Considerada a maior ilha flúvio-marítima do mundo, o Arquipélago do Marajó é um território que fica no extremo norte do Pará.
A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados debate, na próxima quarta-feira (10), denúncias de exploração sexual infantil na Ilha do Marajó, no Pará. A deputada Delegada Ione (Avante-MG), que pediu a audiência, explica que, recentemente, o tema tomou conta das redes sociais e do cenário político.
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“O assunto já vem sendo tratado ao longos dos anos. O primeiro registro sobre as acusações de exploração infantil na região surgiu em 2006. À época, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados abriu inquérito por conta das acusações. Os documentos apontavam o suposto envolvimento de autoridades da região no caso da Ilha do Marajó”, explica Delegada Ione.
Ela acrescenta que, em 2010, os abusos se tornaram tema de comissões locais. “Isso levou o Senado a realizar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para tratar o assunto. A CPI discutiu dezenas de denúncias de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no arquipélago”, lembra.
Segundo a deputada, pela gravidade da situação, novamente trazida pelas denúncias, a Câmara dos Deputados estuda agora a instalação de comissão externa e de uma CPI para tratar do tema.
Música denuncia exploração sexual infantil no Marajó e reacende discussão
O trecho da canção ‘Evangelho de Fariseus’, da cantora gospel Aymeê, ganhou os holofotes com uma crítica sobre a Amazônia. A música denuncia a exploração sexual infantil que acontece na Ilha do Marajó (distante a 90 quilômetros de Belém), no Pará. A composição reacendeu o debate sobre o problema, constante e “invisibilizado” na região amazônica.
Denúncias não são recentes
Os casos de exploração sexual e pedofilia são investigados há décadas na região e, inclusive, viraram alvo de inquérito a pedido da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), da Câmara dos Deputados, em 2006.
As embarcações também entraram na mira da CPI. Muitos barcos, balsas e navios estavam inseridos no que foi chamado de “rota da exploração sexual”. De acordo com os relatos, as crianças se ofereciam para os ocupantes das embarcações com a permissão dos pais e os municípios de Portel, Muaná, Breves, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista e Gurupá eram os mais visados.