Confira livros para entender melhor a Amazônia

É sempre bom encontrar materiais que narram a construção desta região tão importante para o mundo

A Amazônia é um bioma cheio de riquezas e histórias desconhecidas. Por esse motivo, é sempre bom encontrar materiais que narram a construção desta região tão importante para o mundo. O Portal Amazônia te mostra uma seleção de livros para que você entenda melhor a região amazônica; confira:

História da Amazônia: Do período pré-colombiano aos desafios do século XXI (Márcio Souza)

O livro definitivo sobre a história da Amazônia do período pré-colombiano aos dias atuais, por um dos autores que melhor interpretou a região.

A Amazônia, que desde sempre atraiu viajantes e exploradores como um local desconhecido e misterioso, ocupa um lugar privilegiado na obra de Márcio Souza. Unindo suas perspectivas de sociólogo, historiador e crítico literário, ele se dedicou à tarefa de registrar esta História da Amazônia, abrangendo a totalidade de um território geográfico e histórico que se revela coerente em sua diversidade.

Cobrindo desde o período pré-colombiano até os dias atuais, Márcio Souza trata de aspectos geográficos e antropológicos, valoriza a pluralidade étnica e vai além de favorecer a compreensão de um povo em sua dimensão geopolítica e cultural.

Com esta obra, o autor não apenas preenche uma lacuna bibliográfica, mas reafirma a importância do resgate da memória da Amazônia, buscando aguçar o pensamento crítico dos leitores. 

Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Rinaldo Segundo)

A presente obra divide-se em três partes. Na primeira parte,Escolhas Possíveis, apresentam-se os problemas do aquecimento global e do desmatamento amazônico. A seguir, discutem-se as características e as deficiências do modelo regulatório/comando e controle e do modelo de instrumentos econômicos, buscando integrá-los. Há escolhas possíveis, construídas a partir daquela integração.

Na segunda parte,Pressupostos do Modelo, discutem-se os pressupostos de um modelo de desenvolvimento sustentável, e, principalmente, os pressupostos do nosso modelo para a Amazônia. Tais pressupostos podem auxiliar a reformulação, a elaboração ou mesmo a reafirmação de propostas. O fortalecimento da democracia, o protagonismo da cidadania, a singularidade humana, a dependência dos recursos naturais inspiraram a escolha de nossos pressupostos. Essa escolha política se revelou também nas propostas do modelo.

Na terceira parte,Um Modelo de Desenvolvimento Sustentável para a Amazônia, apresentam-se e analisam-se as propostas, e o modelo ganha forma concretamente. O modelo em questão não pretende a unanimidade e, obviamente, não estará imune a críticas. Mas é corajoso, desafiando os caminhos do aplauso previsível, do idealismo irrealista, da realidade insensível e do senso comum. 

Amazonas: Pátria da Água (Thiago de Mello)

Claridão e antemanhã. O projeto da eternidade está presente em Amazonas – Pátria da Água, livro escrito pelo poeta Thiago de Mello para despertar os homens do silêncio e da apatia, para que aprendam a linguagem da simplicidade, a ouvir os cantos dos pássaros, a contemplar a grandeza do firmamento e a decifrar os mistérios da natureza. Vibra nas frases e versos que compõem a tessitura das palavras – humanidade, poesia e beleza.

Denuncia, no prefácio, que a floresta precisa de cuidados: cada ano que passa, milhares de quilômetros verdes desaparecem, para nunca mais voltar. Nem precisa ser cientista para saber o que andam fazendo com a floresta. Se for esperar pelo Governo, a floresta estará com os seus dias contados, devastada, não pelo furor das motosserras, dos tratores e dos incêndios criminosos, mas pela fúria da má-fé, da incompetência e do descaso. Mas nem tudo está perdido.

