A inovação social consiste no desenvolvimento e aplicação de técnicas, atividades, iniciativas, serviços e processos que ajudem ou até resolvam desafios sociais enfrentados pelos indivíduos em uma sociedade.
Com a temática ‘G20 social: potencializando a contribuição das inovações sociais’, a primeira conferência do último dia do Glocal Experience Amazônia 2024 mostrou exemplos de inovações sociais e debateu a importância de iniciativas de impacto.
A conferência contou com a participação de José Mattos, Antônio Abelém, Glauco, Débora Sales e Mona Nóbrega (participação online), além de mediação de Giselle Sakamoto.
O G20 social tem como objetivo ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e nos processos decisórios do G20, fórum de cooperação econômica internacional que reúne as 19 maiores economias do mundo, incluindo o Brasil.
Um dos cases citados durante a palestra foi o ‘Programa Regenera’, do Sebrae. Ele oferece mentoria especializada, oportunidades de networking, workshops e a chance de captar até R$ 20 mil em investimentos. O foco é identificar e premiar startups que desenvolvam modelos de negócio sustentáveis, escaláveis e que gerem impactos positivos social e ambientalmente.
José Mattos, diretor do Capítulo Brasil da ANDE, uma rede de empreendedorismo que apoia economias emergentes em âmbito global, comentou sobre como outros países têm utilizado de políticas públicas e do setor privado para desenvolver e viabilizar novas metodologias.
“Eu acho que principalmente acelerar na questão da taxonomia sobre a economia, negócios de impacto, a gente já tem feito isso, porque nós temos um quadro normativo. Esse é o primeiro passo. A segunda coisa é a gente melhorar os nossos mecanismos de implementação das políticas públicas. Como eu falei na palestra, nós temos um histórico muito positivo de construção desses documentos, desses planos, mas a gente peca, às vezes, um pouco na hora da implementação. E depois a fiscalização, comando e controle. Eu acho que nesse sentido outros países estão melhor posicionados do que a gente”, pontuou Mattos.
O coordenador da Coalizão pelo Impacto em Belém (PA), Antônio Abelém, comentou sobre o fato de negócios de impacto (social e ambiental) serem o futuro do empreendedorismo.
“A gente vive o que a gente chama hoje de impacto socioambiental positivo. Nós consumidores, de uma maneira geral, não consumimos mais as coisas preocupadas exclusivamente com o preço ou com a qualidade, mas a gente quer saber também qual a história daquele produto, qual o índice, impacto que aquele produto gera no meio ambiente, qual o impacto social e impacto positivo”, destacou Abelém.
Outro case foi o Karú Amazon Food, empresa que foca num negócio que envolve insumos amazônicos e preservação ambiental, além de técnicas de defumação locais. Segundo Glauco Francesco, um dos criadores da marca, o nome Karú veio de ‘comer’, na língua indígena Tupi.
Por fim, Antônio Abelém ressaltou a importância de um ecossistema que potencialize negócios de impacto, funcionando como uma rede de apoio.
“É indispensável que a gente tenha um ecossistema todo ajudando nesse negócio. É sempre aquela história. O elo mais fraco da minha cadeia vai ser o meu maior desafio. A gente precisa de aceleradoras e incubadoras preparadas para orientar um negócio de impacto. A gente precisa de políticas públicas e precisa que o governo prepare essas políticas públicas de forma adequada para ajudar esses negócios de impacto. A gente precisa de financiadores que deem dinheiro para esses negócios com o que a gente chama de capital paciente, porque são negócios que demoram mais a ter rentabilidade, então tem que ter uma atenção diferenciada. Precisamos também que as universidades estejam atentas na formação dos seus recursos humanos”, finalizou.
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