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Quinta, 25 Abril 2024

Unidades de conservação entram em temporada de prevenção a incêndios

A temporada 2023 de ações de prevenção a incêndios nas unidades de conservação federais já começou. A Coordenação de Manejo Integrado do Fogo (CMIF), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), espera realizar queimas prescritas em cerca de 350 mil hectares, em 40 unidades dos cinco biomas. Também nesta temporada, será ampliado o uso de helicópteros para auxiliar as atividades em regiões mais remotas e de difícil acesso.

As queimas prescritas consistem na utilização do fogo de maneira ordenada, com planejamento, sob condições climáticas favoráveis, seguindo parâmetros específicos para a umidade relativa do ar, temperatura e condição de vento.

"O ICMBio realiza as queimas prescritas para a conservação da biodiversidade, da fauna e da flora. Elas são utilizadas para a fragmentação de combustível e proteção de vegetações sensíveis à passagem do fogo. Pretendemos, com as queimas prescritas, queimar, principalmente, capim seco. Não há consumo total da vegetação porque queimamos o combustível mais fino, de propagação mais rápida", explica o coordenador de Manejo Integrado do Fogo, João Paulo Morita.
Foto: Reprodução/ CAF
Morita destaca que o fogo de incêndio tem um comportamento diferente do fogo da queima prescrita, com velocidade e intensidade maiores, ainda, com muitos danos como consequência. "São condições climáticas distintas para propagação. Existe uma janela de oportunidades para utilização do fogo da queima prescrita. Por isso, o planejamento prévio leva em consideração estratégias de conservação e proteção às unidades de conservação federais", complementa.

Dois helicópteros serão utilizados nas ações a partir do dia 6 de março e o primeiro contemplado será o Parque Nacional da Serra do Cipó. Uma das aeronaves será deslocada para ações, especialmente, nas unidades de conservação federais do Estado de Minas Gerais. A segunda será mobilizada para unidades nos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. 

Na ativa 

Entre as unidades que já começaram a se preparar para a temporada de incêndios, geralmente entre os meses de agosto e setembro, duas queimaram para prevenção, nessas ações, quase 10 mil hectares.

A equipe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros começou ainda no mês de dezembro de 2022 a se preparar para a atual temporada. Foram cerca de 6 mil hectares, um número maior que no ano passado. A previsão é estender a temporada até o mês de maio no parque nacional.

Na porção sul do parque, as queimas foram realizadas na região do Jardim de Maytrea e no Mulungu para a proteção de infraestruturas e de alguns atrativos turísticos. Já na porção mais ao norte da unidade, houve queima na região do Pouso Alto. Todas as ações são balizadas pelo Plano de Manejo Integrado do Fogo já aprovado no parque.

O Parque Nacional da Serra da Canastra atingiu a marca de 2,5 mil hectares de queimas prescritas nas regiões da cachoeira do Rolador, no Curral de Pedras, cachoeira do Rolinhos, Fundão, João Domingos e Jacó. Até o final de março, a unidade deve contar com o apoio da aeronave do Instituto, quando as chuvas devem reduzir. As queimas prescritas no parque devem se estender até meados de abril. 

Investimento em proteção 

Em 2023, o orçamento previsto para o ICMBio é o maior desde a criação do Instituto, em 2007. Serão R$ 407 milhões, o que representa uma ampliação de 22,3% em relação ao exercício anterior. Segundo a Diretoria de Planejamento, Administração e Logística (Diplan) do ICMBio, boa parte desse recurso será aplicado nas ações de prevenção, nas queimas prescritas, ainda sem previsão exata de investimento total. 

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