Pode ser difícil de acreditar, mas mesmo com esse nome, a ‘cobra mole’ não é um réptil e muito menos uma cobra.
Você já deve ter ficado surpreso ou até impressionado com a aparência de alguns animais um tanto ‘peculiares’ na natureza. A espécie Atretochoana eiselti, popularmente conhecida como “cobra mole”, pode entrar nessa lista de animais devido seu formato, não é mesmo?
E pode ser difícil de acreditar, mas mesmo com esse nome e aparência, não é um réptil e muito menos uma cobra!
Considerada um animal raro, uma de suas primeiras ocorrências registradas no Brasil foi no Estado de Rondônia no final de 2011. Até então, só havia registros da espécie no Museu de História Natural de Viena e na Universidade de Brasília.
O Portal Amazônia reuniu algumas curiosidades sobre esse animal. Confira:
Raridade
O Atretochoana eiselti é um anfíbio de corpo alongado, cilíndrico e de pele lisa extremamente parecido com uma cobra, mas não tem parentesco algum com répteis. Por ser um anfíbio, é parente próximo de salamandras, rãs, pererecas e sapos. Seu sistema de respiração é por meio da pele e, por isso, cientistas acreditam que ela seja o maior anfíbio sem pulmões já encontrado.
De acordo com o boletim do Museu Emílio Goeldi, é o maior tetrápode ápode e sem pulmão já registrado no mundo e um dos exemplares capturados atingia 80,5 centímetros.
Apesar de estranha, a espécie é inofensiva e já havia sido descrita pelo herpetologista norte-americano Edward Harrison Taylor em 1968, curiosamente, baseado em um espécime localizado no Museu de História Natural de Viena (Áustria).
Mas a espécie ganhou os holofotes em 2011, quando alguns exemplares foram encontrados na Amazônia. Um dos que encontraram os exemplares -seis no total – na época, foi o biólogo Juliano Tupan, que era analista da Santo Antônio Energia. A descoberta dos animais na bacia do rio Madeira, em Rondônia, ocorreu por conta das obras da usina hidrelétrica.
O trecho do rio Madeira, é próximo à fronteira com a Bolívia, portanto há dúvidas sobre a possibilidade de também serem encontradas no país vizinho. Outros exemplares também foram encontrados próximo à foz do Rio Amazonas, na Ilha de Mosqueiro e de Marajó, no Pará. Dois exemplares encontrados no rio Madeira estão no Museu Emilio Goeldi em Belém.
Dados insuficientes
De acordo com informações fornecidas no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os dados sobre a sua história de vida, reprodução, fisiologia e morfologia funcional são ainda insuficientes para a avaliação sobre sua distribuição, status populacional e ameaças.
Por esse motivo, na lista de espécies ameaçadas pela União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), a ‘cobra mole’ foi categorizada como ‘Dados Insuficientes’ (DD).