Projeto paraense desenvolve pesquisas relacionadas à biodiversidade da Amazônia Oriental

A iniciativa busca preencher lacunas sobre o conhecimento ecológico de ecossistemas aquáticos e terrestres, entre outras medidas.

O Projeto ‘Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Oriental‘ (PPBio-AmOr) foi criado com o propósito de ampliar e fortalecer uma rede de colaboração focada em estudos sobre a biodiversidade da Amazônia Oriental. A iniciativa busca preencher lacunas sobre o conhecimento ecológico de ecossistemas aquáticos e terrestres, informar práticas e políticas públicas voltadas à educação, à conservação e ao manejo sustentável e contribuir para a formação das futuras gerações de tomadores de decisão que atuam na região.

O PPBio-AmOr reúne cientistas de diversas áreas do conhecimento da UFPA e de outras instituições em uma investigação que aborda questões socioambientais voltadas à promoção de um impacto real na conservação do meio ambiente. O projeto também agrega cientistas em diferentes estágios da carreira e proporciona oportunidades de formação e consolidação na realização de estudos sobre a diversidade biológica na região amazônica.

Para o desenvolvimento dos estudos, os pesquisadores contam, ainda, com a parceria dos próprios moradores locais, que compartilham suas perspectivas e enriquecem o projeto com sugestões para a pesquisa.

“Esta colaboração permite que as soluções sejam mais eficazes e voltadas, de fato, para a realidade local. Além disso, fortalece o sentimento de pertencimento e responsabilidade das comunidades, dos pesquisadores, das pesquisadoras e das instituições, que se tornam parte ativa na conservação e gestão sustentável da Amazônia. Quando os amazônidas discutem sobre a Amazônia, estamos construindo soluções que respeitam e refletem a diversidade e a riqueza da região”, explica Juen.

Foto: Divulgação/UFPA

Projeto PPBio-AmOr

Com sede no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará , o Projeto PPBio-AmOr é coordenado pelos pesquisadores Leandro Juen, Filipe França e Grazielle Sales. Além deles, a rede de pesquisa já conta com aproximadamente 80 pesquisadores, colaboradores de 43 instituições, sendo cinco internacionais e 39 brasileiros, a maioria da região amazônica.

A iniciativa conta com o apoio de centros de ensino, agências ambientais, como o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), ONGs, como a Conservação Internacional (CI), e empresas privadas, como a Agropalma.

Atualmente, três projetos associados estruturam a Rede PPBio-AmOr:

  • O Síntese, coordenado pelos professores Leandro Juen (UFPA-Belém), Filipe França (UFPA/Bristol) e Fernando Geraldo de Carvalho (ITV), que tem como objetivo organizar as informações de biodiversidade já existentes em artigos, bancos de dados e repositórios on-line, além de realizar modelagens e sínteses de dados para informar a tomada de decisões;
  • o Lacunas, coordenado por Karina Dias da Silva (UFPA-Altamira), Rodrigo Fadini (Ufopa) e Luciano Fogaça de Assis Montag (UFPA-Belém), que está monitorando a fauna e a flora em três regiões, municípios de Altamira, Santarém e Tailândia, no estado do Pará, além de realizar expedições científicas em regiões de difícil acesso e/ou com carência de conhecimento sobre a biodiversidade;
  • e o Trocas, que busca o trabalho participativo com gestores, tomadores de decisões, formuladores de políticas públicas e comunidades tradicionais – incluindo povos originários e quilombolas – para promover a interculturalização do conhecimento da biodiversidade e co-produzir evidências científicas para fomentar políticas e práticas ambientais, sob a coordenação de Raimunda Pinheiro (Ufopa), James Ferreira Moura Júnior (Unilab) e Thaísa Michelan (UFPA-Belém).
Foto: Divulgação/UFPA

Resultados

Entre os resultados já alcançados para o desenvolvimento do projeto, estão: início do trabalho de reconhecimento e seleção das áreas para a instalação das parcelas permanentes com a metodologia PPBio-AmOr; visitas de campo nos sítios de Tailândia (área da Agropalma) e Santarém; identificação e catalogação das árvores, publicações científicas em revistas de alto impacto e realização da oficina sobre a integração de perspectivas acerca da sociobiodiversidade e das mudanças climáticas na Amazônia, em julho de 2024.

“Os próximos passos incluem a finalização da implementação das parcelas permanentes, a continuidade dos inventários de fauna e flora, o monitoramento ambiental detalhado, a análise integrada dos dados e o início das ações participativas e de pesquisa para troca de conhecimentos com as comunidades locais”, destaca Juen.

“Isso permitirá que avancemos na compreensão dos impactos ambientais e, simultaneamente, na formação de novas gerações de cientistas e tomadores de decisão na Amazônia Oriental”, justifica o pesquisador. Para obter mais informações sobre o PPBioAmOr, acompanhe as atividades que estão sendo desenvolvidas por meio da página @ppbio.amor ou entre em contato por meio do e-mail: ppbioamor@ufpa.br.

*Com informações da UFPA

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