Durante intercâmbio na Bolívia, Acre apresenta defesa dos povos indígenas

Francisca Arara, que preside o comitê dos Governadores para o Clima e Floresta no Brasil, fez um apelo para que haja menos discurso e mais ações efetivas.

“Nós estamos gritando, pessoal. Temos mais de 14 mil indígenas no Acre que sofreram com essa enchente e com essas secas extremas. Mais de duas mil famílias, 178 aldeias de oito povos, em cinco municípios. O que está faltando para nos apoiar? Não temos tempo de burocratizar, de romantizar, nós temos que agir. O mundo tá gritando e precisamos de apoiadores, financiadores e técnicos para nos ajudar”,

disse a secretária de Povos Indígenas do Acre, Francisca Arara.

O discurso de Francisca Arara repercutiu durante a reunião ordinária do Comitê Global para Parcerias com Povos Indígenas e Populações Tradicionais da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Floresta (GCF Task Force), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
Foto: Ângela Rodrigues/IMC

A fala foi uma resposta aos questionamentos dos financiadores sobre quais ações urgentes precisavam ser feitas para minimizar os impactos nas terras indígenas frente à necessidade de recursos financeiros para socorrer as terras indígenas afetadas.

Ao citar os avanços que o governo do Acre vem realizando no cuidado com os povos indígenas, a gestora destacou uma série de iniciativas pioneiras e elaboração do Plano Emergencial de Enfrentamento aos Eventos Extremos, como grandes enchentes, secas severas e doenças que têm afetado também as populações indígenas no estado.

Francisca Arara, que também preside o comitê no Brasil, fez um apelo para que haja menos discurso e mais ações efetivas, como a destinação de recursos para implementação dessas ações nos territórios indígenas do Acre e de toda a Amazônia.

Francisca Arara pediu urgência na destinação de recursos por parte dos parceiros e financiadores internacionais. Foto: Ângela Rodrigues/IMC

Ao longo da reunião, representantes governamentais da Bolívia, Peru e México apresentaram relatórios das ações executadas em suas jurisdições e ressaltaram a necessidade urgente de institucionalização do Comitê Global e a necessidade de captação de novos recursos para executar e ampliar as ações previstas para os próximos anos.

A reunião contou ainda com a participação da diretora executiva do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC), Jaksilande Araújo. Também participaram representantes de organizações não governamentais (ONGs) dos países-membros da GCF, financiadores e parceiros internacionais.

O encontro foi conduzido pelo secretário global da GCF Task Force, Jason Gray; pela diretora de Projetos do GCF Task Force, Colleen Scanlan Lyons; e pelo coordenador Regional do GCF no Brasil, Carlos Aragón, no intercâmbio técnico da GCF.

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