Com cerca de 14 metros de comprimento, a cobra viveu durante o período Paleoceno, há 60 milhões de anos.
A Amazônia esconde muitos mistérios e lendas a respeito da sua existência. Entre as histórias mais famosas está a cobra grande que habita o subterrâneo e o Rio Amazonas, protegendo a fauna e a flora do bioma.
Além da Boiúna, as pessoas também mencionam a Anaconda, como uma cobra assustadoramente grande que habita a floresta Amazônica, que também se tornou referência para os filmes ‘Anaconda’, que surgiram desde 1997. Mas você sabia que realmente existiu uma cobra maior do que a Anaconda na Amazônia?
Os primeiros fósseis foram encontrados em 2009, por uma equipe internacional de cientistas, e agora estão no Museu de História Natural da Flórida (nos Estados Unidos). Eles foram encontrados em uma mina de carvão no norte da Colômbia, na região da Amazônia Colombiana.
A Titanoboa (Titanoboa cerrejonensis) dominava as florestas tropicais da América do Sul, principalmente na região da Amazônia, surgindo 6 milhões de anos depois da extinção do Tiranossauro rex. É considerada a maior cobra já encontrada de todos os tempos e um dos predadores mais perigosos do mundo.
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Ela possuía entre 13 a 15 metros de comprimento, quase um metro de largura e pesava mais de uma tonelada. A partir de análise das estimativas do tamanho do réptil e do habitat, os pesquisadores concluíram que a cobra viveu durante o período Paleoceno, há 60 milhões de anos, e se estabelecendo como o maior predador do planeta por pelo menos 10 milhões de anos.
“O corpo da cobra era tão largo que se estivesse se movendo pelo corredor e decidisse entrar em meu escritório para me comer, literalmente teria que se espremer pela porta”, afirma Jason Head, paleontólogo da Universidade de Toronto em Mississauga (Canadá).
A serpente era capaz de engolir um crocodilo inteiro. As vértebras fossilizadas eram cerca de 300, além de cinco vezes maiores que a da cobra sucuri. Para capturar o seu alimento, a Titanoboa ficava na beira dos rios com os olhos e as narinas atentos. Seu bote podia chegar a três metros de distância, agarrando e estrangulando a vítima até morrer.
Numa análise do crânio encontrado, os paleontólogos afirmaram que essa cobra tinha dentes finos e afiados, mais compatíveis com uma dieta aquática. As mandíbulas eram bipartidas, permitindo que a boca se abrisse em um ângulo de 180 graus. Assim, ela podia engolir um bicho quatro vezes o tamanho de sua cabeça.
Durante a expedição, os cientistas encontraram muitos esqueletos de tartarugas gigantes e parentes de crocodilos primitivos extintos que provavelmente foram comidos pela cobra.
Além da sua força, ela também tinha olhos infravermelhos capazes de enxergar suas vítimas a quilômetros de distância. Como a maioria das cobras grandes, não tinha veneno, e seu peso não a impedia de ser rápida, conseguindo rastejar muitos quilômetros sem ser notada.
Ela habitava grandes selvas e pântanos, podendo viver até cerca de 30 anos. Na hora de se acasalar, as fêmeas soltavam um cheiro forte no ar, que deixava os machos furiosos e ariscos. A fêmea podia ter até 80 filhotes.
O motivo desse predador ser tão grande está baseado na forma como aquela área era na época de sua existência. O paleontólogo de vertebrados do Museu da Flórida, Jonathan Bloch, afirmou que os locais que sofriam influência pela linha do Equador eram mais quentes do que os dias atuais.
“Com base no tamanho da cobra, a equipe foi capaz de calcular que a temperatura média anual na América do Sul equatorial 60 milhões de anos atrás era cerca de 91 graus Fahrenheit, cerca de 10 graus mais quente do que hoje”, disse Bloch.
Acontece que a Titanoboa não era capaz de esquentar o seu próprio corpo e dependia da temperatura do ambiente em que ela estava. Com isso, os cientistas chegaram à conclusão que seu tamanho extraordinário teria relação com a região em que esses fósseis foram encontrados que, naquela época, quando essa criatura ainda existia, podia chegar a uma temperatura entre 30 e 34 ºC.
Em 2012, foi descoberto o primeiro crânio de uma Titanoboa, durante a pesquisa ‘Cranial osteology, Body Size, Systematics, and Ecology of the giant Paleocene Snake Titanoboa cerrejonensis’, apresentada no 73º Annual Meeting of the Society of vertebrate Paleontology, em Los Angeles (EUA).
Sua extinção se deu por conta das mudanças climáticas, principalmente o resfriamento da Terra, já que elas dependiam do sol para se manter aquecidas.
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