Eduardo Kobra promove uma reflexão sobre a conservação da floresta amazônica para o futuro.
“Que futuro queremos deixar para as próximas gerações?” Essa é a reflexão que o artista brasileiro Eduardo Kobra mostra em sua mais recente obraem um espaço na Organização das Nações Unidas (ONU). A ação inédita aprovada pelo Comitê de Artes da organização surge antes da Semana de Alto Nível da 77ª Assembleia Geral, que reúne líderes de todo o mundo em Nova Iorque (EUA) esta semana.
Com a América do Sul de plano de fundo e a Amazônia Internacional evidente na obra, o artista busca mostrar a responsabilidade e importância que todos devem ter em cuidar e preservar a Floresta Amazônica.
A obra
Com 24 metros de comprimento e 14 metros de altura (336 quilômetros quadrados), o mural mostra um pai que entrega o Planeta Terra à filha, com o intuito de provocar a reflexão sobre o futuro dos jovens.
Após receber o convite da ONU, o artista de rua Eduardo Kobra, de 47 anos, começou a pesquisar sobre a temática da assembleia – “Um Momento Divisor De Águas: Soluções Transformadoras Para Desafios Interligados” – e percebeu que convergia com seus trabalhos relacionados com sustentabilidade.
A partir daí, construiu um mural alinhado com os ideais da organização, no qual um pai, um brasileiro comum, como destaca o artista, ‘carregando’ o planeta Terra, entrega-o à uma criança, sua filha. Na obra, o planeta está centralizado na região da América do Sul, onde está localizada a Amazônia Internacional.
Para o artista, todos devem se perguntar como é que estamos cuidando do planeta e justamente por isso, colocou o continente sul-americano, para reforçar a mensagem do cuidado com a natureza, a exemplo da Floresta Amazônica.
A arte de Kobra e a crise de oxigênio no Amazonas
O novo mural apresentado em Nova Iorque segue a linha temática utilizada há anos pelo artista: paz, tolerância, diversidade, desenvolvimento sustentável, refugiados e direitos humanos.
Durante a pandemia da Covid-19, ele também produziu algumas obras promovendo reflexões na sociedade.
No início de fevereiro de 2021, após a criação do Instituto Kobra, que utiliza a arte como instrumento de transformação, o artista paulistano transformou um cilindro de oxigênio, em desuso, de um metro e meio, em uma obra de arte, exemplar único, chamada “Respirar”.
“Que o sopro da minha arte ajude a levar um pouco de oxigênio para os hospitais mais necessitados e, ao mesmo tempo, provoque a reflexão sobre a importância de usar máscaras, lavar as mãos constantemente, manter o isolamento social e, claro, de preservar a natureza, que é um patrimônio de toda a humanidade”, disse o artista na época em entrevista.
A obra foi adquirida por 700 mil reais. Os recursos obtidos com a venda da peça foram aplicados integralmente na construção de duas usinas de oxigênio no Amazonas. Na prática, isso significou que 20 leitos de UTI’s foram beneficiados 24h por dia.