Há muita gente vigilante, aqui e pelo mundo afora, enfrentando os inimigos da floresta, que jamais dormem e são cheios de olhos, torpes figuras do Apocalipse. São textos e poesia sobre o nascimento do Rio Amazonas, o povo da floresta e toda essa maravilha que é o universo mágico do mais lindo pedaço verde da Terra: a Amazônia. 

Um futuro para a Amazônia (Bertha Becker e Claudio Stenner)

Com um olhar geopolítico sobre a Amazônia, este livro tem como ambição mostrar que o futuro desejado é possível. Mas qual o caminho para o futuro desejado para a Amazônia? A autora Bertha Becker, com sua visão original da floresta urbanizada, responde a essa questão. Desperta e alerta os leitores para a importância do conhecimento científico. Um Futuro para a Amazônia é um convite para que você conheça propostas inovadoras de desenvolvimento. Uma questão que diz respeito a todos nós. 

Tristes Trópicos (Claude Lévi-Strauss)

Tristes trópicos: neste título já se condensa toda a beleza de uma obra magistral. Inclassificável em sua grandeza humana. Narrativa de viagem ou ensaio de ciência? Em sua prosa poética, melancólica, irônica, Claude Lévi-Strauss desloca parâmetros consagrados, questionando ao mesmo tempo viajantes e cientistas. Sua imaginação criadora nunca abre mão da reflexão lógica mais rigorosa.O Brasil que aqui se revela está muito além da provinciana cidade de São Paulo. Pois o mundo perdido dos cadiueu, dos bororo, dos nambiquara e dos tupi-cavaíba tem seus próprios estilos e linguagens. Somos ainda humanos o bastante para compreendê-los? É essa pergunta que faz de Tristes trópicos não só um clássico da etnologia e dos “estudos brasileiros”, mas uma obra universal, sem fronteiras, sobre a crise do processo civilizatório na modernidade. 

A Queda do Céu (Davi Kopenawa e Bruce Albert)

Um grande xamã e porta-voz dos Yanomami oferece neste livro um relato excepcional, ao mesmo tempo testemunho autobiográfico, manifesto xamânico e libelo contra a destruição da floresta Amazônica.

Publicada originalmente em francês em 2010, na prestigiosa coleção Terre Humaine, esta história traz as meditações do xamã a respeito do contato predador com o homem branco, ameaça constante para seu povo desde os anos 1960. A queda do céu foi escrito a partir de suas palavras contadas a um etnólogo com quem nutre uma longa amizade – foram mais de trinta anos de convivência entre os signatários e quarenta anos de contato entre Bruce Albert, o etnólogo-escritor, e o povo de Davi Kopenawa, o xamã-narrador.

A vocação de xamã desde a primeira infância, fruto de um saber cosmológico adquirido graças ao uso de potentes alucinógenos, é o primeiro dos três pilares que estruturam este livro. O segundo é o relato do avanço dos brancos pela floresta e seu cortejo de epidemias, violência e destruição. Por fim, os autores trazem a odisseia do líder indígena para denunciar a destruição de seu povo.

Recheada de visões xamânicas e meditações etnográficas sobre os brancos, esta obra não é apenas uma porta de entrada para um universo complexo e revelador. É uma ferramenta crítica poderosa para questionar a noção de progresso e desenvolvimento defendida por aqueles que os Yanomami – com intuição profética e precisão sociológica – chamam de “povo da mercadoria”. 

O Ladrão no Fim do Mundo (Joe Jackson)

Em O ladrão no fim do mundo, o escritor e jornalista investigativo Joe Jackson disseca um dos mais notáveis casos de contrabando internacional que fez ruir o modelo econômico da borracha que havia impulsionado o desenvolvimento do norte brasileiro.

Movido pela ambição de crescer na indústria da borracha – filão comandado pelo Brasil na época – Wickham decide se aventurar pela selva amazônica em busca de um tipo particular de seringueira que produzia a borracha mais forte, durável e almejada pelos ingleses.

