Museu Goeldi prepara muros do Parque Zoobotânico para receber arte. Foto: Erika Morhy/MPEG
As fachadas do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) serão tomadas por intervenções artísticas vibrantes e de grandes proporções neste mês de setembro. A aliança entre expressões contemporâneas trazidas pelo Museu de Arte Urbana de Belém (Maub) e as riquezas científicas e patrimoniais do Museu Goeldi vai proporcionar às ruas de Belém mais cor e criatividade.
Às vésperas de completar 160 anos de fundação, o mais antigo centro de pesquisa da Amazônia transforma seus muros em canais de comunicação com a cidade.
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A seleção dos artistas será feita por edital do Maub (inscrições foram até 6 de setembro). No dia 28 as intervenções externas no Parque Zoobotânico (São Brás) e no Campus de Pesquisa (Terra Firme) serão apresentadas em meio a um festival gratuito de música e lazer.

Arte cooperativa
Diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior explica que os primeiros passos para a aliança entre os dois museus foram dados há dois anos, quando o Maub promoveu a primeira edição do projeto no Ver-o-Rio, complexo de lazer da capital do Pará e que voltou a receber as manifestações artísticas em 2024.
“É uma intervenção muito bonita, de alto valor artístico, e estamos conseguindo realizar este sonho através de uma parceria formal. Assinamos Acordo de Cooperação Técnica com o Maub, possibilitando a captação de recursos”, acrescenta Gabas Júnior.
Além da parceria entre os dois museus, foi preciso um pouco mais para o pacto de intervenção artística ser selado, conta o diretor. O conjunto arquitetônico e paisagístico, acervo e coleções do Parque Zoobotânico da instituição é tombado como patrimônio tanto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) quanto pelo Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Dphac/Secult) e, por isso, a instituição então fez consulta prévia da proposta inicial do projeto de arte nos muros do Zoobotânico junto aos órgãos federal e estadual, obtendo indicação favorável.
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Critérios
Dentre as condições para a pintura dos murais estão o uso de materiais compatíveis com os revestimentos do muro, que incluem material metálico, madeira, alvenaria com argamassa de cimento e barro. As intervenções artísticas deverão ainda ser concebidas de forma reversíveis, permitindo que possam ser removidas sem danos significativos à superfície original.
Com o aval dos órgãos que monitoram o patrimônio, o Museu Goeldi encaminhou ao Maub um conjunto de 19 temas alinhados às temáticas da sociobiodiversidade amazônica, no intuito de inspirar os selecionados de acordo com as coleções e pesquisas da instituição. Após o resultado final do edital do Maub e o anúncio dos classificados, os croquis produzidos pelos artistas selecionados serão avaliados por uma equipe de curadores, incluindo representantes do Iphan, do Museu Goeldi e do Maub.
Entre as sugestões de arte estão espécies da fauna e flora amazônicas; o patrimônio arqueológico de Monte Alegre, Marajó, Tapajós, Konduri, Koriabo e Maracá; as heranças afro-amazônicas; a diversidade linguística amazônica; a ciência e tecnologia indígenas; a importância dos manguezais e a migração de peixes amazônicos; os instrumentos de pesquisa científica; e o barco Ferreira Penna, condutor das equipes de pesquisa e educação científica na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Marajó (PA).
A realização de arte nos muros do Museu Goeldi é da Sonique Produções e da Oito Quatro Produções, com aprovação na Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocínio da Vale, por meio da Lei Rouanet, sob a chancela do Governo Federal e do Ministério da Cultura.
*Com informações do MPEG
