Também conhecida popularmente como Anaconda, essa espécie de cobra possui hábitos aquáticos e um sistema de camuflagem que tornam o momento do “banho de sol” mais difícil de ser registrado frequentemente.
A anaconda, também conhecida como sucuri-verde (Eunectes murinus) é o maior cobra do mundo em circunferência. As fêmeas são bem maiores que os machos, e em geral, possuem 6 metros de comprimento, porém podem surpreender, havendo registros dessa espécie com até sete metros no Instituto Butantan, de acordo com o diretor do Museu Botânico do Instituto, Giuseppe Puorto.
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Em setembro de 2020, um vídeo de uma anaconda tomando “banho de sol”, publicado no canal Dicas de Pescador, do especialista em pesca esportiva Carlos Pancieri, viralizou e muitos internautas ficaram impressionados. “Tão linda e imponente que até parece surreal, realmente uma maravilha da natureza!”, comentou May Martins.
Outro internauta se surpreendeu: “Que registro maravilhoso! Um dos vídeos mais bonitos que eu já vi dessas serpentes no habitat natural! Gravá-las tomando sol é raro!”.
Mas será que é verdade que sucuris ficam nessa posição para “pegar sol”? O Portal Amazônia conversou com a doutora em Biodiversidade e Conservação na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e especialista em serpentes, Luciana Frazão para entender, mas antes, relembre o vídeo:
Apesar de ser frequentemente encontrada deslocando-se no solo, a sucuri pode ser vista perto de áreas alagadiças, rios e lagoas porque ela também apresenta hábitos aquáticos. E sim, elas também aproveitam um tempinho sob o sol.
“Tomar sol é um comportamento comum não só das cobras, mas dos répteis de modo geral, pois são animais ectotérmicos, ou seja, são animais de sangue frio e que dependem da temperatura do ambiente para regular a sua própria temperatura”,
explica Luciana Frazão.
De acordo com a bióloga, existem algumas espécies de répteis, que além de serem ectotérmicas, são heliotérmicas, são as que tem comportamento de se expor ao sol com mais frequência para regular a própria temperatura.
“É um momento difícil de ver porque as cobras são, no geral, animais mais difíceis de achar, elas são animais que se escondem muito bem, que se camuflam muito bem, não fazem barulho, principalmente as sucuris que vivem mais no ambiente aquático. Nos vídeos é geralmente difícil de analisar porque as vezes apresentam distorção, mas por esse vídeo aparentemente ela deve ter comido alguma coisa e a ação da termorregulagem [quando regulam a temperatura] pode ajudar na digestão do animal”, analisa Luciana.
À espreita
Para exemplificar os hábitos aquáticos, as anacondas possuem olhos e narinas no alto da cabeça, para que possa ver e respirar enquanto nada. E algumas vezes elas ficam à espreita, aguardando pacientemente sua presa, e mantém apenas o focinho acima da superfície (por isso as narinas são no alto).
Contudo, deve-se lembrar também que podem caçar em terra e enfrentar presas enormes, pois se alimentam de mamíferos, aves e répteis de pequeno a médio porte.
