Prédios com arquitetura alemã se destacam em Cruzeiro do Sul; entenda o contexto histórico

Município teve influência direta de missionários alemães da Igreja Católica.
O município de Cruzeiro do Sul no Acre se desenvolveu pela influência direta de missionários alemães da Igreja Católica. Os religiosos chegaram a partir de 1935 e superaram o isolamento da região do Alto Juruá para construir dezenas de prédios com arquitetura típica alemã.


Com uma cidade pouco habitada na década de 30, os alemães tiveram espaço e oportunidade para erguer as construções da igreja em terrenos planos, mas além da visão religiosa tinham ideias turísticas para o futuro. Aproveitaram o relevo ‘acidentado’ de Cruzeiro do Sul para construir no alto dos morros.
Catedral Nossa Senhora da Glória. Foto: Reprodução/Facebook-CZS News Urgente

Nem a urbanização da cidade, em mais de sete décadas, conseguiu tirar a visão das edificações dos padres, como é o caso do Instituto de Ensino Santa Teresinha e da Escola São José, anexa a um convento e a um prédio residencial para líderes religiosos.

Se no alto os edifícios alemães chamam a atenção, em uma parte mais baixa bem no centro da cidade, está a imponente Catedral Nossa Senhora da Glória. Um dos maiores pontos turísticos do município. Inaugurada em 1957, a catedral possui forma octogonal.

O monumento histórico tem em sua estrutura um milhão de tijolos maciços, madeira especial – como marfim – e o teto de bronze produzido na Alemanha.

Instituto Santa Teresinha é outra edificação com arquitetura alemã. Foto: Genival Moura/G1

O legado dos missionários alemães é visível por toda cidade. São escolas, capelas, seminários, abrigos, unidades de saúde, centros comunitários, prédios e conjuntos residenciais. As construções diferem das demais, pela estrutura física reforçada. Quase todas foram erguidas com tijolos maciços e possuem cobertura de telha apoiadas em madeiras de lei que podem durar séculos.

Em poucos anos, junto com a evangelização, o grupo missionário qualificou mão de obra e gerou emprego, aquecendo a economia local. Os prédios deram outra cara à cidade e junto com eles, mais religiosidade, educação, saúde e obras sociais.

Atualmente, sem os missionários alemães e os recursos conseguidos por eles, a Diocese de Cruzeiro do Sul enfrenta dificuldade para manter tudo o que foi construído. Muitas escolas foram repassadas ao Estado, assim como o Hospital Dermatológico para abrigar os hansenianos quando eram descriminados e separados do convívio familiar e social. 

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