Conheça o Observatório Atmosférico da Amazônia que funciona na Ufopa

O Observatório é um centro de pesquisa que coleta dados atmosféricos, incluindo radiação solar e aerossóis, para estudar as mudanças climáticas.

Foto: Divulgação

Instalada na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Oeste do Pará, o Observatório Atmosférico da Amazônia que funciona na Estação Meteorológica da universidade, está localizada às margens da Rodovia Santarém – Curuá-Una (PA-370), km 37, no município de Santarém.

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Observatório Atmosférico da Amazônia
Instalação de novo equipamento no Observatório Atmosférico da Ufopa em Santarém — Foto: Divulgação

O Observatório é um centro de pesquisa que coleta dados atmosféricos, incluindo radiação solar e aerossóis, para estudar as mudanças climáticas na Amazônia, com foco no impacto das queimadas e na pesquisa científica sobre a atmosfera. Funciona em uma área de um hectare, onde é possível fazer medidas da atmosfera em multicamadas, podendo atingir as quatro camadas atmosféricas: 1. Troposfera, que vai até 12km de altura, 2. Estratosfera, até 50km de altura, 3. Mesosfera, até 80km de altura, e 4. Ionosfera, até 500km de altura. Com as medições também é possível acompanhar o campo magnético da terra.

O observatório faz parte de uma rede de pesquisa que inclui outras instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Serviço Geológico do Brasil e universidades de outros países, como a Université de La Réunion, da França. Os parceiros são os detentores dos equipamentos e a Ufopa atua com uma equipe de trabalho que é responsável pelo funcionamento do Observatório. A equipe é formada por professores ligados ao curso de Ciências Atmosféricas e por alunos de graduação, mestrado e doutorado que podem utilizar os dados para pesquisas.

Um pouco da história

A Estação Meteorológica da Ufopa foi instalada em 2017, com a implantação de uma torre de 10 metros para a execução de medições meteorológicas. A partir de 2020, o Inpe, por meio do Projeto Sonda, trouxe para a estação a plataforma solar e métrica. Com esse equipamento foi possível começar a fazer medidas de radiação solar: radiação global, radiação solar difusa, radiação solar direta e a radiação que a terra emite (o calor que a terra emite). Esses dados possibilitam fazer o balanço radiativo da terra nesse ponto, configurando o funcionamento do Observatório Atmosférico da Amazônia.

Foto: Divulgação

Ao longo dos anos, outros equipamentos também foram instalados, como o radiômetro PAR que mede radiação fotossinteticamente ativa que influencia no crescimento das plantas. Também há o espectrômetro cimel que faz parte da rede Aeronet, desenvolvida pela Nasa, que investiga a suspensão de partículas no ar (aerossóis), como poeira, cinzas e fumaça. Recentemente, novo equipamento foi instalado para também possibilitar medições noturnas (Nasa substitui equipamento no Observatório Atmosférico da Amazônia da Ufopa ).

Entre outros equipamentos, também há uma câmera scae que tira fotos da nebulosidade, a cada dez minutos, e um espectrofotômetro brewer que funciona como um rastreador solar que mede radiação ultravioleta e da camada de ozônio na estratosfera. As medições com esse equipamento são feitas desde 2023.

Equipe responsável

A coordenação do Observatório Atmosférico da Amazônia (Ufopa) é formada por professores do curso de Ciências Atmosférias da Universidade Federal do Oeste do Pará: Lucas Vaz Peres, Rodrigo da Silva, Theomar Trindade, Antônio Marcos e Júlio Tota.

De acordo com o professor Lucas Vaz Peres, esse “é o único ponto na Amazônia que consegue juntar em um mesmo lugar medidas atmosféricas que atendem a todas essas camadas atmosféricas”.

Os equipamentos que funcionam no Observatório da Estação Meteorológica da Ufopa têm a função principal de medir o comportamento da atmosfera e as mudanças que ela pode sofrer ao longo do tempo. “Com esse acompanhamento vai ser possível analisar, no futuro, as questões das mudanças climáticas em todos os níveis da atmosfera se a gente conseguir manter esses equipamentos funcionando a longo prazo. E essa é a nossa ideia”, destacou Peres.

*Com informações Universidade Federal do Oeste do Pará

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