Saiba como são formadas as famosas “jacuzzis naturais” de Presidente Figueiredo

Também chamadas de marmitas, panelas ou caldeirões, as formações geológicas são destaque em pontos turísticos como a Cachoeira do Mutum e as Corredeiras do Urubuí.

Panelas, caldeirões, marmitas, todas essas palavras remetem a utensílios de cozinha, mas nesse caso, são utilizadas para descrever uma ocorrência geológica popular entre os turistas que visitam Presidente Figueiredo, no Amazonas, município conhecido por suas cachoeiras exuberantes. 

Também chamadas popularmente de jacuzzis naturais, banheiras ou simplesmente ‘buracos’, estas geoformas podem ser observadas nos famosos pontos turísticos Corredeira do Urubuí e Cachoeira do Mutum, onde acabam sendo verdadeiros destaques por possibilitarem que os banhistas possam submergir nas ‘mini piscinas’. 
Para entender a ocorrência deste fenômeno, o Portal Amazônia conversou com a geóloga e pesquisadora Isabela Apoema, colaboradora do projeto Geoturismo na Amazônia, que visa divulgar pesquisas voltadas para a geodiversidade.
A Cachoeira do Mutum é famosa por suas ‘piscinas naturais’. Foto: Hanna Figueiredo/Acervo Pessoal

Nas duas corredeiras mais famosas com essas formações a denominação jacuzzis naturais ou piscinas naturais costumam ser mais utilizadas, justamente para dar destaque ao potencial turístico dessas ocorrências. Mas como essas circunferências são formadas, será influência dos mitos da região? Lar da Cobra Grande talvez?  

“Como se formam esses buracos? Bem, eles nada mais são do que a ação da água sobre o substrato rochoso [as rochas que ficam no fundo dos rios e igarapés]. A água vai passando por cima desse substrato, desagrega alguns sedimentos dessa rocha, que acabam fazendo parte do movimento turbilhonar da água. Assim, os sedimentos vão sobrescavando o substrato rochoso e acabam formando os buracos”,

explica a pesquisadora. 

Pesquisadores analisam as ‘marmitas’ na Corredeira das Lajes, em Presidente Figueiredo. Foto: Hanna Figueiredo/Acervo Pessoal

Ou seja, a força das correntezas retira sedimentos do ‘chão rochoso’, e esses sedimentos – fragmentos de rocha e seixo -, após serem acumulados, acabam sendo empurrados pelo movimento da água, que provoca um movimento circular nestas partículas. Assim, pouco a pouco cavam essas depressões geológicas que possuem um formato normalmente circular. Algumas, entretanto, possuem formas variadas: “podem ser também elípticas, podem ser ovais, podem ser poligonais”, segundo Isabela. 

Além da variedade em suas formas, as ‘marmitas’ também têm variação em sua profundidade, em que “umas possuem 30 centímetros, 50, mas vão até metros [como as que podem ser observadas na Cachoeira do Mutum]”. 

‘Marmitas’ em Presidente Figueiredo  

As marmitas de Presidente Figueiredo são formadas em rochas de arenito e podem ser encontradas principalmente em quatro principais localidades, elencadas pela geóloga, sendo elas “a Corredeira da Lages, a Corredeira do Urubuí, a Cachoeira da Princesinha do Urubuí e a Cachoeira do Mutum”.  

Confira as formações:

Cachoeira do Mutum

Corredeiras do Urubuí

 Corredeira das Lajes

Cachoeira Princesinha do Urubuí

*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar

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