Cemitérios antigos: Relembre 4 lugares que já foram cemitérios em Manaus

A cidade de Manaus é repleta de fatos curiosos. Praças e lugares públicos conhecidos na cidade, foram construídos sob antigos cemitérios e, frequentemente, artefatos arqueológicos são encontrados na região. 

Você já passou por algum lugar e se perguntou a história daquele espaço? Devido a rotina diária em grandes centros urbanos, percorremos lugares que muitas vezes guardam um passado diferente do que se imagina. Por exemplo, muitas praças e locais públicos que hoje são símbolos culturais da cidade de Manaus foram construídos sobre necrópoles, alguns destes indígenas.

Descubra a seguir quatro lugares de Manaus que já foram cemitérios:

 Praça Nove de Novembro – Cemitério indígena

Devido a grande diversidade de povos indígenas que habitam a região amazônica, até os dias atuais são encontrados vestígios  da ocupação e de cemitérios indígenas na cidade, um deles na Praça Nove de Novembro, localizada no centro histórico de Manaus.

Praça Nove de Novembro em meados da década de 80. Foto: Acervo/Instituto Durango Duarte.

Quem passa hoje pela quase extinta praça, não imagina que o local tem sido alvo de descoberta de diversos artefatos arqueológicos e urnas funerárias de povos indígenas, que habitavam a região no período pré-colonial. Hoje, abandonada e consumida pelo tempo, a praça é desconhecida até por moradores mais antigos da região e é utilizada como um mini estacionamento.

Praça em abril de 2012. Foto: Reprodução.

 Praça Dom Pedro II – Cemitério Indígena

Na praça no entorno do Paço Municipal  e em frente ao Museu da Cidade de Manaus foram descobertas urnas e vestígios arqueológicos de extrema importância para historiadores e estudiosos da área. Nomeada em homenagem ao último imperador do Brasil, a praça Dom Pedro II foi construída sobre um cemitério indígena descoberto em meados do século XIX.

Na época, no governo de Eduardo Ribeiro,  determinou a reestruturação da praça, que antes era conhecida como Largo do quartel e  o nivelamento das ruas que a contornam. Nisso, uma enorme quantidade de urnas funerárias foram encontradas, levando à conclusão de que o núcleo principal do cemitério ficava sob a praça.

As descobertas levaram ao registro do Sítio Arqueológico Manaus pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN), na década de 60.

Antigo Cemitério dos Remédios (1854)

Criado em 1854, o antigo cemitério era localizado entre o cruzamento da então Rua da Cruz, atual Rua Leovegildo Coêlho com a Rua dos Andradas, no centro de Manaus.

O terreno era atrás da Igreja dos Remédios, existente até hoje, e foi construído com o intuito de acabar com os sepultamentos na igreja e no seu terreno. Porém, o cemitério não foi utilizado por muito tempo. Dois anos depois, os enterros passaram a ser realizados no Cemitério São José, onde hoje está localizado o Atlético Rio Negro Clube.

Atlético Rio Negro  – Antigo Cemitério São José (1856)

A construção do cemitério São José foi iniciada em 1856 no governo do então presidente da província do Amazonas, João Pedro Dias Vieira. O local ficava entre as ruas Ramos Ferreira, Luiz Antony, estrada Epaminondas e o então beco dos inocentes, no centro.

Os primeiros sepultamentos ocorreram ainda em 1856 mesmo o local não estando finalizado. As obras foram concluídas três anos mais tarde, em 1859 e a imagem de São José, passou a ficar na então capela da necrópole. Em 1888, o cemitério já não tinha mais espaço e não registrou mais nenhum sepultamento.

Por isso, em 1892, foram transferidos os restos mortais para o atual  cemitério São João Batista.  No lugar do cemitério São José foi construído um jardim e depois a atual sede do Atlético Rio Negro Clube. 

Você sabia? 

Um fato curioso é que a praça que ficava localizada em frente ao local, foi nomeada de Largo ou Praça da Saudade por populares, justamente por estar situada em frente ao cemitério de São José, que também emprestava nome ao bairro. Seu nome oficial é Praça 5 de Setembro.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

‘Manual do Trabalhador Amazônico’ criado pelo TRT-11 ganha versão em nheengatu

Idealizado pelo desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva, a edição tem roteiro da juíza Carolina França e foi confeccionado por artistas do coletivo de ilustradoras de Manaus, o “Má Tinta”.

Leia também

Publicidade