Foto: Nataliel Rangel, Mickael Marques e Thales Lima
Um projeto do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) e da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) está buscando auxiliar na tomada de decisões voltadas para a diminuição dos efeitos das mudanças climáticas na região costeira amazônica. O Observatório Popular do Mar (Omara) iniciou as atividades em 2023 e busca promover acesso a informações sobre o mar amazônico na costa do Amapá.
O Omara envolve as comunidades ribeirinhas na observação dos fenômenos marítimos e como eles influenciam na vida dos moradores. Salinização dos rios, erosão, e inundações são alguns dos problemas enfrentados por essas comunidades.
Atualmente o projeto está na segunda fase, que é de conscientização e divulgação dos dados já coletados. Na primeira etapa a ação reuniu comunitários para explicar sobre os processos e incentivou eles a se engajarem no projeto.
Segundo a coordenadora do Omara, Janaina Calado, a identidade do povo do norte está diretamente relacionada com os rios.
“A identidade do povo amazônida está muito relacionado às florestas e rios. Só que a gente tem uma imensa Amazônia costeira marinha, que ainda é muito pouco conhecida e muito pouco conectada à vida das pessoas. Então o Omara permite que a gente conecte essas informações, fazendo com que as pessoas se entendam como populações costeiras”, contou a pesquisadora.
Para o morador da comunidade do Limão do Curuá, Carlos Augusto Ferreira, o monitoramento é muito importante para os trabalhadores do local.
“A gente acredita muito nesse processo de acompanhamento das terras caídas aqui na região. Pra nós como produtores, agricultores, extrativistas, isso vai contribuir muito pro nosso trabalho dentro da floresta.” , disse o morador da comunidade.
Atualmente, o projeto possui 11 estações de monitoramento e abrange a região estuarina do Beira Amazonas, o Arquipélago do Bailique e a costa da ilha do Marajó, envolvendo comunidades em Chaves, no canal sul do rio Amazonas, no Pará. Os dados da pesquisa devem ser divulgados em novembro.
*Por Luan Coutinho, da Rede Amazônica AP