Estrutura flutuante para manejo de jacarés no Amazonas é autorizada pelo Ipaam

O manejo de jacarés já havia recebido autorização federal do Ibama em 2020, referente ao plano vigente à época. A licença estadual era a última etapa para a regularização.

Foto: Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) autorizou o funcionamento da estrutura flutuante que vai permitir o manejo de jacarés na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada no Médio Solimões. A autorização ocorreu na sexta-feira (21).

A licença estadual era a última etapa para a regularização do entreposto, considerado um marco para a atividade e para a geração de renda das comunidades ribeirinhas do setor Jarauá.

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A estrutura foi desenvolvida especialmente para a várzea amazônica e vai funcionar como unidade de processamento dos animais manejados na reserva.

O espaço é o primeiro entreposto flutuante totalmente licenciado do Brasil, atendendo às exigências ambientais e sanitárias. Também é o primeiro do país a receber dispensa ambiental.

O manejo já havia recebido autorização federal do Ibama em 2020, referente ao plano vigente à época. Com a nova licença estadual, um novo plano será enviado ao órgão para viabilizar a próxima autorização federal, prevista para 2026. Essa etapa é considerada essencial para garantir a continuidade da atividade.

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manejo de jacarés no amazonas
Foto: Boris Marioni/ICMBio

Manejo de jacarés

Segundo o Instituto Mamirauá, que pesquisas o tema desde os anos 2000, o entreposto flutuante traz mais segurança, organização e melhores condições de trabalho para as famílias envolvidas.

No setor Jarauá, a cota máxima de manejo é de 500 jacarés por ano. A atividade pode gerar entre R$ 230 mil e R$ 240 mil anuais para cerca de 40 famílias diretamente beneficiadas, além de outras comunidades parceiras.

Adelson da Silva Oliveira, 41 anos, presidente da associação local e integrante do manejo há 16 anos, reforça a importância da regularização.

“É uma grande vitória para a comunidade e para o setor. Desde quando cheguei aqui foi uma luta conseguir essa licença para o manejo de jacaré. É uma conquista grande que estamos trazendo para dentro da comunidade. O manejo é um ganho a mais na renda das famílias, e aqui são cerca de 40 famílias, além de outras comunidades que também participam”, afirmou.

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A atividade se soma a outras iniciativas sustentáveis já desenvolvidas na região, como o manejo do pirarucu e a pesca artesanal. Juntas, fortalecem a economia local e mostram que o uso sustentável dos recursos da várzea pode ser uma alternativa viável para conservação e geração de renda.

*Por Lucas Macedo, da Rede Amazônica AM

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