Ciranda (dança)

A ciranda é uma manifestação folclórica muito popular no Amazonas, chegando a ter um Cirandódromo, arena que recebe as disputas anualmente em Manacapuru.

Foto: Marcio James/Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas

A ciranda é uma dança coletiva originalmente nordestina, vindo para o norte no período áureo da borracha com os trabalhadores conhecidos como seringueiros, responsáveis por retirar o látex da seringueira (Hevea brasiliensis).

A origem da palavra ‘ciranda’ ainda é discutida. Alguns pesquisadores sugerem que o nome veio do espanhol ‘zaranda’, que representa um objeto utilizado para peneirar farinha.

No Amazonas, a dança que se tornou popular foi criada pelo professor Isidoro Gonçalves e pelo pernambucano Antônio Felício, mestre da primeira roda de ciranda na vila de Nogueira, em Tefé, durante a década de 1980. O enredo da dança homenageava moradores da vila de pescadores, como na música ‘Seu Manelinho’, da Ciranda Flor Matizada (do município de Manacapuru).

Em 1980, a ciranda foi introduzida em Manacapuru, no Colégio Nossa Senhora de Nazaré, pela professora Perpétuo do Socorro de Oliveira. Com a expansão da dança para outro colégio, a Escola Estadual José Seffair, em 1987 ocorreu a primeira disputa entre duas cirandas.

Manacapuru continuou a tradição da ciranda, criando o Festival de Ciranda do município, que em 2025 vai para a 27ª edição. Além disso, a ‘princesa do Solimões’, como é chamada a cidade, possui o Cirandódromo (Arena Parque do Ingá). O local abriga as disputas entre as cirandas Flor Matizada, Tradicional e Guerreiros Mura.

De acordo com o artigo ‘Cirandas do Amazonas: reflexões sobre as identidades culturais dos povos amazônidas‘ – de Jean da Cunha e Patrícia Bassinello – a apresentação da ciranda se baseava no folguedo ‘Auto do Carão’, uma sátira aos costumes europeus adotados pelos moradores na região de Tefé.

“Uma história que retratava a luta de uma vila de pescadores para preservar a ave, que é da família das garças. A dança era dividida em atos, que nada mais eram apresentações de seus personagens através de dança e música. A ciranda era formada por uma grande roda de cirandeiros e seus pares”, apresenta um trecho do artigo.

*Com informações da Aleam e SEC-AM

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