Manaus está afundando ? Saiba os motivos do por quê surgem tantas crateras na cidade

Com os período de chuvas se aproximando, a ocorrência de novas crateras e buracos podem surgir, comprometendo as vias de trânsito

A cidade de Manaus ao longo dos anos, próximo ao período de chuvas, vários buracos e crateras surgem nas principais avenidas da capital, comprometendo o trânsito da cidade de forma geral.

Desde março, várias crateras surgiram principalmente nas Avenidas Djalma Batista, Av. Mário Ypiranga, Constantino Nery e Efigênio Sales. De acordo com dados da Seminf, os sistemas de drenagem fluvial se comprometeram e acabaram cedendo com o tempo.

O caso mais recente, aconteceu na última semana de outubro, onde parte da pista da avenida Efigênio Salles cedeu e acabou sendo “engolida” por uma cratera.

O enorme buraco estava no sentido Centro/bairro e o motivo foi a desobstrução de uma antiga rede de drenagem profunda, que apresentou problemas. A drenagem foi substituída por uma nova e o trânsito liberado 2 dias depois.

Na mesma semana, outra cratera foi encontrada na Avenida Coronel Teixeira, Zona Oeste de Manaus. O rompimento de uma rede de distribuição de água rompeu por volta das 6h30 da manhã, causando um enorme buraco.

Mas, afinal, diante de tantos acontecimentos, o portal amazônia responde: Manaus está afundando?

Foto: Reprodução

 De acordo com o professor de Geografia, Antônio Fábio Guimarães, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), especialista em desmoronamentos e impactos ambientais, a cidade de Manaus está assentada sobre uma densa e intrincada rede de canais, os quais chamamos de igarapés. 

Boa parte destes canais foram aterrados para dar passagem a ruas, avenidas etc. Alguns poucos canais receberam tubulações para dar passagem às águas e sobre outros foram construídas pequenas pontes. Em todos os casos a drenagem fluvial combinada com a drenagem pluvial elevam os níveis das águas nesses pontos e quando o sistema apresenta algum desgaste, a tendência desse excesso de água é provocar a perda gradativa do solo ou aterro deste, provocando o colapso da superfície acima, fazendo surgir essas “crateras” em algumas vias da cidade

Saiba mais: Conheça o “fenômeno” das Voçorocas; as crateras que se formam na região urbana de Manaus.

O canal principal que passa pela Efigênio Sales e depois corta a Djalma Batista é pertencente à bacia do Mindu, a qual deságua na bacia do São Raimundo.

Foto: Divulgação

Podemos dizer que os igarapés e canais fluviais tem influência no surgimento dessas crateras, já que ao longo do trecho que percorrem além de suas margens, logo, nos períodos de enchente, a influência do lençol superficial da água influi nas vias de acesso próximas.

Com o período de chuvas chegando, pode potencializar os efeitos no escoamento sub-superficial que em combinação com algum problema na drenagem pluvial ou fluvial, pode provocar o surgimento de novas crateras.

Então, os igarapés quando estão com maior volume, quer seja influenciado pela cheia do Rio Negro ou pelas chuvas mais volumosas, acabam saturando o sistema de drenagem pluvial próximo a estes e se nestes já estiver ocorrendo desgaste do solo por conta da água sub-superficial, então maiores serão as possibilidades de ocorrer o colapso da pista.

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