturais das unidades de conservação, embora ainda seja é necessária a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a liberação das costas da espécie do pirarucu a serem pescadas por ano.

Foto: Adriano Gambarini/OPAN

Em razão da pesca predatória, que não respeita o período de reprodução da espécie e o tamanho mínimo do peixe, o manejo é fundamental para a conservação do pirarucu. Hoje, diversas entidades ambientais, pesquisadores e pescadores organizados trabalham o manejo sustentável da espécie, garantindo a conservação do pirarucu e a geração de renda às famílias que comercializam o pescado no Amazonas.

Para a Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Ascproc), que coordena a comercialização, a Agroufam amplia as possibilidades de mercados diferenciados em Manaus, pois permite a venda direta do peixe de rio saudável para o consumo após um extenso trabalho de conservação do meio ambiente, e gera renda para quem vive dos recursos da floresta Amazônica. Os efeitos são a recuperação, a reprodução e o aumento dos estoques de espécies, em mais de cem lagos preservados, zelando pela sustentabilidade da região.

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