Cobra ou lagarto? Conheça uma espécie que pode confundir

Iphisa elegans está entre as 35 espécies de lagartos encontrados na Reserva Florestal Adolpho Ducke (RFAD), em Manaus (AM), mas pode ser encontrado em grande parte da Amazônia Internacional.

Com uma vasta biodiversidade, a Amazônia abriga animais que muitas pessoas podem achar estranhos ou até mesmo assustadores. Alguns podem inclusive confundir, como o Iphisa elegans (GRAY 1851), que pode parecer uma cobra visto de longe, mas na verdade é um lagarto.

Ele está entre as 35 espécies de lagartos encontrados na Reserva Florestal Adolpho Ducke (RFAD), em Manaus (AM), de acordo com o ‘Guia de Lagartos da Reserva Adolpho Ducke – Amazônia Central’, produzido pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e pela Attema Design Editorial, sob a autoria dos pesquisadores Laurie Vitt, William E. Magnusson, Teresa Cristina Ávila Pires e Albertina Pimentel Lima.

Iphisa elegans pode ser encontrado em grande parte da Amazônia, incluindo as três Guianas, Equador, sul da Colômbia, Peru, Bolívia e Brasil (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia). Ele é chamado comumente de lagarto de sombra brilhante. Os machos podem medir até 59 milímetros e as fêmeas até 56 mm. Possui escamas dorsais e ventrais lisas, em duas fileiras, e um corpo comprido com cauda longa o suficiente para confundi-lo com uma cobra se visto por alguém que não estiver atento.

Foto: Reprodução/Guia de Lagartos da Reserva Adolpho Ducke – Amazônia Central

É olhando mais de perto que é possível ver as patas curtas, mas bem desenvolvidas, por isso é preciso atenção. “É mais fácil encontrá-los na superfície quando raios de sol atingem o chão, ainda que eventualmente sejam observados em dias nublados. São lagartos bem ariscos e rápidos”, informa o guia.

O guia faz parte de um acervo literário produzido por pesquisadores do Inpa desenvolvido com o objetivo de registrar e ensinar sobre as espécies encontradas na reserva  e explica como elas são, outros locais onde podem ser encontrados, entre outras informações, como forma de conscientização e proteção.

De acordo com o artigo ‘Comportamento de tanatose em Iphisa elegans: o segundo caso na Família Gymnophthalmidae (Reptilia: Squamata)’, outra característica descoberta sobre essa espécie é que finge-se de morto (quando o animal simula um estado de imobilidade). 

“Reportamos um caso no município de Comodoro, Estado do Mato Grosso, Brasil: um macho adulto de I. elegans, quando manipulado, virou seu ventre para cima e fingiu-se de morto. Esta espécie é predada por pássaros, serpentes e outros lagartos, possivelmente portando-se dessa forma quando o comportamento críptico ou tentativa de fuga falham”, descrevem os autores.

O artigo é de autoria de Paulo Roberto Machado-Filho, Guilherme Marson Moyae e Fábio Maffei, e foi publicado em 2018 na revista científica Acta Amazônica, também do Inpa.

Foto: Reprodução/Guia de Lagartos da Reserva Adolpho Ducke – Amazônia Central

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