Os registros até início de novembro deste ano foram relatados na Amazônia peruana, alertou Serfor.
No total, 70% dos incêndios florestais registrados no Peru até agora neste ano foram na Amazônia, segundo informações fornecidas pelo Serviço Nacional de Silvicultura e Vida Selvagem (Serfor) à iniciativa Unidos pelas Florestas, a Fundação para a Conservação e a Vida Selvagem e Desenvolvimento Sustentável (FCDS Peru).
O Serfor especificou que foram registados este ano um total de 2.880 alertas de incêndio em todo o território nacional. Especificou também que os números mostram que, tomando como limite a bacia amazônica, ocorreram um total de 2.044 alertas, bem como em suas áreas limítrofes com outras regiões. Os registros foram, principalmente, nos departamentos de Ucayali (532), Loreto (367), Huánuco (223) e Madre de Dios (221).
Aumento de alertas
A especialista em monitoramento de incêndios florestais do Serfor, Romina Liza Contreras, explicou que até a primeira semana de novembro os alertas aumentaram até 111,6% na Amazônia peruana em relação ao ano anterior, devido ao aumento das queimadas para fins agrícolas e aos efeitos. das alterações climáticas.
“As origens são principalmente as queimadas agrícolas: as pessoas queimam e esperam uma compensação da terra; porém, neste último ano, devido aos efeitos das mudanças climáticas, tivemos menos chuvas e temperaturas mais altas, o que faz com que a vegetação seque e os incêndios aumentem fora de controle”,
disse a especialista.
De referir que, de acordo com a informação estatística fornecida à Unidos por los Bosques, verifica-se um aumento no número de incêndios florestais na Amazónia a partir de 2019, onde foram registados 217 alertas; em 2020, 524; em 2021, 632; em 2022, 966; e até agora este ano, 2044.
Impacto dos incêndios florestais e do El Niño global
Até o momento, 87 comunidades indígenas foram afetadas por incêndios florestais nas regiões de Ucayali, Madre de Dios, San Martín, bem como na área de selva de Cusco e Puno. Segundo o especialista da Serfor, as populações locais acabam por ser as mais afetadas porque o incêndio prejudica as suas florestas e, com ele, os produtos e serviços que lhes fornece.
“Com os incêndios florestais, a floresta basicamente se perde. Ela fornece produtos como madeira, alimentos, remédios e serviços como disponibilidade de água, regulação climática, preservação do solo, que se perdem”, explicou Liza Contreras.
Dada a chegada do Fenômeno El Niño global, o especialista do Serfor prevê que influenciará drasticamente o aumento dos incêndios florestais, devido às altas temperaturas, à ausência de chuvas e à velocidade dos ventos. Por isso, pediu aos governos regionais e locais que conscientizem a população para evitar queimadas agrícolas, a fim de proteger as florestas amazônicas.
“Na Serfor acreditamos que a ação dos governos locais e regionais na sensibilização dos agricultores e das comunidades é muito importante, devido ao agravamento dos incêndios florestais que tem ocorrido nos últimos anos e devido ao que se espera do El Niño Global. É importante para nós aumentarmos essa consciência, não só para evitar a perda de mais florestas, mas para evitar a perda de vidas humanas”, destacou.