Após enfrentar os perigos da floresta, ter encontros com insetos gigantes e habitantes do rio Amazonas, entre outras experiências que quase o levaram à morte, Henry Wickham retorna à Inglaterra com milhares de sementes raras de seringueira que, depois de estudadas no jardim botânico de Londres, o Kew Gardens, foram enviadas para plantações nas colônias inglesas tropicais.

Trinta anos depois, a Inglaterra conseguiu superar o Brasil no monopólio da borracha e dominar os suprimentos mundiais da matéria-prima. O ladrão no fim do mundo é a história do uso e abuso da natureza pelo homem na luta pela dominação mundial. 

Esqueleto na lagoa verde (Coleção Jornalismo Literário)

Em 1925, o coronel britânico Percy Harrison Fawcett tentou encontrar no interior do Brasil uma fabulosa cidade perdida no sertão. Não era a primeira vez que procurava a Atlântida tropical, mas foi a última – Fawcett e seus companheiros de expedição desapareceram na mata. Vinte e sete anos mais tarde, em 1952, o jornalista Antonio Callado esteve na região do Xingu, em uma viagem organizada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand.

Graças ao sertanista Orlando Villas Boas e aos índios calapalos, chegaram ao local onde presumivelmente se encontrava a cova com os ossos do coronel desaparecido. Lançado em 1953, Esqueleto na lagoa verde é um dos mais fascinantes relatos jornalísticos já feitos no Brasil – e a experiência no Xingu serviu de inspiração para o romance Quarup, publicado por Callado em 1967.

Ao reconstituir os passos do explorador britânico, e de outros que procuraram decifrar o sentido de sua obsessão, Callado produziu uma reportagem incomum sobre o sonho de um vitoriano nos trópicos, sobre o encontro com os índios, sobre um país que ainda estava por se descobrir e sobre a própria arte de fazer jornalismo.

Chico Mendes – Crime e castigo (Coleção Jornalismo Literário)

Chico Mendes – Crime e castigo reúne reportagens escritas por Zuenir Ventura a respeito do maior líder ambientalista que o Brasil já teve. Quando foi assassinado, em 22 de dezembro de 1988, Chico Mendes estava com 44 anos e era mundialmente reconhecido por sua luta pela preservação da Amazônia. No Estado do Acre, à frente dos seringueiros que organizou, Chico desenvolveu táticas pacíficas de resistência para defender a floresta, que a partir da década de 70 sofrera um acelerado processo de desmatamento para dar lugar a grandes pastagens de gado. Chico lutou contra a devastação e chamou a atenção do mundo para essa luta.

O New York Times já o havia considerado “um símbolo de todo o planeta” e a ONU já o premiara, mas Chico Mendes precisou ser assassinado para ser reconhecido no Brasil. O líder seringueiro havia anunciado sua morte iminente, depois de ter recebido inúmeras ameaças. Em cartas, artigos e entrevistas, denunciou os suspeitos às autoridades brasileiras, que não tomaram nenhuma providência de fato para evitar sua morte.

O livro de Zuenir Ventura é dividido em três partes. A primeira, “O crime”, reúne as reportagens feitas para o Jornal do Brasil no começo de 1989, logo após o assassinato do seringueiro.

Na segunda, “O castigo”, estão as reportagens produzidas dois anos depois, em 1990, juntamente com Marcelo Auler, durante a segunda e a terceira viagens do repórter ao Acre, para cobrir o julgamento dos assassinos. “15 anos depois” é a terceira parte, com textos de outubro de 2003, quando Zuenir revisitou lugares e personagens envolvidos no crime.

Caminhos de liberdade (Javier Moro)

Javier Moro narra a saga de Chico Mendes, um homem que ousou lutar por direitos e por justiça numa terra onde a única luta era pela sobrevivência e a única lei era a da violência. O livro reconstrói o drama da ocupação da selva, que tingiu de sangue as águas que a cortam. Uma longa e silenciosa tragédia a que Chico Mendes deu voz.

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