Manual para identificação de doenças de café Robustas Amazônicos é criado por pesquisadores no Acre

Com a expansão da cafeicultura no Acre, a tendência é que os cafezais sejam mais afetados por doenças, como consequência, aumenta a demanda para identificar, diagnosticar e fazer o manejo adequado dos cultivos.

Foto: Divulgação/Embrapa Acre

Como forma de auxiliar cafeicultores do Acre, pesquisadores da Embrapa Acre produziram a circular técnica “Manual para identificação e manejo das doenças de Coffea canephora no Acre”. A publicação é um guia prático com ilustrações que permitem a identificação e manejo das doenças dos cultivos de cafés Robustas Amazônicos. Voltada para técnicos e agricultores,  contempla os principais agentes causadores de doenças nas raízes, galhos, folhas e frutos dos cafezais, bem como os sintomas para auxiliar no processo de identificação das patologias.

Segundo o pesquisador da Embrapa Acre e um dos autores da publicação, Amauri Siviero, com a expansão da cafeicultura no estado, a tendência é que os cafezais sejam mais afetados por doenças, como consequência, aumenta a demanda para identificar, diagnosticar e fazer o manejo adequado dos cultivos. 

Desde a década de 1980, a Embrapa Acre trabalha com a cultura do café Arábica (Coffea arabica) e do café Canéfora (Coffea canephora) no Acre. As pesquisas incluem a avaliação do material genético em campo, como forma de disponibilizar aos agricultores variedades com boa produtividade e resistentes a pragas e doenças. Atualmente, a  espécie mais cultivada no Acre é a Coffea canephora, plantada por clones, os chamados cafés clonais, que incluem as variedades Robustas e Conilon, conhecidos como Robustas Amazônicos. O clima acreano favorece o desempenho dessa cultura.  

Doenças do café

O trabalho de pesquisa envolveu análises  realizadas em laboratório  e observações de campo em experimentos conduzidos na Embrapa Acre e em áreas de cultivo comercial no estado. De acordo com Siviero, duas doenças merecem destaque: a antracnose e a queima do fio. Ambas atacam de maneira agressiva e geram impactos econômicos. Já outras doenças como pequenas manchas ou defeitos que dão nas folhas ou no fruto,  não possuem a mesma importância econômica. 

Também estão descritas no manual doenças como o tombamento de mudas, mal de quatro anos, ferrugem do cafeeiro,  mancha de olho pardo, mal-rosado, seca dos ponteiros, mancha de phoma, mancha de ascochyta e mancha-aureolada.

O pesquisador explica que as medidas de controle variam de acordo com os agentes  que causam as doenças, que pode ser um fungo, uma bactéria ou um nematóide. Ele pontua ainda que, com o manual, os produtores terão orientação para tomar as medidas de controle necessárias.

Para o cafeicultor Vanderlei de Lara, um dos principais desafios como produtor de café é aumentar a qualidade da produção para, assim, conseguir um melhor preço. Segundo ele, a Embrapa auxilia com as melhorias através das pesquisas para o aumento da produção.

O agricultor explica que entre as principais medidas para o combate das doenças do café está a prevenção. “Eu busco sempre fazer a prevenção para essas doenças que atacam o café. Uma das medidas que tomo é fazer o controle na hora certa, para combater e evitar a propagação de qualquer praga ou doença”, destaca.  

Café no Acre

Com maior importância agronômica, econômica e social, a cafeicultura no Acre tem elevado a geração de empregos no campo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), através do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) realizado no mês de julho de 2024, a produção do grão no estado deve aumentar 1,3% em relação a 2023. 

A produção de café no Acre, na safra de julho/2024, é de 2.894 toneladas. Além disso, a área destinada à colheita nesta safra apresenta 1.091 hectares. A produtividade média no estado está prevista em 2.653 quilos por hectare.

O  “Manual para identificação e manejo das doenças de Coffea canephora no Acre” está de acordo com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável). Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma coleção de 17 metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas e contam com o apoio da Embrapa para que sejam atingidas. 

*Com informações da Embrapa Acre

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