Na fronteira do Brasil e entre as duas Guianas está localizado o menor país de toda a América do Sul: a República do Suriname. Nessa região existem apenas dois patrimônios tombados pela Unesco.
Na fronteira do Brasil e entre as duas Guianas está localizado o menor país de toda a América do Sul: a República do Suriname. Como a maior parte da Amazônia, o país passou por um processo de colonização, antes habitado por indígenas, até a chegada das nações europeias. O território passou um século sob domínio dos espanhóis, além disso sofreu ataques de franceses e ingleses.
Em 1975, o país alcançou a sua independência. Pensando na conservação histórica e cultural, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), declarou dois patrimônios do país como parte da história da humanidade.
Centro histórico de Paramaribo
A antiga cidade colonial holandesa, dos séculos XVII e XVIII, ficou conhecida como Paramaribo, que com o passar dos anos se tornou a capital do Suriname. A cidade foi plantada às margens da costa norte da América do Sul, na Amazônia Internacional. Por ser uma cidade bem desenvolvida, recebeu o título de capital do país vizinho.
Tornando-se um patrimônio cultural, os edifícios da cidade central ilustram a fusão arquitetônica influenciada pela cultura holandesa, principalmente edificações de madeira que formam simetria e ilustram a fusão de influências arquitetônicas europeias e americanas. Dentre as técnicas para a construção da cidade simétrica, foram utilizados materiais tradicionais da região.
“Existem cerca de 291 patrimônios tombados em Paramaribo e nas últimas três décadas aqueles que desapareceram foram em favor de novos monumentos” (Unesco, 2022). Muitos monumentos apresentam algumas obras de qualidade devido à utilização de técnicas e materiais de reparação.
A maioria das construções mais importantes para a paisagem urbana foram feitas entre 1667 e 1885. Dentre as construções históricas estão o Forte Zeelandia (1667) e o Garden of Palms, com ruas arborizadas e espaços abertos. Além disso, tem também o Palácio Presidencial (1730), construído em pedra e madeira.
Em Paramaribo existe o Ministério da Fazenda (1841), uma monumental estrutura de tijolos com pórtico clássico e torre do relógio, a Igreja Reformada (1837) em estilo neoclássico e o Gótico Revival Católico Romano Catedral (1885) em madeira.
Reserva Natural Suriname Central
Com mais de 1,6 milhões de hectares de floresta amazônica, considerado um patrimônio natural da humanidade, a Reserva Natural Suriname Central, fica localizada ao centro-oeste do Suriname. A Reserva protege rios e animais, tendo notável valor para a conservação da biodiversidade e equilíbrio do ecossistema. Criada em 1998, foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 2000, por sua relevância.
Os animais da Reserva são típicos da região e incluem a onça-pintada, o tatu-canastra, a ariranha-gigante, a anta, a preguiça, espécies de primatas e cerca de 400 espécies de aves, como gavião-real, galo-da-Guiana e arara-vermelha.
Em 1998, a Reserva Natural do Suriname foi criada na intenção de conectar três reservas naturais pré-existentes chamadas Raleigh Vallen, Eilerts de Haan e Tafelberg. As suas florestas são montanhosas e de várzea vasculares, possui também uma alta diversidade de vida vegetal, sendo muitas delas endêmicas. Existem também áreas de floresta pantanosa, savana e floresta xerofítica.
Não existem habitantes humanos dentro da propriedade, porém é possível perceber comunidades quilombolas nas proximidades, sendo a maior parte descendente de escravos e indígenas.