Conheça as aves “românticas” da Amazônia

Rico em biodiversidade, país abriga exemplos de demonstração afetiva em espécies-símbolo.

Afeto não é uma exclusividade humana. Outras espécies também compartilham carinho e cuidado, às vezes por toda a vida. O tema é objeto constante de estudos, mas, apesar de um certo “romantismo”, o que se sabe ao certo é que esse comportamento está relacionado com a necessidade de reprodução e evolução biológica.

Arara-azul é uma ave monogâmica. (Foto:Rafael Munhoz/Fundação Toyota Brasil)

“Devido à sua beleza, formas e cantos, as aves fascinam e estão entre os melhores grupos animais para engajar a sociedade com a conservação da natureza. O comportamento monogâmico de algumas espécies aproxima ainda mais as aves e as pessoas”, diz o biólogo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), Pedro Develey, que também é diretor-executivo da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil).

No país, as aves roubam a cena: cerca de 90% delas formam casais que ficam juntos por períodos reprodutivos ou por toda a vida. “As unidades de conservação brasileiras, que cobrem uma área de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, cerca de 17% do território nacional, têm importante papel na preservação de ambientes equilibrados para a conservação da fauna, incluindo as aves”, explica Marion Silva, coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário.

Na semana em que se comemora o Dia dos Namorados, confira algumas espécies de aves “românticas” que vivem no Brasil e saiba um pouco mais sobre elas.

Papagaio. (Foto:Divulgação/Fundação Boticário)

Papagaios


Os papagaios são os mais populares e sociáveis. São conhecidos como mestres do amor eterno devido à estimativa de que 90% sejam monogâmicos. Papagaio é o nome popular do gênero Amazona, com mais de 30 espécies que vivem no hemisfério Sul e na América Central.

No Brasil, são 12 espécies que podem ser encontradas no país todo, especialmente na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica. O mais comum deles é o papagaio-verdadeiro. Eles se destacam pela beleza, graciosidade, inteligência e longevidade. Vivem em média 60 anos, podendo chegar aos 80.

Algumas espécies estão ameaçadas de extinção devido ao desmatamento e ao tráfico ilegal de animais silvestres.

Arara-azul. (Foto:Divulgação/Fundação Boticário)

Araras


Assim como os papagaios, há várias espécies de araras, um dos símbolos da fauna brasileira. As mais conhecidas são a arara-azul-grande, a arara-canindé, a arara-vermelha e a arara-militar.

Estão presentes, principalmente, na Amazônia e em rios costeiros, podendo ser encontradas também no Pantanal e em áreas de Cerrado no Planalto Central. Com características afetuosas e brincalhonas, o casal vive junto por muito tempo, mesmo fora dos períodos reprodutivos.

Por esse motivo, sua taxa reprodutiva é baixa, tendo quase sempre dois ovos a cada ninhada. Vivem por 60 anos ou mais e também correm risco de extinção devido à caça e captura ilegal.

Suindra. (Foto:Divulgação/Fundação Boticário)

Suindara, a coruja-da-igreja


Também conhecida como coruja-da-torre ou coruja-católica, a espécie está entre os grandes exemplos de vínculo na vida animal, demonstrando forte ligação não só com o parceiro, mas também com o território. É uma ave popular no Brasil por também viver em centros urbanos, usando sótãos, celeiros e torres de igrejas para dormir ou fazer seu ninho.

Tem vida média de 10 anos. Os biomas que mais abrigam corujas no Brasil são Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado e Caatinga. A porção sul da Mata Atlântica, localizada nos estados do Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, reúne cerca de 17 espécies.

Há poucos dados sobre o status de conservação das corujas. Na maioria das vezes, são classificadas como “espécie com dados desconhecidos” nas listas de espécies ameaçadas de extinção.

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