A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp) divulgou uma carta informando que índios estão mobilizados na mata. O documento foi assinado por líderes de regiões do Rio Parú D’Este, Tumucumaque, Oiapoque e Wajãpi.
“Os povos indígenas, principalmente Apalai, Akuriyó, Tiriyó e Waiana, já estão mobilizados e realizando buscas por via terrestre, mesmo sem apoio direto dos órgãos de governo, e informamos que só iremos paralisar a mesma quando tivermos a certeza de encontrarmos nossos parentes indígenas e o piloto com vida ou mesmo mortos, mas que possibilite aos seus familiares esse mínimo conforto”, descreve o documento.
A aeronave desapareceu entre a aldeia Mataware, no Parque do Tumucumaque, no Pará, e Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, com oito pessoas a bordo, sendo sete indígenas e o piloto. É nessa área que os indígenas concentram as buscas.
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A FAB divulgou, na segunda-feira (18), em nota, que as buscas pela aeronave desaparecida há 14 dias no Amapá foram encerradas. Nada foi encontrado. No mesmo dia, a família do piloto informou que um grupo voluntário de garimpeiros também está na mata fechada para tentar encontrar a aeronave ou vítimas.
À Rede Amazônica, o Exército informou que também cancelou as buscas, devido a falta de suporte de aeronaves para cobrir a área. Mas, em nota, a instituição detalhou que o Pelotão Especial de Fronteira de Tiriós “é empregado, numa segunda etapa, para apoiar no resgate em solo ou realizar a segurança do local”, e adiantou que, sem “indícios fidedignos da localização da aeronave desaparecida, a busca por terra torna-se ineficiente”. O Exército concluiu informando que “mantém uma equipe pronta para ser empregada quando os vestígios da aeronave desaparecida forem localizados”.
Avião levava crianças e família indígena
Uma associação indígena confirmou, quatro dias após o desaparecimento, que dentro da aeronave estava uma família da etnia Tiryó, com três crianças, além de outros dois índios Akurió.
No dia 2 deste mês, cerca de 25 minutos após sair da aldeia Matauaré, nas terras indígenas ‘Parque do Tumucumaque’, o piloto Gesiel Barbosa de Moura, que tem mais de 30 anos de experiência, avisou a outro piloto da mesma empresa de táxi aéreo que precisaria fazer um pouso de emergência.
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A aeronave tinha como destino Laranjal do Jari. Pelos registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião tinha capacidade para seis passageiros. Porém, a Organização de Povos Indígenas do Amapá e norte do Pará informou que ela estava com sete pessoas a bordo.
Era uma família, com pai, mãe e três filhos, dois deles de 4 anos e um de 2 anos, que tinham ido até lá para resolver assuntos bancários e fazer compras para a aldeia. Além deles, também estava uma idosa aposentada e o genro dela, que tinham ido resolver problemas no INSS.