Construído em 1906 para ser residência do então prefeito de Manaus (AM), Adolpho Lisboa, o Castelinho é herança do período áureo da borracha no Estado.
Prédios antigos em geral contam parte da história de um local e ajudam a entender de que forma a modernização da área urbana se difere do que era considerado luxuoso ou moderno, décadas ou até séculos atrás. O Ciclo da Borracha na Amazônia foi um desses marcos no desenvolvimento econômico e social de Estados da Região Norte, como o Pará e Amazonas.
Entre 1880 e 1914, a área urbana da capital amazonense, Manaus, expandiu-se exponencialmente com a construção de instituições e residências de autoridades políticas, barões e senhores da borracha.
Até hoje existem heranças deixadas pelo período áureo da extração do látex espalhados pela cidade e um deles é o Castelo da Vila Municipal, popularmente conhecido também por “Castelinho”. O Portal Amazônia conta a história do prédio:
Histórico
Construído em 1906, a mansão em art nouveau (movimento artístico europeu que simbolizava avanços com o crescimento da burguesia industrial), foi feito utilizando ferro fundido em suas fundações e ornamentos, fabricados pela firma Walter MacFarlane, de Glasgow, na Escócia. A área original tinha 5.500 m², com muitas palmeiras e era protegida por grades de ferro.
O objetivo de sua construção era para ser a residência do então prefeito de Manaus, o coronel e então superintendente Adolpho Guilherme de Miranda Lisboa, em seu terceiro mandato. O nome original da residência era ‘Vila Alcida’, em homenagem à filha de Adolpho Lisboa.
De acordo com a supervisora das Lojas Top Internacional em Manaus (empresa que é a atual proprietária do local), Márcia Souza, o local já passou por posse de algumas pessoas e, desde 2013 , é propriedade da importadora.
Confira a linha do tempo:
Por quê Vila Municipal?
O termo “vila” na época de sua construção possuía dupla conotação: podia ser utilizado tanto para definir um conjunto de casas destinadas à classe média, uma próxima das outras; quanto ser utilizada para designar o palacete de uma pessoa abastada, ou seja, rica, membro da alta burguesia, como era o caso de Adolpho Lisboa.
Atualmente
A supervisora conta que até hoje o prédio preserva suas características originais. “Somente a antiga grade de ferro no estilo europeu foi substituída por um muro, dificultando a vista da rua para o terreno e prédio, sendo uma forma de preservá-lo de invasores“.
O Castelinho funciona como uma das adegas de vinhos da empresa e está localizado na rua São Luís, n° 101, Adrianópolis. O atendimento funciona das 9h às 22h.