A capital amapaense é a única do Brasil cortada pela linha do equador. Em latitude 0° é possível observar constelações tanto do hemisfério celeste sul quando do norte
Já pensou entrar em um planetário que fica no meio do mundo, ou melhor poder acompanhar esse planetário em várias viagens pela Amazônia? Um projeto do Instituto Federal do Amapá (Ifap) pretende levar astronomia, astronáutica e ciência às escolas do Amapá e do Pará através de um planetário itinerante.
Este é o segundo planetário instalado no Amapá. O primeiro funcionava dentro do Museu Sacaca, mas foi desativado em 2019. Hoje o local abriga o esqueleto da baleia-jubarte de 12 metros achada encalhada na Foz do Rio Amazonas em 2018.
De acordo com o coordenador do projeto, professor de física Willians Almeida, a localização do Amapá é privilegiada em termos de estudo da astronomia e possui um excelente contexto didático para divulgação da ciência.
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“A capital amapaense é a única do Brasil que é cortada pela linha do equador, tendo, portanto, posição privilegiada para observação do céu no que diz respeito a sua posição geográfica, pois em latitude 0° é possível observar constelações tanto do hemisfério celeste sul quando do norte”, informou o professor.
E a aventura não para por aí! Dentro de um planetário digital, de acordo com o professor Cássio Renato Santos, que também faz parte da equipe do projeto, ainda é possível simular viagens fictícias em naves espaciais, ver de perto a superfície de outros planetas, simular expedições ao fundo dos oceanos ou viagens por dentro do corpo humano.
“Um planetário oferece ao público uma experiência de observação das constelações em um ambiente totalmente livre de poluição visual das cidades e dá a sensação de imersão total. As apresentações podem ser feitas por meio de vídeos roteirizados ou ao vivo e têm duração que varia de 20 a 30 minutos”, disse Cássio.
Selecionado pelo CNPq
O projeto, “Planetário Itinerante: uma proposta para popularização na Amazônia Oriental” foi uma das propostas selecionadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
E essa seleção trouxe para o “Planetário Itinerante” um recurso total de quase R$ 385mil e o projeto vai adquirir um planetário digital móvel, que é um local semiesférico onde se simula o céu e é possível projetar diferentes objetos celestes para observação. O coordenador diz também que o orçamento engloba a oferta de pagamento de bolsa para estudantes do Ifap que desejarem participar das atividades.
Os professores do projeto explicam que a chamada do CNPq pretendeu apoiar projetos de exposições itinerantes e ações de popularização da Astronomia e exploração espacial que estimulassem a curiosidade científica e o pensamento crítico para contribuir com a divulgação do conhecimento, considerando as peculiaridades de cada local e região.
A partir dessa divulgação extrair os possíveis impactos da experiência sobre a percepção da população a respeito da história da exploração espacial e assuntos ligados à Astronomia e Astronáutica.