Neste ano, está prevista a distribuição de 900 quilos de sementes da “Cultivar de Açaí BRS Pai d’Égua”, variedade descoberta pela Embrapa
Precocidade, extrema qualidade, alta produtividade e rendimento. Essas são as principais vantagens da “Cultivar de Açaí BRS Pai d’Égua”, variedade do fruto, descoberta por pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Oriental), financiada por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca do Pará (Sedap), em 2019.
Além de financiar a pesquisa, a Sedap também distribui sementes da variedade. De 2011 a 2020, já foram distribuídas mais de 20 milhões de sementes aos produtores do estado. Para este ano, ainda estão previstos 900 quilos a serem disseminadas entre os projetos da secretaria.
Segundo Geraldo Tavares, gerente de fruticultura da Sedap, o rendimento da produção do “Açaí BRS Pai d’Égua” é muito alto, uma média de 10 a 15 toneladas por hectare, desde que esteja irrigado, com adubação e espaçamento adequado.
“Há plantas que com três anos e meio possuem alta produção, porque começam a produzir com porte bem baixo. Como é um fruto pequeno, ele possui uma quantidade de polpa, por lata, maior do que você encontra, geralmente, no estado. Esse atributo, é um dos que o produtor artesanal procura muito”, explica o gerente. Além de facilitar a vida de produtores rurais, essas características também facilitam o trabalho de associações, cooperativas de produtores, mercado varejista e exportador.
A variedade, diferentemente do fruto tradicional, é imigrado da terra firme, por isso, a semente é o insumo mais importante, quando se fala em projeto de proteção de açaí. “Se você não tiver insumo de extrema qualidade, vai começar a fazer o plantio sem o rendimento esperado e só saberá isso depois de quatro anos. Então, a principal importância é essa, possibilitar que você tenha essa expansão para terra firme, com sementes de alta qualidade e terá uma colheita esperada”, destaca.
Sobre a cultivar
A “BRS Pai d’Égua” é resultado da pesquisa, com melhoramento genético, do açaizeiro, que apresenta duas características principais: produção na entressafra e frutos menores. Durante cinco safras, a pesquisa avaliou centenas de materiais de açaizeiro, no campo experimental da Embrapa Amazônia Oriental em Tomé-Açu, no Nordeste Paraense.
Os principais diferenciais da “cultivar” são; a redução da sazonalidade, com uma distribuição bem equilibrada da produção anual, produz 46% no período da entressafra (de janeiro a junho) e 54% na safra (de julho a dezembro); o maior rendimento da polpa, já que os frutos menores, rendem 30% mais que os tradicionais; a produção precoce, já que tem a primeira colheita aos três anos e meio, contraponto os materiais tradicionais que iniciam no quinto ano.