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O Centro de Artes Visuais Galeria do Largo, no Centro de Manaus (AM), será palco de uma celebração à arte negra contemporânea com a inauguração da exposição coletiva ‘Quanto + Preto Melhor‘.
O projeto tem a curadoria de Marcelo Rufi, artista e pesquisador reconhecido por sua atuação em projetos que valorizam as narrativas afro-amazônicas. A mostra resgata e amplia histórias invisibilizadas, promovendo reflexões sobre letramento racial e a força ancestral que permeia a negritude.
O projeto vem sendo desenvolvido há cerca de 4 anos pelo grupo Arte Ocupa com o auxílio de Marcelo, que teve sua inspiração em meio a um trabalho de faculdade.
“O título da exposição veio de um livro para colorir que criei na faculdade de Artes, no qual narrava, de forma lúdica, histórias de objetos e coisas da cor preta. Aqui, o nome ganha novos contornos, usado como um superlativo para enaltecer a cultura preta”, explica, ressaltando o simbolismo do nome da mostra.
A exposição reúne trabalhos dos artistas participantes do grupo Arte Ocupa. São eles: Anderson Souza, André Cavalcante Pereira, Andrew Ponto, Cigana do Norte, Edvando Alves, Estevan Leandro, Jorge Liu, Manuo, Rana Mariwo, Travamazonica, Ventinho, Vivian Evangelista e Zem Babumones.
Por meio de instalações, esculturas, pinturas e performances, as obras revelam a pluralidade das expressões artísticas negras e a profundidade cultural da Amazônia.
“A exposição propõe uma imersão. Ela é, sobretudo, uma homenagem e exaltação. O público vai levar consigo a experiência de conhecer mais sobre a arte contemporânea manauara em diferentes técnicas e narrativas não lineares, que abordam temas como racismo estrutural, afrofuturismo e memória ancestral”, afirma o curador.

Para Marcelo Rufi, que também é ativista cultural, a exposição é um marco importante para a representatividade da arte negra na região. “A proposta é usar a arte como uma ferramenta de educação e transformação, convidando o público a refletir sobre o impacto das histórias que foram invisibilizadas e o poder da ancestralidade que nos move”, destacou.
O próximo projeto, já em produção pelo grupo Arte Ocupa, será de oficinas e residências artísticas com o tema “Vejam antes que me tirem daqui”, que dialoga a respeito da memória e valor afetivo presente nos espaços públicos da cidade.
A abertura da exposição contará com apresentação do Maracatu Pedra Encantada, em meio a um cortejo que se inicia no Largo de São Sebastião e se estende até a Galeria do Largo, onde o grupo será homenageado na exposição.
A entrada é gratuita e a mostra permanecerá em exibição no Centro de Artes Visuais Galeria do Largo até o final de fevereiro. O espaço funciona de quarta a domingo, das 15h às 20h.