Primeira livraria de Manaus, Livraria Nacional resiste desde 1975

A livraria mais antiga da capital amazonense reúne livros raros, sobre a Amazônia, engenharia e outros temas.
Os irmãos José Maria Monteiro Mendes, João Batista e Paulo Roberto são os responsáveis pela referência em livraria em Manaus (AM), a Livraria Nacional. Isso porque José, natural de Manaus, formou-se pedagogo e começou cedo no ramo dos livros, mas em Belém, no Pará. A família mudou-se para lá em 1951, quando ele ainda nem havia completado um ano de idade.


Com a recém experiência no mercado de livros, tendo trabalhado na Livro Lar e na Livraria Dom Quixote em Belém , nasceu o sonho de se tornar livreiro. Assim, com o amor pela literatura e muita vontade, em 1975 oficialmente os irmãos fundaram a Livraria Nacional na rua Alexandre Amorim, no centro da capital amazonense.

O Portal Amazônia buscou mais sobre a história da primeira livraria da cidade, que resiste até hoje. Confira:
Foto: Reprodução/Nicelocal

Após sair da Dom Quixote, um antigo sócio abre a Universitas Livros Técnicos, representante da editora Gustavo Gili, especializada em livros de arquitetura, e convida José para vender os livros nas faculdades.


Assim, a partir de 1968, passou a vender livros especializados também em Manaus e, com a crescente demanda, passa a morar na capital amazonense em 1970. A Gustavo Gili abriu uma filial em Manaus, contratando José Maria como seu gerente, de onde saiu por volta de 1972 para abrir sua própria livraria.

Metro Cúbico

Nos primeiros anos de atividade, a livraria tinha como especialidade a área de engenharia civil e ficou conhecida como Metro Cúbico, ou “M³”, em referência ao nome de José Maria Monteiro Mendes. Foi inaugurada em 17 de março de 1975.

Com o passar do tempo, a livraria passou a diversificar as áreas de conhecimento além da engenharia e a abranger livros de áreas como medicina, didáticos, literatura juvenil e ciências humanas e também acabou mudando para o nome fantasia Livraria Nacional.

Ela também foi a primeira livraria do Norte a criar filiais fora do Estado de origem. Na década de 1980 foram instaladas filiais em Rondônia e no Acre, porém não deram certo. 

“O mercado era estreito, o retorno financeiro não compensava o investimento de capital. O próprio mercado livreiro de Manaus ainda era pequeno. As dificuldades não desanimaram os irmãos José Maria, João e Paulo Mendes”, comenta Ubiratan Machado, autor do livro ‘Pequeno Guia Histórico das Livrarias Brasileiras’, sobre a empreitada.

Foto: Reprodução

Mudanças

Em seu primeiro ano, a Livraria Nacional funcionava em um prédio alugado na Rua Alexandre Amorim, n° 177, bairro de Aparecida. Depois, mudou-se para a Rua 10 de Julho, no Centro, onde permaneceu até 1988. E em agosto de 1988 passou a localizar em sua sede atual, na rua 24 de Maio, n° 415, também no Centro. A livraria ainda conta com um acervo de cerca de 60 mil livros, inclusive com obras que não são mais produzidas.

Personalidades

Tradição entre as livrarias mais antigas, as tardes de autógrafo também eram realizadas na livraria. Nomes como Márcio Souza, Thiago de Mello e Jorge Tuffic estiveram neste espaço. 

Além disso, a Livraria Nacional também é presença garantida em eventos dedicados à literatura tanto regionais quanto nacionais. 

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